Beautiful creatures, 2013. Dirigido por Richard LaGravenese. Com Alden Ehrenrich, Alice Englert, Jeremy Irons, Emma Thompson e Viola Davis.
Nota: 6.2
Depois que Stephanie Meyer
conseguiu milhões de fãs com seu romance sobrenatural teen, diversos escritores se embrenharam por este novo gênero literário.
Quando suas histórias ganharam as telonas, um novo gênero cinematográfico para
o público infanto-juvenil também nasceu e chegaram a sua companhia Percy
Jackson e o recente Jogos Vorazes. Agora, chegou a vez de Dezesseis Luas, de Margaret Stohl e Kami Garcia, ganhar sua
versão cinematográfica, com bruxarias e paixão.
Ethan Wate (Alden Ehrenrich) vive na pacata Gatlin e vem
tendo estranhos sonhos com uma jovem que não conhece. Quando Lena Duchannes
(Alice Englert) chega à escola onde estuda, sente uma estranha atração por ela,
que logo descobre se tratar da desconhecida com quem andava sonhando. Eles se
apaixonam e a jovem revela seu grande segredo: ela é uma conjuradora (uma
espécie de bruxa), que possui poderes, e está prestes a completar dezesseis
anos. Mas, a presença de sua sombria mãe Sarafine (Emma Thompson) e uma
maldição revelada por seu tio Macon (Jeremy Irons) podem levá-la ao mundo das
trevas.
Nada é novo em Dezesseis
Luas, que parece uma colcha de retalho dos outros romances juvenis que
superlotaram salas de cinema nos últimos anos. Um dos protagonistas é estranho,
se descobre poderoso, apaixona-se por outro e revela a ele seu segredo. Mas, em
comparação ao seu antecessor, a Saga Crepúsculo, traz um grau maior de
obscuridade, e dá menos ênfase ao enlace romântico, tal qual acontecia com
Edward e Bella. Porém, há momentos onde o roteiro é apressado, incompreensível,
e muita coisa que deveria ficar claro, passa em branco aos olhos do público.
Ao contrário das outras obras, Dezesseis Luas apresenta um teor de humor negro bem elevado, apesar
de na maioria das vezes não funcionar como era esperado. A trama em volta dos
poderes da moça e de sua condição de conjuradora prestes a se tornar “maior de
idade”, correndo o risco de se tornar uma serva das trevas é interessante, com
potencial para uma grande produção. Mas o que se percebe é que não há uma
motivação cinematográfica por trás do filme, apenas interesses de hipermídia
que poderão vir junto com um possível sucesso do longa.
Os protagonistas interpretados por Alden Ehrenrich e Alice
Englert não carregam o glamour que desde o primeiro filme perseguiram Kristen
Stewart e Robert Pattinson, apesar de demonstrarem ter mais recursos que o
famoso casal, não rola a tal química que os jovens tanto falam. Seja lá
o que tenha motivado as presenças de Jeremy Irons, Emma Thompson, ambos
vencedores de Oscar, e Viola Davis, indicada ano passado, foi o que salvou a
produção de ser totalmente desinteressante. O mínimo que fazem em cena já é
absolutamente suficiente para ser o alento ao enfado que domina o público já na
metade da exibição.
Perante a um resultado tão
insosso, a intenção de preencher a lacuna deixada por Edward e Bella não
vingará e a sequência pode nem sair do papel, ainda mais com o lançamento da
segunda parte de Jogos Vorazes prevista para o fim deste ano. Se isso acontecer,
talvez seja um mártir necessário para que o cinema americano pare de insistir
neste gênero fast-food, destes que é
lançado na forma literária com a intenção de chegar às telonas. Sem mística,
sem conteúdo, totalmente dispensável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário