Madagascar 3. dirigido por Eric Darnell, Tom Mc Grath e Conrad Vernon.
Nota: 7,4
Algumas pessoas acham que cinema
é arte, e só admitem aprecia-lo desta maneira. Outros aproveitam seu alto poder
de ser um infalível entretenimento, comem pipoca e tomam refrigerante sem ficar
preocupado se o roteiro é bem escrito ou a fotografia satisfaz. Em ambos os
casos, tudo só vale se o filme for bom. No caso de Madagascar 3 – os procurados, não há a preocupação em ser uma
animação cabeça, nos moldes de Wall-E e
Up -Altas aventuras, mas sim uma ode à alegria, que arranca gargalhadas
de crianças de todas as idades.
O leão Alex, com seus amigos a
zebra Martin, a Hipopótamo Gloria e a girafa Mellman estão na África esperando
o retorno dos pingüins, que foram a Monte Carlo tentar a sorte no cassino e
conseguir dinheiro para comprar um avião e assim retornar para Nova York. Mas
cansados de esperar, os animais desembarcam em território europeu com o intuito
de achar os pingüins e assim retornar para casa. Mas quando uma intrépida
inspetora do controle de animais, astuta e maléfica, dispõe a eliminá-los, eles
são obrigados a se juntar a um circo itinerante em um mini tour pela Europa,
que na verdade será a grande chance de voltarem à América.
O roteiro de Noah Baumbach
em momento algum tem compromisso com
qualquer lógica plausível, já que se trata de uma fábula surreal. E desde o
primeiro filme pode ser considerado sem exagero nenhum, um non sense cômico. Bastou então sintonizar a aura circense com o
humor afiado já presentes nos dois anteriores para achar o ponto ideal. O que
facilita que este filme não tenha uma queda considerável na carga humorística,
tal qual acontece no segundo filme, é o estilo rodízio utilizado para que todos
os personagens tenham a oportunidade de arrancar gargalhadas. Em meio a trilha
sonora ágil (de Piaf a Kate Perry) e sequências malucas, o frenesi é agradável.
Ao incluir o tema circo como o
fio condutor das ações, foi criado, involuntariamente ou não, uma grande
homenagem à alegria. Fazendo com que o público se deixasse levar pela diversão
inocente tal como os circos de outrora proporcionavam. Os pingüins e sua gangue
de macacos, o Rei Julien e seus dois comparsas, a trupe liderada pelo tigre
russo e a inspetora obcecada com seu número musical a lá Piaf, todos deixam sua
marca.
Pode ser que Madagascar 3 passe longe de estar no nível de animações da
Disney/Pixar, e que seu roteiro não passe de um amontoado de gags e spots de
humor hiperbólico, mas negar seu poder de divertir e alegrar é impossível. Então
se nasceu com a intenção de ser apenas um entretenimento, nada mais, pode-se
dizer que terá uma vida plena. Viva o afro-circo!
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