Mission: Impossible - Ghost Protocol, 2011. Dirigido por Brad Bird. Com Tom Cruise, Paula Patton, Jeremy Renner, Simon Pegg, Michael Nyqvist e Jonathan Rhys Meyers.
Nota: 8.7
Com uma receita já conhecida
pelo público, Missão Impossível 4: Protocolo Fantasma tinha tudo para ser
mais uma baboseira cheia de cenas de ação surreais, conduzidas pela trilha
musical já imortalizada. Entretanto, sob a batuta do especialista em dirigir
animações, Brad Bird, o filme se revigora e ganha um toque de humor agradável,
que misturado aos clichês básicos do cinema hollywoodiano, fazem Tom Cruise escalar
de voltar ao topo da lista dos astros do gênero de ação.
O filme se desenvolve em
torno de uma ameaça de hecatombe nuclear alardeada por um extremista conhecido
como Cobalto (Michael Nykvist). Para impedi-lo, o agente Ethan Hunt (Tom
Cruise) é resgatado em uma prisão russa e mandado ao Kremlin para roubar os
códigos de ativação dos mísseis antes do vilão. Mas a missão fracassa, e o
governo americano promulga o Protocolo Fantasma, fazendo com que o Estado não
reconhecesse nenhuma atividade de seus agentes. Resta então a Hunt, juntamente
com sua equipe, Dunn (Simon Pegg), Jane (Paula Patton) e Brandt (Jeremy
Renner), agirem por conta própria e percorrer meio mundo para impedir a
catástrofe.
Logo de cara é possível
perceber qual será a tônica do longa, cenas de impacto com um ar diferenciado
na forma de conduzir as ações. O diretor consegue dar vida a um roteiro
obsoleto, tendo em vista que ante ao cenário político-econômico atual, esta
tensão nuclear entre E.U.A e Rússia é assunto ultrapassado. Sendo assim, seu
propósito é levar o público ao êxtase com sequências vertiginosas, entremeadas
por esquetes de humor conduzidas, principalmente, pelo humorista Simon Pegg.
Nesse espírito, ação e comédia, o filme é quase uma adaptação para a
"realidade" de Os Incríveis, do próprio Bird.
O diferencial deste MI4
faz dele o melhor depois do visceral dirigido por Brian DePalma em 1996. Já que
o segundo filme, de John Woo, extrapolou nas explosões e nos embates a lá Power
Rangers, e o terceiro, de J. J. Abrams, há uma tentativa estúpida de dar um ar
dramático ao frenesi constante, o que não combina.
Tom Cruise está em estado de
graça. É com certeza o personagem que mais gosta de interpretar, tanto que
entrou no clima e gravou a vertiginosa seqüência no Burj Khalifa (Maior
arranha-céu do mundo) sem dublês, suspenso por um emaranhado de cabos de aço.
Dedicação ou loucura? Para ele ultimamente as duas sentenças são uma só. Como
já dito, Simon Pegg é um dos responsáveis pelo sucesso do filme, já que suas
caras, bocas e tiradas evitam que o filme caia em textos prolixos. Outra grande
sacada foi escalar Jeremy Renner, que é um dos mais talentosos atores do
momento, pois demonstra uma versatilidade enorme por saber fazer bem uma ponte
entre a seriedade e a trapalhada. Já Paula Patton não entrou no clima. Não
conseguiu convencer ninguém como agente durona, muito menos como femme fatale.
Por fim acaba que o saldo é
positivo, principalmente para Brad Bird, que, com méritos, terá mais
oportunidades de desenvolver seu trabalho fora do mundo das animações, e Tom Cruise,
de volta ao cume da montanha de egos de Hollywood. Apesar de não conseguir ser
tão bem engendrado quanto O Ultimato Bourne e nem mais
interessante que Atração Perigosa, o filme cumpre sua meta proposta pelo
diretor: o entretenimento.
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