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sexta-feira, 8 de março de 2013

"Finalmente!"


A frase proferida por Barbra Streinsand ao entregar a Kathryn Bigelow soou mais que um desabafo pela condição da mulher em alguns âmbitos. Foi uma vitória! Em 08 de Março de 2010 Bigelow alcançou o patamar que muitas já haviam tentado. Brilhar num território amplamente masculino. Lina Wertmüller, por Pasqualino Sete Belezas (1975), Jane Campion, por O Piano (1993), e Sofia Coppola, por Encontros e Desencontros (2003), foram indicadas a melhor direção, no entanto, a crueza de argumentos das obras frente o pressuposto de seu alcance, adiou a vitória de uma figura feminina do outro lado das lentes. Com mais de oito décadas de existência de um dos prêmios mai valorizados da Academia a estatueta dourada veio parar merecidamente nas mãos de uma mulher finalmente. A ex-mulher de James Cameron, com seu tenso Guerra ao terror (2009) bateu de frente com o próprio, tirando-lhe a vitória quase certa e entrando pela porta da frente nas páginas da história. Finalmente uma mulher chegou lá. Um fato histórico que não poderia ter passado em branco numa data que reverencia a luta de todas as mulheres contra o preconceito, o descaso e a injustiça pela nossa condição. É a guerra incessante ao terror do preconceito!

8 Mulheres que reforçaram o "finalmente" na história no cinema: 



Alice Guy Blache
A diretora foi junto com D.W. Griffith uma das pioneiras do trabalho por detrás das câmeras. Porém o sexismo hollywoodiano manteve Alice ofuscada enquanto a carreira de Griffith tinhas as bençãos de toda uma condição para a época. Lois Weber, a primeira mulher a dirigir um longa-metragem com O Mercador de Veneza (1914), e Leni Riefenstahl, cineasta alemã, cujo vínculo com o partido nazista aniquilou sua carreira , são nomes que merecem ser citados nesta área.





Carmem Miranda
A cantora e atriz luso-brasileira é até hoje uma figura imortal perante a cultura brasileira e americana. Sua relevante participação na história entre Brasil e EUA começou como um elo entre os países aliados durante a Segunda Guerra Mundial que souberam explorar seu dom artístico no campo político. Contudo, o nome de Carmem nem sempre foi ligado (e também não merecia) a ligações políticas. A moça de trejeitos alegres e sorriso encantador, fez sua história como precursora do Tropicalismo, movimento cultural brasileiro e como a primeira atriz brasileira a obter sucesso nos palcos americanos.




Mary Pickford
A atriz canadense foi uma das co-fundadoras da United Artists, AMPAS e MprF, ou seja, a primeira mulher chefe de um estúdio cinematográfico. O talento estendeu-se pelas telas e e o sucesso a levou faturar o Oscar de melhor atriz por Coquette (1930).




Louise Brooks


Atriz de talento nato para interpretar, tornou-se em pouco tempo e estudo um dos maiores expoentes do cinema mudo. Ela nunca se formou em Escolas dramáticas, mas assim mesmo se imortalizou como uma das mulheres mais talentosas e independentes da história cinematográfica. Todas estas virtudes desafiou os parâmetros opressores de sua época, decretando um freio definitivo em sua brilhante carreira. 






Hattie McDaniel
A primeira atriz negra a ganhar um Oscar foi cantora, compositora, atriz de teatro. Fato que desencadeou um racismo velado em Hollywood na época, obrigando os poderosos executivos a deixarem de fora das festas de premiação a talentosa artista. Constrangimentos e ignorâncias à parte, fato é que McDaniel escreveu seu nome na história da melhor maneira possível. 





Hally Berry
Outra atriz negra seguiu a inspiração de McDaniel e acabou agraciada com a estatueta de melhor atriz por A última ceia (2000). A interpretação de Berry pode até ser questionável  mas sua emoção ao ouvir seu nome como a ganhadora do Prêmio é uma das imagens mais belas da história da premiação. Emocionante! 




Marlene Dietrich
É com certeza uma das figuras femininas mais icônicas da história. Sua presença artística fundamental para as tropas aliadas durante a Segunda Guerra Mundial é uma das passagens mais polêmicas de sua polêmica carreira. Chocar parece ter sido o verbo transitivo direto para todos os padrões dentro da indústria, visto que foi a primeira mulher a usar terno e calças publicamente nos anos 20. Além disso, seguidos rumores de relações homossexuais marcaram sua trajetória. 



Hebe Camargo
Apresentadora, cantora e atriz, a loira foi uma das pioneiras da TV e dos programas femininos. Com o sugestivo nome de O mundo é das mulheres (1955), ela adotou o penteado que a caracterizaria até os fins de seus dias de glória. De personalidade inabalável e carisma sem-igual, vivenciou como poucas todos lados da vida artística. No cinema marcou presença em várias obras, destacando-se Liana, a pecadora em 1951 e Zé do Periquito em 1960. Para quem nasceu no dia internacional da mulher, sua determinação se fez lendária como um baluarte da causa feminina. 



"Gosto de ser a líder, eu acho cansativo tentar me ajustar a visão dos outros."
Jodie Foster



Um comentário:

  1. Parabéns a todas as mulheres, e estas divinas realmente conseguiram ser relevantes. Pena que ainda esteja a passos lentos o espaço delas atrás das câmeras, mas torço pra que tudo mude.

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