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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Cavalo de Guerra (2011)


War Horse, 2011. Dirigido por Steven Spielberg. Com Jeremy Irvine, Emily Watson, Tom Hiddlestone, David Twelis.
Nota: 8.6

Steven Spielberg é um mestre da história do cinema mundial, isso talvez faz com que cinéfilos considere sua obrigação fazer obras-primas toda vez que decide filmar. Mas a verdade é que o diretor também tem seu direito a criar algo que seja mais coração do que a razão que já o fez conquistar dezenas de prêmios durante toda sua carreira.


Talvez por isso seu Cavalo de Guerra seja o mais “mole” de seus filmes, por que é uma história que tocou seu coração em um teatro. Entretanto, engana-se que pensar que este não está à altura de sua cinematografia. Para fazer o público chorar, Spielberg recorreu à sua cancha em construir espetáculos e contou a trajetória do cavalo que venceu todas as adversidades, atravessou uma guerra, e mudou a vida de quem cruzou seu caminho, além de mostrar que nem só de monstros é constituída uma batalha de tal porte.


O forte do longa é justamente onde o diretor não costuma acertar, a ministração das emoções, que neste caso vem de maneira controlada. Claro, em alguns casos chega a beirar o pieguismo, que pelo bem, sempre termina antes que tenhamos de recorrer à agua com açúcar. Com o simples método de “bater e depois assoprar”, o filme tem um equilíbrio que muitos não conseguem obter. Além de tudo isso, a forma de como trata a perda, recorrente em todos os mini episódios em que se divide, deixa claro que através da saga do cavalo Joey, pudéssemos enxergar que mesmo que amamos alguém, a qualquer momento, por qualquer motivo poderemos perde-lo.


Com uma trilha sonora formidável, uma das melhores de John Willians, é possível perceber os momentos de felicidade, compaixão e terror. Através dos olhos de Albie, da pequena Emilie, ou do jovem Gunther , o cavalo era apenas uma metáfora para o amor, algo em que acreditar em meio a tanta desgraça. O problema do longa é o pouco tempo em que a história de quem atravessa o caminho de Joey, há pouco tempo para se desenvolver seus dramas, o que prejudica o entendimento dos menos atentos.


Na parte técnica não há o que se esperar de diferente de Spielberg, desde a fotografia impecável de seu fiel Janusz Kaminski até a aplicação de seus recursos para criar um ambiente de guerra formidável, será sempre o melhor nesses aspectos. Talvez o filme não agrade os mais admiradores deste seu potencial em criar pirotecnias, e com certeza também é um fato de que não está no patamar de seus melhores filmes. Mas é Steven Spielberg, e por isso só já eleva Cavalo de Guerra à categoria de bom filme.

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