
Nota: 6.1
Tudo o que é considerado novidade
no cenário cinematográfico hollywoodiano e consegue fazer um sucesso
considerável nas bilheterias, acaba por desencadear um onda de “continuações”
para pegar o vácuo do oásis financeiro do original. O bom Atividade Paranormal, idealizado pelo o então cineasta estreante
Oren Peli em 2007, mesclou o estilo aclamado da “câmera na mão” utilizado em A Bruxa de Blair (1999), com artífices
da cibercultura, o que fez de sua obra um estrondoso sucesso. Cinco anos e mais
três filmes na conta (um japonês) depois, o quarto filme da saga chega para
tentar explicar os motivos das tais atividades, entretanto, sem apresentar algo
diferente e muito menos assustar.
Neste novo
longa a adolescente Alex (Katryn Newton) grava o cotidiano de sua família, ao
lado de seus pais, do pequeno Wyatt (Aiden Lovekamp) e de seu namorado Ben (Matt Shively). Mas quando o
estranho menino Robbie (Brady Allen), recém-chegado à vizinhança, precisa ficar
alguns dias em sua casa, fenômenos inexplicáveis começam a aparecer e
atormentar a menina, que vai gravar tudo o que acontece e perceber que tem
coisas que é melhor nem ficar sabendo.
Nada do que
fizeram os roteiristas Christopher Landon e Chad Feehan trouxe algo que não tenha
sido usado e dito nos filmes anteriores. Os acontecimentos são premeditados,
quase cronometrados, dando a oportunidade de os espectadores se livrarem da
maioria dos sustos. O mote criado para que a assustadora Katie (Katie Featherston),
que teve um final inconclusivo no primeiro filme e foi tendo sua história
desvendada de forma homeopática nas duas sequências, fosse introduzida neste
longa acabou sendo sem emoção, com cenas mal elaboradas. Além disso, o
dia-a-dia da família é totalmente ensaiado e pueril.
A tensão está
sempre lá no alto com este estilo de filmagem. A câmera na mão, os closes
intimistas e o silêncio mortal, até em um drama incomoda (vide os hip-hop montage de Darren Aronofsky em Cisne Negro). Mesmo não surtindo o
efeito que se esperava, os diretores Henry Joost e Ariel Schulman conseguem ser
competentes no único ponto admirável do filme, pois a veracidade alcançada com
esta “simulação” de gravações reais asseguram os raros sustos.
Esse cansaço em
relação à qualidade de Atividade
Paranormal 4 era de se esperar, ainda mais depois de ter exemplos claros
com as franquias Jogos Mortais, Premonição e Pânico, outros terrores teen
que ninguém agüenta mais. E como a quinta parte estará provavelmente nas telonas
daqui a algum tempo devido ao final sugestivo, o público fiel estará à espera
de mais do mesmo, só que muito mais enfadonho e com menos sustos.
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