Prometheus, 2012. Dirigido por Ridley Scott. Com Noomi Rapace, Michael Fassbender, Charlize Theron, Logan Marshall-Green e Idris Elba.
Nota: 7.8
Uma das mais sombrias e
fascinantes sagas da história cinematográfica tem um reinício. Prometheus, dirigido por Ridley Scott,
que conduziu o pioneiro Alien – O oitavo
passageiro em 1979, busca no
grande mistério que atiça o imaginário da humanidade, a origem da vida, a
fórmula para dar início a uma nova e grandiosa aventura. É uma oportunidade de
o público conhecer a origem da ficção que marcou toda uma geração.
Em 2089, os cientistas Elizabeth
Shaw (Noomi Rapace) e Charlie Holloway (Logan Marshall-Green) descobrem em uma
caverna em uma ilha na Escócia, gravuras feitas por uma sociedade antiga. Dois
anos depois, a trilhões de quilômetros da Terra, eles se juntam à tripulação da
nave Prometheus, chefiada pela empresária Meredith Vickers (Charlize Theron) e
composta também por outros cientistas, além do andróide David (Michael
Fassbender), para tentar confirmar se as informações que decifraram nas
pinturas os levariam mesmo aos criadores da vida em nosso planeta.
A premissa do filme encanta até
que não é fã de ficção científica e não assistiu nenhum dos exemplares da
franquia Alien. Os roteiristas Jon
Spaihts e Damon Lindelof partiram de uma única passagem do primeiro longa,
quando Ripley (Sigourney Weaver) e seus companheiros encontram o “jóquei
espacial”(um grandalhão com exoesqueleto ossudo), e então criam toda uma
mística de um dos nós não desfeitos da saga: quem era ele? Além disso, temperam
o texto com uma discussão em torno de
crença e da fragilidade do ser humano perante algo que não consegue
compreender.
Ridley Scott não tinha muito que
mudar na composição fílmica em relação a outras obras do gênero, então investiu
no teor sombrio que diferenciaram seus filmes de outros. A direção de arte se
mantém fiel ao primeiro, e aposta em efeitos visuais modestos, que entram em
ação mesmo com as criaturas bizarras e a parafernália futurista. Porém, um dos
obeliscos de seu trabalho está na fotografia de Dariusz Wolski, formidável.
Entretanto, o longa não chega a
ser empolgante como O oitavo passageiro conseguiu
ser. A falta de respostas às diversas interrogações que vão brotando ao longo
do filme e o ritmo lento em que a trama se desenvolve minam o interesse do
público. Sim, talvez seja um refém da responsabilidade de abrir uma provável
trilogia, mas ainda assim peca ao incluir pouca ação, um dos itens
indispensáveis ao gênero.
Michael Fassbender prova que sua
boa fase ainda se mantém, e dá vida (ou funcionamento, já que não é humano) ao
andróide David de forma perfeita, como tem de ser uma inteligência artificial.
Noomi Rapace é a mais nova camaleoa do momento e compõe um personagem que deixa
transparecer sua humanidade nos momentos de dor e no apego que tem com a fé.
Dos principais, só Charlize Theron poderia ter dado um pouco mais, mesmo assim
fica na média.
O que fica claro é que se trata
de uma introdução a uma nova busca, que ainda não sabemos bem o que é, e que os
roteiristas terão de quebrar a cabeça para criar. Mas Prometheus ficou abaixo
do que se esperava dele. Mas pelo modo de como começa e termina, merece ser
poupado de críticas pesadas até sua provável continuação. Este sim poderá
definir se o longa foi sacrificado por servir de trampolim, ou que não passou
mesmo de uma tentativa frustrada de Ridley Scott em reviver o tempo em que se
tornou um messias da ficção científica.
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