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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Rascunho do Oscar

E o SAG foi entregue, Ernest Borgnine foi homenageado, e os principais favoritos ao Oscar já deram as caras. Depois de me emocionar ao ver o eterno Marty de pé no alto de seus 94 anos, com os olhos marejados, recebendo a homenagem especial da noite, acompanhei o rascunho da festa da Academia, no dia 27 de fevereiro.
Colin Firth e Natalie Portman parecem invencíveis e provavelmente irão faturar a primeira estatueta de suas carreiras. Melissa Leo está irresistível, só por uma grande injustiça não vencerá. Ainda acho que o peso de seu personagem na trama fará Geoffrey Rush superar Christian Bale, é difícil, mas não impossível. Para filme, O Discurso do Rei terá mais força que A Rede Social, mas na categoria diretor acredito na vitória de David Fincher.

sábado, 29 de janeiro de 2011

A dualidade da geração Y

No auge da Cibercultura, David Fincher explora a incoerência da geração Y, e reflete sobre até onde a tecnologia afastam as pessoas, tendo como personagem central o maior símbolo da sociedade informatizada.


Não é dificil de entender A Rede Social, é um filme sobre o universo jovem, repleto de festas, consumo de drogas e sexo casual. Só que diferentemente da maioria dos longas com esta premissa, o roteirista Alan Sorkin insere um contexto moderno explorando a mais célebre ferramenta da era globalizada, a rede social. A partir da conturbada concepção da mais famosa delas, o Facebook, o roteiro coloca lado à lado a "amizade" virtual e a real, mostrando sem pudores como Mark Zuckerberg, um dos criadores e dono do site de relacionamentos, conseguiu 500 milhões de amigos virtuais e perdeu os poucos amigos de verdade em julgamentos milionários.
A direção segura de Fincher o permite condensar o filme de forma que não se torne cansativo e muito menos preso ao universo do site. A intenção, muito bem explícita, é mostrar a dualidade da nova geração, sedenta por interagir com o mundo inteiro, porém cada vez mais individualista e excentrico. Mark ignorou tudo e a todos apenas para fazer o que acha que é certo, evidenciando a leviandade de seu caráter, que muitos podem desaprovar, mas que o mais corriqueiro comportamento do mundo atual.
Seus diálogos ágeis e as interpretações formidáveis dos jovens atores Jesse Eisenberg (indicado ao Oscar) e Andrew Garfield dão uma incrível veracidade ao longa. O diretor finalmente poderá ser reconhecido pela sua sensibilidade em explorar o comportamento humano,e mesmo que A Rede Social não seja melhor que O Curioso caso de Benjamin Button, com certeza é o grande símbolo da modernidade que chegou ao cinema.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O Cinema segundo Orson Welles

No final da década de 30 o cinema americano atingia até então o seu ápice com produções de grande importância e influência para o desenvolvimento da chamada “sétima arte”. Filmes como o naturalista “No tempo das diligências”, de John Ford, o otimista “Do mundo nada se leva” do adorado Frank Capra, e o musical reverenciado por gerações “O mágico de Oz” dirigido por Victor Fleming e responsável pelo debute da estrela Judy Garland, marcaram para sempre seus respectivos gêneros. Mas o grande marco do cinema clássico hollywoodiano foi, com certeza, “E o vento levou”, também de Fleming, e assim como os citados, de 1939.
Foi um grande sucesso de bilheteria por anos, e mostrava que depois da grande depressão que se abateu sobre os Estados Unidos em 1929, o país estava se recuperando. Era impossível pensar que o cinema produziria algo mais significativo, não à toa já era considerado o melhor filme já feito, e assim seria até o fim dos tempos. Entretanto o reinado do filme de Victor Fleming duraria apenas dois anos. Em 1941 o mundo conheceu Orson Welles e a sua epopéia do magnata da imprensa Charles Forster Kane em “Cidadão Kane”.
A grande maioria dos críticos americanos e europeus consentem que o filme foi e será o melhor e mais importante que o cinema já produziu. As inovações técnicas como a profundidade de campo, a introdução do plongeé e o contra-plongeé, o rebaixamento de teto dos cenários foram só alguns de uma infinidade de detalhes que revolucionaram a arte de se fazer cinema. Além das técnicas inovadoras, o roteiro também se desenvolveu de forma singular já que não seguia os clichês básicos vistos até então nas salas de projeção. Charles Forster Kane foi o primeiro grande anti-herói do cinema americano: não era galã e muito menos um bom moço.
Mas nem tudo foram flores. Para chegar ao reconhecimento que o faz carregar o peso de ser o maior de todos, a obra de Welles sofreu com polêmicas e com a indiferença. Teve o seu lançamento quase embargado pelo “Kane” da vida real, o empresário William Hearst, que chegou a processar o diretor por ter se inspirado nele para conceber o magnata da ficção. Além disso, foi ignorado nas principais premiações, entre elas a maior de todas, o Oscar entregue pela Academia das artes cinematográficas desde 1929. Talvez o estranhamento por tudo de diferente que foi apresentado no filme tenha causado essa ojeriza instantânea.
Foi premiado inquestionavelmente com o Oscar de melhor roteiro, porém o gênio Welles foi ignorado como diretor e ator. Mas os olhos da crítica não tardaram a lhe fazer justiça. Começou a ser estudado por teóricos e reconhecido por outros diretores. Produções posteriores começaram a aderir suas técnicas, entre elas o maior sucesso do cinema de Hollywood, “Casablanca” (1943), de Michael Curtiz. No longa, algumas características de Welles são introduzidas, o tornando cinema de mais alto nível. Além disso, um dos movimentos mais importantes, o neo-realismo italiano, só fez de suas obras grandes painéis da sociedade italiana pós-guerra, devido ao advento de 1941.
Se é o melhor de todos os tempos, isso é uma questão de ponto de vista. Entretanto é indiscutível que “Cidadão Kane” foi o mais importante. Sua concepção jogou por terra a capa conservadora que mantinha o fordismo em que se encontrava o cinema americano. A linguagem cinematográfica que Griffith começou, Eisenstein certificou, Welles inovou. Foi o grande “messias” da sétima arte, que assim como Cristo foi ignorado para depois ser contemplado. A diferença é que o diretor viveu para ver o cinema mudar a partir de sua obra. Sorte de quem hoje pode assistir aos bons filmes graças a ele. Azar da Academia que terá que se lembrar para sempre que não premiou o melhor já feito.

Não é mais um “Favela Movie” brasileiro

“Não é mais um Favela movie”. Assim se resume a crítica do Bonequinho do jornal O Globo sobre o filme “Tropa de Elite 2: O inimigo agora é outro”, seqüência do sufocante thrilher de José Padilha, vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim, e campeão de pirataria de 2008. E ele fala a verdade. O longa ganhou um “plus” especial no roteiro, deixando de lado os traficantes e mostrando quem realmente comanda o crime organizado no Rio de Janeiro.
O alarde causado pelo seu lançamento se condensou em um enorme sucesso de bilheteria. Poucos se decepcionaram com o novo rumo do ex-capitão Nascimento, que agora enfrenta inimigos blindados pela farda e pela gravata. Mesmo assim, o novo super herói brasileiro não se deixa abater e bate na cara de deputado para fazer justiça. Esse tema faz de “Tropa 2” um filme politizado, mas, com a mesma carga de tensão que conduzira o primeiro ao extraordinário sucesso.
Entretanto, tem de se dar a Wagner o que é de Wagner. O ator prova que é um dos grandes ícones do nosso cinema conduzindo um personagem mítico por outros caminhos, sem perder o fino de sua interpretação. Moura não só mantém a forma como a aperfeiçoa. Consegue um incrível equilíbrio entre o brucutu que espanca corruptos e o pai que sofre pelo filho. Claro que não há como esquecer a excelente interpretação de André Matos. O cômico cria uma mescla de Renan Calheiros e José Luiz Datena, dando origem a seqüências impagáveis. Se Padilha fez o melhor filme brasileiro desde Cidade de Deus, só o tempo dirá. Mas com certeza acenou para uma nova ideologia para o nosso cinema: o conteúdo político. Em tempos que o cinema nacional nem de longe lembra os áureos tempos de Glauber Rocha e seus companheiros do internacionalmente conhecido Cinema Novo, “Tropa 2” desponta como uma nova opção no cenário nacional, e merece respeito como filme e como arte

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Reconhecimento merecido

Com A Origem, Christopher Nolan consegue inserir na cabeça dos críticos seu talento

É admirável a capacidade de Chris Nolan trabalhar com temas complicados, ou supostamente complicados. Entretanto em A Origem, sua intenção não é testar o nível intelectual de ninguém, mas mergulhar mais uma vez no quebra cabeça paradoxal do intelecto humano. A exploração do sonhos é uma trama tão inteligente e desafiadora quanto um enigma inscrito na pele de um homem portador de uma rara falta de memória.
A comparação com Matrix chegou a ser cogitada, e é válida para quem não acompanha o trabalho do diretor. Ele não quis revolucionar o áudio-visual, e sim, apenas transformar sonhos em realidade. Quem viu suas duas franquias do "Homem Morcego", atestou que o foco principal não foi a parafernália hi-tec que o herói carrega, nas cenas de ação espetaculares (e muito bem feitas) e muito menos na fantástica atuação do falecido Heath Ledger como o caótico Coringa. O interesse de Nolan sempre foi o estudo do lado humano do Morcego, o quanto ele pode ser poderoso e ao mesmo tempo vulnerável como qualquer ser humano. O ladrão de segredos Cobb é um "Cavaleiro das Trevas” sem o uniforme, um homem forte, cheio de astúcia, mas inteiramente falível perante os fantasmas que o assombram.
Assistindo mais de uma vez espectador terá a certeza de que não se trata de um mero sinônimo de Matrix auxiliado pelo talento de seu diretor, e sim uma obra de arte dos tempos modernos, uma convergência de ação, sci-fi, e drama. É um representante do restrito grupo de filmes amados pelo público e elogiados pela crítica que o considerou como melhor filme do ano. Basta saber se os "profissionais" da Academia reconheçam seu belo trabalho e desta vez lhe dê o reconhecimento que merece pagando a dívida moral que ficou pendente depois da vexaminosa indiferença ao seu O Cavaleiro das Trevas.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Prévia do Oscar? Será?

É um fato. A Rede Social de David Fincher é um dos grandes filmes do ano, presentes em todas as premiações do ano, principalmente nas categorias filme, diretor, ator (Jesse Einsenberg) e roteiro, que no Oscar entrará como adaptado. Sua vitória no Globo de Ouro no ultimo domingo o alçou ao posto de favoritíssimo ao prêmio da Academia. Entretanto, há alguns fatores que o deixa no mesmo nível de favoritismo de produções tão boas quanto o longa de Fincher. Um exemplo é o thrilher de suspense, ação e drama A Origem dirigido por Christopher Nolan, que não ganhou nenhum Globo de Ouro, porém tem como pretexto, o fato de o prêmio não analisar a parte técnica das produções. Sim, as categorias direção de arte, maquiagem, figurino, montagem, som e mix de som, fotografia e efeitos visuais, não entraram na premiação do último domingo, o que deixou o filme de Nolan em desvantagem, e apesar de não ser certeza que vencerá nestas categorias, em quase todas seu nome aparecerá, aumentando as chances de os acadêmicos mudarem de idéia. Além do longa de Chris Nolan, outro filme, este inesplicavelmente ignorado na listagem (se alguém souber, por favor me fale), terá mais força na disputa, é o remake do clássico de western Bravura Indômita, que ficou marcado por ter dado o único Oscar de melhor ator para o mítico John Wayne. Previsões à parte, a questão é que A Rede Social é um grande filme e vencendo também o prêmio da Academia, não será injustiça, contudo, o Oscar costuma surpreender o público, e ao menos este ano, terá inúmeros motivos para isso acontecer.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

PREVISÕES OSCAR 2011

FILME

- O Vencedor
- A Origem
- Toy Story 3
- O Discurso do Rei
- Cisne Negro
- A Rede Social
- Minhas mães e meu pai
- 127 Horas
- Bravura Indômita
- Inverno da Alma

*A comédia Made in Dangehan tem pequenas chances, assim como o policial dirigido por Ben Affleck Atração Perigosa. A Ilha do Medo de Scorcesse tem mais chances, como o drama mexicano Biutiful de Alejandro Gonzalez-Inarritu . Entretanto as dez apostas do blog são estas.


DIRETOR

- David Fincher por A Rede Social
- Chris Nolan por A Origem
- Tom Hopper por O Discurso do Rei
- Darren Arronofsky por Cisne Negro
- Joel e Ethan Cohen por Bravura Indômita

* Na briga por direção, Danny Boyle corre por fora com 127 Horas. Lisa Cholodenko será uma surpresa pela comédia Minhas mães e meu pai, tanto quanto González-Inarritu (Biutiful).David O. Russel não será zebra pelo hit O Vencedor.


ATOR

- Jesse Eisenberg por A Rede Social
- Colin Firth por O discurso do Rei
- Mark Whalberg por O Vencedor
- Robert Duvall por Get Low
- James Franco por 127 Horas

*Em ator, a única mudança em relação ao Globo de Ouro será o nome de Robert Duvall, muito elogiado pela crítica em Get Low. Javier Bardem (Biutiful), Ryan Gosling (Blue Valentine) e o atual vencedor Jeff Bridges (Bravura Indômita) estão flertando com uma vaga. Di Caprio por Ilha do Medo e Jake Gyllenhall por Amor e outras drogas, sonham.



ATRIZ

- Natalie Portman por Cisne Negro
- Anneth Benning por Minhas mães e meu pai
- Jennifer Lawrence por Winter’s Bone
- Nicole Kidman por Rabbit Hole
- Michele Willians por Blue Valentine

*Na categoria atriz, tudo praticamente certo. Talvez Halle Barry dê o ar da graça por Frankie e Alice. Anne Hathaway será uma interessante zebra em Amor e outras drogas, enquanto Hilary Swank é uma incógnita por Conviction.


ROTEIRO ORIGINAL

- Cisne Negro
- Toy Story 3
- A Origem
- Minhas mães e meu pai
- O Vencedor

*Não acredito em alguma mudança, entretanto o roteiro de Nicole Holofcener em Sentimento de Culpa segue forte.



ROTEIRO ADAPTADO

- 127 horas
- O Discurso do Rei
- Bravura Indômita
- O Golpista do ano
- A Rede Social

* A grande surpresa da categoria será a comédia estrelada por Jim Carrey e Rodrigo Santoro, O Golpista do ano. O único que pode alterar essa formação é Atração Perigosa.



ATOR COADJUVANTE

- Johnny Deep por Alice no País das Maravilhas
- Geoffrey Rush por O Discurso do Rei
- Michael Douglas por Wall Street: O dinheiro nunca dorme
- Christian Bale por O Vencedor
- Andrew Garfield por A Rede Social

*Essa categoria está disputada. Garantidos mesmo só Rush e Bale. O jovem Jeremy Renner, que se mostra cada vez mais talentoso, tem grandes possibilidades por Atração Perigosa. Mark Ruffalo (Minhas mães e meu pai) e John Hawkes (Inverno da Alma), também mantêm esperanças.




ATRIZ COADJUVANTE

- Helena Bonhan-Carter por O Discurso do Rei
- Amy Adams por O Vencedor
- Julianne Moore por Minhas mães e meu pai
- Mila Kunis por Cisne Negro
- Melissa Leo por O Vencedor

*Nesta categoria a surpresa poderá ser Jacki Weaver (Animal Kingdom). Só não será indicada se Moore não se deslocar para esta categoria. No caso de Barbara Hershey (Cisne Negro), se Mila Kunis for preterida, ela poderá pescar a vaga. Esse ano provavelmente manterá a escrita dos dois últimos anos: Duas coadjuvantes do mesmo filme. Aconteceu com Dúvida em 2009 e Amor sem escalas, ano passado.



FILME DE ANIMAÇÃO

- Toy Story 3
- Como treinar seu Dragão
- Meu malvado favorito
- O segredo dos guardiões
- Enrolados

*A barbada que está para ser essa categoria deixou uma grande disputa para figurar entre os finalistas. Quem pode abocanhar uma vaga nessa disputa é O Mágico, e o divertido Megamente. A última parte de uma das melhores sagas de animação da história, Shrek, só entrará na disputa por muita sorte.



FILME ESTRANGEIRO

- Biutiful (México)
- In a better world (Dinamarca)
- I am Love (Itália)
- The Edge (Rússia)
- The Concert (França)

*A categoria talvez não apresente mudanças em relação ao Globo de Ouro. Entretanto La Prima Cosa Bella tem grandes chances. Tio Boonmee Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas é outro postulante que come pelas beiradas.



DIREÇÃO DE ARTE

- Bravura Indômita
- Cisne Negro
- A Origem
- O discurso do Rei
- Harry Potter e as Relíquias da morte parte I




FOTOGRAFIA

- Inverno da Alma
- A Origem
- O Discurso do Rei
- Bravura Indômita
- Cisne Negro



FIGURINO

- O Discurso do Rei
- Burlesque
- Cisne Negro
- Ilha do Medo
- Alice no País das maravilhas



MONTAGEM

- A Origem
- 127 Horas
- O Discurso do Rei
- A Rede Social
- Toy Story 3



MAQUIAGEM

- Cisne Negro
- Harry Potter e as Relíquias da Morte
- O Discurso do Rei
- Alice no País das Maravilhas
- Burlesque




EDIÇÃO DE SOM

- A Origem
- Tron: O Legado
- Bravura Indômita
- O Vencedor
- Toy Story 3



MIXAGEM DE SOM

- Bravura Indômita
- Harry Potter e as Relíquias da Morte
- A Origem
- Burlesque
- Fúria de Titãs



TRILHA SONORA

- Burlesque
- A Rede Social
- A Origem
- O Discurso do Rei
- Toy Story 3



CANÇÃO

- You haven’t seen the Last of Me – Burlesque
- There’s a Place for us – As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada
- I See the Light – Enrolados



EFEITOS VISUAIS

- A Origem
- Tron: O Legado
- Harry Potter e as Relíquias da Morte
- As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Pelegrino da Alvorada
- Alice no País das Maravilhas