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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

BRAD PITT

O homem que mudou seu próprio jogo

“Você está sempre à procura de algo novo, diferente, um formato original ou um tema inédito.”
Brad Pitt

Loiro, alto, bonito e escandalosamente sensual. Com estes atributos fomos apresentados a Wiliam Bradley Pitt, um ex-presidiário com músculos à mostra que fascinou Geena Davis em Thelma e Louise.

De lá para cá foram mais de 20 anos de uma carreira que oscilou lucidamente entre as obras-primas, os blockbusters e as pequenas produções. Nada é para sempre de Robert Redford fortaleceu o rótulo de namoradinho do país. O jeito carente e confuso do vampiro Louis de Entrevista com o vampiro levou a mulherada ao delírio. O longa virou filme Cult e Lendas da paixão foi um trampolim consequente para que o galã fosse eleito o homem mais sexy do planeta pela Revista People. Com este status, Brad ficou livre para escolher a dedo seus papéis. Assim, ele acertou em cheio ao dar vida a um lunático sátiro na ficção Os 12 macacos, ao lado de Bruce Willis. Este trabalho lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar. Com David Fincher ele iniciaria uma bela parceria em Seven- os sete crimes capitais. Um suspense que alcançou um número expressivo nas bilheterias graças à presença notável do astro de olhos azuis. Neste filme ele atuou ao lado da atriz Gwyneth Paltrow, sua esposa na época. O Tyler Durden e todos seus músculos do Clube da Luta engataram sua carreira em ascensão, que se consolidariam com o fenômeno Onze homens e um segredo e seu timaço de estrelas.

Seu nome já era tão forte que foi impossível conter os escândalos de sua vida pessoal. Bem casado com a queridinha da América - a Miss Friends - Jeniffer Aniston, Brad não resistiu (como todo mortal) aos encantos de Angelina Jolie quando estavam filmando o sucesso Sr. & Sra. Smith. A separação de Aniston foi traumática para todos os lados e seu nome foi cansativamente vinculado a redes de fofocas ofuscando qualquer filme que viria a fazer. Afinal, tratava-se do casal mais famoso e mais lindo do momento, com o mesmo brilho, a mesma intensidade para com a Imprensa e os fãs.

Com a dissipação desta tempestade, Pitt e Jolie formaram uma família exemplar e invejada por todo o mundo. Neste processo, o Apolo hollywoodiano nunca deixou de lado sua carreira. Bem como sua vida pessoal, resolveu dar um rumo diferente a ela partindo para filmes de expressão cinematográfica mais enfática. Babel, O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford e O curioso caso de Benjamim Button frequentaram as listas de premiação da Academia. Inclusive, este último, rendeu a Brad sua segunda indicação ao Oscar, desta vez, como Melhor Ator. Bastardos inglórios de Quentin Tarantino provou toda sua versatilidade num filme impecável nos quesitos originalidade e provocação. Duas marcas que foram essenciais para sua carreira que poderia ter se estagnado em comédias românticas insossas como acontece com a maioria dos galãs que surgem aos montes em Hollywood.

Optando por um caminho diferente, seu nome mais uma vez apareceu na lista mais concorrida do mundo com A árvore da vida de Terrence Malick e O homem que mudou o jogo de Bennet Miller. Em ambos, ele dá um show de maturidade como ator e pelo último, tem boas e reais chances de levar sua primeira estatueta. O galã dá vida a Billy Beane, um ex-jogador de Beisebol que teve a sensibilidade e inteligência de mudar o jogo não só de sua equipe, mas como também de sua vida profissional e pessoal. Um papel sob medida para um astro que soube como poucos mudar seu próprio jogo. Fazer as opções mais viáveis para sua carreira e colher, depois de 25 anos, os bons frutos gerados destas escolhas. Um astro que soube jogar o jogo do mundo do cinema. Entrar em campo com seu belo rosto e marcar um home run com seu reconhecido talento.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Vencedores do Oscar 2012

Na noite deste domingo, 26, foi entregue o mais badalado prêmio do cinema mundial, o Oscar. O Artista e A Invenção de Hugo Cabret empataram com 5 prêmios cada, com vantagem para o francês, que venceu melhor filme. Abaixo está a lista dos vencedores completa, com comentários do blog:

MELHOR FILME

Os Descendentes
O Artista VENCEDOR
A Invenção de Hugo Cabret
Cavalo de Guerra
Meia-Noite em Paris
O Homem que mudou o jogo
A Árvore da vida
Histórias cruzadas
Tão forte e tão perto

- Era noite de o Oscar prestar uma homenagem ao puro cinema. Depois de Streep, O Artista é um libelo do cinema, que é subjugado por quem não entende o que a obra-prima quis passar. O cinema comemora mais uma vez.

MELHOR DIRETOR:

Michel Hazanavicius - O Artista VENCEDOR
Martin Scorcesse - A Invenção de Hugo Cabret
Alexander Payne - Os Descendentes
Woody Allen - Meia-Noite em Paris
Terence Mallick - A Árvore da Vida

- Venceu quem foi ousado para mostrar que existe sim espaço para o cinema de arte. Nada contra Scorcesse, que também prezou pela arte em Hugo, mas este teve oportunidades melhores para levar a estatueta. Palmas para o francês.


MELHOR ATOR:

George Clooney - Os Descendentes
Jean Dujardin - O Artista VENCEDOR
Brad Pitt - O Homem que mudou o jogo
Demian Bichir – A better life
Gary Oldman – O Espião que Sabia Demais

- Foi um papel de uma perfeição extraordinária, pela dificuldade de ser expressivo sem ser caricato. Pobres de Clooney e Pitt que também tiveram seus melhores papéis.


MELHOR ATRIZ:

Meryl Streep - A Dama de Ferro VENCEDORA
Viola Davis - Histórias cruzadas
Michelle Willians - Sete dias com Marylin
Rooney Mara - Os homens que não amavam as mulheres
Glenn Close - Albert Nobbs

- Finalmente Meryl Streep voltou a vencer. Merecido para a atriz que daqui a alguns anos todos a reconhecerão como a melhor de todos os tempos, não pela quantidade de prêmios, que só vem por sua capacidade incrível de se transformar de um filme para outro. O mundo do cinema aplaude de pé.


MELHOR ATOR COADJUVANTE:

Christopher Plummer – Beginners VENCEDOR
Kenneth Branagh -Sete dias com Marilyn
Jonah Hill - O Homem que mudou o jogo
Nick Nolte - Warrior
Max Von Sydow - Tão forte, tão perto

- Essa vitória de Plummer foi merecida e esperada, ainda mais pela sua brilhante carreira.


MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

Octavia Spencer - Histórias Cruzadas VENCEDOR
Jessica Chastain - Histórias Cruzadas
Berenice Bejo - O Artista
Melissa McCarthy - Missão madrinha de casamento
Janet Mc Teer - Albert Nobbs

- Uma honra ver Octavia Spencer vencer preconceitos e este prêmio. Barbada absoluta.


MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

Meia- Noite em Paris – Woody Allen VENCEDOR
O Artista – Michel Hazanavicius
Margin Call – J. C. Chandor
A Separação – Asghar Farhadi
Missão Madrinha de Casamento – Kristen Wiig e Annie Mumulo

- Apostei na força do filme de Hazanavicius por ser ousado. Entretanto é o melhor Allen em anos, logo, merecido.

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

Os Descendentes - Alexander Payne, Nat Faxon & Jim Rash VENCEDOR
A Invenção de Hugo Cabret - John Logan
O Espião que sabia demais - Bridget O’Connor & Peter Straughan
O Homem que Mudou o Jogo – Aaron Sorkin e Steve Zaillian
Tudo pelo poder - George Clooney & Grant Heslov

- O filme é simples e brilhante. Um trabalho intenso e lírico como só Payne sabe fazer. Para ser aplaudido de pé.


MELHOR DIREÇÃO DE ARTE

A Invenção de Hugo Cabret – Dante Ferretti - VENCEDOR
O Artista – Laurence Bennet
Harry Potter e as Relíquias da Morte parte II – Stuart Craig
Cavalo de Guerra – Rick Carter
Meia-noite em Paris –

- Nesta categoria a vitória de Dante Ferretti era quase certa, esse sim merecido.

MELHOR FOTOGRAFIA

A Árvore da Vida – Emmanuel Lubezki
O Artista – Guillaume Schiffman
Cavalo de Guerra – Janusz Kaminski
A Invenção de Hugo Cabret – Robert Richardson - VENCEDOR
Os Homens que não Amavam as Mulheres - Jeff Cronenweth

- Foi uma grande surpresa já que a fotografia de Lubeszki é a melhor disparada. Viva o lobby.


MELHOR FIGURINO

O Artista VENCEDOR
A Invenção de Hugo Cabret
Jane Eyre
W. E.
Anônimo

- Merecido pois retrata muito bem a glamurosa Hollywood dos anos 20.


MELHOR MONTAGEM

O Artista - Anne-Sophie Bion & Michel Hazanavicius
A Invenção de Hugo Cabret – Thelma Schoonmaker
Os Homens que não Amavam as Mulheres - Kirk Baxter & Angus Wall VENCEDOR
O Homem que Mudou o Jogo – Christopher Tellefsen
Cavalo de Guerra – Michael Kahn

- A maior surpresa até agora. Apesar de ser um dos melhores atributos dos filmes de Fincher, este não está nem na lista de melhor filme. Surpresa, mas não zebra.


MELHOR MAQUIAGEM

A Dama de Ferro VENCEDOR
Harry Potter e as Relíquias da Morte parte II
Albert Nobbs

- Esperava pela consolação de Harry Potter, entretanto a maquiagem que transformou Streep em Tatcher foi extraordinária.


MELHOR FILME ESTRANGEIRO

A Separação – Irã VENCEDOR
Footnote – Israel
In Darkness – Polônia
Bullhead – Bélgica
Monsieur Lazhar - Canadá

- Era uma das categorias que estavam praticamente resolvidos, já que venceu quase todos os prêmios que disputou. Merecido.


MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO

Rango VENCEDOR
Gato de Botas
Um Gato em Paris
Chico & Rita
Kung Fu Panda 2

- Sem a presença de As Aventuras de Tintin, Happy Feet 2 e Rio, ficou fácil para o filme de Verbinski.


MELHOR TRILHA SONORA

O Artista – Ludovic Bource VENCEDOR
Cavalo de Guerra – John Willians
A Invenção de Hugo Cabret – Howard Shore
As Aventuras de Tintim: O Segredo de Licorne – John Willians
O Espião que sabia demais – Albert Iglesias

- Prêmio merecidíssimo pelo fato de a trilha conduzir o filme, que só para lembrar, é mudo.

MELHOR SOM

Cavalo de Guerra
A Invenção de Hugo Cabret VENCEDOR
Transformes 3: O lado Oculto da Lua
Drive
Os homens que não amavam as mulheres

- Este é um prêmio merecido, excelente trabalho sonoro da turma de Scorcesse.


MELHOR MIXAGEM DE SOM

Cavalo de Guerra
A Invenção de Hugo Cabret VENCEDOR
Transformes 3: O lado Oculto da Lua
O s homens que não amavam as mulheres
O homem que mudou o jogo

- Dificilmente quem vence som, não vence este prêmio. Em boas mãos pelo bom trabalho.


MELHORES EFEITOS VISUAIS

Planeta dos Macacos
Transformes 3: O lado Oculto da Lua
A Invenção de Hugo Cabret VENCEDOR
Harry Potter e as Relíquias da Morte parte II
Gigantes de aço

- O Oscar protagoniza equívocos formidáveis como este. Não tinha como Planeta dos Macacos não vencer. Muito injusto.


MELHOR CANÇÃO

Man or Muppet – Os Muppets VENCEDOR
Real in Rio – Rio

- Infelizmente a força dos queridinhos da américa barrou as chances brasileiras. É bom para os críticos brasileiros aprenderem a mandar os filmes certos.


MELHOR CURTA METRAGEM

Pentencost
Raju
The shore VENCEDOR
Time freak
Tuba Atantic

- Ganhou aquele que possuía um profissional mais forte na concepção.


MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO

Dimanche
The fantastic flying books of mister Morris Lessmore VENCEDOR
La Luna
A Morning stroll
Wild life

- Não assisti a nenhum, mas parece ser o mais interessante.

MELHOR DOCUMENTÁRIO

Hell and back again
Pina
If a tree falls
Paradise lost 3: Purgatory
Undefeated VENCEDOR

- Não assisti a nenhum ainda, mas apostava nele por ser um assunto de interesse estritamente Americano.

MELHOR DOCUMENTÁRIO DE CURTA METRAGEM

God is the big Elvis
The barber of Birmingham: Foot soldier of the civil rights movements
Incident in New Baghdad
Saving face VENCEDOR
The tsunami and the cherry Blossom

- Um documentário triste e forte. Mereceu vencer.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Apostas do Blog para o Oscar 2012

Como é de praxe em todos sites ou blogs que falam de cinema, o Cineposforrest dará seu pitaco através de seus colaboradores, sobre quem levará a estatueta no próximo domingo. Todas as opiniões são de responsabilidade de quem a escreveu. Para discordar ou concordar com as apostas é só comentar. Não custa nada. Desde já agradeço e aí estão os palpites.

FILME

Os Descendentes

O Artista

A Invenção de Hugo Cabret

Cavalo de Guerra

Meia-Noite em Paris

O Homem que mudou o jogo

A Árvore da vida

Histórias cruzadas

Tão forte e tão perto

Favoritos: O Artista; A Invenção de Hugo Cabret; Os Descendentes.

Apostas: Paulo: O Artista

Flávia: O Artista

­Comentários:

Paulo: Depois de vencido o Globo de Ouro (Comédia/musical) e o BAFTA de melhor filme, combinado a inúmeros outros prêmios e indicações, é quase impossível que a nostálgica obra de arte muda e preto e branco perca. Torço muito pela arte.

Flávia: Embora torça pela critica de Histórias Cruzadas, devo levar em conta o poder dos filmes de Allen e Scorsese. Os Descendentes faturou O Globo de Ouro, mas como já aconteceu em outras ocasiões isto não significa uma vitória. Com isso, o brilhante e extremamente ousado longa-metragem de Hazanavicius representará a vitória dos bons tempos do cinema. A premiação de uma obra de arte em sua mais pura concepção.


DIRETOR:

Michel Hazanavicius - O Artista

Martin Scorsese - A Invenção de Hugo Cabret

Alexander Payne - Os Descendentes

Woody Allen - Meia-Noite em Paris

Terence Mallick - A Árvore da Vida


Favoritos: Michel Hazanavicius e Martin Scorsese.

Apostas: Paulo: Michel Hazanavicius

Flávia: Michel Hazanavicius

Comentários:

Paulo: Depois de ter faturado o BAFTA, o diretor francês provou que sua ousadia e estudo de cinema será (ou deveria ser) devidamente reconhecido. Scorcesse venceu o Globo de Ouro, porém mais pelo seu prestígio internacional (Não que não tenha feito um excelente trabalho).

Flávia: Dirigir um filme em preto-e-branco nos dias atuais me fez lembrar Spielberg em A lista de Schindler, outra obra-prima. Por isso, Hazanavicius merece faturar o prêmio pela ousadia. Contudo, vale ressaltar o talento de Payne, que conseguiu arrancar uma ótima atuação do galã Clooney.

ATOR:

George Clooney - Os Descendentes

Jean Dujardin - O Artista

Brad Pitt - O Homem que mudou o jogo

Demian Bichir – A better life

Gary Oldman – O Espião que Sabia Demais


Favoritos: George Clooney e Jean Dujardin

Apostas: Paulo: Jean Dujardin

Flávia: Jean Dujardin

Comentários:

Paulo: George Clooney ganhou o Globo de Ouro (Drama) e o prêmio do círculo de críticos americanos por sua ótima atuação que pela primeira vez destoa do seu estereótipo galante e canastra. Entretanto os prêmios em Cannes, Globo de Ouro (Comédia/musical), SAG e BAFTA foram justos à difícil atuação (ou alguém acha que fazer cinema mudo nos tempos atuais sem parecer um fantoche é tarefa fácil) de Dujardin, uma das mais completas dos últimos anos. Ele vence e azar de Clooney.

Flávia: Conseguir conciliar alguns traços de Gene Kelly e um quê de Chaplin não são para qualquer um. Daí o mérito da insuperável atuação do francês. Clooney também merece uma generosa menção pelo ótimo trabalho, mas ainda não chegou sua hora.


ATRIZ:

Meryl Streep - A Dama de Ferro

Viola Davis - Histórias cruzadas

Michelle Williams - Sete dias com Marylin

Rooney Mara - Os homens que não amavam as mulheres

Glenn Close - Albert Nobbs

Favoritas: Meryl Streep e Viola Davis.

Apostas: Paulo: Viola Davis

Flávia: Meryl Streep

Comentários:

Paulo: Quando fiquei sabendo, a quase dois anos que Meryl Streep interpretaria Margareth Tatcher no cinema pensei, “finalmente o terceiro Oscar”. Ela chegou com o talento formidável que, em alguns anos será provado, é a melhor atriz que o cinema já viu, não pelas premiações e sim pela forma como se transforma a cada personagem. Só não contava com a formidável atuação de Viola Davis, que conquistou o público e a crítica que lhe conferiu o SAG. Streep teve oportunidades mais gratas para isso, e terá outras enquanto estiver viva.

Flávia: Certamente será a categoria mais disputada da noite, uma vez que todas as indicadas mereceram a nomeação por seus trabalhos fantásticos frente a protagonistas do mesmo calibre. Mas como só se pode escolher uma, vou apostar no talento da fantástica Meryl como A Dama de Ferro.


ATOR COADJUVANTE:

Christopher Plummer - Beginners

Kenneth Branagh -Sete dias com Marilyn

Jonah Hill - O Homem que mudou o jogo

Nick Nolte - Warrior

Max Von Sydow - Tão forte, tão perto

Favorito: Christopher Plummer

Apostas: Paulo: Christopher Plummer

Flávia: Christopher Plummer

Comentários:

Paulo: Esta categoria são favas contadas, já que Plummer venceu tudo o que poderia. Um dos melhores de sua geração, só está tendo seu talento reconhecido agora.

Flávia: Se na categoria anterior a disputa é acirrada, nesta não resta dúvida sobre a vitória do veterano ator. A força de seu personagem aliada a uma excelente atuação, não deve deixar a estatueta escapar.


ATRIZ COADJUVANTE

Octavia Spencer - Histórias Cruzadas

Jessica Chastain - Histórias Cruzadas

Berenice Bejo - O Artista

Melissa McCarthy - Missão madrinha de casamento

Janet Mc Teer - Albert Nobbs

Favorita: Octavia Spencer

Apostas: Paulo: Octavia Spencer

Flávia: Octavia Spencer

Comentários:

Paulo: Assim como na masculina esta categoria está praticamente resolvida. Spencer só perde se os membros da Academia enlouquecerem de uma hora para outra. Sua atuação é tão forte quanto a de Viola Davis.

Flávia: Particularmente, gostei mais da atuação da estrela do ano Jessica Chastain, a única que pode derrubar o favoritismo de Octavia Spencer. Contudo, como aqui há uma enorme diferença entre gostar e apostar, fico com Spencer.


MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

Meia- Noite em Paris – Woody Allen

O Artista – Michel Hazanavicius

Margin Call – J. C. Chandor

A Separação – Asghar Farhadi

Missão Madrinha de Casamento – Kristen Wiig e Annie Mumulo

Apostas: Paulo: Michel Hazanavicius

Flávia: Woody Allen

Comentários:

Paulo: O charme incrível da obra de Woody Allen faturou o Globo de Ouro. Porém a ousadia com um estudo de vanguarda primoroso feito por Hazanavicius é sem dúvida brilhante. Uma pena para Allen.

Flávia: Famoso por criar roteiros impecáveis, Allen uniu duas formas de arte em seu longa metragem de forma brilhante ao homenagear nas telas de cinema os grandes artistas da década de 20.


MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

Os Descendentes - Alexander Payne, Nat Faxon & Jim Rash

A Invenção de Hugo Cabret - John Logan

O Espião que sabia demais - Bridget O’Connor & Peter Straughan

O Homem que Mudou o Jogo – Aaron Sorkin e Steve Zaillian

Tudo pelo poder - George Clooney & Grant Heslov

Apostas: Paulo: Alexander Payne, Nat Faxon & Jim Rash

Flávia: Alexander Payne, Nat Faxon & Jim Rash

Comentários:

Paulo: O texto fica muito mais interessante na tela quando mostram uma dureza sem rispidez. E Payne parece ser mestre nesse assunto. Triunfará sobre a linda, porém fantasiosa, adaptação infantil de Logan.

Flávia: As relações familiares em lugares comuns são bem mais atraentes para um bom roteirista que desnuda as emoções de todos seus personagens.


MELHOR DIREÇÃO DE ARTE

A Invenção de Hugo Cabret – Dante Ferretti

O Artista – Laurence Bennet

Harry Potter e as Relíquias da Morte parte II – Stuart Craig

Cavalo de Guerra – Rick Carter

Apostas: Paulo: Dante Ferretti

Flávia: Harry Poter a as Relíquias da morte – parte II

Comentários:

Paulo: Ferretti é um mestre perfeccionista e seu trabalho com Scorsese é um de seus melhores.

Flávia: Pode sair daqui o esperado prêmio de consolação para a maior saga da história do cinema, já que escapou o ano passado.


MELHOR FOTOGRAFIA

A Árvore da Vida – Emmanuel Lubezki

O Artista – Guillaume Schiffman

Cavalo de Guerra – Janusz Kaminski

A Invenção de Hugo Cabret – Robert Richardson

Os Homens que não Amavam as Mulheres - Jeff Cronenweth

Apostas: Paulo: Emmanuel Lubezski

Flávia: Emmanuel Lubezki

Comentários:

Paulo: Considero a fotografia de Emmanuel Lubeszki a melhor em muitos anos. Ponto para Malick que verá outro filme seu faturar o prêmio na categoria, já que seu Cinzas do Paraíso também venceu.

Flávia: A interação primorosa da natureza com os anseios humanos é soberbamente captada na fotografia do filme de Mallick.


MELHOR FIGURINO

O Artista

A Invenção de Hugo Cabret

Jane Eyre

W. E.

Anônimo

Apostas: Paulo: O Artista

Flávia: Jane Eyre

Comentários:

Paulo: A Academia adora premiar os figurinos de época dos filmes ingleses, só que desta vez os áureos tempos da glamorosa Hollywood levará a melhor.

Flávia: Gosto de inovações, mas neste caso fico com a tradição. Como a Academia adora premiar os figurinos de época ingleses, não será surpresa se Jane Eyre vencer.


MELHOR MONTAGEM

O Artista - Anne-Sophie Bion & Michel Hazanavicius

A Invenção de Hugo Cabret – Thelma Schoonmaker

Os Homens que não Amavam as Mulheres - Kirk Baxter & Angus Wall

O Homem que Mudou o Jogo – Christopher Tellefsen

Cavalo de Guerra – Michael Kahn

Apostas: Paulo: Anne-Sophie Bion & Michel Hazanavicius

Flávia:. Anne-Sophie Bion & Michel Hazanavicius

Comentários:

Paulo: Os filmes de David Fincher sempre se destacam com uma montagem diferenciada. Mas este não tem força para desbancar o belo espetáculo visual de Scorsese, e muito menos a aula de cinema a preço de um ingresso de Hazanavicius, que vence novamente.

Flávia: Como se trata de um suspense, o filme de David Fincher poderia até levar esta categoria, mas não dá para desbancar os discípulos de Orson Welles neste quesito.


MELHOR MAQUIAGEM

A Dama de Ferro

Harry Potter e as Relíquias da Morte parte II

Albert Nobbs

Apostas: Paulo: Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte II

Flávia: A dama de ferro

Comentários:

Paulo: Sinceramente não acho que o trabalho da equipe do filme do bruxinho tenha sido melhor do que fez de Meryl Streep, Margareth Thatcher. Mas acredito que a Academia adora dar prêmios de consolação.

Flávia: O monumento capilar e a maquiagem carregada de A dama de ferro não deverão perder.

MELHOR TRILHA SONORA

O Artista – Ludovic Bource

Cavalo de Guerra – John Willians

A Invenção de Hugo Cabret – Howard Shore

As Aventuras de Tintim: O Segredo de Licorne – John Willians

O Espião que sabia demais – Albert Iglesias

Apostas: Paulo: Ludovic Bource

Flávia: Ludovic Bource

Comentários:

Paulo: Para que um filme mudo triunfe nos dias atuais, a trilha sonora tem de ser à altura. E isso Ludovic Bource fez com primazia.

Flávia: ter a responsabilidade de reger o som num filme não falado é para poucos. E sair-se maravilhosamente bem, é para pouquíssimos.


MELHOR MIXAGEM DE SOM

Cavalo de Guerra

A Invenção de Hugo Cabret

Transformes 3: O lado Oculto da Lua

O s homens que não amavam as mulheres

O homem que mudou o jogo

Apostas: Paulo: A Invenção de Hugo Cabret

Flávia : Cavalo de Guerra

Comentários:

Paulo: Já que assistirá O Artista abocanhar os prêmios principais, o filme do menino Hugo Cabret ficará com alguns técnicos.


MELHOR SOM

Cavalo de Guerra

A Invenção de Hugo Cabret

Transformes 3: O lado Oculto da Lua

Drive

Os homens que não amavam as mulheres

Apostas: Paulo: A Invenção de Hugo Cabret

Flávia: A Invenção de Hugo Cabret

Comentários:

Paulo: Como disse acima, ficará com o filme de Scorsese. Apesar de achar o trabalho da equipe de Spielberg melhor.


MELHORES EFEITOS VISUAIS

Planeta dos Macacos

Transformes 3: O lado Oculto da Lua

A Invenção de Hugo Cabret

Harry Potter e as Relíquias da Morte parte II

Gigantes de aço

Apostas: Paulo: Planeta Macacos

Flávia: Planeta Macacos

Comentários:

Paulo: Se minhas apostas se confirmarem, é possível que Scorsese ganhe este também. Mas prefiro apostar na sensatez dos votantes em premiar o trabalho extraordinário em Planeta dos Macacos.

Flávia: Um filme feito para 3D fatalmente se torna favorito, mas ainda acredito na interpretação de gestos humanos (claro aliado à tecnologia). E neste caso, Andy Serkins pode se considerar um vitorioso ao dar vida de forma assombrosa ao macaco Cesar, protagonista do filme.


MELHOR CANÇÃO

Man or Muppet – Os Muppets

Real in Rio – Rio

Apostas: Paulo: Real in Rio

Flávia: Man or Muppets

Comentários:

Paulo: Se tem uma coisa que os americanos ainda dão crédito aos brasileiros é a música. Além disso, é uma linda canção. Vamos ganhar.

Flávia: Infelizmente para nós, mais uma vez podemos ficar a ver navios, por conta da essência do filme de Caco e Miss Pig. Por ter um roteiro que valoriza a música, Os Muppets são favoritos.


MELHOR FILME ESTRANGEIRO

Bullhead – Bélgica

In Darkness – Polônia

A Separação – Irã

Footnote – Israel

Monsieur Lazhar – Canadá

Apostas: Paulo: A Separação

Flávia: A Separação

Cometários:

Paulo: O excelente filme iraniano ainda foi indicado a roteiro original. Também ganhou quase todos os prêmios que disputou. Se perder será palhaçada.

Flávia: Um filme com um roteiro interessantíssimo, não deve perder.


MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO

Rango

Chico & Rita

Um Gato em Paris

Gato de Botas

Kung Fu Panda 2

Apostas: Paulo: Rango

Flávia: Rango

Comentários:

Paulo: A estranha exclusão de As Aventuras de Tintin torna inevitável a vitória do filme de Gore Verbinski. Também estranho é terem ignorado Happy Feet 2. Mas será um prêmio justo.

Flávia: De todos concorrentes, ele é o que mais se aproxima das características de pretensões acadêmicas.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Vencedores do BAFTA 2012



Neste último domingo o cinema conheceu os vencedores do BAFTA 2012, a premiação máxima para as artes cinematográficas na terra da rainha. O grande vencedor foi O Artista, com sete prêmios, entre eles o de melhor diretor para Hazanavicius e o de ator para Jean Dujardin. Meryl Streep faturou o de melhor atriz, aumentando ainda mais a tensão em torno de quem irá levar o Oscar na categoria. Para coadjuvantes, Plummer e Spencer parecem invencíveis e nas categorias técnicas deu a lógica (com exceção de montagem (Senna) e fotografia, que nem indicou Emannuel Lubeszki de A Árvore da Vida. O Brasil ficou honrado com o prêmio de documentário para o longa que conta a trajetória de Airton Senna.
Conheça todos vencedores:


Melhor Filme

Premiado:
The Artist (O Artista)




Melhor Diretor

Premiado: Michel Hazanivicous - The Artist
Indicados: Nicolas Winding Refn - Drive, Martin Scorsese - A Invenção de Hugo Cabret, Tomas Alfredson - O Espião que Sabia Demais e Lynne Ramsay - Precisamos falar sobre o Kevin.



Melhor Animação
Premiado: Rango



Indicados: As Aventuras de Tintim - O Segredo do Licorne e Operação Presente


Melhor Ator

Premiado: Jean Dujardin - The Artist

Indicados: Brad Pitt - O Homem Que Mudou o Jogo; Gary Oldman - O Espião que Sabia Demais; George Clooney - Os Descendentes; Michael Fassbender - Shame.


Melhor Atriz
Premiada: Meryl Streep -
A Dama de Ferro

Indicadas: Bérénice Bejo - The Artist; Michelle Williams - Sete Dias com Marilyn; Tilda Swinton - Precisamos falar sobre o Kevin e Viola Davis - Histórias Cruzadas.


Melhor Ator Coadjuvante

Premiado: Christopher Plummer - Toda Forma de Amor

Indicados: Jim Broadbent - A Dama de Ferro; Jonah Hill - O Homem Que Mudou o Jogo; Kenneth Branagh - Sete Dias com Marilyn e Philip Seymour Hoffman - Tudo pelo Poder. Melhor



Atriz Coadjuvante

Premiada: Octavia Spencer - Histórias Cruzadas

Indicadas: Carey Mulligan - Drive; Jessica Chastain - Histórias Cruzadas; Judi Dench - Sete Dias com Marilyn e Melissa McCarthy - Missão Madrinha de Casamento.



Melhor Filme Britânico




Melhor filme britânico de estreia de um produtor

Tyrannosaur - Paddy Considine (Diretor), Diarmid Scrimshaw (Produtor)



Melhor Filme (sem língua inglesa)




Melhor roteiro original

Premiado: Michel Hazavanicious - The Artist

Indicados: Annie Mumolo, Kristen Wiig - Missão Madrinha de Casamento, John Michael McDonagh - O Guarda, Abi Morgan - A Dama de Ferro e Woody Allen - Meia Noite em Paris.



Melhor roteiro adaptado

Bridget O’Connor, Peter Straughan - O Espião que Sabia Demais



Melhor documentário
Asif Kapadia -
Senna



Melhor trilha sonora original

Ludovic Bource - The Artist (O artista)



Melhor fotografia
The Artist (O artista)



Melhor edição




Melhor design de produção




Melhor figurino

O artista (The Artist)



Melhor som




Melhores efeitos visuais




Melhor maquiagem
A Dama de ferro

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O Artista (2011)


The Artist, 2011. Dirigido por Michel Hazanavicius. Com Jean Dujardin, Berenice Bejo, James Cronwell, John Goodman, Malcolm McDoweel.Nota: 9.5

Pensar em um filme preto e branco nos dias atuais é no mínimo um exercício de coragem, já que o 3D é uma realidade que avança a passos largos para o domínio da indústria cinematográfica. Agora, além de bicolor, o longa ser mudo como nos primórdios do cinema, aí é uma ousadia fora do comum. Para conseguir triunfar sob essas condições, só mesmo mostrando um conhecimento muito grande a respeito da sétima arte. E foi estudando seus primeiros passos é que o francês Michel Hazanavicius escreveu e dirigiu O Artista, uma aula de cinema formidável, metalingüístico e exuberante, que prova que há espaço para a arte na era digital.


Muitos até dizem, erroneamente, que o filme é uma versão às avessas de Cantando na Chuva, extraordinário musical de Gene Kelly, que mostrava o “estrago” que o som causou quando chegou às telonas. Entretanto, o tom irônico e rítmico em que o tema foi tratado, contrasta com o drama melancólico, apesar de sutil, que conduz a produção franco-americana. E, ao contrário dos personagens do longa de 1952, o protagonista não é refém da mudança, e sim um resistente, já que nem tenta se adaptar à nova era.


A construção do roteiro apresenta uma articulação cinematográfica de vanguarda inteligente, especialmente quando monta as imagens de maneira metafóricas, assim como Serguei Einsestein o fizera na revolução do cinema russo da década de 20. E isso se fez muito importante para que a mensagem tivesse efeito sob o publico. Novamente mostrou conhecimento imprescindível ao mostrar a efervescência de Hollywoood, as orquestras que sonorizavam as salas de cinema e, claro, todo o glamour que cercava as estrelas dos grandes estúdios.


Para construir seus protagonistas, Hazanavicius criou verossimilhanças como mitos da época. O seu George Valentin é inspirado no primeiro grande astro do cinema, Rodolfo Valentino. Já Peppy Miller pode ser uma mistura da musa do mudo Clarence Badger, com deusas da era do som como Joan Crowford e Claudette Colbert (essa pelo lado cômico de filmes como Aconteceu Naquela Noite).


Os atores do filme mostram uma personalidade e talento incrível para conduzir seus personagens, já que teriam de construir uma linha tênue entre a simulação e a interpretação. Berenice Bejo se mostra versátil para viver as duas versões de Miller, mas mantendo o carisma e a sensibilidade. Porém o filme é de Jean Dujardin, o francês é gigante em cena. É brilhante como o exagerado e galanteador no auge carreira, e mais ainda como o melancólico decadente, que sente na pele o ostracismo de sua era. Para completar, os números de sapateado com sua parceira de cena, tornam sua interpretação uma das mais completas que o cinema já viu.


Uma obra completa e nostálgica, um estudo meticuloso da arte cinematográfica e mostra que há muito que se explorar das técnicas atuais, além de seu potencial para pirotecnias. Será apreciado por poucos, mas cultuados por quem sonha em um dia ver nas telas uma presença maior do cinema artístico.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O Oscar e suas surpresas

Em toda época de premiação há sempre uma poderosa sinopse de especulações e incertezas. Nem mesmo os favoritos escapam a um olhar crítico de todos que respiram esta época. Nenhum vencedor ou ganhador escapa das polêmicas alçadas pelos cinéfilos de todo o mundo. Em resumo, acompanhar a premiação mais glamorosa do universo artístico tem como regra principal gerar a velha e boa controvérsia, que alimenta a paixão. No decorrer de toda a história do Oscar, houve muitas surpresas. Ora agradáveis, ora nem tanto. Favoritos sucumbiram de forma até certo ponto perplexa a produções e interpretações mais inferiores. Estas foram às chamadas surpresas desagradáveis.
Assim sendo, selecionamos 10 entre os inúmeros casos que marcaram “surpreendentemente” a história do Oscar:


1 – CIDADÃO... QUEM?!

Um dos primeiros grandes golpes sofrido pelos apostadores de plantão diz respeito à escolha de melhor filme de 1941 para o lagrimejante Como era verde o meu vale de John Ford. E a surpreendente vitória teve uma relevância ampliada por conta de na lista de seus concorrentes constar aquele que é considerado por muitos como o melhor filme de todos os tempos. Aos olhos da Academia, nem mesmo toda a pompa, repercussão e glória de Cidadão Kane de Orson Welles foram suficientes para levar a estatueta dourada.


2 – QUANDO DOIS E DOIS NÃO SÃO QUATRO

Um filme espetacular com duas das maiores personagens e interpretações da história. Barbada, certo? Não. Errado. Pois não é que arrancaram o Oscar de 1950 das quatro mãos de Bette Davis e Anne Baxter de A Malvada e entregaram a Judy Holliday por Nascida ontem? De dez, onze especialistas não explicam esta escolha. Algumas teorias são até plausíveis como a divisão consequente dos votos de Bette e Anne. Mas o que alimenta o sentimento de desolação é saber que a vencedora nem ao menos teve uma interpretação convincente em seu filme para tal feito. Como coloca a revista SET enfaticamente ao fazer uma análise do filme: “como é fraca a interpretação de Holliday!”.


3 – NOCAUTE NOS FAVORITOS

Uma das maiores proezas (talvez a única) de Silvester Stallone no cinema, foi idealizar Rocky, um lutador, vencedor de 1976. O roteiro, escrito pelo próprio em apenas três dias, desbancou filmes poderosos como Todos os homens do presidente, o excelente frenesi de Taxi driver e o intrigante Rede de intrigas que premiou Peter Finch e Fae Dunaway. Certamente esta foi uma das maiores supressas da história. Um nocaute nas apostas, uma vez que embora o filme seja Cult e tenha um protagonista extremamente popular, não passa de um bom entretenimento de sessão da tarde. Ou seja, um filme bem “feitinho”, mas sem grandes alardes.


4 – FUGINDO DAS MÃOS

1993 foi um ótimo ano para o Oscar. Grandes filmes como O Piano de Jane Champion e A lista de Schindler de Steven Spielberg. Grandes interpretações como dos vencedores Holly Hunter (O piano) e Tom Hanks (Filadélfia). No entanto, o ano não foi marcado somente pelas obras-primas. Obra-prima mesmo quem protagonizou foi a Academia ao premiar a fraca interpretação de Tommy Lee Jones como melhor ator coadjuvante por O fugitivo. O mesmo personagem que tem interpretado exaustivamente em toda sua carreira. Um policial durão que persegue bandidos com alto teor de sarcasmo e virilidade insossa. Nenhuma surpresa. A surpresa ficou mesmo por conta de sua vitória sobre interpretações inesquecíveis como do maravilhoso Ralph Fiennes em A Lista de Schindler e do talentosíssimo (só a Academia não vê) Leo Di Caprio em Gilbert Grape.

5 – ATRIZ DE UM FILME SÓ

A atriz Gwyneth Paltrow ficou conhecida inicialmente do grande público por intermédio de seu romance com o galã Brad Pitt. Depois passou a estrelar produções menores até que teve sua grande oportunidade em Shakespeare apaixonado, o grande vencedor de 1998. Num papel de uma mulher a frente de seu tempo a atriz chega até convencer em certos momentos, especialmente quando se transveste de homem e talvez merecesse mesmo uma indicação. Mas nada que venha a superar o desempenho magistral de concorrentes de peso como a nossa Fernanda Montenegro em Central do Brasil e da talentosíssima Cate Blanchet, vivendo simplesmente a Rainha Elizabeth no filme homônimo. Sua vitória é contestada por muitos até hoje, tanto que sua carreira se estagnou e ela caiu no esquecimento.


6 – WEISZ E SWINTON: ESTRAGA FESTAS

Premiadas com a estatueta de melhores coadjuvantes pode-se dizer que Rachel Weisz e Tilda Swinton arrancaram da cartola suas respectivas vitórias e derrubaram muitos palpites. Ambas se tornaram uma pedra no sapato de muita gente. Em 2005, Weisz foi premiada por dar vida a uma jovem ativista pelos direitos humanos na África. No entanto a força de sua personagem não a impede de quase chegar a fazer uma figuração em O jardineiro fiel de Fernando Meirelles. Mesmo assim superou atuações como de Frances McDormand como uma líder sindical com limitações físicas em Terra fria e de Michelle Wilhams como a esposa devotada de Heath Leadger em O segredo de Brockeback mountain. Já Swinton foi mais ousada ao superar a irretocável e aplaudidíssima interpretação de Cate Blanchet como Bob Dylan em Não estou lá e da segura Saiorse Ronan de Desejo e reparação.


7 – OS BRUTOS TAMBÉM AMAM, MAS NÃO LEVAM

Um dos filmes mais cultuados dos últimos tempos, O segredo de Brockeback Mountain ganhou todas as disputas que antecederam ao Oscar. Não somente na categoria de Melhor filme, mas pela popularidade da crítica e do público que aplaudiram de pé uma história fantástica de amor entre dois jovens cowboys. Pelo excelente roteiro, performances extraordinárias e a direção do visionário Ang Lee, ganhar o Oscar de Melhor filme seria uma mera formalidade se não fosse o tenso Crash. O filme de Paul Haggis funcionou como uma colcha de retalhos tecida por um excelente roteiro e o latente apelo das cinzas do 11 de Setembro. Assim conseguiu o que poucos acreditavam. Tirar a vitória quase certa de uma das últimas obras-primas do cinema.


8 – QUEM QUER SER UM ALIENADO?

De todos os vencedores na categoria de Melhor filme não houve quem se comparasse ao péssimo Quem quer ser um milionário? A escolha do filminho de Danny Bole como vencedor de 2008 é uma das mais desagradáveis surpresas da corrida do Oscar. Nem é preciso que se listem aqui seus concorrentes, pois qualquer um que tenha um mínimo de atrativo considerável o teria vencido. Não se sabe ao certo a razão da Academia ter prestigiado com tanta veemência um thriller com um roteiro bobo, sem pé nem cabeça, e com cenas até certo ponto desconfortáveis aos olhos. Mera falta de sensibilidade ou apenas um lobby poderosíssimo? No mundo em que vivemos hoje, é difícil engolir uma história de um João Ninguém que se torna milionário participando honestamente de um programa de perguntas e respostas da TV. E que estas respostas simplesmente emerjam de forma casual a ele. Este equívoco nos levou a acreditar na velha e boa historinha pra boi dormir. Aqui ou lá na Índia.

9 – O PODER DA MISS SIMPATIA

Querida pelos profissionais de Imprensa, do público e dos colegas de trabalho por sua notória simpatia, Sandra Bullock é uma estrela respeitada. E quando concorreu ao Oscar pela primeira vez em 2009 num papel dramático, muitos se deixaram influenciar pelo seu carisma. Esta é a única explicação para o fato de a Miss simpatia ter superado atuações mais surpreendentes como da novata Carey Mulligan em Educação e da chorosa Gabourney Sidibe em Preciosa. Ambas tinham personagens muito mais fortes e consequentemente interpretações muito mais bem trabalhadas e convincentes do que a de Sandra, que não fez nada demais em Um sonho possível, mesmo vivendo uma milionária que ajuda um rapaz negro a se integrar na sociedade. E ainda tivemos neste ano a atuação insuperável de Emily Blunt como A jovem Rainha Vitória. Uma interpretação tão incrível quanto o fato dela nem sequer ter sido indicada ao prêmio. Nunca subestimem o poder da força da simpatia!


10 - OS ANOS EM QUE DOIS GIGANTES PASSARAM EM BRANCO

Quem conhece um pouco de cinema sabe quem e o que representa Steven Spielberg e Martin Scorsese para o mesmo. A magnitude dos dois diretores transcende qualquer tipo de premiação. Por isso foi tão surpreendente os anos em que ambos não conseguiram nenhum Oscar sequer em suas produções. Em 1985 Spielberg fez o drama rico de A Cor púrpura concorrer a exatamente 11 estatuetas. Entretanto, nem mesmo com todo o prestígio do diretor, o filme não lhe rendeu nenhuma estatueta sequer. Dezessete anos depois, foi a vez de Scorsese ficar a ver navios. Seu épico Gangues de Nova Iorque concorreu a 10 Oscar e nem mesmo o fato de ter sido eleito o Melhor filme do ano pela revista Rolling Stone não lhe trouxe nenhuma premiação. Mais que uma surpresa, foi uma pena que esses dois grandes filmes tenham passado em branco na história do Oscar.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O Homem que Mudou o Jogo (2011)

Moneyball, 2011. Dirigido por Bennet Miller. Com Brad Pitt, Johnah Hill, Philip Seymour Hoffman.


Nota: 8.4


Quando Hollywood resolve fazer um filme temático sobre um dos esportes mais amados do país, o baseball, é sucesso garantido. Mas quando a história relacionada ao esporte tem um mote realista, cru, fica ainda mais formidável. A história de como Billy Beane e seu assistente Peter Brand mudou o jogo nos Estados Unidos é um alento para pessoas que se acham incapazes.

O filme de Bennet Miller, adaptado do livro Baseball e Finanças de Michael Lewis por Steve Zaillian, mostra uma face do jogo das quais muitas pessoas não conhecem (principalmente aqui no Brasil) onde o movimento de bastidores, compra, venda e troca de jogadores são uma mesa de xadrez. Ao contrário de outros longas que tem o mesmo tema, O Homem que Mudou o Jogo é frio e calculista, real ao extremo. Contrastando com os sucessos de público e crítica Um Homem Fora de Série (1984) e Campo dos Sonhos (1988), onde imperam a fábula e a superação antes diversidades impostas. Boas histórias, porém com teor romantizado e melodramático em demasia.

O triunfo da produção se dá na lição em que o Moneyball criado por Beane e Brand nos passa. A fórmula baseada em números e estatísticas encontra e extrai o melhor de cada um dos jogadores que encontravam. Passa a idéia de que todo mundo é bom, desde que se aproveitar o que tem de mais precioso. Um belo exemplo de inclusão, que na maioria das vezes não acontece nos esportes em geral, já que só os perfeitos são dão bem e se destacam.


Brad Pitt muda o jogo e sua carreira. A cada filme em que sua imagem se distancia de um Adônis e se sobressai o seu subestimado talento, consegue provar que os anos que passou subjugado sob sua beleza, agora merece o respeito que Tyler Durden (O Clube da Luta) e Tristan Ludlow (Lendas da Paixão) não receberam. O cômico Johnah Hill provou que tem condições de fazer outra coisa que não seja as descerebradas comédias hollywoodianas. Por fim um filme que mudou não só o jogo, mas também a carreira de ambos.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Missão madrinha de casamento, 2011


Bridemaids, 2011. Dirigido por Paul Feig. Com Kristen Wiig, Melissa McCarthy e Rose Byrne


Nota: 8.2

“Não é daquele tipo de comédia que faz piadas sobre o ciclo menstrual das mulheres e coisas assim. É sobre a vida real e aborda certos temas com que os homens também devem se identificar”, assim a atriz Kristen Wiig resume Missão madrinha de casamento, um dos grandes sucessos na corrida do Oscar

O rascunho foi bem rápido. O texto escrito em apenas em uma semana. Mas um “puxão de orelhas” dos produtores, a fez repensar numa maneira de arrancar gargalhadas do público do cinema da mesma maneira que faz com o público da TV nas noites de Saturday Night Live. Isso foi há quatro anos, e só agora a atriz e roteirista Kristen Wiig pôde comemorar o sucesso de sua criação. Em parceria com a amiga Annie Mumolo (que faz uma rápida aparição no filme) nasceu Missão madrinha de casamento, uma comédia de fortes atrativos sob uma interessante ótica feminina da arte de fazer rir.

Muitos afirmam ser uma versão feminina de Se beber não case. Um grupo de amigas que se preparam para o casamento de uma delas. Neste tempo, se criam muitas situações inusitadas. Não sei se foi realmente esta a intenção de Kristen, mas certamente foi esta a impressão deixada por esta comédia alternativa, em que vemos mulheres se valendo de um humor não muito convencional a seu mundo. As piadas ingênuas e quase politicamente corretas deram lugar a um humor mais verossímil em sua forma oral e visual. Situações que deixariam as mulheres de Sex and City em total constrangimento.

Kristen vive a protagonista do filme Annie Walker. Uma mulher que é a personificação perfeita do fracasso em todos os campos. Sentimental e profissional. Annie quase chega a enlouquecer depois que sua melhor amiga Lilian (Maya Rudolph) anuncia que irá se casar. A novidade gera uma confusão de sentimentos, onde ela não sabe até que ponto se sente feliz pela amiga. Daí se cria várias situações esquecíveis nos episódios de ritos de passagem para a noiva.

Como melhor amiga de Lilian, Annie logo toma as rédeas dos preparativos. Porém como se trata do fracasso personificado não é difícil deduzir que tudo que toca tem o efeito contrário de Midas. Um almoço catastrófico num restaurante brasileiro e uma trágica parada numa loja para experimentar os vestidos contam o que significou a participação de Annie nos preparativos do casamento. Diante de tanta confusão, o golpe de misericórdia é quando percebe que a noiva inevitavelmente se aproxima da fútil Helen (Rose Byrne). Uma mulher jovem, bonita, rica, bem popular e talentosa o bastante para se tornar uma adversária potencialmente forte representando tudo que ela gostaria de ser. Não demora muito e Rose assume seu papel nos preparativos bem como na vida de Lilian. Pronto. Se o fundo do poço existe, ela chegou nele. Sua atitude intempestiva no chá de panela quase coloca tudo a perder e ela pensa que jamais sairá do buraco em que atirou sua autoestima. Até que surge uma mais nova amiga, a gordinha Megan (Melissa McCarthy). A personagem é a mais “humana” do grupo. De um humor e franqueza notadamente assustadores, logo se identifica com o sofrimento de Annie e passa a ela toda sua experiência perante a situação. A química entre as atrizes faz da cena uma das melhores do ano, rendendo a Melissa uma merecida indicação ao Oscar.

Provocativa, irreverente e extremamente realista. Assim Missão madrinha de casamento nos aponta uma direção diferente e bem interessante de arrancar gargalhadas. Assim Kristen Wiig cumpriu sua tarefa evocada de quatro anos atrás. Assim fez de sua comédia algo que nos faz vibrar com o potencial ilimitado da criatividade humana em se fazer algo de bom gosto quando se quer. Assim se prova que quando se trata de humor, as mulheres podem sim criar algo tão divertido quanto os homens com tudo que possa vir junto no processo. Os mesmos erros e os mesmos acertos. Podem sim colocá-los no centro das rodas de piadas de conotação sexual. Podem sim, rir e fazer pouco de suas limitações sentimentais. Podem sim se regozijar com o sucesso merecido. Afinal, para elas, missão dada é missão cumprida. Não importa o tempo que leve.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O Espião que Sabia Demais (2011)


Tinker, Tailor, Soldier, Spy, 2011. Dirigido por Tomas Alfredson. Com Gary Oldman, Colin Firth, John Hurt, Tom Hardy, Toby Jones, Bennedict Cumberbatch.

Nota: 9.1

Quando se fala em espionagem sempre vem à cabeça da maioria das pessoas o nome de James Bond. O personagem ficou imortalizado na história do cinema pelos seus inúmeros filmes, em que desfilava charme e se envolvia com lindas mulheres. Depois dele, nomes como Ethan Hunt (Missão Impossível) e Jason Bourne (Trilogia Bourne) ganharam também fama seguindo os mesmo passos do agente 007. Porém, nenhum deles carrega uma das principais características de um espião de verdade, que é a capacidade de ser invisível e agir no silêncio.

Nessa linha é que O Espião que Sabia Demais, adaptado da obra de John Le Carré, se torna um filme genial nas mãos de Tomas Alfredson. As poucas palavras do roteiro previlegia o ponto de vista do agente George Smiley, e permite ao espectador também montar o quebra-cabeça sem ser interrompido por explosões escalafobéticas ou cenas de sexo tórridas e que nada acrescentam à trama. Tudo é conduzido pela competente trilha sonora de Alberto Iglesias, e o tom ansiolítico surge devido à qualidade da fotografia de Hoyte Von Hoytema.

Alfredson opta por deixar todo o filme em ordem não linear, usando por vezes o flashback para dar sentido a algumas situações que envolvem os personagens. Apesar disso, o rumo é um só, e todas as tramas em paralelo conduzem a apenas um fim, que pode até não ser surpreendente, mas o modo chega nele é formidável.

Gary Oldman personifica o Smiley de Le Carré sem modismo ou trejeitos. Cria um anti-007 de poucas palavras e ações premeditadas e estudadas. Procura pelo traidor no alto comando do Circus sem exageros ou situações limite. Coloca em evidência a capacidade de unir fatos, descobrir falhas sem utilizar sequer uma bala, só mesmo na base da inteligência, como deve ser um verdadeiro agente secreto.

Um genuíno suspense de espionagem conduzido com zelo por um novato que parece ter captado o teor do brilhantismo de Le Carré. Com certeza seu agente não irá desbancar os pops de obras mais pipoca, vai ficar apenas na surdina, como tem que ser um espião de verdade.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

DEZ FILMES PARA DIVERTIR

A comédia é um gênero do cinema que mais se direciona ao coração das grandes massas. Ela abrange em geral qualquer um que se aventure pelo mundo da sétima arte. Não é preciso que se entenda esmiuçadamente de cinema se seu principal objetivo é um bom entretenimento. Romance, ação, aventura, animação. O gênero propõe todo tipo de estilo. Por esta razão, as comédias estão sempre ao alcance deste público. E que público grande! Uma boa comédia, uma comédia regular ou até mesmo uma nem tão boa e regular assim, é o suficiente para atrair pessoas que queiram de despedir de mágoas e problemas do dia a dia e se animar perante os mesmos. Aqui preparamos uma lista com dez filmes indispensáveis nesta jornada particular que vai de encontro a uma boa diversão:



TEMPOS MODERNOS (Moderns times, 1936)
“Aqui sua mímica transforma o impossível em possível, o inacreditável em matéria.”
SET

Um filme genial de um gênio. Certamente esta é a frase que mais se atribuiu a quase todos os filmes do inimitável Charles Chaplin. Rei da comédia do cinema mudo, ele criou mais que um personagem inesquecível. Criou uma personificação perfeita do clamor quando todos não ouvem sua voz. Em Tempos modernos, ele retoma seu Carlitos como um operário de uma fábrica diante do impiedoso avanço tecnológico, onde as máquinas superam os limites humanos. Assim, seu operário sofre com um inevitável stress, surta e vai parar numa clínica de recuperação. Quando sai, descobre que a fábrica fechou e que seu destino agora está nas mãos da tecnologia. Homem a frente de seu tempo, o intérprete do vagabundo mais amado do cinema, fez desse clássico mais que uma comédia. Pouco mais de 80 minutos serviram como um forte apelo social à desvalorização do ser humano frente aos elementos cibernéticos. Algo que se tornou um fato verossímil dentro da sociedade nos dias atuais. Embora a questão social seja um elemento fortemente presente nesta obra-prima, é possível também se divertir em meio a cenas hilariantes. Imagine quantas possibilidades ver um homem contracenando com uma máquina! São os tempos de Chaplin. Modernos até os dias atuais quando o assunto é fazer humor.

Uma curiosidade: A atriz Paulette Goddard, sua parceira de cena no filme, tornou-se a terceira esposa de Chaplin depois de se conhecerem nas gravações.

Pra rolar de rir: a sequência em que o operário Carlitos serve de cobaia para mais uma invenção. Uma máquina que lhe dá comida na boca sem o uso das mãos. Atado, tudo transcorria bem até que a máquina entra em curto, e arma a maior confusão com ele. Numa delas, ela o obriga a comer duas porcas grandes de metal. Uma cena para ser vista e revista em todos os tempos.




UMA BABÁ QUASE PERFEITA (Miss Doubtfire, 1993)
“Robin Wilhams está incrível! Verdadeiro trabalho de gênio. O filme é de rolar de rir.”
Good Morning America

Atores que se transvestem de mulher para criar um personagem há tempos deixou de ser algo inédito no cinema. Jack Lemon (Quanto mais quente melhor) e Dustin Hoffman (Tootsie, 1982) são alguns dos bons exemplos. Ambos tiveram atuações irretocáveis em seus trabalhos. Em 1993 Robin Wilhams entrou para esta seleta lista vivendo uma governanta rígida em Uma babá quase perfeita. A comédia dirigida por Cris Columbus se tornou um dos grandes fenômenos de bilheteria daquele ano, cuja única falha foi não ter dado uma justa nomeação ao Oscar para o ator. Uma comédia voltada inteiramente para a família por transitar entre o drama e a comédia das relações familiares. Sally Field empresta seu talento como a ex-mulher de Wilhams, que vive um pai divorciado que para se aproximar de seus filhos muda de identidade e vai trabalhar em sua casa. Graças a um excelente trabalho de maquilagem, inclusive indicado ao Oscar, ele se torna Efigênia Doubtfire, uma senhora pra lá de descolada e que rapidamente vira o esteio do lar e um dos membros mais queridos e indispensáveis do convívio familiar. A farsa rende diálogos e momentos memoráveis dentro do filme, levando o público às lágrimas de tanto rir. A química entre os atores é de uma veracidade assombrosa e a interpretação de Wilhams transcende o figurino. Estas com certeza são as principais razões desta comédia estar entre as mais perfeitas de todos os tempos.

Uma curiosidade: amigos de longa data, Robin convidou pessoalmente a atriz Sally Field para integrar o elenco do filme. O “sim” da renomada atriz ajudou a fazer da comédia algo imperdível.

Pra rolar de rir: a sequência no restaurante quando Daniel (Wilhams) tende a se virar em dois literalmente após marcar uma importante entrevista de trabalho ao mesmo tempo em que a ex-mulher comemora o aniversário. Detalhe: tudo no mesmo ambiente. Entrando e saindo embriagado do banheiro feminino, o ator comprova porque está entre os grandes nomes do cinema. Perfeito!

A PARTILHA, 1998
“A convivência com Glória, Andréa, Lília e Paloma foi um dos melhores momentos profissionais da minha vida. Vi quatro mulheres diferentes tornando-se irmãs.”
Daniel Fillho


Ícone do cinema brasileiro, o diretor Daniel Filho teve a missão de adaptar para o cinema este sucesso teatral do multimídia Miguel Falabella. A partilha é uma comédia familiar que não demorou muito parar nas telas pelas mãos do diretor do aclamado Se eu fosse você. Na história, quatro irmãs se reúnem depois de anos para o enterro da mãe. De vidas e personalidades totalmente distintas, elas tentam chegar a um acordo na divisão de bens deixados pela matriarca. À medida que se arrasta uma provável solução benéfica para todas as partes, as irmãs vão quebrando a indiferença de anos com as lembranças trazendo a tona sentimentos dantes adormecidos. Estas variáveis poderiam levar o filme pelo caminho do drama, porém, a natureza sarcástica das personagens cria uma história engraçada conduzida por atrizes de talento notável, tiradas maduras e eloquentes. Embora o filme tenha ar novelesco, comum nas produções globais, com um o elenco fantástico em mãos, Daniel aprimora com êxito a peça de Falabella. A extraordinária Glória Pires conta com a renomada Lília Cabral; a versátil Andréa Beltrão e a talentosa Paloma Duarte para fazer desta comédia algo que vale a pena acompanhar diante das bobagens que emergem atualmente no cenário nacional. Um bom entretenimento para partilhar com pessoas queridas.

Uma curiosidade: A inspiração de Falabella veio de uma tentativa de comprar um apartamento onde presenciou uma discussão entre duas irmãs pelo imóvel. “Constrangido me retirei, pois tinha ido comprar um imóvel e achei que não devia ficar ali. Saí com isso na cabeça.”

Pra se divertir: a dança na praia das quatro irmãs. Ao som de Dancin Days oriundo de um aeroplano, elas extravasam toda sua alegria de viver naquele cenário paradisíaco. “Dance bem, dance mal, dance sem parar. Dance até sem saber dançar.”



O DIÁRIO DE BRIGDET JONES (Bridget Jones’ diary, 2001)
“Reneé Zellweger e sua Bridget Jones entraram para a história de forma memorável.”
Flávia Cristina, fã incondicional de boas comédias e personagens

Ser uma mulher fora dos padrões exigidos pela sociedade alimenta a baixa estima de qualquer uma. Ainda mais quando chega aquela época do ano em que se fazem as famosas resoluções capitais para sua vida futura. Assim começa O diário de Bridget Jones, uma deliciosa comédia que mostra a força do poder se sobrepondo sobre o ser. Bridget Jones (Reneé Zellweger) é uma moça londrina na casa dos 30 anos, que procura insistentemente pelo par perfeito. Contudo, como não está na lista das grandes beldades em seu meio social, seu desejo se tornava uma coisa inatingível. Até que um dia seu chefe bonitão Daniel Cleaver (Hugh Grant), resolve olhar com mais “carinho” para sua minissaia. De inocentes trocas de e-mails, eles começam uma relação cheia de equívocos. Enquanto a moça sonhava em subir ao altar, o bonitão só queria mesmo curtir sua solteirice. Desiludida, Bridget encontra consolo nos braços do vizinho de infância, o advogado todo certinho Mark Darcy (Colin Firth). Antes de se mostrarem perdidamente apaixonados um pelo outro, trocar insultos nas muitas gafes de Bridget, era o que regia a relação dos pombinhos. O texto eminentemente britânico, o roteiro assinalado pela mesma autora do livro (Helen Fielding) seria suficiente para o êxito desta obra. Mas vale muito ressaltar a brilhante atuação indicada ao Oscar de Zellweger. A atriz não descarta suas caras e bocas, exigidas pela composição de sua personagem aliada a uma meiguice um tanto ingênua e uma força interior que surpreende com muito, muito humor. Tópicos que marcam a história de Bridget como a própria história de Zellweger no cinema. Uma personagem crua desmistificando o padrão da princesa de contos de fadas nesta comédia adulta que transita impecavelmente entre o humor e o romance.

Uma curiosidade: Zellweger teve de engordar mais de 13 Kg para compor sua Bridget Jones. O resultado de tanto sacrifício foi uma justa nomeação ao Oscar bem como a ascensão de sua carreira.

Pra rolar de rir: a sequência em que Bridget desce pelo tubo dos bombeiros e acidentalmente mostra seu traseiro em Rede nacional. “Que maravilha! Sou motivo de gozação nacional! Tenho uma bunda do tamanho do Brasil!”


LEGALMENTE LOIRA (Legally blonde, 2001)
“Um verdadeiro furacão!”
Universal Channel


Histórias de mulheres que sofrem preconceito e tendem a lutar contra todas as adversidades na maioria das vezes foram bem retratadas em Hollywood. Negras, lésbicas, judias, ou simplesmente pelo fato de serem mulheres, rendem bons momentos e bilheterias todos os anos nos cinemas de todo mundo. É um bom atenuante para se contar uma história dramática. Mas quando resolvemos rir um pouco de todo este absurdo, nascem comédias inesquecíveis como Legalmente loira protagonizada pela estrela Reese Winsterpoom. Aqui a loira interpreta Elle Woods, uma patricinha de Beverlly Hills (ave Silverstone!) que sonha em se casar com o melhor partido da cidade. No entanto, seus sonhos viram pó quando este resolve noivar com uma mulher mais “séria”, pois pretende estudar direito em Harvard. “Então está terminando comigo porque eu sou loira?!” indaga perplexa. Isso mesmo, afinal, ser loira é sinônimo de falta de inteligência. Contudo, o que ele e os outros não imaginavam era que a “Marilyn” pudesse contradizer este dito popular e alcançar primeiro o que ele não conseguiu. O respeito de todos. Com muita obstinação, ela decide entrar na Universidade e seu êxito a faz mudar de endereço. E claro, seu estilo de ser rouba todos os holofotes no Campus. Aos poucos ela coleciona elogios, consegue uma vaga de estagiária, ganha um importante caso e se forma com honras na mesma faculdade de seu ex. Ao bater o martelo contra o preconceito, provou seu valor como mulher independente da tintura de seu cabelo. O carisma, a bela interpretação de Winsterpoom bem como a velha e boa rivalidade entre mulheres, aqui representada por Selma Blair, sua colega em Segundas Intenções, garantem boas risadas neste filme pra lá de legal.

Uma curiosidade: a primeira vez que vi este filme, exclamei: “Esta garota nunca vai ganhar um Oscar!” Não que não tivesse gostado de sua interpretação, pelo contrário, foi formidável. Não que duvidasse de seu potencial, mas se tratando de uma atriz de comédia, é quase improvável isto acontecer. Quatro anos mais tarde, felizmente “queimei” minha língua quando Winsterpoom ganhou merecidamente a famosa estatueta por Jhonny e June.

Pra rolar de rir: a sequência da festa na Faculdade onde Elle, enganada pela malvada Vivian (Blair), aparece como coelhinha. De personalidade forte, ela não se intimidou e entrou no espírito da festa.


SHREK, 2001
“Verde, feio e irresistível”.
O Globo

Um príncipe encantado que se faz presente na forma do sapo. Assim fomos apresentados a um dos mais queridos personagens do cinema. Shrek, o filme, estourou nas bilheterias de todo mundo e marcou uma nova era das animações. A sinopse firmada em torno dos famosos personagens das histórias infantis em especial aos belos contos de fada se mescla com temas mais adultos, elevando para um nível maior e por assim dizer, mais maduro, as mesmas historinhas. Daí a razão do seu sucesso atingir todas as idades. O ogro Shrek (voz de Mike Myers) não possuía nada que pudesse atrair a atenção de uma princesa. Seus inexistentes atributos físicos tiveram que se submeter a seu espírito guerreiro e dignidade ímpar, características primordiais que alguns príncipes encantados talvez não tenham. Mais que fazer uma releitura destas historinhas, o filme nos leva a acreditar com muita emoção, na importância dos valores interiores. Diante disso, o ogro conquistou não só o coração da princesa Fiona (voz de Cameron Díaz), mas como também de milhões de fãs. Sua parceria com Burro, o amigo sem-noção, rendeu momentos memoráveis em sequências hilariantes e gerou mais três produções. Embora tivessem se tornado sucessos nas bilheterias e nos apresentados outros personagens inesquecíveis, como o Gato de Botas (voz de Antônio Banderas), não conseguiram causar o pungente impacto desta primeira aventura. Uma obra-prima na arte da animação e de se divertir, em que não é preciso viajar tão... tão distante assim a fim ter seu Felizes Para Sempre.

Uma curiosidade: A inspiração do produtor J.H.Wilhams veio de uma fonte bem próxima. Seu filho no Jardim de infância, mesmo não sabendo ler, amava o pequeno livro do ogro, e conseguiu absorver a essência de Shrek. “Era um personagem incrível à procura de um filme”, concluiu o produtor.

Pra rolar de rir: as peripécias do Burro são inesquecíveis, no entanto, a sequência em que desvenda a verdadeira face de Fiona supera todas! “Oh, meu Deus! Você comeu a Princesa!”


GRANDE MENINA, PEQUENA MULHER (Uptowgirls, 2003)
“Britany Murphy está encantadora na melhor comédia sobre ritos de passagem de ano”
Hot Ticket


Dakota Fanning vive uma grande menina e Britany Murphy uma pequena mulher. Desta antítese partiu o prelúdio de uma das melhores comédias já realizadas no cinema. A pequena vive Ray Schleine (Fanning), era uma garotinha hiperativa e hipocondríaca que tinha como diversão infernizar a vida de todas as babás, até a chegada de Molly Gunn (Murphy), uma patricinha que perde tudo pelas mãos de um advogado picareta. Sem grana, Molly, que só vivia para festas e torrar a polpuda herança deixada pelos pais, tende a trabalhar para sobreviver. Com a ajuda de um amigo, ela vai parar na casa de Ray. Elas só não poderiam imaginar que desta inusitada parceria nasceria uma amizade atemporal, em que ambas ajudariam uma a outra a aprender sobre o sentido da vida. Enquanto Ray aprende com Molly como tornar-se uma criança na melhor acepção da palavra, a babá cresce, tornando-se uma mulher madura e independente. Neste processo se insere diálogos engraçados de humor ácido, sequências divertidíssimas e uma química espetacular entre as personagens e atrizes. Assim, Grande menina, pequena mulher se torna um filme tocante, que fala das relações entre mulheres sob um curioso ponto de vista de uma amizade inimaginável. Uma lição que aprendemos da maneira mais legal possível, brincando. Além do mais é uma ótima oportunidade de acompanhar um belo trabalho da saudosa Britany Murphy, que tanto contribuiu com sua energia vitalizante para a comédia no cinema. Uma grande menina e mulher.

Uma curiosidade: Mu, o porquinho de estimação de Molly, foi “interpretado” por dois porcos gêmeos. A única maneira de diferenciá-los era porque um deles tinha uma pinta cinza perto do rabo.

Pra rolar de rir: as sequências de humor físico de Britany. Entre tombos e escorregões, uma batida da porta no nariz e um mergulho num rio poluído são algumas das imagens inesquecíveis que despertam ainda mais saudades de uma grande estrela.


A ERA DO GELO (Ice Age, 2004)
“O esquilo Scrat arranca gargalhadas dos mais sisudos dos seres humanos.”
Folha de São Paulo

Um bando de loucos! Assim podemos definir os protagonistas da aventura mais legal da história do cinema. Quando a preguiça Sid (voz de John Leguizano) e o mamute Manny (voz de Ray Romano) encontram uma criança humana às margens de um rio dá-se início a uma jornada marcada de perigos, amizade e muita diversão em plena era glacial. Aos dois juntou-se o tigre Diego (voz de Denis Leary), que a princípio, era um inimigo em potencial, pois só buscava vingança contra os humanos e, portanto, usaria o pequerrucho para isso. No entanto, o carinho e o zelo que um tem para com o outro, muda a personalidade do tigrão. Tudo isso paralelo às tentativas do esquilo Scrat (voz de Cris Wedge) de conseguir manter sob seu domínio uma avelã. Assim, os fortes laços de amizade criados entre eles geraram outras duas aventuras, mas que com certeza não conseguiram superar este original de Carlos Saldanha. O diretor conseguiu a façanha de unir seres tão diferentes nesta fabulosa aventura. Seres que de tão bem humanizados se tornaram personagens reais gerando uma agradável identificação com o público. A Era do Gelo marca a história da animação pelo poder da amizade de um grupo, aqui chamado de bando, lutando pelo mesmo ideal. As diferenças evidentes evidenciam a importância de cada um neste gélido cenário de humor. Todos têm algo a oferecer, até mesmo o esquilo Scrat e sua escorregadia avelã. O personagem fez história com o mérito de não pronunciar uma palavra sequer e ainda assim arrancar boas gargalhadas. Prova que às vezes o gestual é mais bem-vindo que o oral. A produção impecável, o roteiro brilhante e a coesão dos personagens elevam para sempre, por eras e eras, esta comédia animada. Impossível não se derreter!

Uma curiosidade: É... é do Brasil!!! O diretor, criador e roteirista de A Era do Gelo é carioca e com o sucesso da série, Carlos Saldanha ajudou a alavancar o mercado mundial para os diretores nacionais. Depois disso, fez uma bonita homenagem à sua terra natal com a animação Rio.

Pra rolar de rir: a primeira sequência que nos apresenta Scrat e sua avelã quando um duto de gelo cria uma chuva de estacas que o persegue. E quando consegue se livrar desta gelada, é pisoteado por mamutes e outros animais. Bem-vindos a Era do gelo!



PEQUENA MISS SUNSHINE (Little Miss Sunshine, 2007)
“Abigail Breslin está realmente irresistível como uma esperançosa concorrente de concursos de beleza infantis.”
SET

Famílias disfuncionais são a tônica no momento em Hollywood. Basta ver por The Middle e a premiada Modern Family, séries de grande audiência na TV americana. Um tema que ajuda na criação de personagens tão excêntricos quanto interessantes e que elevou a comédia Pequena Miss Sunshine a uma das melhores em todos os tempos. Hoje, pode até ser um tema bastante conhecido, mas na época de seu lançamento, o filme ganhou muitos pontos pela originalidade. Tanto que levou o Oscar por roteiro original e melhor ator coadjuvante para o veterano Alan Arkin. E ainda concorreu a outros prêmios, especialmente como o melhor filme do ano. Um avô viciado em cocaína, um tio homossexual e suicida, um irmão quase que autista, um pai narcisista e uma mãe omissa, formam a família de Olive. Abigail Breslin conquistou uma justa nomeação como a menina de beleza desproporcional que sonha em ser a Miss Sunshine. Mas logo de cara a menina percebe que não vai ser nada fácil realizar este sonho. Seus atributos físicos nem de longe lembra uma Miss e com os abaláveis problemas de sua família não ajuda em nada a vencer este desafio. Contudo, o apoio incondicional de seu avô (Arkin) e a personalidade do pai, que não admite perdedores, arrastam todos para uma aventura inesquecível atravessando o país a bordo de uma combi barulhenta. Como não poderia deixar de ser, esta aventura rendeu momentos disfuncionais que vai da comédia ao drama em cada parada. O público embarca com esta família e seus problemas, que vão se resolvendo no decorrer da viagem. O elenco afinadíssimo, que inclui Steve Carrel e Toni Colete, surte uma fantástica química e entra para a história ao contar de modo soberbo uma história divertida, comovente e com uma grande lição de moral no fim. Uma comédia como poucas, um filme como poucos. Grande em todos os níveis.

Uma curiosidade: Toni Colete e seus filhos problemáticos. Antes de Dwayne (Paul Dano) e Olive (Breslin), a matriarca já sofria com as esquisitices de Halley Joel Osment em O sexto sentido. O menino que via gente morta todo tempo tirava a Paz da mãe preocupada.

Pra rolar de rir: uma engraçada tentativa de dança sensual de Olive (Breslin) em sua apresentação de talento no concurso. Diante da incredulidade dos jurados, a menina dá um show de desenvoltura em estilo livre. Uma cena memorável!



VICKY CRISTINA BARCELONA (2008)
“Sexy e engraçado”
Variety


O mestre Woody Allen brinda Barcelona com uma comédia romântica da vida real. Portanto, nada de ser um perfeito contos de fadas. Vicky Cristina Barcelona fala das relações amorosas sem a ingenuidade das histórias de amor comum a este tipo de gênero. Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson) são duas amigas que decidem passar as férias de verão na famosa cidade espanhola. Logo na primeira noite são interpeladas por Juan Antônio (Javier Bardem), um pintor sedutor. Vicky, como estava noiva, rechaça imediatamente a proposta do artista enquanto Cristina se deixa levar por seu charme. O relacionamento dos novos amantes vai de vento em polpa até a chegada da ex-mulher de Juan. A explosiva Maria Helena (Penélope Cruz, vencedora do Oscar) completa com muito talento e sensualidade este irresistível e instigante triângulo amoroso. O trio vive uma relação curiosa sob o mesmo teto, inclusive com um “momento” de Maria e Cristina numa sala vermelha com pleno consentimento de Juan. A estranha relação beneficia todos os membros do trio. Juan e Maria recuperam a inspiração que lhes faltava e Cristina vive a ardente paixão sem compromisso que buscava. O trio vira quarteto quando Vicky, tomada pelos ares de amor exalados pela cidade também se envolve com o charmoso amante latino. A viagem muda os horizontes das jovens moças nestas fantásticas experiências amorosas. A combinação de amor e arte embriaga a comédia de Allen com sedução e humor. Um filme inesquecível para rir, sonhar e viajar pelas emoções humanas sem qualquer tipo de receio.

Uma curiosidade: a química entre Javier Bardem e Penélope Cruz se estendeu para fora das telas. Os astros formaram um dos casais mais belos de Hollywood e são pais de um lindo bebê.

Pra rolar de rir: a sequência em que Maria Helena procura conhecer melhor sua rival durante um café. Cristina tenta mostrar seus dotes intelectuais contando que estudou chinês diante de uma cética Maria. As nuances de Cruz lhe renderam o Oscar e até a bela Johansson esteve perfeita.