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quarta-feira, 25 de julho de 2012

Quanto mais quente melhor (1959)



Some like it hot, 1959. Dirigido por Billy Wilder. Com Tony Curtis, Jack Lemmon, Marilyn Monroe, George Raft, Pat O’Brien, Joe E. Brown, Nehemiah Persoff e Joan Shawlee.

Nota: 9.8

Pouca coisa em uma comédia pode ser considerada novidade, se conhecermos a filmografia de Billy Wilder e suas histórias maravilhosas. Sem se importar se iria ou não agradar o público, criou uma trama divertida e inteligente, que nasceu de um massacre e deságua em um show de situações impagáveis. Lembrada e homenageada várias vezes nas telonas ou telinhas, ainda tinha a beldade eterna Marilyn Monroe como um atrativo à parte.

Quando os dois músicos Joe (Tony Curtis) e Jerry (Jack Lemmon, soberbo) testemunham uma chacina em Chicago, decidem se vestirem de mulher e se infiltrar em uma banda feminina rumo à Miami, para não serem também mortos. Só que o azar da dupla, o chefão mafioso que quer eliminá-los também está na cidade, e no mesmo hotel. Um festival de trapalhadas, que inclui o affair de Joe/Josephine e Sugar Keane (Marilyn Monroe), e o “namoro” de Jerry/Daphne com um senhor rico e romântico, além de um final inesquecível.

O roteiro, inspirado em um sucesso da Brodway e uma comédia alemã, foi a segunda parceria de Wilder e I. A. L. Diamond, e com todas as principais características colocadas em cena. O humor hora é ácidas, outras maleáveis e furtivas dão as caras e os sorrisos. O mote musical que conduz a presença de Sugar, é tão hipnotizante quanto o inocente sonho da moça em encontrar o amor de sua vida. O texto, que só terminou de ser escrito quase no fim das filmagens, reservava uma espécie de stand up para que todos os personagens, até os gângsteres, fizessem das suas e arrancassem no mínimo uma gargalhada do público.

O diretor acertou principalmente em fazer com que os atores se mostrassem másculos, assim as confusões que se seguiam teriam um efeito ainda mais cômico. O durão Tony Curtis parecia tão incomodado com a situação quanto seu personagem, e Lemmon ficou tão à vontade que entregou ao público uma das melhores atuações que o cinema presenciou, pela primazia com que transita entre a razão e a emoção abilolada de Jerry/Daphne. Monroe por si só já era um ícone, porém, sua forma foi prejudicada por sua gravidez (estava gordinha), o que valorizou sua atuação, onde cantou, dançou e deixou fruir naturalmente a veia cômica.

Dizem que Billy Wilder foi o maior mentiroso que Hollywood conheceu, e não era para menos. Fazer o público engolir uma história tão estapafúrdia, e ainda fazer dela a melhor comédia que se tem notícia, é mais que um trabalho de um falsário, é serviço de primeira de um gênio.


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