Visitantes

terça-feira, 29 de março de 2011

Brasileiros em Hollywood

Quando José Padilha aceitou dirigir o remake de Robocop, grande clássico de ficção de 1987, dirigido por Paul Verhoeven, cumpriu-se uma sina dos últimos anos. Os diretores brasileiros que fazem bem seu trabalho no cinema nacional, e conseguem destaque internacionalmente, ganham a chance de trabalhar no cinema americano. Nem sempre como queriam e muito menos para dirigir bons roteiros. Walter Salles triunfou com Central do Brasil. Venceu o Globo de Ouro, foi indicado a filme estrangeiro e ainda faturou outros diversos prêmios ao redor do mundo. Foi convidado a dirigir em Hollywood, e deu azar. Pegou um terror, daquelas bizarras adaptações nipônicas, Água Negra. e mesmo com toda sua categoria para dirigir e com a linda Jennifer Connely no papel principal, o filme foi péssimo. Não fez sucesso nem entre os fãs do gênero, e não deu a Salles a oportunidade de melhores dias na terra do Tio Sam. Depois de se destacar na direção do excelente Caminho das nuvens, Vicente Amorim recebeu a tarefa de dirigir Viggo Mortensen em Um Homem Bom. Apesar de não ser um filme ruim, não decolou. Sua narrativa é lenta e o desfeixo da história deixa a desejar. Amorim voltou ao Brasil trazendo na babagem experiência, o que já está de bom tamanho. Mas o brasileiro que se deu bem em terras americanas foi ele, sempre ele. Fernando Meirelles, depois de dirigir, o que muitos consideram, o melhor filme brasileiro em décadas, teve um destino mais feliz. Bem cotado, principalmente pela indicação ao Oscar de melhor diretor por Cidade de Deus, recebeu uma adaptação de John Le Carrè, O Jardineiro Fiel e não decepcionou. Conduziu um filme que se não foi brilhante, foi muito bom. Apesar de ser indicado ao Globo de Ouro, ficou fora da lista da Academia, considerado por muitos como uma grande injustiça. Esse sucesso o credenciou a continuar por lá. Em 2009 dirigiu o polêmico Ensaio sobre a Cegueira, adaptado do romance de José Saramago. Muito amaram, e outros tantos odiaram, mas com certeza não tirou seu mérito, e dificilmente não continuará por lá por mais algum tempo.

Há seis anos

Lá estava ela. Linda como sempre com seu sorriso que refletia os brincos de ouro-de-tolo de suas amigas. Eu, parado com cara de idiota, só conseguia pensar em uma coisa:"Que diabos essa menina viu em mim?". Olhava para meus amigos só para ver a reação deles quando ela chegasse e me beijasse. Sua bela jaquetinha branca combinava com seu claro sorriso e complementava o brilho de seus olhos. Meu coração batia descompassado. Não poderia demonstrar a minha insegurança e ansiedade. Não queria que pensasse que era um frouxo que se entrega a uma garota logo com um dia de namoro. Queria manter minha panca, mas acima de tudo não queria decepcioná-la. Me senti réu e juri em um julgamento íntimo. Seria mesmo digno de moça tão bela e adorável? Os segundos se arrastavam e quanto mais ela se aproximava, mais a acusação me setenciava. Uma branca namorando um negro? De tão nervoso cheguei a pensar bobagem. Se ela não se importava com a quantidade de melanina que tinha em minha pele, por que eu iria me importar? Chegou! Me disse um "oi" tão macio quão uma almofada de pluma de ganso. O beijo! Uma intensa viagem de mim em mim. Era como se todo aquele torpor tivesse desaparecido. Só restara uma solene melodia da qual jamais esquecerei, mas nunca conseguirei reproduzir. Quando dei por mim, estava tão perdido quanto o barbudo de Paris, Texas. Por vários minutos não falei, não sorri, apenas admirei sua linda boca, seu sorriso suave e seu jeito singular de ser. O amor! Só ele é capaz de deixar uma pessoa dessa forma. Já não sei e nem quero saber como é mais viver sem ele. Há 6 anos que vivo nessa catarse emocional. Há 6 anos que descobri o que é ser feliz.

quinta-feira, 24 de março de 2011

A morte da Gata Liz

Não é todo dia que morre uma grande musa de Hollywood, ainda bem! Liz Taylor morreu e levou com ela o último resquício de uma era em que talento e beleza andavam juntas.

Como a maioria das estrelas da Era de Ouro do cinema americano, Elizabeth Taylor se tornou um ícone de beleza de todos os tempos, com seus maravilhosos olhos azuis e lindo cabelo preto, fazia dela um exemplo de mulher singular. Casada oito vezes, inclusive com o ator Richard Burton, não tinha medo da opinião pública e , diferentemente das mulheres "normais" de sua época, fazia o que bem entendia de sua vida.

Entretanto Liz não era só isso. Uma atriz competente que sabia dar vida a personagens polêmicos, como a espalhafatosa e megalomaníaca Rainha Cleópatra, a explosiva Martha de Quem tem medo de Virgínia Wolf?, e o seu melhor papel, a Meggie de Gata em teto de zinco quente. Conseguia dar um tom dramático as adaptações de Tennessee Williams, e por eles conseguiu conseguiu suas melhores atuações, e ainda lhe rendeu um Oscar de melhor atriz (Quem tem medo de Virgínia Wolf?)

Apesar de nos últimos anos ter sofrido por problemas de saúde, ela nunca perdeu a classe. E se alguém lhe perguntasse como ficar sobre este palco real e cruel chamado fama por todos esses anos, com certeza responderia:" Ficar em cima dele, pelo maior tempo possível", assim como a gata em teto de zinco quente que a imortalizou.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Perfil

GLÓRIA PIRES: Ela é sempre uma glória!

Filha de Elza Pires e de Antônio Carlos Pires,comediante famoso mais conhecido como Joselino Barbacena da extinta A escolinha do Professor Raimundo, Glória Maria Cláudia Pires de Moraes, ou Glorinha, como é carinhosamente chamada pelos colegas de trabalho, nasceu com a vocação de brilhar. E foi se valendo do talento hereditário nas veias, aos 5 anos de idade já sabia o que queria. A inspiração veio proveniente de seu pai, a quem sempre considerou seu ídolo dentro e fora da TV. A pequena orfã (1968) na extinta TV Tupi marcaria de vez o nascimento de uma das maiores atrizes do Brasil. No entanto as dificuldades em ser uma estrela precoce faria surgir um grande dilema em sua vida. As atribulações que o trabalho lhe exigia minava sua participação no colégio e então a decisão de abandonar os estudos na sétima série se fez necessária em nome de seu propósito. Glorinha seguiria o que estava determinada a seguir. Sua carreira de atriz. Aos 15 anos ela literalmente debutou na telinha no papel de Marina na novela Dancin Days (1978) .O sucesso foi tanto que logo emplacou sua primeira protagonista - a caipira Zuca de Cabocla (1979). Este trabalho mudou sua vida não só pelo lado profissional , mas também pessoal quando conheceu o ator e cantor Fábio Jr., até então seu par romântico na trama. Com o galã ela teve Cléo Pires. Foi um período difícil em sua vida. Casamento,maternidade e depois a separação. A pressão de ser mãe tão prematuramente e depois de ser pai e mãe ao mesmo tempo. A garra da jovem atriz a fez não esmorecer e em 1983 retornava à TV em Louco amor de Gilberto Braga. O autor acabou por ter uma importância quase que vital em sua trajetória. Afinal foi ele que criou para ela uma das maiores e mais importantes personagens da história da teledramartugia mundial. A odiosa Maria de Fátima de Vale Tudo (1989) elevou a atriz ao status de estrela com sua interpretação magistral, onde ofuscou nomes como Regina Duarte e Antônio Fagundes. Ao lado de Odete Roitmam (Beatriz Segall) é considerada uma das maiores vilãs de todos os tempos da TV. Esta posição alcançada lhe permitiu “pagar alguns micos” posteriores como Sarita de Mico Preto (1990) e Rafaela Berdinazzi de O Rei do gado (1996). Este último causou uma certa indisposicão com o autor da trama Benedito Ruy Barboza quando a atriz deixou clara sua insatisfação com a personagem. Indignado,Benedito chegou a afirmar como uma retaliação que a atriz da segunda versão de Cabocla em 2004 – Vanessa Giácomo – havia engolido a atuação de Glória em 1979. Tal afirmação obviamente se condensou em mágoa da parte do autor para com a atriz devido este episódio. Contudo entre mortos e feridos salvaram-se todos na década de 90. As gêmeas Ruth e Raquel de Mulheres de areia (1993),numa das mais elogiadas atuações de uma atriz em todos os tempos. A babá Nice de Anjo Mau (1997),outro remake de sucesso, e a guerreira que se vestia de homem para brigar de igual com eles pela posse de suas terras em Memorial de Maria Moura (1994). Sua melhor personagem segundo a atriz. E talvez sua última grande personagem na TV uma vez que as outras que se sucederam não alcançaram o mesmo sucesso de outros tempos. Talvez pelo fato da mudança do conceito de se fazer novelas ou o mais provável, a televisão ficou pequena para o enorme talento de Glória Pires. Com isso a atriz teve de expandi-lo para o cinema e conseguiu emplacar ótimos trabalhos. Das comédias A Partilha (1998) e Se eu fosse você 1 e 2 (2008 e 2009), ambas de Daniel Filho, aos dramas O primo Basílio (2008) e É proibido fumar (2009), ela dá um show de versatilidade. A mesma versatilidade que consegue conciliar a carreira de atriz com o papel de mãe de família. Recentemente ela deu luz e vida à Dona Lindu, a mãe do ex-presidente Lula em Lula – o filho do Brasil (2010) e segundo as críticas a única coisa que se salvou no longa que representou o país na disputa pela vaga na festa do Oscar. Infelizmente ficamos para trás, no entanto a atriz reafirmou mais uma vez seu enorme talento. Talento de quem tem glória no nome.


AS GLÓRIAS DE GLÓRIA:

A aprendiz de vilã - Vale Tudo (1989)
Passar a mãe para trás, enganar e seduzir o namorado da melhor amiga por dinheiro e se aliar a uma verdadeira megera para subir na vida foram algumas das artimanhas de Maria de Fátima, a vilã divinamente construída por ela.

A guerreira cabocla – Memorial de Maria Moura (1994)
Maria Moura estava longe de ser uma heroína romântica à espera do príncipe encantado para salvar suas terras. Portanto ela mesma foi a luta, teve de travestir de homem e guerrilhou bravamente mudando totalmente o conceito da “mocinha de novela.”

A esposa que virou o marido – Se eu fosse você (2008/2009)
Bastou um incidente estelar para Glória Pires se tornar Tony Ramos e dar seu costumeiro show frente às câmeras. Uma comédia realmente imperdível!


TALENTO QUE SEDUZIU SPIELBERG:

Na época que O Quatrilho concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro,a atuação da atriz foi tão excepcional que chamou atenção de um dos maiores diretores do cinema que chegou a declarar que a brasileira teria lugar cativo em qualquer uma de suas obras.

segunda-feira, 21 de março de 2011

A Guerra segundo Tarantino

Quando rumores davam conta que Quentin Tarantino dirigiria um filme sobre a Segunda Guerra Mundial, com Brad Pitt no papel principal, o mundo dos cinéfilos balançou. Mentirosos e ansiosos fãs do diretor, postavam a todo o momento em blogs e outros sites de relacionamento seus “achismos” e suposições que, felizmente, caíram por terra após o lançamento do longa.
Prever Tarantino é impossível. E com Bastardos Inglórios provou que seu talento para o inusitado é infindável ao mostrar sua visão brutal (de costume), tensa e sarcástica sobre a maior guerra da história e seus principais personagens.


A desconstrução histórica proposta pelo diretor, lhe permitiu uma nova visão, centrada em uma vingança arquitetada por uma jovem judia contra um oficial nazista que assassinara sua família. Entretanto, o roteiro não é tão simples assim.


A todo o momento o diretor dá a entender que o jovem Shoshanna seria toda a humanidade, e o oficial nazista, incorporado de forma brilhante pelo austríco Christhop Waltz, o nazismo em si. E mesmo Tarantino estaria saciando sua própria sede de vendetta, provavelmente na pele de Aldo Reiner, personagem que mais retrata o pensamento justiceiro e excêntrico de seu criador.


A articulação na montagem, característica que o consagrou em Pulp fiction, se faz presente, bem como a crueldade brutal e divertida de Cães de Aluguel. Outra característica “tarantinesca” é o Hans Landa de Waltz, que assim como o intrépido Jules de Samuel Lee Jackson em Pulp Fiction, e o frio e poético Bill, interpretado pelo falecido David Carradine na franquia Kill Bill, se tornou um adorável algoz, e um mito.


Mas o que faz do filme tão bom se tem os mesmos elementos que compunham o universo dos anteriores? Fica a dúvida. Pode ser pela sede de vingança da humanidade contra o maldito Nazismo, ou simplesmente pelo poder de inovar e desconstruir, conceitos inerentes ao diretor que o torna irresistível.

Contudo fica apenas a certeza que Tarantino deixou de ser um obelisco do cinema Cult contemporâneo, para também se firmar entre as massas comedoras de pipoca. O que é essencial para evitar que seu fim não seja igual ao de Stanley Kubrick, que fez um cinema inovador e de qualidade, criticado por alguns, aplaudido por outros e desconhecido por muitos.

sexta-feira, 18 de março de 2011

As escolhas de uma mulher atual

O mundo é feito por escolhas, algumas fáceis outras difíceis, mas em geral, a maioria não nos dão o direito de saber o que será certo ou errado. E as escolhas de Jenny Millar em Educação, faziam parte deste léxicodas quais estamos propensos a não saber do que nos aguarda. Porém, esse poder de escolher, mesmo que fosse o caminho errado, pode ter sido a melhor coisa que já aconteceu para as mulheres.


Levando-se em consideração que o mundo não passa diretamente em uma película cinematográfica, uma menina de dezesseis anos pode se enganar facilmente com um mundo ao qual os atalhos possíveis parecem sedutoramente mais acessíveis. As pessoas não tem medo de viver, mas tem um medo crônico de não o fazer, o que de certa forma torna a condução da carruagem um tanto mais complicada.


A menina se via mulher, e muito mais sensata que os devaneios juvenis de que a consevadora Inglaterra da década de 60 lhes permitia. O destino quase certo de todas as mulheres, já começava a se esfacelar com a revolução, que para o bem da humanidade, estava prestes a acontecer. O ser mulher se tornava motivo de orgulho, e não uma lamúria ou um carma. Os tempos traziam boas-novas às mulheres por todo o planeta. Suas escolhas deixariam de ser apenas um direcionamento para qual área da casa se especializaria em cuidar, se tornando tão importantes para a humanidade como qualquer escolha humana.


Apesar de ter se enganado em sua escolha, a jovem Jenny fez o que qualquer mulher, ou melhor, qualquer ser humano tem o direito de fazer, escolheu. Se nos farão bem ou mal, isso não cabe a ninguém prever, mas o importante é que tenhamos o poder de decidir o que nos aparentemente melhor. Em Educação, podemos acompanhar o nascimento de uma mulher da qual lidamos nos dias atuais. As que amam, odeiam, vivem, sentem, erram ,acertam, e o mais importante, que escolhem seus próprios caminhos.

Educação (An Education, 2009), Dirigido por Lone Scherfig, com Carey Mulligan, Peter Saarsgard, Alfred Molina e Dominic Cooper, Drama, 95 min.

quinta-feira, 17 de março de 2011

No final venceu a tradição

A vitória ou o triunfo de O discurso do Rei confirmou a teoria de que nem sempre podemos nos apoiar na premissa do Globo de Ouro. O belíssimo filme dirigido pelo também premiado Tom Hooper desbancou no final o badalado A rede Social. Para os que afirmavam que desta vez um trhiler inovador superaria o tradicionalismo só restou o amargo vazio de abdicar do trono da certeza. Embora o drama adolescente merecesse o status que conseguiu antes do Oscar, ficou evidente que para entrar na história do cinema é preciso um algo a mais. Algo apresentado pelo vencedor e que pendeu decisivamente para seu lado. A tradição. Não somente por seguir os moldes tradicionais do cinema hollywoodiano com uma produção bem mais orcamentada,um marketing bem melhor conduzido pelos profissionais do ramo, e um elenco bem mais qualificado e experiente. A tradição se reflete fundamentalmente na profundidade do roteiro que a exemplo de seu rival também trata de relações humanas. A diferença está na forma como se descreve estas relações atemporais entre amigos. Começamos pelo conceito da palavra AMIGO. Este cada vez mais esquecido em sua essência à medida que se define pelo avanço da tecnologia ao longo dos tempos. A invenção do facebook,fato retratado no filme adolescente,correios eletrônicos (e-mails),os chamados orkuts e até mesmo o mais simplório como o telefone,acabou por criar uma distância,um abismo entre as pessoas em suas redes sociais.O olho no olho,o calor de um simples aperto de mão,um abraço.Tudo se perde gradativamente neste mundo cibernético,frio e superficial.Adicionar uma pessoa no seu perfil usando as teclas de um computador sem nem mesmo conhecê-la,saber dos seus medos e anseios,compartilhar de cada gesto e de seus sonhos ,oferecer um ombro amigo para consolá-la,era algo inconcebível no século passado.
No século de George e Lionel. Pessoas de classes sociais e posições totalmente distintas que se unem por um forte laço de amizade caracterizado pela convivência e troca de experiências positivas para ambos. Laço que foi determinante para que o terapeuta conseguisse seu objetivo. Ajudar o Rei a reger uma nação através das palavras verbalizadas pelo discurso. Contato direto com milhares de pessoas. Bem longe de mouses e teclados que regem os conceitos de amizade nos dias de hoje. A vitória de O discurso do Rei deixa para nós a feliz constatação de que ainda não se perdeu por completo o fundamentalismo das redes sociais e acima de tudo humanas. Se no inovador A rede social amigos se caracterizam por pessoas desconhecidas e superficiais, no tradicional O discurso do Rei este conceito retorna à sua verdadeira origem longe dos facebooks e orkuts da vida.E assim para o bem de todos e felicidade geral da nação,diga ao povo que…no final venceu a tradição.




Em tempo : apesar das críticas,a apresentação do Oscar pela atriz Anne Hatawaay foi um dos melhores momentos da noite. Linda,carismática e engraçada ela conseguiu segurar o nervosismo inicial de uma principiante e à medida que a tensão baixava aumentava sua confiança nos brindando com um verdadeiro show no palco. Sua performance vem a afirmar que ela é hoje uma das maiores promessas de Hollywood. Pena que seu parceiro James Franco não correspondeu à altura se contrapondo à jovem atriz. Apesar de bonito e engraçado,o ator não conseguiu se recuperar
no show como fez sua colega. Uma pena! Talvez na próxima!

quarta-feira, 16 de março de 2011

O Vencedor (2010)

The fighter, 2010. Dirigido por David O. Russel. Com Mark Whalberg, Christian Bale, Melissa Leo e Amy Adams.

Nota: 8.5

Como se surpreender com um filme em que já sabemos o final antes mesmo de assistir? Uma pergunta aparentemente fácil, mas a maioria das pessoas não sabem dar um exemplo sequer. Algo esperado que tem o poder de emocionar, é o que se define o longa O Vencedor. Uma história verídica de um ex-lutador de boxe que deposita em seu irmão mais novo, a esperança de dias melhores.
 
É um tema batido. Podemos citar diversos filmes com a mesma premissa e com o desenrrolar semelhante. Desde o clássico O Campeão, de 1938, muitos lutadores de boxe já passaram pela telona para no começo apanhar, dos adversários e da vida, para depois, no fim de tudo, conseguirem a redenção. Passando por Rocky, Um lutador, 1976, grande vencedor do Oscar, Touro Indomável, 81, chegando até A luta pela esperança, em 2003, o roteiro parecia se esgotado, sem perspectiva de atrair o público. E muito disso se deve à cinco maçantes continuações de Rocky, que fez do tema banal e repetitivo.
 
Mas os fãs de boxe deram sorte. Com uma história real baseada na vida de Dicky Ecklund, o diretor David O. Russell conseguiu fazer algo repetido, mas não banal. Diluiu o tema em uma situação complexa, aonde as relações pessoais do lutador, Micky, interpretado por um esforçado Mark Whalberg, poderiam destruir sua carreira. Na verdade toda a luta era contra o dominio que todos exerciam sobre ele, tinha de se libertar e não os abandonar.
 
David O. Russel mantém o foco nos personagens, e dá espaço para que todos tenham sua cota de importância na história e na vida de Micky. Se não faz extravagâncias nas mudanças de uadro, ao menos é fiel em sua essência e mantém as emoções à flor da pele. Ora nos divertimos, outras nos sentimos tocados pela alegria de Dick em ver no irmão sua segunda chance. Uma família disfuncional, mas que nos diz muito.
 
Esse apelo foi a chave do sucesso do filme. Diferente de outros já citados, o roteiro nivelou a importancia de cada personagem dentro da história. Por isso conta com duas atuações excelentes, de Meliisa Leo e Amy Adams, e uma espetacular, de Christian Bale. O interesse de todos era não somente na conquista de Micky, e sim uma conquista coletiva. Essa interação quase folhetinesca dos personagens nos deu a oportunidade de perceber a vida de desilusão e miserável que todos tinham. Não lhes restando nada a não ser se unirem em prol de um bem maior.
 
O filme pode parecer piegas, e certamente é. Entretanto nunca é demais ver uma pieguice bem feita, aquela que retrata uma realidade que parece forçação de barra, e que peca pelo massivo, e outras maiores considerações. Contudo o cinema também é emoção, riso, choro, lágrimas, e tudo isso junto fazem de O Vencedor um filme imperdível.