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quarta-feira, 16 de setembro de 2015

100 Filmes para assistir antes de morrer

Por Flávia Cristina, fã de filmes tocantes, sejam eles famosos ou não. De um cinema feito como arte, mas acima de tudo para encantar, emocionar, despertar emoções e reflexões para a vida.



100 – A Noviça Rebelde (The Sound of Music, 1965)


Meu coração será abençoado com a música.” Estes versos decantados pela protagonista nos primeiros minutos do filme sintetizam o indescritível poder da música. Através dela, a jovem Maria levou a alegria de volta à casa da Família Von Trapp. Foi o poder da música que salvou a Família de um destino insólito durante a Segunda Guerra. Dirigido pelo premiado Robert Wise, se tornou um dos maiores musicais da história e fez de sua protagonista, a atriz-cantora Julie Andrews, uma grande estrela. 

99 - O lado bom da vida (Silver Linings Playbook, 2012)


Mesmo não se valendo muito de romance, e sim de redenção pessoal, O. Russel acerta em mesclar características merecendo sua indicação ao Oscar nos trazendo um filme para se apreciar na certeza de que quando você sai da sala de projeção, pode sim reconhecer o lado surpreendentemente bom da comédia romântica. Livre de clichês de personagens insossos e deveras “certinhos”, ele faz com que nos apaixonemos pelos protagonistas de forma crua e real. Uma viúva recente com um homem que sofre de bipolaridade precisam reencontrar o lado bom de suas vidas e nós embarcamos com eles a cada momento. 

98 – Segredos íntimos (Ha-Sodot, 2007)


A trama israelense de Avi Nesher desafiou os padrões mais ortodoxos e trouxe uma belíssima história sobre liberação feminina quando uma jovem decide adiar o casamento para completar os estudos em um Seminário e se conhecer melhor. A trilha sonora é uma das mais lindas que já ouvi. Nesher e Hadar conseguiram nesta obra de raro apreço explorar com sensibilidade e precisão a força da mulher do outro lado da moeda de uma cultura pouco explorada com tamanho êxito. O fato das personagens serem jovens e se encontrarem no sopé da montanha de formação moral, ajuda na caracterização de cenas menos densas quando se trata de polêmica. O espírito jovial na alegria dos cânticos está presente e minimiza este afronto. Para quem aprecia temas de grande alcance, certamente um projeto de tirar o solidéu. 

97 – Os outros (The Others, 2001)


Nicole Kidman estava no auge da carreira quando protagonizou um suspense de primeira. O filme conta a história de uma mãe atormentada com estranhos sons e vozes que emanam de sua casa. Para proteger seus filhos de algo real e sobrenatural, ela (e os espectadores) vai ter que descobrir o que a verdadeiramente assombra. O filme virou um hit da época com uma trama bem orquestrada e um dos finais mais inesquecíveis do cinema. 

96 – Encantadora de Baleias (Whale rider, 2003)


Se valendo de um mito na região da Nova Zelândia, Pykea nasceu de uma linhagem nobre da região e quando seu irmão gêmeo morreu no parto, coube a ela a responsabilidade de liderar seu povo e uni-lo em suas raízes. Mesmo tendo amor e respeito por sua família, ficou difícil pra ela conciliar os objetivos de sua missão. Resgatar uma cultura dantes perdida e enfrentar os preceitos/preconceitos da mesma, ainda que sua ingenuidade de menina estivesse latente. A diretora Nikki Caro pode ter dado um tom feminista à obra, mas certamente não tirou a bela essência de uma história cativante que entre outras coisas, ainda aborda a influência ocidental frente a culturas primitivas. 

95 – Seven – os 7 crimes capitais (Seven, 1995)


David Fincher já balançava os alicerces de Hollywood com uma trama policial como raramente vimos no cinema. Ágil e interessante, tem o galã Brad Pitt no auge da carreira vivendo um jovem Detetive que precisa pegar um assassino frio, que usa os pecados capitais para descrever seus crimes. Aqui o ritmo alucinante das caçadas policiais é feita com mais apuro e drama. Foi u dos grandes sucessos da época e é até hoje uma das mais inteligentes tramas policiais. A parceria de Pitt com o ótimo Morgan Freeman rende grandes momentos, mesmo com o galã ainda cru na arte de representar. 

94 – Desejo e reparação (Attonement, 2007)


Vencedor do Globo de Ouro de 2008, esta obra de Joe Wright beira à perfeição ao retratar o Poder nocivo que tem as crianças e sua imaginação. A construção minimalista da personagem central a qual se desenvolve a trama é o ponto principal. A veterana Vanessa Redgrave e a jovem Romola Garai imprimem segurança as nuances categóricas de Briony a cada passagem de tempo, mas é na interpretação soberba de Saiorse Ronan que reside à força da história muito bem contada por um grande roteiro intercalado por sequências de rara primazia. Joe Wright acerta na escolha de seus protagonistas e eleva seu filme a categoria de uma das melhores obras românticas já feitas no cinema. Nele são inseridos tópicos interessantes da dualidade humana como fio condutor e suas vertentes de amor, paixão, desejo e reparação. 

93 – Ghost, do outro lado da vida (Ghost, 1991)


Sucesso número um de bilheteria daquele ano, Ghost (que aqui foi estendido como o outro lado da vida), é até hoje uma das histórias mais lembradas por todos os apaixonados. Talvez pelo roteiro de tão original, que acabou levando o Oscar da categoria, ou pela química do casal de protagonistas vividos pelo saudoso Patrick Swayze e a estonteante Demi Moore, ou a canção Unchained Melody, que se tornou um hino de amor decantado em todo mundo. Ou então a interpretação premiada da excelente Woopi Goldberg. Enfim, poderíamos enumerar todos os elementos que fizeram do filme de Jerry Zucker algo imperdível e um marco do cinema romântico. 

92 – Histórias cruzadas (The Help, 2011)



Ambientando na cidade de Jackson (Mississípi) em plena época da segregação, conta o ponto de vista das empregadas negras, que passa a ter voz ativa através de um livro escrito por uma corajosa jovem recém formada em Jornalismo. A moça queria fazer algo de útil com sua formação, pois sempre foi diferente de outras da cidade. Assim ela se aproximou das empregadas para criar não só um elo profissional como um elo humano também. Os depoimentos destas mulheres que podiam criar o filho das patroas, mas não usar o banheiro de dentro da casa das mesmas, ajudou a criar momentos de emoção dentro da trama. Mas não foi só de drama que viveu o filme, houve momentos de comédia também, tudo amparado por um dos melhores elencos femininos do cinema em grandes atuações. Recebeu muitas críticas positivas e teve uma boa aceitação do público. 

91 – A Partida (Okuribito, 2008)


O vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro, o Japão nos brinda com um tema pouco explorado no cinema, ao menos no cinema americano. O respeito e apreço pelos mortos, que na trama são vistos ainda como pessoas merecedores de toda atenção da mesma forma se estivessem vivas. No pano de fundo, a relação inacabada entre pais e filhos. A narrativa é o ponto excepcional do filme. Ela trata dos assuntos abordados de uma forma tranquila e engraçada, bem ao estilo nipônico. Todos somos seres de carne e osso, que um dia iremos partir para um outro mundo, independente das escolhas que tomamos em nossa vida, que deve ser valorizada, antes que seja tarde. 

90 – A última tentação de Cristo (The last templation of Christ, 1987) 


Martin Scorsese chocou os católicos mais conservadores com uma nova versão do Salvador. Aqui, explora-se mais a parte humana (que ele teve sim) na história de Jesus, interpretado de forma formidável por um William Dafoe entregue ao personagem. O mote é a pergunta: O que teria acontecido se Cristo tivesse desistido da Cruz? Para os mais ortodoxos, é um tema impensável, porém não deixa de ser instigante para o cinema ver um Cristo desnudado de todo o divino que o envolve historicamente. 

89 – Hotel Ruanda (2005)


O genocídio ocorrido em Ruanda nos meados de 90 ganhou uma versão cinematográfica mostrando como o Gerente de um Hotel classe A no país conseguiu salvar milhares de vida ruandeses com influência e compaixão. Uma espécie de Schindler africano, Paul Husasabagina escreveu seu nome na história de forma edificante. A diferença entre os dois casos, é que nesse filme há uma crítica nada velada à chamada Nações Unidas e aos países mais ricos do mundo, que seguiram indiferentes ao acontecimento. 

88 – Central do Brasil (1998)


A emocionante história de uma mulher solitária que ganha a vida descrevendo os sentimentos das pessoas em cartas ganhou o mundo quando ela parte em busca do Pai de um menino que aprendeu a gostar. O desenrolar dessa vibrante relação rendeu a protagonista Fernanda Montenegro uma indicação ao Oscar. Além disso, o filme de Walter Salles prova que não é apenas da violência de favelas movies ou de comédias descerebradas que vive o cinema nacional. Podemos fazer algo interessante.

87 – Mississipi em Chamas (Mississipi burning, 1988)


Um dos retratos mais vergonhosos da história americana ganha corpo num filme absolutamente perturbador. A segregação racial do Estado do Mississipi estava no ápice e agora cabe a dois Detetives desafiar este regime para desvendar a verdade por detrás dos assassinatos de um jovem negro e dois ativistas pelos Direitos Humanos. A busca pela verdade acaba por desenrolar atos ainda mais violentos da chamada Kux Kux Klan da cidade. Porém no decorrer da trama, percebe-seque nem todos os moradores compartilham com essa ideia, já que deles são revelados o cerne de todo esse ódio.  

86 – Shrek (2001)


O ogro Shrek nunca mais foi o mesmo depois de encontrar um amigo falante e uma Princesa nada convencional. E o cinema de animação ganhou personagens inesquecíveis. A criatividade dos roteiristas em recriar os Contos de Fadas rendeu a este gênese mais três longas. Shrek é um Ogro que vive sozinho em seu Pântano até descobrir no Amor e na Amizade que a vida pode ser algo bonito de se viver até mesmo para quem se considera um Monstro. Recomendo assistirem esta primeira para mergulharem na segunda sequência, um pouco melhor. 

85 – Clube da luta (Fight Club, 1999)


Edward Norton e Brad Pitt interagem de forma magistral nesta obra de David Fincher. Um jovem executivo passa por uma crise existencial e busca em novas e estranhas amizades extravasar a mediocridade de sua vida atual. Dentro de cada ser humano cabe uma dose de loucuras e é assim que se desenrola um roteiro estranho com gente esquisita, mas que tem muito méritos. Engana-se quem pensa ser apenas algo ligado a luta, homens e seu testosterona, é algo bem além disso. 

84 – Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban 
(Harry Potter and the Prisoner of Azkaban, 2004)


A franquia mais lucrativa do cinema, tem em sua terceira sequência sua melhor realização. Nas mãos do talentoso diretor Alfonso Cuarón, o bruxo viaja no tempo ao lado da amiga Hermione para salvar a pele de seu Padrinho, condenado injustamente a um prisão tenebrosa. O mote da volta no tempo ajuda a alavancar o roteiro do filme como um dos melhores, e a fotografia belíssima completa a produção. E é claro que como se trata de uma franquia com mais 7 filmes, o ideal é assistir a todos, mas este é pra ver e rever! 

83 – A vida dos outros (Das Leben der Anderen, 2006)


Se quiser conhecer bem uma pessoa, dê poder a ela.” Muito se ouve a despeito deste mítico dito popular que tem como objetivo caracterizar o fundamento do caráter, também chamada índole, de uma pessoa frente ao poder ao ela incumbido. Seu sentido ganha contornos pejorativos quando segue-se a linha de que o poder corrompe, destrói, gera o declínio pessoal e enraíza os estigmas de solidão. E se ao invés de corromper, o Poder fosse corrompido? Foi esta brecha que um Agente da Stasi explorou em plena Guerra entre as Alemanhas quando mudou a direção de sua missão de espionagem. 

82 – Drácula de Bram Stoker (Bram Stoker's Dracula, 1992)


Na versão mais fiel ao lendário livro, o Conde das Trevas é pouco mostrado como um sugador de sangue que o mitificou. Aqui, Vlad Dracul é um Guerreiro que depois de retornar de uma campanha em nome da Igreja, é enganado pela mesma, e se torna então seu arqui-inimigo depois do suicídio de sua noiva. A história virou lenda e a lenda virou mito e durante séculos fomenta a história de vampiros. Uma beleza assustadora de detalhes e interpretações memoráveis. 

81 – A rede social (The social network, 2010)


Os desdobramentos a despeito da criação do Facebook marcou época no cinema. Além dos elementos técnicos, fica a crítica em torno das amizades que se criam através da realidade virtual. Quando a ambição do jovem Mark Zuckenberg se torna maior que seus verdadeiros amigos, ele passa a ser um dos jovens mais ricos do mundo. David Fincher cria uma espécie de vácuo temporal entre as cenas para caracterizar cada personagem nesta ciranda de interesses. 

80 – Pequena Miss Sunshine (Little Miss Sunshine, 2006) 


Vencedor do Oscar de melhor roteiro original, trouxe um frescor interessante às relações familiares sempre pautadas por dramas e tensões. Quando a menina Olive decide concorrer ao título de Pequena Miss Sunshine, sua família decide viajar junta pelo país a bordo de um comb. Neste processo, muitas situações mudam a vida de cada um deles em aprendizado constante.  

79 – O Labirinto do Fauno (Pan’s labirynth, 2006) 


Guilhermo Del Toro criou um mundo de Conto de Fadas sombrio e realista por demais. Usando como pano de fundo a Guerra Civil Espanhola, ele contou a história de Ofelia, uma garota que após perder o Pai, vai morar com a mãe grávida e o padrasto, um Oficial do Exército Fascista. Enquanto a triste realidade bate à sua porta, ela foge para um mundo onde é uma Princesa de um mundo subterrâneo e tem que passar por 3 testes definitivos para retornar. A ideia de escapismo (sonho ou realidade) da menina deixa a pergunta no ar no final. Uma jogada simplesmente fabulosa! 

78 – Gangues de Nova Iorque (Gangs of the New York, 2002)


Junte Daniel Day-Lewis e Leo Di Caprio e tenha uma obra perfeita em termos de interpretação. A clássica história de um jovem que busca vingança contra o assassino de seu Pai, rendeu impressionantes 10 indicações ao Oscar daquele ano. A produção caprichada e os diálogos ferinos e interessantes, ajudaram a elevar o nível da obra. O contexto histórico também merece menção. Aqui vimos o surgimento da nação nova-iorquina, habitada por uma boa parte de imigrantes irlandeses, considerados escória para os nativos. A guerra de Secessão teve uma participação importante na trama.  

77 – O Sétimo selo (Det sjunde inseglet, 1957) 


Ingmar Bergman nos propõe uma reflexão sobre o medo e a evolução contemporânea dos estágios da religião. Quando retorna de uma Cruzada, o Cavaleiro vê sua terra totalmente devastada pela Peste Negra, o que acaba abalando a fé que tem em Deus. Neste tempo, ele recebe a visita da Morte, e para ganhar tempo, ele a convida para um jogo de xadrez, numa das cenas mais emblemáticas do cinema. 

76 – Batman – O cavaleiro das Trevas (Batman: the Dark night, 2008)


Filmes sobre Super-Heróis geralmente são usados apenas para entretenimento, blockbusters. Mas quando algo sai com tamanha qualidade de roteiro, construção de personagens e produção, merece uma menção especial. O Cavaleiro das Trevas aparece um pouco mais sombrio que o habitual, e mais humano também, mas nada se comparando ao show de seu inimigo O Coringa, interpretado de forma magistral pelo saudoso Heath Ledger. O homem Morcego tem que correr contra o tempo para provar que não é um vilão e que seu inimigo está errado em apontar apenas as falhas dos seres humanos como algo que lhes dão força. 

75 – Cabo do medo (Cape fear, 1991)


Quando Robert de Niro e Juliete Lewis contracenam no filme, é uma aula de interpretação, como bem descreveu uma crítica. E certamente eles roubam a cena numa trama permeada por tensão e suspense quando um ex presidiário parte em busca de vingança contra seu ex Advogado que teria ajudado a condená-lo. De Niro cria um vilão memorável que toma todo o filme. 

74 – A Separação (Jodaeiye Nader az Simin, 2011)


Festival de Berlim, Globo de Ouro, Cesar e Oscar. O primeiro filme iraniano a ganhar o mundo da sétima Arte impressiona pela coragem em expor os problemas que passa um casal que se enredado na situação política e religiosa de seu país. Um quer ficar para cuidar do Pai e o outro quer ir para dar a filha uma oportunidade melhor. Mesmo estando apaixonados, uma separação é inevitável, trazendo várias consequências. 

73 – A vida é bela (1998)


Roberto Benigni fez barba, cabelo e bigode neste sucesso do Oscar. Tendo como cenário a Segunda Guerra Mundial, ele viveu um pai de família judeu que poupou seu filho dos horrores daquela época criando um mundo “quase perfeito” para o pequeno dentro dos campos de concentração nazista. Após ser preso com sua família, o homem não se deixou esmorecer para o bem do rebento, levando toda aquela situação na mais plena alegria, moldando sua própria história de vitória sobre o massacre. Um filme edificante, sem dúvidas. 

72 – Sobre meninos e Lobos (Mystic river, 2002)


É o tipo de filme para apreciar atuações impecáveis. Sean Penn brilha na pele de um traficante em recuperação que tem uma última missão: matar o assassino de sua filha, que pensa ser seu vizinho e amigo interpretado por Tim Robbins, que dá vida a um homem atormentado por um trauma gigantesco na infância. Na trama, descobre-se que às vezes nem sempre o que se aparenta, é. Cada personagem carrega uma carga dramática que foge aos limites de cada um. 

71 – Uma linda Mulher (Pretty womam, 1990)


Julia Roberts se tornou a namoradinha dos Estados Unidos e Richard Gere o homem que toda mulher espera depois desse fenômeno que recriou uma interessante versão sobre o Amor de conto de fadas. Um milionário resolve contratar os “serviços” de uma prostituta por um final de semana, mas a relação ganha outros contornos quando ambos se apaixonam. Um romance bem interessante que quebra alguns tabus importantes dentro da história. 

70 – Os Imperdoáveis (Unforgiven, 1992) 


Um elenco estelar encabeçado pelo Astro de cinema faroeste Clint Eastwood, tem o mérito de ressuscitar o gênero vencendo o Oscar de 1993. Pistoleiros aposentados se unem a um jovem cowboy para um último trabalho. O filme é desmistificador, criando tipos mais humanos e até engraçados dentro do Velho Oeste. A violência, essência desse tipo de obra, é colocada em segundo plano e não se manifesta gratuitamente. Um triunfo cinematográfico certamente. 

69 – Réquiem para um Sonho (Requiem for a Dream, 2000)


Uma visão frenética, perturbada e única sobre pessoas que vivem em desespero e ao mesmo tempo cheio de sonhos. Dois jovens começam a viajar em substâncias químicas acreditando ser a “saideira” para cada um deles, mas a verdade é que essa saideira se torna um vício desenfreado. Enquanto isso a mãe de um deles acredita ter sido sorteada para ir a um programa de TV e começa a usar remédios para emagrecer, tornando-se dependente. Com cenas reais e perturbadoras, desperta uma sensação de melancolia constante, mas o fundo de uma beleza cinematográfica hipnotizante. 

68 – Meninas malvadas (Mean girls, 2004)


Este é o filme que todo jovem deveria assistir, pois fala diretamente a uma época complicada. Época em que uma garota, recém chegada da África tenta se encaixar no mundo das garotas colegiais. A trama se desenvolve de forma perfeita nos degraus morais que a jovem tem que percorrer para finalmente se encontrar. É o processo de amadurecer que cada qual tem em sua vida. Com um ótimo enredo, escrito por Tina Fey, humor na medida certa e frases icônicas, ainda conta com um elenco estelar de ídolos jovens como Lindsey Lohan, Rachel McAdams e Amanda Seyfried. 

67 – A Queda – As últimas horas de Hitler (Der Untergang, 2004)


Como o próprio nome já diz, o filme retrata com fidelidade o relato de uma das secretárias de Hitler em Berlim antes de sua Morte. Quando a cidade mais importante do país está prestes a ser bombardeada, o Ditador se vê cercado pela Morte, família e aliados de mãos atadas diante do fim eminente. Perfeito em todos os detalhes didáticos ou não. Histórico não só pelo contexto, mas também pela popularização na Internet, que se valeu de várias sátiras na cena em que Hitler irritado perde a cabeça com todos os acontecimentos. 

66 – Superman - O filme (Superman, 1978)



Antes de efeitos especiais inebriantes e uniformes mais arrojados, o Homem-de-Aço já teve sua versão atraente para a TV. Christopher Reeve imortalizou o voo, a visão de raio-X e a Superforça que caracterizam o Herói de muitos pelo mundo. Nesta primeira e marcante aventura, vimos como se criou o mito em seus tempos de Clark Kent (infância, juventude e fase adulta). O carisma do ator se mesclou perfeitamente com o misticismo do personagem, que alcançou voos interessantes para o grandioso público e para a crítica especializada. 

65 – Precisamos falar sobre o Kevin (We Need to Talk About Kevin, 2011)


O filme segue a vida cotidiana de um adolescente que matou vários colegas no Colégio em que estudava. Ao longo do filme embarcamos por dentro da vida cotidiana de Eva e Kevin, mãe e filho com sérias dificuldades em se comunicar. As atuações precisas de Tilda e Ezra dão veracidade às cenas em que a falta do diálogo prevalece quando não se deixa fluir seus mais profundos sentimentos. A ótica em torno do sofrimento da mãe, julgada e condenada como a única culpada pelo ato insano do filho, é o grande mote da obra. Algo novo dentro da temática, que sempre aborda o lado das vítimas.   

64 – Deus da Carnificina (Carnage, 2010)


Quatro distintos personagens transitando no momento de brilhar num texto de puro apreço. Quatro atores de raro talento e consagração agindo com a fidelidade que propõe o filme. Jodie Foster, John C. Reilly, Kate Winslet e Christopher Waltz estão formidáveis cada qual a seu espaço, deixando latente e sem sombra de dúvidas o que atormentam a vida de seus personagens. Este é certamente o maior êxito de se apreciar em um pouco mais de uma hora, uma obra de ambiente claustrofóbico quando dois casais tentam se conciliar após a briga de seus respectivos filhos. Criticado por muitos por ser uma obra teatral, não configura nada depreciativo quanto a isso. Pelo contrário, só ajuda a enfatizar os grandes atores que possui. 

63 – Closer – perto demais (Closer, 2004)


Uma dança das cadeiras das emoções humanas pautado no mágico poder do amor. O que torna o brilhante filme algo hipnotizante é a ruptura deste amor mágico, aquele visto como um sonho surreal de felicidade eterna. A visão madura da história de amor nos faz refletir mais sobre o eu ligado a cada um de nós do que a vida em comum que temos com outra pessoa e os proeminentes sentimentos suspirantes de um romance idealizado no encontro e desencontros de dois casais. 

62 – Millenium – os homens que não amavam as mulheres 
(Män som hatar kvinnor, 2009)


Ninguém jamais esqueceu a hacker esguia de nome Lisbeth Salander, que se tornou uma heroína ocasional ao ajudar um renomado jornalista a desvendar o desaparecimento de uma jovem e desafiar uma Cadeia de Corrupção e exploração sexual na Suécia. O tom anti-social da moça é um dos charmes adicionais a empatia e atuação impecável de Noomi Rapace. Partindo desse ponto, ela se torna uma heroína ocasional, chamando o filme para si. Esqueçam a versão americana, totalmente fora do contexto desta instigante história. 

61 – A outra história americana (American History X, 1998)


Edward Norton pode não ter vencido o Oscar, mas certamente seu personagem foi um dos que mais ensinou aos espectadores do cinema. De início, o jovem fazia parte de uma gangue neonazista depois de crescer considerando todos os "diferentes" culpados pela falta de sorte de seu pai e família. Recrutado por uma gangue, ele cresce sob estes "ensinamentos", mas após um choque de realidade dentro da prisão, volta amadurecido e tem a chance de fazer o irmão mais novo rever os conceitos que aprendeu. 

60 – Star Wars: Uma nova Esperança 
(Star Wars Episode IV: A New Hope, 1977)


Luke Skywalker tinha uma vida normal até descobrir uma mensagem de uma Princesa que conta os planos sombrios de conquista de vilões intergalácticos. Começa assim Guerra nas Estrelas, o primeiro filme da saga Star Wars a ser lançado nos cinemas. Porém sua história equivale ao quarto capítulo da saga, pois a tecnologia da época tornava mais fácil levar às telas este capítulo. Mesmo com as limitações, os efeitos especiais da época tornaram a guerra de Luke, Lea e Han Solo contra o arqui vilão Darth Vader algo fascinante e mítico para os fãs da sétima arte. 

59 – Bonequinha de luxo (Breakfast at Tiffany's, 1961)


Esta deliciosa comédia romântica entrou para a história ao transportar com sucessos para o cinema uma das maiores e mais influentes personagens femininas de todos os tempos. Holly Colightly é um ícone de beleza para todas as mulheres. A moça se fundiu perfeitamente com sua intérprete, pois este, sem dúvida, é um dos melhores papéis da fantástica Audrey Hepburn. A jovem interiorana que foge de um casamento infeliz para se libertar na cidade grande, é com certeza, um exemplo da liberação feminina de todas as épocas. 

58 – Beleza americana (American beauty, 1998)


Kevin Spacey brilha intensamente neste Vencedor do Oscar como Pai de família que se vê fascinado por uma jovem linda que em nada aparenta o que é. A beleza da vida, dantes perdida em meio ao tempo e à rotina estressante do dia-a-dia e recuperada, nem que seja no último suspiro. Poético e cheio de complexidades, é uma das mais promissoras críticas ao estilo de vida perfeito dos americanos aos olhos mais leigos. Diálogos ferinos e cenas memoráveis marcam ainda esta grande produção de roteiro interessante.

57 – O Rei Leão (The Lion King, 1994)


É o maior ícone da época dourada da Disney. Foi a primeira grande história do Estúdio no cinema, que ainda não contava com o Poder das animações de hoje. Inteligente e muito divertido, o roteiro nos remete aos clássicos teatrais shakespearianos mostrando um Rei que antes de assumir seu Trono tende a fazer uma viagem pra dentro de si mesmo. Bonito, singelo e de canções fabulosas. 

56 – Parque dos Dinossauros (Jurassic Park, 1992)


Steven Spielberg, o Rei das bilheterias atacou novamente recriando de forma surpreendente o mundo dos Dinossauros para o nosso tempo. O impacto foi tão gigantesco que o fascínio por esta obra dura até hoje. Dois Arqueólogos de prestígio são convocados a endossar o Parque de um velho bilionário que não poupou despesas em recriar o mundo jurássico. Ele só não esperava que a natureza selvagem dos animais não pudesse ser contida. Cenas arrepiantes que colocam o espectador pra dentro das reações dos personagens. 

55 – Thelma e Louise (1990)


A lendária parceria entre Geena Davis e Susan Sarandon rendeu a este sucesso de Ridley Scott o Oscar de melhor roteiro original. Elas interpretam duas amigas que cansadas de sua rotina, resolvem se aventurar pelo mundo até que a viagem de “férias” se transforma em uma perseguição policial por conta de um crime que uma delas foi obrigada a cometer. Clássico road movie e um dos ícones do feminismo no cinema. 

54 – O último Imperador (The last Emperor, 1987)


Um filme excepcionalmente grandioso que de tão absoluto venceu todas as categorias que disputou no Oscar naquele ano. Foram 9 em 9 indicações. O que transforma esta colossal cinebiografia em uma grande proeza. Fascinou plateias do mundo inteiro com um magnífico espetáculo visual, onde podemos fazer uma viagem cheia de êxtase pelas ruínas da misteriosa China, em seus últimos dias imperialistas. O fascínio em torno da milenar e heroica história chinesa atiça a curiosidade de qualquer civilização. Isso por si só já é um bom motivo para se assistir ao filme 

53 – Gandhi (1982)


A cinebiografia do Líder Pacifista na Índia chegou a ser recusada pelos estúdios. Então coube a Richard Attenborough arcar com projeto grandioso que emocionou todo o mundo contando como a Índia se tornou livre da invasão britânica por intervenção de um homem extraordinário. Além dos fatos que marcaram a vida política de Gandhi, o filme é elevado pelas mensagens de Amor do mesmo. 

52 – Forest Gump, o contador de histórias (Forest Gump, 1994)


Tom Hanks se consagrou após vencer mais um Oscar nesta tocante interpretação de um homem que nos ensinou a sermos mais amorosos e pacientes com todos na vida. Embora tivesse alguns problemas emocionais, o protagonista desenvolveu uma incrível jornada de Amor, esperança e valor à vida fazendo parte de vários momentos importantes dentro da história americana. Tanto o filme quanto o personagem se tornaram míticos neste triunfo cinematográfico. 

51 – A vida de David Gale (The Life of David Gale, 2003)


O filme é um dos ótimos thrillers dos últimos tempos do cinema por falar de um tema explorado com maestria pelo mesmo. A inclusão da pena da morte. Um assunto que de tão polêmico parece não ter fim mesmo com o subir dos créditos. Aí está seu valor, mesmo que no decorrer da trama, assuma uma posição definitivamente contrária ao sistema olho por olho, dente por dente. Então se você é a favor da pena de morte não assista. Mas se mesmo assim você gostar de uma trama forte, de excelente roteiro e um elenco espetacular, vale a pena conferir só pelo simples fato de ver Winslet e Spacey juntos neste filme, que apesar de não ter tido o retorno esperado, passa sua mensagem com uma absoluta precisão. 

50 – Gladiador (Gladiator, 2000)



Russel Crowe e Joaquim Phoenix protagonizaram um antagonismo fabuloso nesta história do General que traído por seu novo Imperador se transforma em escravo e de escravo vai parar nas Arenas do Coliseu romano para saciar sua vingança. A história pode não ser nada original do que vimos hoje, mas tem seus méritos por trazer a empatia do público com o sofrimento do protagonista e no clássico Mocinho X Vilão assumirem uma posição. Além disso, as belíssimas tomadas de reconstituição do grandioso Coliseu e a bela trilha sonora ajuda a criar o clima de drama, emoção. 

49 - Bravura indômita (True Grit, 2010)


O mote da vingança que sempre impulsiona as histórias de faroeste está mais uma vez presente nesta refilmagem de um clássico. Mas engana-se quem pensa que ele não tem méritos. E um deles está nas interpretações de Jeff Bridges como Hooster Cogburn, um xerife beberrão que tende a ajudar a jovem vivida por Hailee Steinfeld a procurar o assassino de seu pai. A amizade que desenvolvem no filme é algo um pouco mais sensível, portanto, diferente do que estamos acostumados a acompanhar no gênero. Um clássico que faz da emoção um bom espelho da alma. 

48 – O menino do pijama listrado (The Boy in the Striped Pyjamas, 2008)


Como já indica o título é um filme tem como pano de fundo a crescente relação de amizade entre duas crianças que sequer tem a noção de tudo que se passa por sua volta. O filme nos faz entender o sentido literal da passagem bíblica: “Vinde a mim as criancinhas, pois são puras de coração.” Uma visão interessante do olhar de uma criança alemã sobre a Guerra e como estas mesmas crianças serviram de base da construção do amor e do ódio no país bem como os efeitos negativos que ela proporcionou para a todas as famílias que sofreram com a violência de forma universal. 

47 – O último Tango em Paris (Le Dernier Tango, 1972)


O “despudorado” e sempre talentoso Marlon Brando choca os espectadores em cenas explícitas de Amor carnal desse sucesso de Bernardo Bertolucci. Considerado uma obra-prima cinematográfica e um sucesso de bilheteria mundial, a violência sexual e o caos emocional do filme levaram a uma grande polêmica internacional sobre ele, que provocou vários níveis de censura governamental ao redor do mundo. Tudo isso já são ingredientes satisfatórios de assistir ao filme. 

46 - Psicose (Psyco, 1960)


É mais um filme que desperta sensações através da trilha sonora, que moldou uma sequência inesquecível. Acompanhamos a Secretária Marion Crane que dá um golpe em um dos clientes no Banco em que trabalha. Assim ela vai parar no Motel do enigmático Norman Bates, e deste encontro selará pra sempre seu destino. Na época, recebeu críticas mistas, e só se tornou o fenômeno devido a grande bilheteria. Hoje é melhor avaliado considerado um dos melhores filmes de Hitchcock. 

45 - Alien – O oitavo passageiro (Alien, 1979)


Em um dos maiores clássicos de ficção científica já vistos, embarcamos com a Tenente Ripley em sua primeira missão de tentar conter uma ameaça incontrolável do espaço. A bordo de uma nave comercial, a tripulação resolve atender um suposto SOS de uma região. Lá encontram uma nave que contém estranhas formas de vida que posteriormente usam os seres humanos para criar uma forma horrenda de terror para todos. Aos poucos, todos são dizimados e a única sobrevivente se torna uma das maiores heroínas do cinema. 

44 – Tomates verdes e fritos (Fried green tomatoes, 1992)


O filme soa como uma lição que nos deixou estas marcantes personalidades nesta arrebatadora história. Uma dona-de-casa reprimida com sua vida atual tem uma importante guinada depois de conhecer uma simpática velhinha em uma casa de repouso. As histórias da mesma em torno da amizade de duas jovens anos atrás aos poucos vai moldando a troca de experiências de vida. A sensibilidade em que são revelados os sentimentos de cada uma é a marca registrada desta linda obra.

43 – O segredo de Brokeback Mountain (Brokeback Mountain, 2005)


Amores proibidos sempre estiveram à frente das mais fascinantes histórias em Hollywood. E pensando neste poderoso mote, o visionário diretor Ang Lee trouxe para as telas uma surpreendente história entre dois jovens vaqueiros na década de 60 contratados para trabalhar no campo em Wyoming. A parceria de trabalho logo dá lugar a uma forte atração que um passa a nutrir pelo outro. Contudo, os dias de sonho são tomados pela realidade dos compromissos firmados na vida fora do campo, obrigando-os a sufocar este sentimento no melhor estilo os brutos também amam. 

42 – Gritos e sussurros (Viskningar och rop, 1972)


Em uma casa no campo uma mulher está enferma recebendo cuidados de suas irmãs e de uma empregada da família, que precocemente perdeu sua filha e por isso extravasa seu amor de mãe para com ela. Dentro deste contexto lembranças, frustrações e imaginações em um misto de amor e ódio surgem no interior de cada pessoa. Emblemático e sufocante, é uma das maiores obras voltadas para o cinema “das mulheres”, bem ao estilo Bergman. Se você curte algo metafórico e intimista ao extremo, esta é a obra ideal. 

41 - Curtindo a vida adoidado (Ferris Bueller's Day Off, 1986)


Quem nunca sonhou em enganar os pais e matar um dia de aula para curtir a vida adoidado? Para os adolescentes dos meados dos anos 80 era um sonho de consumo, bem diferente de hoje, não é mesmo? Assim, o filme estrelado por Matthew Broderick se tornou eterno, um verdadeiro clássico. A identificação com o público vem da naturalidade com o que foi produzido. O autor Jhon Hughes escreveu em apenas dois dias o roteiro e contou com o improviso dos atores em certas passagens. Sucesso instantâneo!

40 – Quanto mais quente, melhor (Some Like It Hot, 1959)


Dois músicos de jazz, acidentalmente, testemunham o Massacre do Dia de São Valentim, em Chicago (1929), executado por gangsteres. Para escapar da perseguição, os dois se vestem de mulher, se maquiam e vão para Flórida e entrar em uma banda só de moças. A sinopse parece algo não original para hoje, mas na época, foi uma sacada do diretor Billy Wilder, que contou com performances excepcionais, especialmente de Jack Lemom, para fazer o público dar muitas risadas. Marilyn Monroe seguia sendo uma esfinge notável. Não era uma boa atriz, mas atraía uma multidão pela beleza e carisma gigantesco. É considerada a melhor e maior comédia todos os tempos. 

39 – Chicago (2001)


Nesta cidade os assassinatos divertem as pessoas.” Partindo desta premissa, Rob Marshall criou uma obra genial perfeitamente fundida em comédia-musical. Um êxito de espetacular divertimento que retrata de forma única as atribulações pela corrida desenfreada pelos preciosos 15 minutos de uma fama instantânea que não se importa com as malfadadas origens da mesma. Neste cerne se encontra a jovem Roxy Hart, que tenta ser como a estrela Velma Kelly. No desenrolar da trama, os destinos de ambas se dão por uma verdadeira dança das cadeiras enquanto a música toma conta das ações. 

38 – Piaf – Um hino ao Amor (Piaf, 2008)


Poucos filmes biográficos tiveram um casamento tão perfeito com a mais pura arte. O filme de Olivier Dahan traça um perfil artístico minucioso de uma das maiores estrelas da música mundial. Edith Piaf tinha tudo para ser mais uma das enormes afortunadas na miséria da França, senão fosse seu enorme talento para cantar e despertar paixões. E é na interpretação fabulosa de Marion Cotillard que se encontra as várias emoções passadas pelo filme. Um deslumbramento primal para uma obra imperdível. 

37 - Os Caçadores da Arca Perdida (Raiders of the Lost Ark, 1981)


A primeira aventura do arqueólogo mais famoso do cinema marcou de vez seu nome na galeria da sétima arte. Indiana Jones surgiu para tirar das mãos dos Nazistas a Arca da Aliança num confronto que rendeu uma das maiores bilheterias de todos os tempos. Como Professor universitário apaixonado pela Arte, ele jamais permitiu que a civilização capitalista diminuísse algo tão estimável em cifras. Esta é a mensagem que o herói charmoso, sedutor e carismático transmitiu nesta aventura inesquecível, que abriu um exitosa franquia. 

36 – O Iluminado (The Shining, 1980)


Stanley Kubrik estava mesmo iluminado quando produziu e dirigiu este cult de terror no início dos anos 80. O filme é baseado no romance de outro mestre. Stephen King teve de ver sua obra sofrer mudanças significativas antes de chegar ao estágio final da loucura de Jack Torrance, nas habilidades psíquicas de Danny e no horror de Wendy. Membros de uma família presa em um Hotel mal assombrado. Marcado por cenas inesquecíveis (como as duas gêmeas no corredor de mãos dadas) e o machado pondo a porta do banheiro a baixo, é um dos filmes mais apreciados do mundo do sétima arte. 

35 - Kill Bill volume I (2004) 


Depois de engravidar, Bellatrix (de codinome Mamba negra), tenta mudar de vida, assumindo uma nova identidade e prestes a constituir família. Entretanto, os fantasmas de seu passado retornam na forma de quatro assassinos do clã que promovem um massacre em seu casamento deixando-a em coma. Mais tarde ela acorda em busca de vingança contra seus algozes. O obvio se transforma em algo inusitado que a cada cena ou golpe desferido, se faz de forma memorável como numa belíssima homenagem ao cinema de ação particularmente Kung-Fu. A aventura foi certamente uma ideia alimentada pela mente de Tarantino, que mesclou comédia com uma ação extasiante. 

34 – Cidade de Deus (2002)


O maior ícone dos chamados favela movie, marcou uma presença memorável no Oscar em 2003. Indicado a 4 Oscars, todos técnicos, acabou sendo superado pela terceira parte de O Senhor dos Anéis. Apesar da “derrota”, podemos dizer que trata-se de um êxito nacional mostrando ao mundo que o Brasil nem sempre é um país de corrupção e que nem todos os favelados são bandidos. A história caminha junto com o menino Buscapé, nascido na favela Cidade de Deus que vê seu círculo de amigos se perder na marginalidade e se mantém intacto, tornando-se um respeitável fotógrafo. 

33 – Escritores da Liberdade (Freedom writers, 2005)


De posse de duas merecidas estatuetas de melhor atriz, Hillary Swank teve confiança o suficiente para se aventurar num projeto extraordinário que teve como objetivo dar voz e vez a todos os marginalizados do deficiente sistema educacional nos EUA no início dos anos 90. Além de atuar como produtora executiva da obra, Hillary brilha como a idealista professora Erin Gruwell. Ao chegar ao renomado colégio Wilson, chama a atenção dos colegas por tamanha motivação frente à política de integração recém-criada pelo Governo a fim de amenizar os violentos confrontos que gangues que se sucediam em Long Beach. A influência de Erin irá mudar sensivelmente o destino dela e de seus alunos. 

32 - Amor sublime Amor (West side Story, 1961)


O musical consagrou a técnica e a preocupação com as coreografias, que tradicionalmente se perdiam em meio a cantoria dos atores e atrizes. A história de Romeu e Julieta de Shakespeare serviu de inspiração para que Arthur Laurentis transportasse para a Broadway um luta interracial em uma parte da Nova Iorque da década de 50. É com certeza a maior realização do cinema musical, não devido a história em si, mas pelo esplendor visual adicionado a impecável trilha sonora e aos passos incrivelmente perfeitos. Nenhum outro conseguiu tal proeza. Foi um grande absurdo cinematográfico que surpreende até hoje, principalmente por esse gênero, ultimamente, ter tido muito pouco espaço nas telonas. 

31 – Wall – E (2008)


A história segue um robô chamado WALL·E, criado para limpar a Terra coberta por lixo em um futuro distante. Ele se apaixona por um outro robô chamado EVA, e a segue para o espaço em uma aventura que irá mudar seu destino e o destino da humanidade. Um dos grandes sucessos do cinema de animação, deu uma ênfase considerável ao impacto ambiental sofrido pelo Planeta com uma história tocante e cativante. Um tema absolutamente atemporal. 

30 – Cidadão Kane (Citizen Kane, 1941)


Apontado por vários críticos de cinema como o maior filme de todos os tempos, entrou na história pelo fato de ser o primeiro filme a utilizar recursos originais em sua produção. O responsável por este feito atendia pelo nome de Orson Welles, o jovem de 25 anos que teve uma ousadia singular para a época. Dirigiu, produziu e protagonizou o filme. O roteiro original se inspirou na história de um poderoso magnata americano. O filme já começa intrigante e prendendo a atenção do público quando se inicia pelo fim, num recurso criativo da montagem alternativa copiada exaustivamente nas produções posteriores. 

29 – Juventude transviada (Rebel Without a Cause, 1955)


Um mito em ascensão, uma radiografia tecida da origem de deterioração das relações familiares e a forma que nos faz refletir a respeito, faz desse um filme obrigatório para pais e filhos que minimizam o diálogo na formação de seus laços. Um dos filmes mais famosos da história parte de um ponto que nos instiga através dos tempos. Se hoje, não toma a tela por completo da forma impactante como antes, torna-se imortal por ser brilhantemente atemporal. As questões colocadas bem como as respostas que os atormentavam naquela época estão presentes nos dias de hoje. Repaginadas de certa forma, mas mesmo assim, presentes. 

28 – O Exorcista (The Exorcist, 1973)



A relação cambaleante entre mãe e filha é interrompida abruptamente por forças sobrenaturais inexplicáveis quando Regan passa a ser dominada por um espírito das trevas. Para ajudar sua filha, a mãe faz o que qualquer mãe da vida real faria neste caso. O primeiro do gênero a ser indicado a melhor filme. Assombroso, pavoroso, inquietante, espetacular. Uma obra que exerce um fascínio fiel mesmo com os incidentes ocorridos durante suas gravações nos sets de filmagens. Apontado por 10 entre 10 especialistas do ramo como imperdível pode fazer você saltar da cadeira! 

27 - O resgate do Soldado Ryan (Saving private Ryan, 1997)


Como um filme de guerra, bombas e explosões, pode ser considerada uma obra imperdível e de beleza sem igual? A resposta é uma só: Steven Spielberg. O mago do cinema nos brinda com um filme que leva às lágrimas mesmo tendo em seu casting principal personagens masculinizados encabeçados por Tom Hanks. O Astro vive um Oficial que em sua última missão sai com um grupo de soldados de Elite recrutados com um único objetivo: trazer de volta ao seio de sua mãe americana o destemido soldado Ryan, depois que este perde seus irmãos em combate. Pra quem curte algo emocionante, em meio a tiros e explosões, é a ótima pedida. 

26 – Tubarão (Jaws, 1875)


Uma mulher mergulha nas águas. Parece estar muito feliz com o momento e logo que começa a subir a batida de uma das maiores trilhas do cinema, o público já desconfia que algo de terrível estava para acontecer àquela pobre. De repente ela desaparece e uma trilha de sangue mancha a água pura e cristalina. Começava assim uma das aventuras mais perturbadoras daquela época no cinema. O algoz seria o maior predador das águas que iria estragar a época de verão de uma cidade turística. Suspense, drama e terror encantariam milhares de espectadores. 

25 – A paixão de Joana Dar’c (La Passion de Jeanne d'Arc, 1928)


Renée Jeanne Falconetti marcaria a história do cinema como uma das maiores e mais sofridas interpretações de todos os tempos. Mérito da atriz e também do cineasta dinamarquês Carl Theodor Dreyer, que quis captar uma ótica diferente da história já conhecida. Aqui ele usa e abusa dos close-ups dos atores para descrever o julgamento de Joana. Outras cinebiografias a despeito da Mártir francesa seriam produzidas, mas nenhuma trataria de forma visceral as emoções da jovem, que se mostra perdida em meio a conceitos e pragmatismos da Igreja Católica. 

24 – Tempos modernos (Modern Times, 1936)


Um filme genial de um gênio. Certamente esta é a frase que mais se atribuiu a quase todos os filmes do inimitável Charles Chaplin. Rei da comédia do cinema mudo, ele criou mais que um personagem inesquecível. Criou uma personificação perfeita do clamor quando todos não ouvem sua voz. Aqui ele retoma seu Carlitos como um operário de uma fábrica diante do impiedoso avanço tecnológico, onde as máquinas superam os limites humanos. Assim, seu operário sofre com um inevitável stress, surta e vai parar numa clínica de recuperação. Quando sai, descobre que a fábrica fechou e que seu destino agora está nas mãos da tecnologia. Homem a frente de seu tempo, o intérprete do vagabundo mais amado do cinema, fez desse clássico mais que uma comédia. Um momento de reflexão. 

23 – O Artista (The Artist, 2011)


Ousadia é uma marca registrada para elevar uma obra a algo admirável e inesquecível. Este foi o elemento pilar deste vencedor do Oscar de 2012. O Artista falou brilhantemente de cinema sem dizer uma palavra sequer. Uma homenagem a Era de Ouro do cinema mudo que arrebatou milhões de fãs pelo mundo afora. O filme de Michel Hazanavicius tinha tudo para ser um fracasso, mas se tornou surpreendente, mágico, vibrante. A trajetória do protagonista é uma alusão a própria trajetória do gênero em questão. Um cinema que todos acreditavam estar perdido, mas que foi corajosamente resgatado numa obra-prima que emociona a cada gesto. 

22 – O Poderoso Chefão (The Godfather, 1972)


Vou lhe fazer uma proposta irrecusável: assistir a este filme! Quando do se fala em O poderoso chefão imediatamente nos vem em mente o nome de Marlon Brando. Um dos maiores astros do cinema teve sua participação ameaçada no filme e só uma “teimosia” convicta de Coppola, fez os donos de o estúdio ceder. E o resultado de tanto esforço por parte do diretor pode ser acompanhado pelo desempenho extraordinário do ator que tornou Don Vitto Corleone um dos rostos mais conhecidos e figura mais aplaudida da história do cinema. A história gira em torno da família Corleone e o jogo de Poder bem característico de filmes em que a Máfia tem uma grande importância na construção da história de famílias e cidades em que habitam. 

21 – O Mágico de Oz (The Wizard of Oz, 1939)


Muitos podem afirmar que se trata apenas de uma simples aventura. Mas, o filme que teve um pomposo orçamento, impressiona pelas qualificações técnicas que mescla dois tipos de fotografia e belíssimas músicas de tom alegre e convidativo, bem como sua história cativante. O verdadeiro valor da amizade e o poder da superação de nossos limites é o carro-chefe que conduz o filme pra lá de divertido Uma aventura pelo coração de uma menina doce e sensível num filme inesquecível que merecidamente entrou na galeria de um dos maiores clássicos do cinema. 

20 – O silêncio dos Inocentes (The Silence of Lambs, 1991)


Um jogo de gato e rato se desenrola no filme brilhantemente arquitetado por Jonathan Demme entre as paredes de uma penitenciária de segurança máxima onde se encontra um dos maiores serial-killers da história do cinema. Hannibal Lecter. O claro exemplo de uma mente brilhante que depois de usar seus poderes para o mal é abdicado de seu convívio com humanos. O psiquiatra aparentemente amistoso conduzia suas consultas de forma nada convencional quando se alimentava (ughr!) de suas vítimas. Quando uma série de desaparecimentos e assassinatos chama a atenção o FBI eles enviam sua melhor agente para o caso. A destemida Clarice Starling. Os personagens se tornaram míticos, os atores famosos e o filme lendário. Uma das raras obras que conseguiu a proeza de levar todos os prêmios mais relevantes do Oscar: melhor filme, direção, ator, atriz e roteiro. 

19 – E o vento levou (Gone with the Wind, 1939)


Lançado num ano de grandes obras-primas como O Morro dos ventos uivantes e O Mágico de OZ, O filme dirigido por Victor Fleming, foi um festival de recordes da época tanto no orçamento quanto em popularidade e premiação. Uma produção colossal para contar com exímia perfeição uma história de amor nada convencional. Primeiro pela personalidade do casal de protagonistas. O capitão da Guarda Sulista e a mimada dama da aristocracia americana, nem de longe lembram os heróis românticos, ingênuos e virtuosos dos conhecidos romances. Rhett era sínico, arrogante, oportunista, um bom vivant que não possuía as exaltadas características que se assemelhavam aos respeitosos cavalheiros da época. Scarlett, a moça ambiciosa, temperamental, egoísta, manipuladora, não possuía as admiráveis características de uma mocinha romancista. Por tudo isso, e pelo essencial contexto histórico, marcou realmente época no cinema.  

18 – Toy Story 3 (2010)


Quando estreou, Toy Story tornou-se familiar a milhões de crianças por todo mundo. A relação com os brinquedos vai da adoração, do apego sentimental ao descaso e abandono com o cruel passar do tempo. Aqueles seres mudos por natureza, agora clamam, mesmo que no silêncio de nosso mundo, por uma última tentativa de fazer parte do mundo cruel que aprenderam a amar tanto quanto seu dono. A história dos brinquedos contada paralelamente aos dois mundos traça uma visão inquietante sobre o que fazer quando não se é mais essencial na vida dos entes queridos. Por isso foi apontado por vários críticos como o melhor filme do ano. Sensível, singelo, engraçado e emocionante. O desfecho (quase) perfeito da relação do menino, agora jovem Andy, com seus velhos amigos. 

17 – As Horas (The hours, 2002)


Três mulheres em épocas diferentes, mas com os mesmos anseios de felicidade, oriunda de uma firmação pessoal. Três histórias interligadas pelos pensamentos capciosos de Virginia ao escrever Mrs. Dalloway. O triunfo do filme consiste em ligar emocionalmente suas três histórias ao romance, que narra a história de uma mulher, uma heroína diante das dificuldades cotidianas, se personificando em todas as mulheres. Personagens que tendem a praticar atos de heroísmos constantes, a cada 24 horas. Partindo do ponto de ter que estar sempre provando para a sociedade seu valor subjugado. Três atuações fantásticas elevam o nível como deveria ser para o mote da trama que fala aos corações femininos.

16 – Laranja mecânica (A Clockwork Orange, 1971)


Classificado como ficção, o filme retrata um grupo de cientistas do Governo que tem a missão de fazer com que um jovem extremamente violento tenha uma segunda chance no convívio com a sociedade vítima de seus atos puramente insanos. Mas também podemos classificá-lo como algo real quando passamos a refletir a respeito de um assunto relevante nos dias de hoje. A violência exacerbada, quase insuportável do filme chocou muita gente na época. Hoje, esta mesma violência nos mostra a cada dia que não é apenas coisa de cinema, tornando-se onipresente na sociedade atual. Um filme imperdível com certeza!

15 - Uma rua chamada pecado (A Streetcar Named Desire, 1951)



Raramente vimos no cinema atuações tão inesquecíveis quanto nesse filme. Do espetacular Marlon Brando, mais sensual que nunca com seu operário viril e grosseiro, a extraordinária Vivien Leigh na melhor interpretação feminina de todos os tempos como a enigmática Blanche Dubois. Dois ícones do cinema juntos em uma trama já consagrada pelos anais do teatro e transportada com a mesma desenvoltura para as telas. A tensão sexual entre os dois personagens é o que carrega o filme, que ainda conta com as expressões e monólogos formidáveis de Leigh, como uma mulher perdida numa época em que a liberação sexual feminina era vista como um pecado mortal. 

14 – Titanic (1997)


O filme estrelado pelos ótimos Kate Winslet e Leo Di Caprio hoje pode não ter uma recepção muito amistosa da crítica especializada, especialmente a brasileira, mas não podemos negar que se trata de uma obra gigantesca que entrou para a história de muitas formas. Vencedor de 11 Oscars, entrou para a história como o maior ganhador da Estatueta, igualando o feito de Ben-Hur, e só igualado em 2003 com a terceira parte da saga de O Senhor dos Anéis. Uma das maiores bilheterias foi baseado em uma trágica história real onde se perderam muitas vidas no naufrágio. Deve ser por isso que a emoção é um mote interessante pra quem assiste as quase 4 horas de duração do romance de Rose e Jack a bordo do Transatlântico mais famoso da história. A mega produção comandada pelo diretor James Cameron se tornou proporcional ao tamanho do Titanic. 

13 – Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard, 1950)


A trama é contada sob a narração de um roteirista que começa o longa morto e reconta sua trajetória até o fatídico momento. Ele não consegue emplacar um bom roteiro e vive fugindo de seus credores. Em uma de suas fugas, acaba cruzando o caminho de uma estrela do cinema mudo, que está no esquecimento, mas mantém sua fama e obsessão pela juventude intacta, acreditando que ainda retornará às telonas. Mas como já explana o início do filme, essa relação não terminará muito bem. Um apuro cinematográfico, que explora um tema bem de acordo com o cinema e seus Deuses na atuação exuberante de Swanson, memorável na inesquecível cena final, com a atriz literalmente saindo do foco. Simplesmente colossal! 

12 – 2001: Uma Odisseia no espaço (2001: A Space Odyssey, 1968)


Descrever com exatidão esta obra-prima de Stanley Kubrick é até hoje uma das tarefas mais difíceis. A começar por seu início onde temos 25 minutos sem um diálogo sequer. Com isso as imagens do filme ganham uma relevância inquestionável e por isso algumas se tornaram tão memoráveis. Cabe então ao espectador tirar suas próprias conclusões nos momentos distintos em que o famoso Monolito passa pela tela através dos vários estágios da relação entre o homem e a máquina, aqui apontada como uma vilã de nome HAL 9000, um computador interativo que decide através de sua evolução fazer suas próprias regras diante dos seres humanos. O nome Odisseia veio a calhar de acordo com o contexto da trama que parte da teoria de que os seres humanos sempre voltam ao seu estágio inicial. E por falar em estágio inicial, a chamada Aurora do Homem é apontada como a melhor introdução cinematográfica da história, que depois corta para o espaço com uma trilha sonora espetacular, nos fazendo mergulhar na intensidade do silêncio dos conflitos humanos. 

11 – O Senhor dos Anéis: A sociedade do Anel
(The Lord of the Rings: The Fellowship of the Ring, 2001)


A melhor Trilogia e adaptação cinematográfica do cinema, tem em sua produção seu maior trunfo. O diretor Peter Jackson, fã confesso da obra de J.R.R.Tolkien não economizou na coragem de recriar a Terra Média no cinema. Ao optar por gravar as 3 sequências em um ano e meio, Jackson poupou o espectador de produções posteriores sofríveis e desalinhadas com o original. A aventura em busca da Montanha da Perdição e destruição do Um Anel começa com um prólogo formidável narrado por Galadriel que deixa o espectador que não leu o livro a par do cerne da aventura. Este é um dos melhores momentos do cinema, que depois testemunha uma sociedade de seres diferentes sendo criada para salvar a humanidade de um horror indescritível. Através dela passamos por imagens fabulosas de locais que só existiam na imaginação dos leitores recriadas com tamanha fidelidade. Reza a lenda que Tolkien teria se inspirado na Segunda Guerra Mundial em que Sauron, o Senhor do Escuro, seria uma representação literária do Ditador Adolf Hitler. O sucesso dessa primeira sequência foi instantânea, abrindo espaço com segurança para o desfecho da história. 

10 – O Senhor dos Anéis: As duas Torres
(The Lord of the Rings: The Two Towers, 2002)



A Sociedade do Anel se desfez e agora é hora de todos os que sobreviveram seguirem por caminhos diferentes até conquistarem a vitória sobre as Trevas, que agora soma mais um importante aliado. Este talvez seja o ponto forte do roteiro dessa segunda sequência, pois tendo aventuras paralelas, podemos acompanhar melhor o desdobramento da história bem como a evolução dos personagens que a cada dia se aproximam do destino final. Esta aventura é marcada por revelações surpreendentes para ambos os lados, introdução de novos personagens, a aparição de Gollum, a trilha sonora impecável e a mítica Batalha pelo Abismo de Helm, considerada a melhor sequência de chuva do cinema. Um elo mais que perfeito entre a primeira e a última sequência. 

09 – O Senhor dos Anéis: O retorno do Rei
(The Lord of the Rings: The Return of the King, 2003)



É juntamente com Ben-Hur e Titanic o maior vencedor do Oscar (11 estatuetas). A diferença é que O Retorno do Rei venceu em todas as categorias que disputou. Uma obra gigantesca e primorosa que fechou com chave de ouro a saga de uma aventura inesquecível. Após tantas batalhas chegamos a Montanha da Perdição onde Frodo lançou o Anel juntamente com Gollum destruindo a Maldade que nele havia. O Rei Aragorn assumiu o seu trono guiando a Terra Média a uma época de Paz e prosperidade. O maior êxito do cinema de ficção e fantasia prova que com um pouco de boa vontade e talento pode-se tirar muita qualidade neste tipo de gênero. Diante de uma trama rica, repleta de valores e uma produção minuciosa, mereceu incontestavelmente todos os prêmios que recebeu, os mais importantes ou não. 

08 – Amadeus (1984)


A história que o diretor Milos Formam levou para as telas não se trata genuinamente de uma biografia de um dos mais famosos compositores do mundo. O filme se centra na figura do compositor Salieri que narra durante uma confissão no hospício a antítese de suas emoções em relação à figura de Mozart terminaram por afetar seu juízo. Diante de um perplexo Padre, ele descreve sua paixão pela música que o levou a ser o melhor compositor de Viena, até que a chegada de seu rival à cidade expôs toda sua mediocridade ao mundo. Embora haja muita controvérsia em torno desta rivalidade de quem realmente seja o mocinho e o antagonista, o que fica é um show de beleza cinematográfica de mais uma das muitas versões da lendária história do compositor aqui mostrado como um homem que apesar de possuir um talento nato para a música, vive suas paixões de forma natural. A única certeza é o espetáculo garantido. 

07 - O grande ditador (The Great Dictator, 1940)


Histórico. É assim que podemos condensar a síntese do maior sucesso de bilheteria do mestre Charles Chaplin. A ousadia da criação desta obra-prima, o primeiro filme falado do ator/diretor escancara todas as ameaças que o próprio recebeu na época de sua realização. No entanto, Chaplin era um dos poucos artistas que não se deixavam intimidar pela censura dos grandes estúdios ou a ignorância de quem acredita ter o domínio total sobre a humanidade. Ele desafiou seus próprios limites e os limites demarcados pelos outros para brilhar neste filme que faz uma alusão cômica à figura monstruosa de Adolf Hitler. Aproveitando-se da semelhança física de ambos, Chaplin brinca com as excentricidades insanas do cruel ditador criando cenas memoráveis como o discurso de abertura em alemão improvisadíssimo com palavras desconexas. Mas certamente é a antológica cena em que dança com o Globo nas mãos é que marca a mensagem da obra e o discurso final é arrepiante! Uma mensagem para aqueles tempos sombrios. Obra de um verdadeiro gênio. 

06 – A Lista de Schindler (Schindler's List, 1993)


A obra foi uma ideia concebida por alguém que por ter raízes judaicas, colocou a mesma indignação histórica e paixão cinematográfica ao rodar os takes de cada cena. Steven Spielberg deixou tudo (ou quase tudo) em preto e branco para recriar todo o ódio e violência daqueles dias. Sim, não há cor, não há alegria em cada momento da trama, apenas a visão de uma garotinha com um casaco vermelho, usado simbolicamente como sangue,símbolo do martírio para chamar a atenção do protagonista. As outras tomadas seguem em alguns momentos depoimentos emocionantes daqueles que sobreviveram ao Holocausto, inclusive há um documentário no DVD que conta bem isso. Portanto vejo a obra mais voltada ao cinema documentário do que dramático propriamente dito, mas ainda assim uma das mais aclamadas da sétima arte. A trama conta como a influência de um homem do Partido Nazista conseguiu salvar milhares de vidas durante a Segunda Guerra Mundial. Com a ajuda de um secretário judeu, ele elaborou uma Lista de operários de sua fábrica como cortina de fumaça para os Nazistas. 

05 – Casablanca (1942)


Ambientado durante a Segunda Guerra Mundial, Casablanca é o nome da cidade que serviu de refúgio pra políticos ou civis envolvidos no conflito. No enredo, Humprey Bogart vive Rick Blane, um diplomata que herda uma casa de shows na cidade e a transforma numa espécie de QG para as forças aliadas. Sua atitude quase que totalmente altruísta conquistou o coração da bela Ilsa (Ingrid Bergman), sua ex-amante, que se envolvera na Guerra por meio do líder da resistência com quem havia se desposado. O filme marcou a história pela época em que foi lançado. Uma época de trevas marcada pelo ódio insano que povoava o planeta. Histórico e romântico é envolto de suspense e drama com uma canção imortal, As Time Goes By, tão reverenciada quanto esta obra formidável. 

04 – Cantando na chuva (Singin' in the Rain, 1952)



Dignidade. Dignidade sempre.” A frase proferida pelo protagonista nos primeiros minutos deste clássico musical traduz bem o que significa a arte de se fazer cinema. O filme, ou melhor, o show de coreografias em ritmo alucinantes, traz uma mensagem relevante sobre o inebriante mundo do cinema e suas estrelas egocêntricas. Atores tentam se reinventar com o fim do cinema mudo e o que sobra são números musicais soberbos jamais feitos vistos no cinema. O talento de Gene Kelly, Donald O'Connor e Debby Reynolds fica evidente a cada tomada musical. Completa o elenco afinadíssimo, a loira Jean Hagen e sua estrela arrogante. Na era das palavras, as expressões faciais dão lugar às vozes e ao verdadeiro talento de representar. Porém, este chamariz não nos prende a um filme carregado que o tema poderia conduzir. Alegre e fascinante, deve ser visto ao menos uma vez por ano. 

03 – Ben-Hur (1959)


Primeiro sucesso do cinema a faturar 11 Oscar, conta como a história do Cristo se fundamentou no embate antigo da linha tênue entre o ódio e o amor. Judah Ben-Hur, um aristocrata judeu de grande influência econômica, viu sua vida desmoronar após um incidente com o novo Governador do Estado da Judeia. Viu sua mãe e sua irmã serem condenadas injustamente a uma vida sub-humana nas masmorras romanas. Viu a desesperança transformar seu coração em uma rocha sólida à procura de justiça contra um inimigo inesperado depois de ser transformado em escravo e retornar como o melhor domador de Bigas da região. A obra é um dos exemplos de grandiosidade dos Estúdios na época, e fez jus a esta condição. Amor, ódio, fé, esperança, humanidade e uma boa dose de ação. Um dos filmes obrigatórios para quem quer se aventurar pela arte do cinema.

02 – Menina de Ouro (Million dolar baby, 2004)


Para aqueles que pensam que o filme de Eastwood é um derivativo do popular Rocky, irá se decepcionar. Mesmo que Rocky seja de grande apelo popular e um inquestionável contexto histórico, as comparações não cabem. A história é mais muito forte e com uma qualidade na trama dos personagens bem maiores que o vencedor do Oscar de 1977. Aqui uma garçonete aspirante a lutadora corre atrás de seu sonho não importando os obstáculos como a idade avançada e a relutância de um renomado dono de Academia. Ambos descobrirão que um pode completar o outro em seus anseios pessoais. Não é um filme que deixa cenas memoráveis como uma subida na escadaria depois de uma longa corrida. Não é um filme sobre a vitória no Boxe, e sim, sobre pessoas que vivem suas vidas esperando uma chance. Tudo isso respaldado por atuações impecáveis num roteiro de diálogos brilhantes. Se a arte do cinema tem em seus fundamentos emocionar, este é um filme feito para isso. 

01 - A Malvada (All about Eve, 1950)


Uma das obras mais perfeitas do cinema chegou a confundir algumas pessoas em relação a qual personagem pertencia o título do filme. Acostumada a encarnar várias malvadas nas telas, a atriz Bette Davis, é o primeiro nome que nos vem à mente. Embora interprete, diga-se de passagem, magistralmente, uma egocêntrica estrela de teatro, não é à sua divina Margo Channing que atribuímos este adjetivo. A malvada em questão atendia pelo nome de Eve Harrington, uma jovem atriz impulsionada pela ambição desmedida que começa a usar de qualquer recurso para se tornar uma estrela. Para isso, se aproxima de seu alvo valendo-se da condição de sua maior admiradora. Conheça bem seu oponente se quiser derrotá-lo. A teia de interesses tecida pela malvada em questão é um dos mais singulares e primorosos roteiros que se tem nota na história. Mescla com perfeição um tom melancólico, dramático e ao mesmo tempo sóbrio e divertido. Os diálogos ferinos ornamentam atuações irrepreensíveis e as tomadas são brilhantes como na ousadia de começar o filme por seu final. Poucas vezes vimos no cinema tamanho êxito. Se você ainda não assistiu, assista antes que seja tarde!