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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Melhores filmes ignorados pelo Oscar

Sempre tem alguém falando que ser um vencedor do Oscar não dá garantias de que o filme seja bom, o que em alguns casos é a mais pura verdade. Em algumas situações, filmes míticos e de qualidade inquestionável já foram deixados de lado, seja recebendo apenas indicações técnicas, ou sendo totalmente esquecidos. O Cineposforrest listou algumas obras cultuadas e aclamadas tanto pelo público quanto pela crítica e que a Academia deixou de lado nas categorias principais (Filme, diretor, ator, atriz e roteiro), dando sugestões de indicações que lhes seriam justas. lembrando que qualquer questionamento pode ser manifestado no espaço de comentários, e que filmes de produção não americana ou inglesa não foram incluídos por questões de regulamento para filmes estrangeiros.

10- Clube da Luta (1999)

"Um soco na mente", assim a premissa do hipnótico e arrebatador filme de David Fincher já dá mostras do que realmente causaria no público: situações que colocariam em xeque valores éticos e morais, além de apresentar uma violência extrema e complexa. Com brilhantes atuações de Edward Norton e Brad Pitt que imortalizaram a figura de Tyler Durden, o filme recebeu apenas a consolação de ser nomeado na categoria de edição de som. Porém, tanto público quanto a crítica sabiam que o longa merecia muito mais.


Sugestões do Cineposforrest: Melhor Filme, Diretor (Fincher), Ator (Norton), Ator Coadjuvante (Pitt), Atriz coadjuvante (Helena Bonhan-Carter), Roteiro adaptado (Jim Uhls), Montagem e edição de som.


9- Papillon (1973)

A história magnífica de Henri Charriere, conhecido como Papillon, por sí só já mereceria todos prêmios. Porém as atuações de Steve McQueen e Dustin Hoffman, além da direção segura de Franklin J. Schaffner elevaram a obra à cult movie obrigatório, tanto pelo lirismo do protagonista em busca de sua liberdade quanto de pelo visual ora melancólico, ora paradisíaco que inunda a tela. Só foi lembrado no Oscar pela trilha sensível de Jerry Goldsmith, mas a exclusão de McQueen foi só uma das injustiças que o filme recebeu.


Sugestões do Cineposforrest: Melhor Roteiro, Ator (McQueen), Ator coadjuvante (Hoffman), Fotografia, Direção de arte, Figurino, Maquiagem e Trilha Sonora.

8- O Iluminado (1980)

O claustrofóbico terror psicológico de Stanley Kubrick é um dos filmes que mais aparecem em listas de preferência de críticos e cinéfilos mundo afora. E não era para menos. Baseado no livro do mestre Stephen King, o filme causa mal-estar, porém a genialidade da dupla Kubrick-Nicholson, aliado à fotografia agoniante de John Alcott, o tornaram uma obra de arte obrigatória. Tudo bem que as caras e bocas exageradas de Shelley Duvall mereceram a indicação ao Framboesa, mas a Academia não indicá-lo a nenhum prêmio, foi um grande absurdo.

Sugestões do Cineposforrest: Melhor Filme, Diretor, Ator (Nicholson), Roteiro Adaptado (Stanley Kubrick e Diane Johnson), Fotografia (John Alcott).

7- Drugstore Cowboy (1989)

Neste fantástico filme independente do até então iniciante Gus Van Sant, acompanhamos a história baseada no livro autobiográfico de James Fogle, onde com bom humor, mas sem qualquer glamour, passeia pelo mundo das drogas. Um grupo de jovens viciados passam os dias roubando farmácias para sustentar a dependência e conseguir dinheiro. Com atuações convincentes, principalmente de Matt Dillon, Sant cria uma obra simples, contudo excepcional, como um prelúdio sobre tudo de mau que as drogas representam. Nem a participação do beatnik William Burroughs chamou a atenção da Academia. Passou em branco. 

Sugestões do Cineposforrest: Melhor diretor, Roteiro adaptado (Sant e Daniel Yost), Ator (Matt Dillon), Ator Coadjuvante (Max Perlich), Atriz Coadjuvante (Heather Graham).

6- A Marca da Maldade (1958)

Considerado o último exemplar do cinema noir, o subestimado filme de Orson Welles passou por maus bocados em período de produção, em que Welles iria somente atuar, mas teve de dirigir para agradar o medalhão Charlton Heston. E o fez bem. O longa se tornou um monumento cinematográfico com sequências de perseguição e tensão de primeira linha. A figura do policial corrupto interpretado por Welles se torna um monstro obscuro com o auxílio da fotografia preto e branco de Russel Metty. Talvez por carregar o estigma de construir algo à altura de Cidadão Kane, a Academia acabou por ignorar este maravilhoso libelo.

Sugestões do Cineposforrest: Melhor Filme, Diretor (Welles), Ator (Heston), Roteiro adaptado (Welles), Fotografia (Metty), Direção de Arte, Montagem.

5- Era uma Vez no Oeste (1968)

Tudo bem que o filme é um exemplar do gênero conhecido com western spaghetti, porém este extraordinário filme dirigido por Sergio Leone é americano, em produção e história. Com diálogos pensados e com um nível de "bang-bang" inferior à maioria, foi considerado lento pelo público e crítica. Porém, quando os modernos anos 70 redescobriram a obra, o elevaram ao Olimpo do gênero. A trama gira em torno de traições e vinganças, mas em um contexto politizado, originando um final arrebatador. Talvez pelas críticas nada animadoras, foi deixado de lado no Oscar, que também parecia estar com "preconceito" do gênero.

Sugestões do Cineposforrest: Melhor filme, Diretor (Leone), Ator (Henry Fonda), Atriz (Claudia Cardinale), Roteiro original (Leone, Sergio Donati, Bernardo Bertolucci e Dario Argento), Fotografia (Tonino Dell Colli), Montagem, Direção de arte, Trilha Sonora (Ennio Morricone).

4- Blade Runner - O Caçador de Androides (1982)

Tudo bem que só depois de lançar sua versão sem cortes e sem o final feliz imposto pela produtora é que o brilhante filme de Ridley Scott ganhou a notoriedade merecida. Se tornou assunto de debates, pesquisas e até hoje desperta uma necessidade incomparável de se pensar mesmo após o fim. O roteiro baseado em um livro de Philip K. Dick, traz seres inanimados com divagações a respeito de contradições e medos de seres humanos. Seria uma alusão a Deus e como só ele pode controlar, vigiar e punir todos? A única certeza é que mesmo sem a versão de Scott, as duas indicações que recebeu (Direção de arte e efeitos visuais) foram muito aquém do que merecia. 

Sugestões do Cineposforrest: Melhor Filme, Diretor (Scott), Roteiro adaptado (Hampton Fancher, David Webb e Roland Kibbee), Montagem, Fotografia (Jordan Cronenweth), Direção de arte, Maquiagem, Figurino, Efeitos Visuais, Som, Trilha Sonora (Vangelis).

3- Rastros de Ódio (1956)

Só pelo visual estonteante de Monument Valley já merecia todos prêmios. Entretanto não é só isso que faz que este western com ódio pungente e polêmico do protagonista Ethan Edwards (John Wayne) contra os índios um marco cinematográfico. O trabalho de Ford parecia sua despedida em grande estilo dos grandes filmes (apesar de ter dirigido mais de 10 depois) e sua mão sensível em meio à aridez e brutalidade do velho oeste tornou este filme o melhor entre todos no gênero. Uma obra que tem a comédia, a melancolia, o ódio e o amor. Talvez por já estar com cinco prêmios como diretor no bolso, seu monumento mais relevante foi deixado de lado.

Sugestões do Cineposforrest: Melhor Filme, Diretor, Ator (Wayne), Roteiro adaptado (Frank Nugent), Montagem, Fotografia (Winton C. Hoch), Direção de arte, Trilha Sonora (Max Steiner e Stan Jones), Som.

2- Um Corpo que Cai (1958)

A trama é complexa, às vezes lenta, outras intensas, mas talvez por isso seja o maior triunfo cinematográfico de Alfred Hitchcock. O diretor não se mantém fiel às tradições que o fizeram famoso em Psicose, cria uma história fragmentada, fantasmagórica, que parece um drama, mas é um suspense. Parece policial, de causa e efeito, mas é um estudo de comportamento. A obra foi recebida sem estardalhaço, provavelmente pela dificuldade de se compreender o que seria a tal vertigem do personagem de James Stewart, e isso fez com que apenas fosse indicado para efeitos sonoros e direção de arte. Quando realmente foi compreendido como um gigante, já era tarde. Azar o da Academia.

Sugestões do Cineposforrest: Melhor Filme, Diretor (Hitchcock), Ator (Stewart), Roteiro original (Samuel Taylor e Alec Coppel), Montagem, Fotografia (Robert Burks), Direção de Arte, Som, Trilha sonora (Bernard Herrmann).

1- Cantando na Chuva (1952)

Este animado, contagiante e extraordinário filme de Stanley Donen e Gene Kelly é o maior absurdo cometido pela Academia por motivos óbvios: é excelente; e foi recebido muito bem pelo público, ao contrário de alguns que passaram despercebidos pelo "povo". Do início ao fim, a trama metalinguística prende o olhar, hipnotiza, diverte. Além de tudo, uma sequência de mais de quatorze minutos de dois gênios da dança, Kelly e Cyd Charisse, e do famoso número que da nome ao longa, são um deleite à parte. Recebeu apenas duas indicações ao prêmio para Jane Hagen (atriz coadjuvante) e Lennie Hayton (Trilha sonora). Mas até mesmo os membros da Academia sabiam que haviam cometido um erro impossível de ser reparado. 

Sugestões do Cineposforrest: Melhor Filme, Diretor (Donen e Kelly), Ator (Kelly), Atriz (Debbie Reynolds), Ator Coadjuvante (Donald O'Connor), Atriz Coadjuvante (Jane Hagen), Roteiro original (Betty Comden e Adolph Green), Montagem, Direção de arte, Maquiagem, Som, Trilha Sonora, Canção.


domingo, 15 de setembro de 2013

Mestres da fotografia no Cinema

Muita gente vai aos cinemas, come pipoca, ri, chora, se diverte e se emociona com as mais variadas histórias dos mais variados gêneros. Mas, poucos sabem que para atingir uma qualidade significante, estes profissionais tem de dar um duro danado. A responsabilidade pelo sucesso ou fracasso de um longa está diretamente ligado à competência com que manipulam as emoções através de cores, brilhos, contrastes e por aí vai. O Cineposforrest decidiu homenagear esta classe importantíssima listando, mesmo faltando espaço para nomes como Nestor Almendros, Emmanuel Lubezki, Sol Polito, Gregg Toland,  alguns dos mais extraordinários diretores de fotografia da história do cinema.

George Barnes (1892-1953)

Um dos primeiros grandes nomes da cinematografia de Hollywood, Barnes trabalhou em praticamente todos os grandes estúdios da época de ouro hollywoodiana. Nos primeiros anos de sua carreira de diretor de fotografia revolucionou ao utilizar cortina e superfícies flexíveis para criar padrões diferenciados de iluminação. Porém, seu trabalho que causou mais impacto foi em Rebbeca, A Mulher Inesquecível (40), com a inquietante atmosfera de mau agouro que conseguiu transmitir. Sempre foi bem cotado em diretores e produtores, apesar de nem sempre conseguir corresponder a caprichos de egos inflados de grandes produtores.

Oscar: 8 indicações; Venceu por Rebbeca, A Mulher Inesquecível (41).
ASC* Não havia premiação.
BAFTA: Não havia premiação.

George J. Folsey (1898-1988)

Um dos pioneiros do cinema americano, Folsey começde dou sua escalada de sucesso como office boy em grandes estúdios em Nova Iorque. Quando, aos 21 anos, passou a trabalhar em pós-produção para H. Lyman Broening, e logo já passou a diretor de fotografia. Na década de 20, passou a utilizar mais fluidez de câmera e iluminação sutil, o que o garantiu a simpatia das grandes estrelas, pois exaltava a beleza mais do que tudo. Quando passou a colaborar com o gigante Vincente Minelli, criou maravilhosos espetáculos em Technocolor, como no musical Agora Seremos Felizes (44). Recebeu 13 indicações ao Oscar, e não venceu nenhum. Grande injustiça.

Oscar: 13 indicações; Nenhuma vitória.
ASC*: Conjunto da obra em 1988.
BAFTA: Não havia premiação.



Leon Shamroy (1901-1974)

Além de carregar o título de "homem que descobriu Marilyn Monroe", Shamroy foi um verdadeiro monumento do cinema. Estudou Engenharia na Universidade de Columbia e entrou para o laboratório da Fox em 1920. Seu primeiro trabalho como diretor de fotografia foi em um documentário do mitológico Robert Flaherty em 1927. Em 1939, assinou contrato com a 20th Century Fox, onde se tornou um dos grandes chefões. Foi o primeiro a fazer testes com technocolor em 1947, além disso, se tornou um especialista no assunto. Gênio da iluminação, conseguia empregar atmosferas específicas com o uso de filtros coloridos. Mesmo considerado mau-humorado, foi cultuado e admirado por todos que tiveram a oportunidade de trabalhar com ele. Tem uma estrela na Calçada da Fama em Hollywood.

Oscar: 18 indicações; Venceu por O Cisne Negro (44); Wilson (45); Amar foi Minha Ruína (46); Cleópatra (63); 
ASC*: Não havia premiação.
BAFTA: Não havia premiação.

Robert Surtees (1906-1978)


Foi um grande mestre em retratar paisagens extraordinárias de épicos maravilhosos, como o Ben-Hur de 1959. Antes de se tornar renomado no mundo cinematográfico foi assistente de Gregg Toland em Hollywood. Mudou-se para Alemanha onde ficou por vários anos até retornar para ganhar notoriedade. Seu primeiro trabalho foi Esta Preciosa Liberdade (42). De lá até 1978 foram mais de 70 filmes, dos mais variados gêneros. Versátil, hábil e com visão única em captar a personalidade dos personagens em meio a aventuras e cenários extensos. 

Oscar: 16 indicações; Venceu por As Minas do Rei Salomão (51); The Bad and The Beautiful (530; Ben-Hur (60).

Charles Lang (1902-1998)

Um dos nomes mais badalados da "Era de Ouro" de Hollywood, Lang passou a maior parte de sua carreira na Paramount (1929-1952), onde ajudou a criar a reputação de alta qualidade visual do estúdio. Ganhou notoriedade pelo uso inteligente do claro-escuro, luz-sombra e tinha um talento formidável para para criar uma atmosfera para cada gênero e estilo, como o sombrio Amor Sem Fim (35), o glamouroso Desejo (36) e o requintado Meia-Noite (39). Também se destacou nos trabalhos no gênero noir, além de conseguir seus melhores trabalhos em parcerias com Billy Wilder e Fritz Lang. Era conhecido por andar sempre bem vestido, além de ser um perfeccionista, contudo, modesto. Assim como Leon Shamroy recebeu 18 indicações ao Oscar, mas venceu apenas um.

Oscar: 18 indicações; Venceu por Adeus Como Armas (1932).
ASC*: Prêmio honorário em 1991.
BAFTA: Não existia o prêmio.



Conrad Hall (1926-2003)

Nascido no Tahiti, Hall estudou cinema na Universidade do Sul da Califórnia. Ele e mais dois colegas criaram uma empresa que fazia filmes e comercias para TV. Porém, seu primeiro trabalho no cinema veio em 1965. Começou a desenvolver  seu trabalho onde aprendeu a desenvolver composições ricas e complexas. Foi em Sangue Frio (67) que começou a notoriedade e convites para trabalhors maiores, que veio dois anos depois com Butch Cassidy. Com seu talento, conseguiu superar as inovações técnicas das décadas de 90 e 2000, nas quais conseguiu desenvolver um trabalho de vanguarda, ao mesmo tempo que modernizava seus métodos. Em 2003, recebeu o Oscar póstumo pelo seu excelente trabalho em Estrada Para a Perdição (2003).

Oscar: 10 indicações; Venceu por Butch Cassidy (70); Beleza Americana (2000); Estrada para a Perdição (2003).
ASC*: 5 indicações; Venceu por Conspiração Tequila (89); Lances Inocentes (94); Prêmio Honorário (94); Beleza Americana (2000); Estrada para a Perdição (2003).
BAFTA: 3 indicaçõe; Venceu por Butch Cassidy (71); Beleza Americana (2000); Estrada para a Perdição (2003).

Haskell Wexler (1926- )

Considerado um dos 10 maiores diretores de fotografia da história do cinema, Wexler antes de começar a carreira como assistente de câmera, já havia produzido vários filmes industriais junto com seu pai. Seu primeiro filme no cinema foi America, America (63), de Elia Kazan. Foi um dos primeiros a utilizar a steadicam com êxito no filme Esta Terra é Minha (76), tanto que venceu seu primeiro Oscar. Além de todo o talento que lhe era inerente, Wexler mostrou generosidade quando praticamente fez todo o trabalho par Néstor Almendros em Cinzas do Paraíso (78), mas creditou a obra ao amigo que estava com problemas na visão e conquistou o Oscar. Em 2004 foi tema de um documentário feito por seu filho.

Oscar: 5 indicações; Venceu por Quem Tem Medo de Virgínia Wolf? (67); Esta Terra é Minha (77).
ASC*: 2 indicações; Venceu Prêmio Honorário (93).
BAFTA: 1 indicação.

Sven Nykvist (1922-2006)


Um dos mais aclamados e revolucionários nomes do cinema europeu, foi um companheiro fiel do mestre Ingmar Bergman por mais de 20 anos. Desde o trabalho modesto em Noites de Circo (54) até a composição extraordinária que lhe rendeu um Oscar em 83 por Fanny e Alexander, Nykvist revolucionou a forma de transmissão das emoções dos filmes de Bergman. Seu estilo era mais naturalista e sutil, ao contrário do antigo colaborador do diretor, Gunnar Fischer, que preferia a cotraposição do preto e branco. Seu ápice é o "ensaio" do branco e do vermelho em Gritos e Sussurros, simplesmente uma das melhores do cinema.

Oscar: 3 indicações; Venceu por Gritos e Sussurros (74); Fanny e Alexander (84).
ASC*: 1 indicação
BAFTA: 2 indicações; Venceu por Fanny e Alexander (84).

Vilmos Zsigmond (1930- )

Vindo do leste europeu, Zsigmond junto com seu amigo László Kovács, fizeram a cobertura fotográfica da revolução húngara de 1956, pouco depois fugiram para os Estados Unidos onde venderam as imagens para o canal de TV CBS. Ganhou diversos prêmios nacionais e internacionais por comerciais de TV, mas só conseguiu notoriedade no cinema quando foi contratado por Robert Altman para colaborar no filme McCabe & Mrs. Miller (71). Conhecido por fazer um trabalho esplêndido com a luz natural e o uso de cores intensas no ponto certo, chegou ao ápice de seu trabalho com Contatos Imediatos de Terceiro Grau (77), que lhe rendeu seu único e merecido Oscar. 

Oscar: 4 indicações; Venceu por Contatos Imediatos de Terceiro Grau (78).
ASC*: 3 indicações; Venceu por Stalin (92, para TV); Prêmio Honorário (1999).
BAFTA: 5 indicações; Venceu por O Franco-Atirador (80).



Vittorio Storaro (1940- )

Um dos nomes mais influentes da cinematografia mundial, Storaro já foi notável ainda na universidade, quando em seus filmes acadêmicos utilizava as técnicas de luz do pintor italiano Caravaggio. Ele afirma que fazer fotografia no cinema era o mesmo que "escrever com a luz". Iniciou seus trabalhos no cinema em O Conformista (70), e de lá para cá fez trabalhos fenomenais e de gêneros variados como o soturno Apocalipse Now (79), o monumental O Último Imperador (87) e o policial Dick Tracy (90). Hoje dedica-se mais a trabalhos na TV do que no cinema, mas seus ensinamentos ainda influenciam os iniciantes.

Oscar: 4 indicações; Venceu por Apocalipse Now (80); Reds (82); O Último Imperador (88).
ASC*: 3 indicações
BAFTA: 4 indicações; Venceu por O Céu que Nos Protege (91).

Robert Richardson (1955- )

Um dos maiores nomes da cinematografia atual, Richardson ganhou notoriedade em sua colaborações com o diretor Oliver Stone. E com o diretor também teve sua estreia no longa Salvador (86), e logo em seu segundo trabalho, Platoon (86) também com Stone, veio sua primeira indicação ao Oscar. Consegue trabalhar com tons suaves ao meio ao caos e também valoriza o personagem. Mesmo tradicionalista, se reinventou ao trabalhar com  paletas quentes da cultura pop de Tarantino em Django Livre (2012), e o 3D poético de Martin Scorcesse em A Invenção de Hugo Cabret (2011), trabalho que lhe rendeu o Oscar. Um verdadeiro gênio que ainda tem muito a nos ensinar.

Oscar: 8 indicações; Venceu por JFK - A Pergunta que Não Quer Calar (92); O Aviador (2005); A Invenção de Hugo Cabret (2012).
ASC*: 10 indicações; Nenhuma vitória.
BAFTA: 4 indicações; Nenhuma vitória.

Roger Deakins (1949- )

Um dos grandes nomes da cinematografia atual, Deankis iniciou seus trabalhos no cinema em 1990 no longa Montanhas da Lua. No ano seguinte iniciou sua longa parceria com os Irmãos Coen em Barton Fink (91). Quando recebeu o prêmio da Sociedade Americana de Diretores de Fotografia com Um Sonho de Liberdade (94), foi alçado ao patamar de grande profissional da área. Com sua grande capacidade de fotografar variados gêneros é requisitado para inúmeros trabalhos, recebendo ao todo 10 indicações ao Oscar, sem, infelizmente, vencer nenhum.

Oscar: 10 indicações, nenhuma vitória.
ASC*: 11 indicações; Venceu por Um Sonho de Liberdade (95); O Homem que Não Estava Lá (2002); Skyfaal (2013).
BAFTA: 6 indicações; Venceu por O Homem que Não Estava Lá (2002); Onde os Fracos Não Têm Vez (2008); Bravura Indômita (2011).

Janusz Kaminski (1959- )

Um verdadeiro mestre em fotografia conseguido depois de se formar no Columbia College Chicago bacharel em fotografia, e concluir mestrado no American film Institut. Deve a Steven Spielberg sua oportunidade de desenvolver seu trabalho, já que desde A Lista de Schindler (93) é o colaborador oficila do diretor. Consegue fazer sempre belíssimos trabalhos devido a forma como utiliza a luz em meio a névoa, direcionando as emoções para os destaque do enquadramento. Provou ser brilhante tanto em blockbusters iluminados quanto em dramas intensos, e até preto e branco, no caso de Schindler. Se depender de Spielberg veremos muitas belas obras de Kaminski nas telonas.

Oscar: 6 indicações; Venceu por A Lista de Schindler (94); O Resgate do Soldado Ryan (99).
ASC*: 5 indicações; Nenhuma vitória.
BAFTA: 4 indicações; Venceu por A Lista de Schindler (94).

terça-feira, 10 de setembro de 2013

10 grandes atuações de protagonistas masculinos

Algumas atuações marcaram para sempre a história do cinema. Sejam eles loucos, heróis, inspiradores ou não, deixaram sua marca. Alguns tiveram seus desempenhos reconhecidos com prêmios, mas alguns passaram despercebidos. Entretanto, o Cineposforrest recolheu a nata destas grandes atuações e cabe a você leitor ver se concorda ou não, já que se trata de um ponto de vista. Leiam e comentem:

10- James Cagney (Anjos da Cara Suja, 1938)

O ator se tornou um mito interpretando perigosos e violentos gangsteres nas décadas de 30 e 40, porém nenhum deles foi tão hipnótico quanto seu Rocky Sullivan. Em uma composição brilhante, Cagney não parte para a total caricatura e o seu rosto peculiar lhe proporciona passear pela ambiguidade da psique de seu personagem. Conseguiu uma indicação ao Oscar, mas perdeu. Porém sua atuação, com uma brilhante sequência final, merece todos os aplausos.

9- Edward Norton (A Outra História Americana, 1998)

Em um dos filmes mais polêmicos da história do cinema, Norton traz um Derek Vinyard dualizado, convicto quando defende os fundamentos (se é que tem) nazistas e também quando, regenerado, tenta provar a seu irmão mais novo que tudo não passa de uma bobagem. Contudo, são suas cenas de violência nua e crua, com grau de realismo de causar mal-estar, é que sua vaga na lista se torna merecida. A Academia lhe torceu o nariz e não lhe deu o prêmio. Azar o deles.


8- Vittorio Gassman (Perfume de Mulher, 1974)

Pode até ser que o a versão americana com a atuação excepcional de Al Pacino seja melhor e tenha feito mais sucesso, porém a atuação de Gassman consegue ser ainda impressionante que a do ator ítalo-americano. O mote é o mesmo, porém seu Fausto Consolo flui com mais naturalidade, além de sua intolerância e mau-humor estarem afiadíssimas. Mesmo sem a sequência brilhante do tango ao som de "Por una Cabeza" de Pacino, Gassman faturou a Palma em Cannes, e não era para menos.


7- Anthony Hopkins (O Silêncio dos Inocentes, 1991)

O Dr. Hannibal Lecter é, sem dúvidas, um dos maiores personagens da história do cinema e dos motivos para tal condecoração está na absurda atuação de Hopkins. Mesmo sendo um sociopata repulsivo, não há como tirar os olhos de cada minuto em que ele aparece em cena. Os diálogos, as expressões, cada movimento singelo, uma verdadeira aula de interpretação que justificou a montanha de prêmios e indicações que recebeu. Viverá para sempre na mente de quem viu o filme.


6- Jack Lemmon (Quanto Mais Quente Melhor, 1959)

É difícil alguém levar à serio a atuação de um ator em um filme de comédia, ainda mais se este estiver travestido de mulher. Mas se este ator é Jack Lemmon, não há tabu. Sua composição é extraordinária pois vai dosando a homogenização de seus personagens Jerry/Daphne, tudo para chegar ao ápice sensacional de não saber mais qual é sua verdadeira identidade. Atuação fantástica de um dos mais versáteis atores que Hollywood já teve. Não levou o Oscar, mas conseguiu muitos fãs. 


5- Ray Milland (Farrapo Humano, 1945)

Assim como o filme de Billy Wilder, a atuação de Milland é uma das passagens mais obscuras da antiga Hollywood, que não gostava muito de falar de assuntos tão "pesados". Mas, assim como o filme, sua atuação assombrosa arrancou aplausos com o fracasso de de Don Birnam em resistir ao seu vício da bebida durante um fim de semana. A sequência em que Don sofre um delirius tremmen é realmente de causar calafrios em qualquer um. Oscar, Globo de Ouro e Palma de Ouro na conta.


4- Jon Voight (Perdidos na Noite, 1969)

Em outro barra pesada americano a receber o Oscar de melhor filme, Voight faz parceria inesquecível com Dustin Hoffman como Joe Bucky, um caipira que vai para Nova Iorque tentar ser garoto de programa. O ator consegue conservar a inocência juvenil do cowboy em meio ao submundo de vagabundos, ladrões e prostitutas. Além disso, sua relação de camaradagem com o Ratso de Hoffman é de um amor sincero, não vulgar e pueril. Para seu azar, dividiu votos com Hoffman e O'Toole no Oscar e viu john Wayne triunfar.

3- Richard Burton (O Espião que Saiu do Frio, 1965)

Um dos atores mais injustiçados e problemáticos do cinema americano, Burton entrega uma atuação excepcional como um espião afastado do serviço, paranóico, peculiar, anti-ético. Uma figura que vai contra tudo o que representa James Bond, pois se mostra um ser humano, um funcionário do governo frustrado, sem dons quase transcendentais. Burton voltaria a atuar bem em Quem Tem Medo de Virginia Wolf?, mas nunca como neste libelo. Assim como em outras 6 oportunidades, saiu sem o Oscar.

2- Marlon Brando (O Poderoso Chefão, 1972)

Brando teve pelo menos mais duas atuações dignas de estarem na lista: Uma Rua Chamada Pecado (51) e o Último Tango em Paris (74), mas a bárbara atuação como o mitológico Don Vito Corleone o alçou a categoria de monstro sagrado, e não era para menos. A forma como mantém todas as características inerentes do livro de Mario Puzzo é simplesmente fenomenal. Ora é ríspido para ouvir os pedidos, outras é comovente quando sofre uma perda. Recusou o Oscar, mas não pode evitar os aplausos.


1- Peter O'Toole (O Leão no Inverno, 1968)

Alguns consideram o filme teatral demais, porém, o texto brilhante da adaptação feita por James Goldman de sua peça da Broadway dá a O'Toole a oportunidade de provar seu enorme talento. Como já havia feito em Becket (65), interpreta o rei Henrique II como esmero extraordinário, e com a companhia de Katharine Hepburn faz uma dupla invencível. A truculência, a frieza e o humor, tudo se mistura e resulta em uma atuação segura, regular, didática, quase perfeita. De mestre, de gênio, um verdadeiro leão incrivelmente jamais premiado com um Oscar depois de 8 indicações. Mas, ao menos aqui, a justiça foi feita.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Diretores mais vezes indicados ao Oscar (Melhor Diretor)

Muitos diretores se destacaram na história do cinema mundial por realizações extraordinárias e de relevância inegável para seu desenvolvimento e aperfeiçoamento. Porém, a Academia das Artes Cinematográficas não leva muito em consideração questões artísticas, e em grande maioria das vezes opta por premiar trabalhos mais comerciais, o que acabou por excluir de sua seleta lista de vencedores nomes como Stanley Kubrick, Michelangelo Antonioni, Alfred Hitchcock, Andrei Tarkovsky, Ingmar Bergman e Federico Fellini. Porém, estes que figuram na listas dos mais lembrados pela Academia não estão lá por acaso, são diretores de grande qualidade e que foram responsáveis por muito dos melhores filmes da história do cinema.

William Wyler 

10 NOMEAÇÕES

O Morro dos Ventos Uivantes (40); A Carta (41); Pérfida (42); A Rosa da Esperança (43, venceu); Tarde Demais (50); Chaga de Fogo (52); A Princesa e o Plebeu (54); Sublime Tentação (57); Ben-Hur (60); O Colecionador (66).




Billy Wilder

8 NOMEAÇÕES

Pacto de Sangue (45); Farrapo Humano (46, venceu); Crepúsculo dos Deuses (51); Inferno Nº 17 (54); Sabrina (55); Testemunha de Acusação (58); Quanto Mais Quente Melhor (60); Se Meu Apartamento Falasse (61, venceu).



David Lean 

7 NOMEAÇÕES

Desencanto (47); Grandes Esperanças (48); Quando o Coração Floresce (56); A Ponte do Rio Kwai (58, venceu); Lawrence da Arábia (63); Dr. Jivago (66); Passagem Para a Índia (85). 




Fred Zinnemann

7 NOMEAÇÕES

Perdidos na Tormenta (49); Matar ou Morrer (53); A Um Passo Da Eternidade (54, venceu); Uma Cruz à Beira do Abismo (60); Peregrinos da Esperança (61); O Homem que não Vendeu Sua Alma (66, venceu); Julia (78).



Steven Spielberg  

7 NOMEAÇÕES

Contatos Imediatos de Terceiro Grau (78); Os Caçadores da Arca Perdida (82); E.T. – O Extraterrestre (83); A lista de Schindler (93, venceu); O resgate do Soldado Ryan (99; venceu); Munique (2006); Lincoln (2013).



Woody Allen

7 NOMEAÇÕES

Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (78); Interiores (79); Broadway Danny Rose (85); Hannah e Suas Irmãs (87); Crimes e Pecados (90); Tiros na Broadway (95); Meia-Noite em Paris (2012).



Martin Scorcesse  

7 NOMEAÇÕES

Touro Indomável (81); A Última Tentação de Cristo (89); Os Bons Companheiros (91); Gangues de Nova Iorque (2003); O Aviador (2005); Os Infiltrados (2007, venceu); A Invenção de Hugo Cabret (2012).



Frank Capra  

6 NOMEAÇÕES 

Dama por um Dia (34); Aconteceu Naquela Noite (35, venceu); O Galante Mr. Deeds (37); Do Mundo Nada se Leva (39); A Mulher Faz o Homem (40); A Felicidade não Se Compra (47).



John Ford (Recordista de prêmios na categoria)

5 NOMEAÇÕES 

O Delator (35, venceu); No Tempo das Diligências (39); As Vinhas da Ira (40, venceu); Como era Verde Meu Vale (41, venceu); Depois do Vendaval (53).



* Além de Ford, outros diretores obtiveram 5 nomeações, porém o blog só listou este por ser o maior vencedor dentre todos.