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quarta-feira, 15 de abril de 2015

Hermione Granger: a maior das relíquias de Harry Potter


Ela nasceu de uma família de pais trouxas e desde criança já sofria uma espécie de bullying por ser diferente da maioria dos bruxos de Hogwarts. Pequenina, se encolhia num mundo permeado de livros, poções, e tudo mais que se possa existir para fazer de uma criança superdotada uma bruxa de verdade. Era tida como esquisita pela maioria dos colegas por justamente andar na contramão. De personalidade forte, nunca se deixou intimidar com as represarias. Sentia-se e de fato era, a mais brilhante aluna da Escola de Magia, deixando por algumas vezes emergir um ar de superioridade, até certo ponto de arrogância nas salas de aula. Ao optar por um isolamento de escapismo, a sensação de invulnerabilidade criou uma armadura de defesa em seu espírito. De toda esta matéria, fez-se Hermione Jean Granger (Emma Watson), a heroína da saga Harry Potter, e uma das maiores personagens da literatura e do cinema mundial.

A arte de defesa contra as trevas da ignorância e do preconceito foi sua aliada durante um bom tempo. E embora pudesse parecer que estava no caminho certo em se dedicar inteiramente aos estudos, no fundo de seu exílio particular, lhe faltava algo. A paixão não correspondida pelo colega Ronald Weasley (Rupert Grint) colocava em xeque toda sua onipotência. Desta paixão fez-se uma fissura na armadura, deixando-a irritantemente vulnerável. Com a chegada do famoso Harry Potter (Daniel Radcliffe) a Hogwarts, parte de suas necessidades foram supridas. A relação com Ron Weasley mudou de sentido, passando a se conhecerem melhor mediante os perigos que uma amizade com Harry poderia acarretar.

Com o garoto que sobreviveu ao Lorde das trevas, desenvolveu uma mística parceria imprescindível para esta batalha. Uma parceria tão perfeita que traduz com exatidão a máxima de que para todo grande Herói existe aquele aliado fundamental. A pessoa que o ajuda a carregar o fardo que sua posição obriga. Clark Kent e Chloe Sullivan de Smallville e Frodo Bolseiro e Sam Wise Gandhi de O Senhor dos Anéis, são famosos exemplos do sucesso do entrosamento entre o Herói e seu chamado braço direito. Inclusive, Frodo e Sam seriam os personagens de J.R.R.Tolkien que teriam influenciado J.K.Rowlling a difundir os laços de amizade entre os poderosos bruxos, uma vez que a autora parece ter bebido da fonte de O Senhor dos Anéis em algumas passagens de sua saga. Hermione estaria para Harry assim como Sam para Frodo. Contudo, para os fãs, não importa de onde veio a inspiração, pois o importante é o que esta inspiração trouxe de benéfico para eles. Hermione mostrou ter muito mais em comum com Harry que a inicial do nome, chegando a se equiparar, ou superá-lo em alguns aspectos por vezes. Harry dizia que Hermione seria uma bruxa muito melhor que ele, e ela, para retribuir a gentileza não se cansava de exaltar sua coragem. “Eu, livros e inteligência. Mas há coisas mais importantes. Amizade e coragem”, disse ao amigo certa vez.

O Trio mais famoso do universo literário:
Granger sempre à frente
Enquanto isso, Ron seguia à margem, relutando em ouvir a voz de seu coração, mesmo diante de cada façanha realizada por ela. De estranha em primeiro instante, Hermione passou a ser brilhante perante seus olhos do rapaz a cada vez que exibia suas “mágicas soluções” a fim de escaparem das inúmeras enrascadas que se envolviam. Com seu vasto conhecimento do mundo dos trouxas arquitetou fugas oportunas de um local para outro em frações de segundos. O que para a maioria dos bruxos seria uma fraqueza (não ser de sangue puro), para ela definia sua personalidade e deixava sua força mais evidente. É aí que se fundamenta a importância em ser diferente. Poder contribuir a seu modo na luta contra o Mal.

A coragem do menino Potter e o altruísmo do menino Weasley, só ganharam altivez com as qualidades latentes de Granger. Em cada desafio, a amizade entre eles se cristalizava. A jovem bruxa era o eixo principal que os unia. Ela estava sempre apostos toda vez que o perigo rondava seus amigos. Sua lógica perspicaz, sua notória inteligência, coragem onipresente, dedicação inflexível aos estudos, força de caráter singular, se acentuaram consideravelmente com o passar dos anos. Tudo isso mediante a um propósito: tornar-se o pilar inabalável de Harry Potter em sua Guerra contra Voldemort. Foi os olhos do amigo, guiando-o pelas mãos por diversas vezes em cada sequencia. O escudo que o protegeu de um terrível destino. Se tivessem sido criados por J.R.R.Tolkien, se veriam juntos numa jornada igualmente perigosa, com o menino bruxo afirmando: “Harry não teria chegado tão longe sem a Hermione”. Como reafirmou Ron Weasley de J.K.Rowlling, “A gente não ia durar dois dias sem ela”. E o ruivinho nenhum dia a mais sem ela. O casal fofo da saga finalmente se acertou mediante ao perigo eminente do fim do mundo. Conseguiram fundir a admiração dele para com ela, e o amor dela para com ele.

Embora para alguns fãs dos livros, a Hermione das telas seja mais brilhante que das páginas, alimentando a crença de que suas frases de efeito e alguns atributos pertencem ao garoto Wesley antes de serem adaptados, ela ainda assim segue firme e forte como um grande exemplo de poder e humanidade para seus fãs. Na vida real, a garota Emma Watson tenta carregar para si as qualidades fofas de sua personagem e por vezes, uma se mescla com a outra, provando que para ser popular não precisa ir ao limite de exposição de imagem. Enquanto isso, sabemos que mais que uma peça fundamental na batalha do Bem contra o Mal em Hogwarts, Hermione Granger é um típico modelo de heroína atípica, dotada de qualidades notáveis e defeitos aceitáveis. Uma personificação mais que perfeita da amizade incondicional, lealdade catedrática e do amor sublime. Qualidades tão em falta hoje no mundo em que sobrevivemos que pode-se dizer ser algo raro, uma relíquia. A maior das relíquias de Harry Potter.