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sábado, 6 de outubro de 2012

Perfume de Mulher (1992)


Scentof a woman. Dirigido por Martin Brest. Com Al Pacino, Chris O'Donnel, James Rebhorn, Gabrile Anwar e Philip Seymour Hoffman.

Nota: 9.4

O que aflige os homens? Quais são as questões que atormentam a sociedade? Bom, isso é muito relativo. Teríamos milhões de respostas, todas com um ponto de vista pessoal ou científico. Mas uma boa demonstração de como uma provação nos assombra é mostrada de forma sutil e brilhante em Perfume de Mulher, produzido e dirigido por Martin Brest e que emocionou multidões em todo o mundo.

O filme não é, e não se trata de preconceito, para comedores de pipoca de plantão. O contexto precisa de estudo e um questionamento próprio. A vida galga por trilhas às quais nem sempre são as que escolhemos, é difícil. Os dois personagens centrais do longa passam por um duro momento. Um, de desilusão com o futuro que terá, o da cegueira completa. O outro tem a difícil missão de não prejudicar companheiros de escola, mas também não ser expulso e perder a chance de crescer na vida. Frank Slade, Al Pacino em performance inesquecível, é um veterano do exército que ficou cego após um incidente em serviço, e deseja morrer, e Charlie Simms, Chris O’Donnel, um estudante que se vê como testemunha de uma “brincadeira” feita com o diretor da escola e com chances de ser expulso, duas histórias, porém com mesmo dilema: por qual caminho seguir.

Através da visão dos dois personagens, o roteiro de Bo Golman faz com que os questionamentos dos dois se tornem nossos. A intensidade sublime dos 156 minutos de filme cria um laço fraterno entre público e personagem, cabendo a cada um aprender com eles, o que lecionaram entre si, a lição mais importante que a vida nos concede, a perseverança. Quando percebem o bem que há em levantar a cabeça e seguir, passam a enxergar o que às vezes a sociedade esconde, o de que viver é fácil, fazer a escolha certa, não.

A lição maior de Perfume de Mulher talvez esteja em seu título. Os perfumes de diferentes tipos de mulher fizeram Frank tomar o caminho certo, foi sua salvação. Basta a todos nós descobrir a essência que nos faz tomar a decisão certa na hora da dúvida, algo que o nariz possa não captar, mas o coração sim. Só assim a vida será como um Tango ao som de Gardel, onde mesmo você não sabendo os passos, e que se atrapalhe e erre, não pare de dançar, nunca.

P.S: Um amigo fã de Al Pacino me questionou uma vez o fato do ator ter ganho apenas um Oscar. Na hora fiquei pensando e não respondi. Mas revendo Perfume de Mulher, cheguei a um consenso. A atuação de Pacino é uma das melhores que o Cinema já viu, e mesmo tendo outras grandes atuações, nenhuma se compara a Frank Slade. Se lhe servir de consolo amigo, a interpretação de Pacino, devidamente premiado, alivia qualquer possível injustiça que possa ter ocorrido em suas outras seis indicações.

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