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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Vencedores e não-vencedores do Oscar 2011

E foi-se mais uma noite do badalado prêmio da Academia. Uma noite marcada pelo carisma de Anne Hathaway, a bela participação do mito Kirk Douglas, e principalmente pelo equilibrio das produções concorrentes.

Foi, com certeza, a melhor noite da glamurosa festa do Oscar dos últimos tempos. Para começar, o carisma da lindíssima Anne Hathaway compensou a evidente falta de jeito de James Franco. Esse se mostra bem melhor atuando do que apresentando. Outro momento maravilhoso foi a participação mais do que especial de Kirk Douglas. O monstro sagrado de hollywood esbanjou bom humor, mesmo com a dificuldade proporcionada pela sua avaçada idade. Até ensaiou uma cantada em Hathaway, que por sinal estava merecendo.

Mas indo ao que interessa. As premiações exaltaram o grande equilibrio deste ano. Foi a disputa mais acirrada desde 2005, só que neste ano o nível dos longas era muito maior. A dificuldade de fazer apostas se confirmou quando A Origem venceu Fotografia, que parecia que ficaria nas de O Discurso do Rei, ou daria o primeiro prêmio a Roger Dickens por Bravura Indômita. Em todas as categorias técnicas que o longa de Chris Nolan disputou, essa era a que teria menos chances. Por falar em Nolan. Com as quatro premiações de A Origem (Fotografia, edição e mixagem de som e efeitos visuais), provou que a maior injustiça deste ano foi mesmo a sua ausencia da lista de indicados. Tim Burton provou que suas bizarrices são formidáveis, e seu Alice no País das Maravilhas, faturou Direção de arte e figurino.

Toy story 3 venceu em animação e canção. Na verdade foi um prêmio ao conjunto da obra, pois foi o grande perecursor da categoria. O documentario meio-brasileiro Lixo extraordinário mostrou que sua extraordinária indicação já havia sido suficiente, parabéns.

Nas categorias principais, quase nada mudou, porém o fato de A Rede Social ter vencido montagem e David Fincher perder para Tom Hooper em diretor foi curioso. Mas não injusto. Os coadjuvantes se mantiveram firmes, já que Christian Bale e Melissa Leo ( O Vencedor) venceram praticamente todos os prêmios anteriores. Natalie Portman foi honrada merecidamente e Colin Firth se vingou de Jeff Bridges, seu algoz do ano passado, e subiu a palco para receber o prêmio e fazer um belo discurso. Esse, no entanto, sem gagueijar.

Confira a lista completa dos vencedores:


Melhor filme
“O Discurso do Rei”

Melhor diretor
Tom Hooper – “O Discurso do Rei”

Melhor ator
Colin Firth – “O Discurso do Rei”

Melhor atriz
Natalie Portman – “Cisne Negro”

Melhor ator coadjuvante
Christian Bale – “O Vencedor”

Melhor atriz coadjuvante
Melissa Leo – “O Vencedor”

Melhor roteiro original
O Discurso do Rei”

Melhor roteiro adaptado
“A Rede Social

Melhor longa-metragem de animação
“Toy Story 3″

Melhor direção de arte
“Alice no País das Maravilhas”

Melhor fotografia
“A Origem”

Melhor figurino
“Alice no País das Maravilhas”

Melhor documentário (longa-metragem)
“Inside Job”

Melhor documentário (curta-metragem)
“Strangers no More”

Melhor edição
“A Rede Social”

Melhor filme de língua estrangeira
“In A Better World” (Dinamarca)

Melhor trilha sonora original
Trent Reznor e Atticus Ross - "A Rede Social”

Melhor canção original
“We Belong Together”, de “Toy Story 3

Melhor curta-metragem
“God of Love”

Melhor curta-metragem de animação
“The Lost Thing”

Melhor edição de som
“A Origem”

Melhor mixagem de som
“A Origem”

Melhores efeitos visuais
“A Origem”

Melhor maquiagem
“O Lobisomem”

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Alto nível na disputa pelo Oscar, ainda bem!

Em 2011, a cerimônia do Oscar com certeza terá o melhor contingente de bons filmes dos últimos anos. Só na lista dos dez indicados a melhor filme, podemos facilmente tirar três que venceriam em outros anos, como também outros cinco ou seis teriam vaga cativa entre os finalistas.

O Discurso do Rei, A Rede Social e Bravura Indômita são grandes filmes, que tem o azar de se enfrentarem, enquanto em outras ocasiões, produções como Os Infiltrados, um bom filme, mas sem grandes qualidades para ser o “melhor”, venceu sem problemas. Azar deles, sorte nossa. Pois este ano estão sendo interessantes as apostas entre amigos ou em sites do gênero. Além disso, as principais produções estão chegando aos nossos cinemas a tempo de tirarmos nossas próprias conclusões.

Quem vencer será marcado como o filme que triunfou na disputa mais acirrada dos últimos tempos. Quem perder será lembrado por fazer parte da lista que tinha os melhores. Entre vencedores e perdedores quem ganha é o Cinema. Mostrando que é capaz de fazer filmes que podem levar milhares às salas de cinema, com a qualidade de se credenciar a receber um Oscar.

E o Oscar não vai para...



Rubens Ewald Filho: O Discurso do Bobo da corte


No último dia 30 de Janeiro aconteceu a entrega do prêmio Sag’s, onde os próprios atores elegem os melhores da TV e do cinema. Nenhuma surpresa dentre as premiações que por fim acabou sendo uma extensão do Globo de Ouro.

No entanto quem roubou a cena não foi nem Cristian Bale, muito menos Melissa Leo, melhores coadjuvantes da noite,e sim um palhaço que se acha a estrela principal desta corte glamurosa. Trata-se do crítico de cinema Rubens Ewald Filho que comentava o evento com tamanha soberba que dava a impressão de que se encontrava em seu trono particular olhando por baixo os pobres plebeus em sua vasta ignorância. A cada categoria apresentada o comentarista destrinchava seus voluposos comentários com uma minúcia irritante. E isso quando não destilava seu veneno, digno daqueles programas vespertinos de fofocas, pra cima das celebridades quando estas eram focalidas pelas lentes das câmeras.

Um Rei discursando para uma plebe, que ao seu entendimento, se via totalmente desprovida de qualquer tipo de cultura cinematográfica. Um Rei absolutista detentor da única opinião válida da noite, independente das infinidades de bobagens que possa saltar de seus lábios. A gota d’água ou o fim da picada (chamem como preferir) foi criticar, emanado com alto teor de deboche, a atriz Winona Ryder, uma das concorrentes ao prêmio de melhor atriz da TV. Ao dizer que ela é uma péssima atriz ele não só se equivocou como também deixou transparecer sua fragilidade de grande conhecedor do cinema. Como pode uma atriz com formação no teatro, vencedora do Globo de Ouro, com duas indicações ao Oscar e com o privilégio de ter trabalhado com os todos os maiores diretores do cinema atual ser considerada uma péssima atriz? Será que nosso “Rei” não parou para analisar o vasto currículo de sucessos de Winona? Ou ele desconhece a trajetória de uma das mais comprovadamente talentosas atrizes do cinema e agora da TV?

E para completar seu pequeno número, coloca a introspectiva Claire Danes como o seu grande exemplo de boa atriz. Ora, uma coisa é você ESTAR uma boa atriz outra bem diferente é você SER uma boa atriz. Esta é a diferença de Claire para Winona. A segunda já provou por diversas vezes que merece estar no hall das melhores do cinema enquanto a primeira ainda engatinha atrás de seus passos.
Depois deste lamentável equívoco fica evidente que o crítico não sabe discernir entre sua opinião pessoal da profissional e que precisa rever seus conceitos ao tecer qualquer tipo de comentário daqui pra frente. Que ele não goste de Winona ou desaprove seu comportamento na vida pessoal é até aceitável, afinal, existe uma lista de atores e atrizes dos quais não me simpatizo. Contudo para uma pessoa formadora de opinião a responsabilidade com a veracidade dos fatos tende a ser desproporcional em relação a qualquer outro. Ir de encontro a isso por pura arrogância ou questão pessoal é como deixar que um iceberg surja de repente à sua frente sem que se aja tempo de virar o timão. Assim sendo não restará para ele nem Reis, Rainhas ou Princesas neste grande Reino da Sétima Arte. Apenas um papel de coadjuvante que lhe cai feito uma luva e talvez lhe renderia até um Oscar. ”The Oscar go is to…O Bobo da Corte!

DICAS DO BLOG

VALE A PENA ASSISTIR:

O Direito de amar (A single man, 2009)
Drama. Com Collin Firth e Julianne Moore

Dilacerado pela morte de seu companheiro de longa data em um trágico acidente, professor universitário tenta manter as aparências. No entanto num dia específico
em 1962 ele se vê no limite de sua vida. O filme é indicado especialmente para aqueles que apreciam excelentes atuações. Firth está impecável numa interpretação única que lhe rendeu uma justa indicação ao Oscar de Melhor Ator. E sua parceria com (a sempre ótima) Julianne Moore rende bons mo-mentos no longa.

DESLIGUE O DVD:

Os Mercenários
Ação
. Com Silvester Stallone e a terceira idade dos filmes de ação
Guerrilheiros considerados dispensáveis enfrentam uma quadrilha de traficantes chefiada por um ditador na América do Sul.

O filme parece mais uma tentativa de Sly se aventurar na comédia depois de tantos fracassos no gênero. A parceria com o truculento Jason Stathan no que era para ser cômica, é um dos piores momentos do trhiller, que ainda tem o visivelmente cansado Dolph Loudgreen, ofegante a cada frase pronunciada. O encontro com Scwarzenegger e Bruce Willis é outro ponto alto da ridicularidade quando os fortões tentam ser engraçados. Patético! No final a clássica cena do bandido ameaçando a mocinha (a brasileira nascida no México - Gisele Itié) com uma arma na cabeça e a falta de conteúdo é suprida por uma série de explosões espetaculares e incompreensíveis até mesmo pelos maiores fãs de Sly em qualquer gênero. Uma verdadeira bomba cinematográfica!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O Discurso de Firth

Se receber o Oscar de melhor ator no domingo, Colin Firth provavelmente começará seu emocionado, ou não, discurso dizendo que jamais imaginara ganhar tal prêmio, e que trabalhou muito para chegar ao feito e blá, blá, blá. Mas a verdade é que as palavras já decoradas podem ser autênticas em alguns casos, como no de Firth.


Depois de se destacar no telefilme Orgulho e Preconceito, 1995, o ator trabalhou bastante até chegar à fama ao lado de Renee Zellweger em O diário de Bridgit Jones, onde apesar de seu esforço, esteve apenas no mesmo nível do apático Hugh Grant. Desfilou por diversos filmes de pouca expressão até conseguir um bom papel. No razoável Moça com brinco de pérola, 2003, o ator teve um bom desempenho ao lado da beldade Scarlet Johansson, o que lhe rendeu algumas boas críticas.

Mas seu destino mudou quando foi convidado a interpretar um "viúvo" no drama O Direito de amar, onde teve atuação formidável, arrancando aplausos do público e fazendo a crítica deixar o preconceito de lado e enxergar sua belíssima interpretação. Aproveitando sua excelente forma, mergulhou fundo no longa de Tom Hopper, O Discurso do Rei, revivendo o drama do Rei George VI, que por um problema com a fala, temia ter de discursar em público. Firth não imita um gago, ele simplesmente se torna gago aos olhos do público e tendo ao seu lado o experientíssimo Geoffrey Rush, mostra ao cinema todo seu potencial em uma das melhores atuações dos últimos anos.

Se ganhar o Oscar, Firth poderá começar seu discurso dizendo jamais ter imaginado estar ali, com certeza será de verdade. E verdade também que sempre foi um bom ator esperando o papel certo de clamar a todos seu discurso. Que venha então "O discurso de Firth".

OS CISNES DE NATALIE

Conciliar beleza e talento é uma das tarefas mais difícies da carreira de qualquer ator ou atriz. Ainda mais que a Academia anda exigindo sempre algo a mais dos belos rostos de Hollywood. Basta lembrar do que aconteceu com as estonteantes Nicole Kidmam e Charlize Theron. Belos espécimes tomados por uma transformação externa pra lá de radical em busca da perfeição para compor suas personagens. Para viver a escritora inglesaVirgínia Wolf em As Horas (2002), a australiana nascida no Hawaí, se apresentou nariguda e descabelada. Um ano depois foi a vez da sulafricana encarnar um verdadeiro monstro em Monster-desejo assassino (2003). Papéis nada convencionais para ambas que no final se valeram de todo seu “esforço” alcançando o reconhecimento e o merecido prêmio de melhor atriz.
Se faturar seu primeiro Oscar no próximo dia 27, a bela Natalie Portmam entrará na contramão desta lógica. Afinal sua transformação em Cisne Negro ocorreu mais necessariamente de dentro para fora do que de fora para dentro. No longa a descendente de israelenses faz o que de melhor tem feito ao longo de sua carreira. Interpretar papéis cheios de nuances que enriquece o currículo de qualquer boa atriz. A dualidade de suas personagens tornou-se sua marca registrada, fazendo com que se superasse a cada trabalho. Em V de Vingança (2005) para cumprir a missão herdada de um justiceiro mascarado tachado de terrorista , a mocinha assustada necessitava de uma mudança radical. Neste caso a exterior enfatizou a interior quando ela teve de raspar a cabeça.
Com isso conseguiu mostrar uma força que suas belas madeixas escondiam.Nascia uma justiceira em busca de vingança. Closer-perto demais (2004) foi outro trabalho que exigiu muito da bela. Uma personagem que era a síntese de uma metamorfose ambulante e mais uma vez os cabelos protagonizaram esta mudança exigida. Os negros mostravam uma jovem romântica e insegura enquanto os vermelhos uma mulher segura, extremamente sexy e provocante. Um papel que lhe rendeu sua primeira e mais do que merecida indicação ao Oscar de melhor atriz coadjuvante. Perfeito! E falando em perfeição…
Finalmente em Cisne Negro poderemos contemplar a beleza literal de uma atriz em todo seu âmbito. Natalie encontrou neste trabalho o que sua personagem busca no longa. A pefeição do equilíbrio entre os dois cisnes que pode e deve levá-la ao Oscar este ano.A mesma perfeição que sua personagem buscou durante o longa parece ter sido de Natalie durante toda carreira que agora parece ter chegado ao topo. A doce e frágil bailarina perfeccionista se transforma em uma forte e sedutora mulher bem ao modo Portman. Um raro exemplo de atriz que consegue fundir beleza com talento sem a necessidade
supérflua da Academia de desprover suas premiadas deste atributo. Vale a pena contemplar e se extasiar com a beleza do cisne branco e o talento do cisne negro.
Ambos atendendo pelo nome de Natalie Portmam.

WINONA RYDER : Garota interrompida

No auge da carreira e da juventude ela foi uma das atrizes mais requisitadas do cinema em Hollywood. Era considerada um símbolo de sua época na virada dos anos 90 a chamada geração X. Jovens que recusavam valores como dinheiro e ascensão social e os substiuíam pela incerteza. Winona Ryder sempre recusou o título de símbolo,que de fato, não abarca a amplitude de sua precoce trajetória no cinema.
Filha de um casal de escritores e editores,intelectuais da contracultura, ela nasceu em
29 de Outubro de 1971 e foi batizada de Winona Laura Horowitz em homenagem à sua cidade natal , Winona em Minnesota (EUA) e à Laura, mulher do escritor e amigo da família Aldous Huxley. O guru do LSD Timothy Leary é padrinho de Winona. Os poetas beatnik Allen Ginsberg e Lawrence Ferlinghetti eram visitas frequentes em sua casa.
Quando a família se mudou para Petaluma ainda na Califórnia, a garotinha já sabia que queria ser atriz. Dois anos depois foi matriculada no American Conservatory Theater em San Francisco. Teve aulas de interpretação, conseguiu seu primeiro agente e estreou no cinema em 1985 em A inocência do primeiro amor (1986).
Uma década depois tinha um Globo de Ouro,duas indicações ao Oscar e trabalhos com Francis Ford Coppola (Drácula de Bram Stocker /1992), Martin Scorsese (A época da inocência /1993) e Wood Allen (Celebridades /1998). Como excêntrico Tim Burton trabalhou duas vezes (Os fantasmas se divertem /1988 e Edward-mãos de tesoura /1990). Seu amigo de insônia Al Pacino, com quem costumava conversar durante a madrugada, contracenou com ela em Simone (2004) e a chamou para participar de sua primeira experiência como diretor no semi-documentário Ricardo III-Um ensaio /1996. Com Sigourney Weaver, de quem tinha um pôster no quarto, atuou em Alien-a ressurreição (1997). Em 1991 Jim Jarmusch escreveu um papel especialmente para ela em Uma noite sobre a Terra e em 1999 foi produtora e protagonista de Garota Interrompida, mas quem levou o Oscar foi a colega Angelina Jolie. Em 2001 afastou-se do cinema devido a um escândalo numa loja de grifes em Los Angeles. Foi condenada, pagou multa, realizou trabalhos comunitários e retomou a carreira em 2004 para o bem do verdadeiro público cinéfilo que se interessa mais pelo enorme e já comprovado talento desta (sempre jovem) atriz do que por fofocas a respeito de sua vida pessoal.

Fonte : coleção Cinemateca Veja de 2008 (Edward – mãos de tesoura – o conto de fadas contemporâneo do diretor Tim Burton)


WINONA E SUAS ADORÁVEIS MULHERES:

A mocinha impetuosa
( Edward – mãos de tesoura, 1990)
Neste conto de fadas contemporâneo de Tim Burtom, o amor improvável de um ser bizarro faz com que de uma moça doce e obediente se transforme em uma mulher forte capaz de enxergar nele o que os outros não veem. E em nome desse estranho amor ela acaba desafiando a todos na cidade,incluindo sua família.

A doce sedutora (Drácula de Bram Stocker,1992)
Não sei se foi seu encanto de menina ou a sensualidade de uma mulher responsável pelo nascimento de um dos maiores mitos da literatura e posteriormente do cinema mundial. No longa de Coppola, ela vive uma mulher inesquecível capaz de seduzir e enlouquecer o mais forte e temido dos homens por séculos e séculos.

A Garota Interrompida (1999)
O filme bem que poderia ser uma autobiografia da atriz e não de Suzana Kaysen – personagem homônimo ao qual interpretou. Internada pelos pais numa famosa clínica de recuperação para moças problemáticas, ela reencontra o caminho de sua vida através da troca de experiências em comum com outras internas e da força das palavras delineadas de seu diário.

FILMOGRAFIA:
A fera do Rock e Atração mortal (1989)
A volta de Roxy Carmicheal e Minha mãe é uma sereia (1990)
A casa dos espíritos (1993)
Caindo na real e Adoráveis mulheres (1994)
Colcha de retalhos (1995)
Boys e As bruxas de Salém (1996)
Outono em Nova Iorque (2000)
A herança de Mr.Deeds e Maldito coração (2004)
O homem duplo (2006)
As muitas mulheres da minha vida (2007)
When love is not enough (TV /2010)
Cisne Negro (2011)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Western hoje, só com os Coen

Se os fãs de John Wayne aprovaram a adaptação do clássico que lhe deu o único Oscar da carreira, isso é outra conversa. A questão é que novamente os irmãos Coen fizeram os fãs de western matarem a saudade de assistir a um excelente filme do gênero. Mas sem, é claro, deixar de lado as peculiaridades que fizeram de seu cinema cultuado em todo o mundo.
O gênero dominava Hollywood, principalmente entre as décadas de 30 e 70, e que tornou os estúdios poderosos, e ainda criou mitos como o já citado Wayne. Porém, chegada a era das aventuras 3D, o bom faroeste ficou sem espaço. Filmes como "No Tempo das Diligências", 1938, já não tem mais a oportunidade de serem apreciados. Seria o fim? Quase. Pois se depender de Joel e Ethan Coen o gênero jamais morrerá.
Com Bravura Indômita, os diretores mostraram que ao os únicos capazes de fazer um bom western, além de inserirem seu estilo, sem deixar a magia nativista da época de John Ford desaparecer. O filme é um modelo diferente de Onde os Fracos não tem Vez, que tratava o estilo com mais modernidade e violência. Porém Bravura Indômita preza mais o bom texto, com personagens simbólicos e a exuberante ambientação. Por falar nisso, a parte técnica é um show à parte, principalmente fotografia, favorita a faturar o prêmio da Academia.
Essa versão é melhor do que a original, e com todo respeito a John Wayne e Kim Derby, os atores desta adaptação estão bem melhor também. Jeff Bridges e Haille Steinfield enchem a tela com atuações memoráveis. Então viva o irmãos Coen, que com uma incrível bravura mantém esse gênero vivo, fazendo milhões de fãs de western se satisfaçam e tenham cada vez mais orgulho do cinema que deu a vida para Hollywood, e foi esquecido por quase todos.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Melhor Atriz Coadjuvante


Amy Adams (O Vencedor)
Helena Bonham Carter (O Discurso do Rei)
Melissa Leo (O Vencedor)
Hailee Steinfeld (Bravura Indômita)
Jacki Weaver (Reino Animal)

Esquecidas:
Mila Kunis e Barbara Harshey (Cisne Negro)

Acertos do blog: 4 acertos

Favorita: Melissa Leo (O Vencedor)

Apostas do blog: Melissa Leo (Paulo Silva) / Helena Bonham Carter (Flávia Silva)

Comentários: Melissa Leo está com tudo e não era para menos. Em meio a excelentes atuações, ajuda Christian Bale a sufocar Mark Whalberg. E olha que ainda teve de superar Amy Adams. A jovem que já coleciona a sua terceira indicação em cinco anos será a grande estrela do futuro. Por enquanto terá de se conformar e ajudar Leo a receber seu primeiro Oscar. Helena Bonham Carter, assim como Geoffrey Rush, dá suporte à Colin Firth em O Discurso do Rei, mas está no lugar certo, no ano errado. Hailee Steinfeld é a juvenil da lista, outra marca registrada da Academia, mas não incomodará. Jackie Weaver apareceu do nada! Ninguém viu e ninguém sabe de sua personagem, todavia deve ter trabalhado muito bem para ter deixado Kunis e Harshey de fora da lista.

Apostas do blog para Oscar 2011

Melhor Ator Coadjuvante


Christian Bale (O Vencedor)
John Hawkes (Inverno da Alma)
Jeremy Renner (Atração Perigosa)
Mark Ruffalo (Minha Mães e Meu Pai)
Geoffrey Rush (O Discurso do Rei)

Esquecidos: Andrew Garfield (A Rede Social)

Acertos do blog: 2 acertos

Favoritos: Christian Bale (O Vencedor)

Apostas do blog: Geoffrey Rush (Paulo Silva) / Christian Bale (Flávia Silva)

Comentários: Os dois certos na disputa eram Rush e Bale. Na ciranda de outros cinco, se salvaram Renner, Ruffalo e Hawkes. A surpresa ficou por conta de Mark Ruffalo, que esteve muito bem em Ilha do medo, e parecia longe de ter uma chance. O jovem Jeremy Renner vem mostrando que não é só mais um, já que Atração Perigosa parece não ser um filme que chame a atenção da Academia. A intensidade dramática de Inverno da Alma carregou Hawkes até a aqui, mas não será páreo. Foi uma injustiça com o jovem Andrew Garfield, que se mostra tão bem quanto Einsenberg. Christian Bale está com as duas mãos na estatueta, entretanto ainda acredito na vitória de Rush, devida à sua intensa contribuição para o sucesso de O Discurso do Rei.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Apostas do blog para o Oscar 2011

Melhor Ator


Javier Bardem (Biutiful)
Jeff Bridges (Bravura Indômita)
Colin Firth (O Disurso do Rei)
Jesse Eisenberg (A Rede Social)
James Franco (127 Horas)

Esquecidos: Robert Duvall (Get Low) e Leonardo Di Caprio (Ilha do Medo)

Acertos do blog:
3 acertos

Favoritos: Colin Firth (O Discurso do Rei)

Apostas do blog: Colin Firth (Paulo Silva) / (Flavia Silva)

Comentários: A Academia adora os figurões das antigas e foi muito estranho a não indicação de Robert Duvall. Porém acho que não chega a ser injustiça os cinco escolhidos. Jeff Bridges passou 40 anos sendo esquecido, será que agora ganhará por dois anos seguidos? Parece que Firth está invencível. Bardem, Einsenberg e Franco, apesar de estarem muito bem, podem se contentar em estarem presentes. Já Mark Whalberg, foi sublimemente sufocado por seus coadjuvantes. Ele sim seria uma injustiça entre os cinco.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Apostas para o Oscar 2011

Melhor Diretor

Darren Aronofsky (Cisne Negro)
David O. Russell (O Vencedor)
Tom Hooper (O Discurso do Rei)
David Fincher (A Rede Social)
Joel Coen e Ethan Coen (Bravura Indômita)

Esquecido: Christopher Nolan (A Origem)

Acertos do blog: 4 acertos

Favoritos: David Fincher (A Rede Social) e Tom Hooper (O Discurso do Rei)

Apostas do blog: David Fincher (Paulo Silva) / (Flavia Silva)

Comentários:
O erro do blog na verdade foi um equívoco da Academia. O absurdo de Nolan não ter sido indicado nos faz pensar o porque de Stanley Kubrick não ganhou nenhuma vez. A vaga dele está sendo ocupada por David O. Russel, que dirigiu um filme bem menor que a atuação de seus atores. Contudo a vitória fica com David Fincher pelo sua direção impecável no moderno A Rede Social.

DARREN EM BUSCA DA PERFEIÇÃO

Darren Aronofsky acerta a mão e finalmente consegue emplacar um bom filme com a fantasia-terror Cisne Negro, além de se firmar como um diretor que faz de seus protagonistas, espetaculares.

Não é de hoje que o marido de Rachel Weisz vem tentado se aperfeiçoar em uma trama que conseguisse desfragmentar o ser humano. Sua primeira tentativa foi em Réquiem para um sonho (2000), onde o tema principal foram as drogas. Entretanto isso não seduziu público e crítica. Talvez pelo fato de tema já ter sido garimpado anos antes pelo excelente Trainspotting (1994) de Danny Boyle. Ficou afastado por oito anos até retornar em O Lutador (2008), este sim com um tema original, que tentava desmembrar a personalidade de um lutador de vale-tudo, que havia perdido a fama e o amor de sua filha. O filme dividiu opiniões e tirou do mundo das sombras Mickey Rourke, em interpretação que lhe valeu uma indicação ao Oscar e um prêmio Globo de Ouro. Mas ainda faltava algo. Sua técnica peculiar, o Hip Hop Montage (na qual altera a velocidade da cena de acordo com a necessidade dramática), não havia conseguido uma identidade. Contudo em Cisne Negro o diretor finalmente cria uma sincronia perfeita em sua montagem e o roteiro. Em um filme excelente, ele consegue equilibrar luz e trevas com uma direção de arte que sugere a todo tempo o maniqueísmo que envolve a personagem Nina. A obscuridade da procura da bailarina pelo equilíbrio psicológico foi essencial para que Darren convencesse a crítica de que aprendeu muito, e ainda de quebra, conseguiu uma indicação ao Oscar por direção.
O tema permitiu que o diretor brincasse com sua montagem, ministrando doses certeiras de drama, terror e fantasia, sem que perdesse o fio condutor e deixasse que um dos gêneros se sobressaísse. Bom para Natalie Portman, pois nos filmes de Aronofsky, quase tudo depende do protagonista. Seu desempenho pode desencadear o sucesso ou o fracasso do longa, além de poder colocá-lo entre o cinco indicados da categoria ao Oscar. A prova disso é que todos seus protagonistas conseguiram o feito, Ellen Burstyn em Réquiem para um sonho, Mickey Rourke por O Lutador , e agora Natalie Portman por Cisne Negro. Esta favoritíssima a levar o prêmio. Não era para menos, já que a condução cinematográfica do filme se vale muito da sensação-expressão, deixando a atriz muito mais em evidência. Se é bom para os atores, é ruim para o diretor. Aronofsky supervaloriza sua personagem central a ponto de eleva´-la a um nível maior do que seu filme pode atingir. Esse é o único ponto falho de Cisne Negro. O show de Portman ofusca o brilho do belo filme, se tornando maior do que a própria produção. Entretanto, na busca pela perfeição de seus filmes, talvez falte para o diretor despertar seu “lado negro” e pensar em um meio de atingir a perfeição. A julgar pelo seu salto de qualidade do primeiro para o terceiro, não seria inteligente duvidar que consiga se aproximar mais ainda da perfeição.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Apostas para o Oscar 2011

Melhor Filme
Cisne Negro
O Vencedor
A OrigemMinhas Mães e Meu Pai
O Discurso do Rei
127 Horas
A Rede Social
Toy Story 3
Bravura Indômita
Inverno da Alma
Esquecidos: Nenhum

Acertos do blog: 10 acertos

Favoritos: A Rede Social e O Discurso do Rei

Apostas do blog: O Discurso do Rei (Paulo Silva) / (Flávia Silva)

Comentários: Nesta categoria não tinha como haver surpresas. Uma pena a Academia ter optado por este formato, apesar de “democratizar”, tira a emoção das apostas e torna a categoria previsível. A Academia terá de se decidir entre o tradicionalismo de O Discurso do Rei e a modernidade de A Rede Social. Mas quem acompanha o Oscar, sabe que não são muito chegados à modernidade.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A reinvenção de Jeff Bridges

Há quase um ano, Jeff Bridges subia ao palco da festa de premiação mais glamurosa do cinema emocionado (e emocionando) ao relembrar sua carreira de altos e baixos. O veterano ator de 62 anos dizia nunca ter imaginado aquele momento e achava que nunca estaria ali. E não só ele, muitos críticos achavam que seu tempo tinha passado, ignorando seu trabalho nos últimos anos.
Depois de despontar no metalingüístico A última sessão de cinema (1971), de Peter Bogdanovich, teve uma grande ascensão na carreira e passou a ser procurado por diretores importantes principalmente depois de O último golpe (1974), no qual arrancou a segunda indicação ao Oscar de sua, até então, curta carreira. Foi escalado como protgonista de vários sucessos dos anos 80, entre eles, Tron (1981), Starman (1984), no qual obteve mais uma indicação, agora como ator principal, e ao lado de Michelle Pfeifer em Os Fabulosos Baker Boys, em 1989. No início da década de 90 não perdeu o embalo e fez um de seus mais notórios personagens, Jack Lucas em O Pescador de ilusões (1991). Com O Grande Lebawski (1994), teve seu primeiro trabalho com os Irmãos Coen, e em 2000, apesar de ter recebido mais uma indicação como coadjuvante ao Oscar por A Conspiração, já dava sinais de que seus dias de protagonista estavam acabando.
Na década passada, foi pouco notado por público e crítica pelos seus papéis em K-Pax: O caminho da luz (2001), Seabiscuit – Alma de herói (2002) e Tideland (2005). Parecia que a tendência de sua carreira fosse de coadjuvante a pequenas aparições. Porém Jeff Bridges não estava morto. Com Scott Cooper conseguiu a chance de provar que seu talento não se apagara com o tempo. Mas a tarefa não seria fácil, e para provar que ainda podia ser o astro principal de um grande filme, teria de cantar, tocar e dar o melhor de si. Era um desafio imenso, que ele não decepcionou. Na pele de um cantor country em fase decrescente da carreira (qualquer semelhança foi mera coincidência), ele assim como seu personagem deu a volta por cima, arrancou aplausos do público e suspiros da crítica em Coração Louco (2009) . Provou que nunca é tarde para recomeçar, e também que quem é rei, nunca perde a majestade. Em 2010, confirmando sua fase excepcional, voltou a trabalhar com os irmãos Coen (Bravura Indômita), e mesmo com outro desafio, interpretar o mesmo personagem que deu o único Oscar da carreira do mítico John Wayne, não deixou por menos e arrancou mais uma indicação ao prêmio, e sendo o único a tirar o sono do favorito Colin Firth.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

ALÉM DAS TELONAS

AUDREY HEPBURN
Mais que uma bonequinha de luxo
Por Flavia Cristina Silva

Ela surgiu em Holywood numa época em que fisicamente parecia não ter a menor chance de competir com as loiras deslumbrantes e sedutoras como Marlyn Monroe e Kim Novak. Mas Audrey tinha armas notáveis e com elas provocou uma revolução em já em seu primeiro filme norte-americano A Princesa e o Plebeu (1953). Talvez fosse à srena beleza facial ou quem sabe sua personalidade marcante. Ou, ainda a classe, elegância, doçura, talento…Provavelmente foi a soma de tudo que fez desta estrela aos 24 anos se tornar um símbolo de classe e de feminilidade nas telas.
Nascida em Bruxelas (Bélgica) em 04/05/1929 , Edda Van Heemstra Hepburn-Ruston, filha de uma baronesa holandesa Ella Van Heemstra e do importador inglês J.A.Hepburn-Ruston Educada em Londres estudou balé desde criança e estava em Mônaco participando de um filme quando a escritora francesa Collete a conheceu e recomendou-a ao produtor Gilbert Miller para o papel de Gigi na montagem da Broadwaay em Novembro de 51. No ano seguinte foi a vez do diretor Wilham Wyller a convidá-la para viver sua princesa. Wyler a dirigiu também em outros dois filmes. Daí em diante sua galeria de sucessos foi-se estendendo à medida que seu talento foi ficando notável. Ficou a marca de uma mulher refinada, suave, às vezes frágil e sempre cheia de charme e elegância.
Em 1989 ela foi nomeada embaixadora da ONU especializada nos problemas da infância. Ela viajou pelo mundo supervisionando e divulgando suas atividades pelo mundo. Também em 89 retornou ao cinema onde estava afastada para estrelar um filme de Steven Spielberg, Além da eternidade, no papel muito apropriado de um anjo.


Audreys em Audrey:

A PRINCESA e o plebeu (1953)

Linda e “glamurosa” ela surge no papel que mais lhe parece autobiográfico. Uma princesa que cansada da monótona vida na corte foge para a cidade se mesclando com a plebe. Lá encontra um jornalista ambicioso que pensa ter ganhado sua maior matéria.


A NOVIÇA REBELDE Uma cruz à beira do abismo (1959)

Ela nunca esteve tão radiante no papel de uma noviça que sente as dificuldades dentro do processo em se tornar uma freira. Sua alma cativante foge às convenções do convento e um grande dilema se abate sobre ela. Aqui temos uma amostra do grande talento da es-trela.

A BONEQUINHA DE LUXO (1961)

Talvez seu filme mais citado pelos fãs por se tratar de uma alusão a algumas das estre-las de Hollywood. Uma lista que certamente a exclui. Neste filme baseado no livro de Trumam Capote, ela vive uma moça amargurada que esconde um passado oprimido através de uma imagem magnífica de uma garota que tem como objetivo conseguir um noivo rico que possa sustentá-la. Aqui nos deparamos com o talento de Audrey para a comédia.


A QUERIDA DAMA My fair Lady (1964)

Neste filme inspirado no musical da Broadwaay vimos interpretar seu melhor papel que certamente a levaria ao Oscar se os senhores da famosa Academia tivessem uma percepção melhor das coisas. De uma simples florista beirando a vulgaridade ela se transforma numa refinada dama com a ajuda de um arrogante professor de entique-ta. Vencedor do Oscar de melhor filme, o trhiller muito se deve a ela que se dedicou
tanto ao papel a ponto de mostrar seus dotes como cantora.



Outros filmes de sua carreira:

Sabrina (1954)
Guerra e Paz (1956)
Cinderela em Paris (1957)
Amor na tarde (1957)
Infâmia (1962)
Charade (1963)
Como roubar um milhão de dólares (1966)
A herdeira (1979)
Muito riso e muita alegria (1981)
Amor entre ladrões (1987)

ALÉM DAS TELONAS

O CÓDIGO DA VIDA Por Flávia Cristina Silva

“Por que precisa ser humano ou divino? Talvez o humano seja divino.”
Robert Langdon

Robert Langdon (Tom Hanks) é um simbologista que tende a correr contra o tempo para solucionar misteriosos assassinatos envolvendo um grande segredo ocultado pela poderosa Igreja Católica. Com a ajuda de Sophie Neveau (Audrey Tautou) uma mulher intimamente ligada ao processo e a pistas deixadas pelo famoso artista ele cumpre sua missão neste thriller baseado na obra-prima de Dan Brow O código Da Vinci.
Thomé, um dos doze, junto aos apóstolos reunidos no tabernáculo três dias após a morte de Jesus não acreditou no relato de sua ressurreição e então pediu para ver e mais especificadamente tocar suas feridas como uma prova, um fato concreto. Assim sendo teve seu desafio atendido pela presença em pessoa do Senhor e diante de sua imagem e de
ter tocado suas feridas,o apóstolo antes descrente passou a crer.”Você acreditou porque viu.Felizes são aqueles que acreditam sem ver.” (João cap.20,29). Sob este pilar nascia a maior religião do mundo comandada por uma das mais influentes instituições do planeta.
A Igreja Católica teve início com a ressurreição de Jesus e a missão conferida por ele em pessoa aos seus mais fiéis discípulos segundo nos mostra o príncipio do Ato dos Apóstolos, um dos livros mais instigantes da Bíblia. Esta missão consistia em evangelizar todos os povos do planeta tendo como escudo o amor ao próximo e a privação dos bens materiais. Foi partindo deste princípio que Pedro - o primeiro Papa - e seus companheiros fundamentaram a pedra na rocha difundindo os ideais em comum com seu Mestre.
A Igreja que Jesus sonhou era uma comunidade de pessoas que dividiam o amor e partilhavam o pão da amizade. Tudo transcorria na mais perfeita harmonia. O que era meu
era seu ou vice-versa.Todos eram ligados pelos laços indestrutíveis atados pela crença no filho de Deus. A comunidade se espande e junto com ela surge um grande poder de influência sobre os povos. No entanto à medida que este poder vai crescendo, cresce também a necessidade de transformar esta comunidade em instituição. Como tal uma insti-tuição deve ser regida por leis, regras inflexíveis sob o conhecido pretexto de manter a ordem. Era necessário que o poder antes partilhado fosse canalizado para um seleto grupo de líderes a fim de conter a anarquia política e religiosa que imperava naqueles tempos. Um poder forte e ascendente como este não poderia ser simplesmente indexado. E assim se sucedeu por eras e eras que testemunharam este poder nas mãos de poucos “escolhidos” se fortalecerem a custo de várias batalhas. Religiosas ou não.
Ao longo de toda história da humanidade a Igreja sempre esteve presente pendendo tanto para o Bem ou quase sempre para o Mal quando agia em comum a seus intereses que nem de longe lembravam os ideais pelos quais se edificara. Seus líderes começaram a entender que apenas conceitos abstratos não seriam suficientes para sua expansão.
Se nos primórdios de sua existência estes mesmos conceitos foram “usados” com maestria para difundir seus princípios, agora serviriam como escada para um novo patamar.
A instituição assume um caráter político de grande força sustentada pelo poder da FÉ difundida por todo o mundo. Esta, alimentada pelo temor a Deus, coloca a Igreja como ponte de salvação para os pobres e oprimidos da época. Uma inevitável aliança com os grandes líderes da época faz dela um mecanismo de poder sobre as massas.
Fez-se assim a chamada Idade das Trevas onde ser o Papa era o mesmo que sentar no trono do Rei ou Imperador. Muitos pagaram por sua ousadia sendo todos condenados ao “inferno” orquestrado pelo chamado Tribunal da Santa Iquisição ou a face mais assustadora daquela que deveria pregar o amor e a misericórdia incondicionalmente. Uma a uma as congregações ou sociedades secretas contrárias ao seu domínio caíram diante de seu poder. Dos Iluminattis aos Cavaleiros Templários todos serviram a seu propósito dentro de seu tempo e espaço.Atos que hoje a nossos olhos leigos parecem injustificá-veis naquela época pareciam perfeitamente legais. As Cruzadas, que empunhavam uma bandeira com a Sagrada Cruz de Cristo à frente de suas barbaridades, a caça às bruxas, que vitimou milhares de mulheres, as grandes missões, usadas como justificativas para posse de territórios recém descobertos. Como contestar todos eles se tudo era em nome da fé e de Jesus, o Cristo. Este é um capítulo à parte dentro da nossa história.
A mistificação em torno da pessoa do Cristo fazendo dele um ser divino entre os ho-mens é a fonte do poder da Igreja na Terra. Um ser divino nascido do ventre de uma virgem da Galiléia chamada Maria e criado por José, um humilde carpinteiro. Esta seria uma forma de aliança entre Deus e os homens. O que para ela é um dogma, ou seja, algo incontestável, para nós se apresenta de uma forma contrária à medida que desvendamos fatos ocultados na história protagonizados por esta mesma instituição. A divindade de Cristo é a pedra fundamental pela qual a Igreja foi edificada e se este dogma ultrapassar os limites da contestação e perder sua credibilidade, a rocha se partiria e tudo que a ins-tituição representa seria engolido pelas areias do tempo e da história.
O Código Da Vinci, um dos maiores best sellers da história, não delineou suas páginas através de uma perseguição insensata de um herege. Ele foi alimentado por fatos concretos interpretados por um escritor comprometido com as questões da humanidade e que por acaso teve a Igreja como o centro destas questões. Ao relatar um Jesus humano ca-paz de ter descendentes, o livro não nega a divindade do fundador da religião. Pelo contrário. Através do filme de Ron Howard ele reforça a idéia de que Jesus mesmo sendo apenas humano foi capaz de se tornar um dos maiores líderes da história munido apenas do amor ao próximo pregando a Paz. Um exemplo de ser humano extraordinário capaz de guiar uma multidão de pessoas pelos caminhos do Bem e da Justiça. E o que é mais divino do que isto?
A divindade se encontra no Amor, no desejo de Paz e na Solidariedade que cada um de nós tem que ter uns para com os outros. Não é preciso que transformemos a água em vinho já que nem mesmo Gandhi ou Mandela conseguiram operar este milagre divino. Basta observar o que ambos fizeram pela humanidade para concluir que qualquer um
de nós somos capazes de operar qualquer tipo de milagre desde que estejamos enganja-dos nos ideais de Cristo e em sua incontestável fonte de inspiração.
O verdadeiro poder não se encontra num templo nas mãos de terceiros de uma falha instituição. Encontra-se dentro de cada ser humano. Um livro recheado de páginas com seus inúmeros códigos na maioria das vezes ainda indecifráveis. Entretanto para nós basta decifrarmos apenas um deixado por um Jesus seja ele humano ou divino. Nem é preciso ser um famoso simbologista ou uma descendente direta do Salvador para entender sua mensagem. O código da vida.