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terça-feira, 28 de junho de 2011

Das páginas e das telas, e de qual é a melhor

Adaptar as vezes pode ser considerado falta de criatividade e originalidade, mas cá entre nós, quem não gosta de ter sua obra literária preferida transpassada de letras à imagem pode estar pecando por tacanhisse. Muita gente julga um filme antes mesmo deste mostrar a que veio, simplesmente por se tratar de uma adaptação. A questão sempre foi e sempre será se é benfazejo ou uma auto destruição consumista dos dias atuais, tal transposição.

Todavia esse espírito capitalista das exorbitâncias hollywoodianas, que tem à sua disposição obras literárias direcionadas as grandes bilheterias, é uma sórdida realidade. A desvalorização literária é apontada como o pior descendente deste casamento, que ganha mais “filhos” todos os anos. Contudo julgar é um erro, pois qual seria o problema em faturar com a compra dos direitos pelas grandes estúdios em época de avassaladora exploração midiática?

Livros como Marley e Eu, que não passa de um simples relato de um homem com seu cachorro, foi sucesso de vendas e se tornou Best-seller. Ao chegar nos cinemas se tornou enorme fiasco. Foi uma obra que não se adaptaria as telonas, um enredo inadaptável. Ponto para os inimigos das adaptações, já que na guerra de quem é melhor a literatura venceu, pelo menos neste caso.

Falem o que quiser, que o livro é melhor, não tem comparação e tudo mais, porém é impossível negar que O Poderoso Chefão, dirigido por Francis Ford Coppola, adaptado por ele em conjunto com o próprio autor do livro, Mario Puzzo, se tornou um filme fiel ao livro, e não seria exagero considerá-lo melhor. A saga dos Corleone é tão bem estruturada em seus três brilhantes capítulos, que a parte suprimida do livro, se omite sem interferir no andamento da história, talvez seja uma das duas melhores transposições que o cinema já promoveu.

A polêmica não terminará nem aumentará com esse pequeno parecer. O debate sempre existiu e vai perdurar por anos sem que os amantes da literatura e cinéfilos cheguem a uma conclusão aceitável sobre o assunto. A questão é que o cinema não quer roubar a magia literária, a idéia é compartilhar e difundir histórias que muitos não conseguem ou não podem por motivos diversos, apreciar através das páginas dos livros.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Tecnologia de primeira, filme de segunda



Verdade seja dita. A nova tecnologia 4k debutante junto com o filme A Invasão do Mundo: A batalha de Los Angeles é um show. Cenas mais límpidas e com uma definição extraordinária. Porém, o longa de Jonathan Liebesman só tem isso de relevante. Com um roteiro que mescla Star Wars e Guerra dos Mundos, o diretor não consegue fazer o que nem Steven Spilberg conseguiu: nos convencer de que o mundo estava sendo invandido.

As cenas hi-tech do filme tiveram um grande defeito que foi serem abusivamente repetitivas. Além disso, ficou impossível não criar uma aproximação com Guerra dos Mundos. E parece que foi essa a inteção do roteirista Cristopher Bertolini. O argumento intruncado, meio filme cabeça, meio cinemão de segunda, transpareceu a tentativa de amarrar um draminha de heróis americanos em crise, assim como na adaptação pipoca de Spielberg do romance de H. G. Wells.

Hipoteticamente o filme teria muito a apresentar. O tema, apesar de muito batido, agrada ao público comedor de pipoca. Entretanto, algo de novo tem de ser apresentado, assim como o sucesso de público e crítica Distrito 9, que rendeu boa bilheteria e recebeu indicações ao Oscar, inclusive de melhor filme. Mas com A Invasão do mundo, não é esse o caso. A estória se prende à mesmice do super-herói humano, sempre estadunidense, se erguendo em prol da terra contra aqueles que tentam dominar seu território (no caso é o mundo, mas eles se acham donos).

E para o mal de Liebesman, Transformers 3, que será lançado no início de julho, tem o mesmo embasamento, porém conta com um enredo pré-concebido bem mais coerente e interessante. Além dele, X-Men: Primeira Classe e a mega produção em seu momento derradeiro Harry Potter vão acabar por sepultar as pretensões do diretor, que esperava se destacar depois do fracasso de seu remake de O Massacre da serra elétrica.

Contudo o que conseguiu foi botar sua reputação em risco, fazendo de uma aposta tecnológica em um filminho candidato ao ostracismo. Tomara que dê a volta por cima na provável continuação da saga, pois se fracassar, voltará aos filmes de terror trash, conseguindo no máximo um MTV award.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

LEONARDO DI CAPRIO

Um gato de mil vidas

Filho da alemã, Irmelin Idenbirkin e do ítalo-germânico George Di Caprio, Leonardo Wilhelm Di Caprio nasceu num ambiente privilegiado. Sua estrela brilhou pela primeira vez em 11 de Novembro de 1974 em Hollywood, ou seja, já estava fadado ao estrelato. O pai, quadrinista independente, conviveu com grandes nomes da música, dando ritmo à infância do ator. O célebre cartunista underground Robert Grumb e o escritor Charles Bukowski eram presenças constantes na vida do ator, que desde os 5 anos já atuava em comerciais e seriados.

Sua brilhante carreira deu início aos 17 anos no filme de terror Criaturas 3 (1991). O desempenho de Leo em Growing Pains, onde viveu um adolescente sem teto chamou a atenção do diretor Michael Caton-Jones e logo brilhava em O despertar de um homem (1993) ou seria o despertar de um astro? Cerca de 400 garotos fizeram teste para o personagem, mas com o aval protagonista, um tal de Robert De Niro, Leo ficou com o papel do escritor Tobias Wolf. Depois deste “apadrinhamento” concorrer ao Globo de Ouro e ao Oscar no ano seguinte foi fácil. Como o irmão excepcional de Jhonny Deep em Gilbert Grape – aprendiz de sonhador (1994), ele arrancou além das duas indicações para melhor ator coadjuvante, aplausos merecidos do público e da crítica.

Nos anos seguintes sua carreira se consolidou com papéis fortemente dramáticos. Em 1995 ele viveu dois destes personagens. O escritor Jim Carrol em Diário de um adolescente e o poeta bissexual francês Arthur Rimbaund em Eclipse de uma paixão. Reencontrou De Niro em As filhas de Marvin (1996) e ganhou o Urso de Prata em Berlim por Romeu e Julieta no mesmo ano. Mesmo diante de tanto reconhecimento conquistado de forma tão precoce, nada se compara ao que aconteceria em 1997 com o megasucesso Titanic.

“Havia muita pressão sobre mim e fui rotulado como um produto. Mas nuncacheguei a me descontrolar.” Esta constatação fez Di Caprio pensar em parar de atuar por um tempo após a leomania, consequência do suceso do longa de James Cameron. Quanto mais recordes o filme batia, mais aumentava a fama do jovem galã. Em Fevereiro de 2000 quando foi lançar o filme A Praia, o primeiro após Titanic, ele ainda atraía os gritos estéricos das garotas. Na época o ator nunca se imaginou nestas condições na carreira e depois de 10 anos, acredita ter desenvolvido mais ferramentas para o trabalho de interpretar. Titanic foi mesmo um divisor de águas em sua carreira, uma vez que posteriormente chegou a receber um cachê equivalente a de grandes astros como Harrison Ford e Mel Gibson e se colocou na mira de Spielberg, Woddy Allen, Ridley Scott e Martin Scorsese, a quem considera seu mentor. Com ele construiu uma sólida parceria de sucesso, incluindo Gangues de Nova Iorque (2003) e o vencedor do Oscar de 2007, Os Infiltrados.
Dando continuidade à sua brilhante trajetória no cinema, Di Caprio segue um estilo interessante de trabalho ao se dedicar inteiramente a projetos de valor dramático e artístico, ao lado de diretores e atores do primeiro time de Hollywood. Com estes títulos, sempre foi lembrado para premiações como o Oscar e o Globo de Ouro. Em 2008 conseguiu a proeza de ser duplamente indicado para o prêmio de Melhor Ator por Os Infiltrados e Diamante de sangue.

Fora das telas, a imagem de bom vivant desapareceu com o amadurecimento pessoal paralelo ao profissional. Os romances ficaram mais duradouros e em 1998 ele se encanjou na defesa do Meio Ambiente criando a Leonardo Di Caprio Fundation e costuma militar ao lado dos Democratas Americanos.

Diante de todas estas qualificações, é impossível não rotulá-lo como um dos maiores exemplos de astros que conseguem conciliar uma beleza transcendental com um talento extraordinário de construir personagens tão cativantes quanto sua postura de ídolo de uma geração.


FILMOGRAFIA:

Criaturas 3 (1991)
Relação indecente (1992)
O despertar de um homem / Gilbert Grape – aprendiz de sonhador
(1995)
Rápida e mortal / Eclipse de uma paixão / Diário de um adolescente(1996)
Romeu e Julieta / As filhas de Marvin
Titanic (1997)
O Homem da máscara de ferro (1998)
Celebridades (1999)
A praia (2000)
Prenda-me se for capaz (2002)
Gangues de Nova Iorque (2003)
O Aviador (2004)
Diamante de sangue / Os Infiltrados(2007)
A origem (2010)