A better Life, 2011. Dirigido por Cris Weitz. Com Demián
Bichir, José Julián e Dolores Heredia.
Nota:
5.2
O
filme que revelou o ator Demián Bichir para o mundo tinha como
objetivo expor as agruras dos imigrantes ilegais na terra das
oportunidades, mas não foi além de um bom, digo, nem
tão bom assim, dramalhão mexicano
Uma
vida melhor foi uma daquelas obras que nos chamou atenção.
Seja pela sinopse adulada pelo tema de imigração ilegal
nos EUA, relevante em qualquer tempo, ou pela simples curiosidade de
conferir a atuação do protagonista, um ator mexicano
que tirou de Leonardo Di Caprio sua indicação ao Oscar.
Movidos
por estes tópicos acompanhamos em pouco menos de duas horas as
tentativas quase que desesperadas do jardineiro mexicano Carlos
Galindo (Demián Bichir) de se manter anônimo
em Los Angeles enquanto tenta sobreviver na cidade. Carlos é
um daqueles heróis de todos os dias, que levantam com o cantar
do galo, e sai rumo às incertezas de um trabalho sem um
emprego fixo. Assim, ele acaba aceitando todo tipo de trampo para
poder sustentar seu filho adolescente, o rebelde e incrédulo
Luís (José Julián). Tudo dentro de
um só lema. Dar ao filho as oportunidades que ele não
teve na vida. Mas sua sorte que já era limitada, piora de vez
quando um colega na mesma situação rouba o único
veículo de trabalho e sustento da casa. O jardineiro então
inicia sua saga “ladrões de bicicletas” para reaver
sua caminhonete. No mercado negro de desmanche de uma poderosa
gangue, Carlos consegue recuperar o veículo de forma
espetacular. O incidente faz com que se aproxime do filho, porém
nas curvas que a vida dá, e neste caso, não muito
longe, ambos são interpelados por uma viatura policial. O
honesto jardineiro vai parar na prisão, sendo deportado a seu
país de origem. Fim do sonho e do filme.
Para
quem esperava, por qualquer razão que fosse assistir algo
interessante no filme de Cris Weitz, deve ter se decepcionado
em todos os âmbitos. Pela sinopse, que poderia ter destrinchado
com mais veracidade a dura vida dos imigrantes ilegais nos EUA. Tudo
indicava para isso, mas ao se deparar com cenas pobres, levando ao
puro melodrama barato, fica evidente o paradigma traçado pela
direção. Ao tratar de personagens típicos,
transformaram tudo numa novela melodramática. E o que é
pior. Ao menos as novelas mexicanas sabem como arrancar lágrimas.
Seguem-se cenas descabidas, incoerentes e sem nenhuma emoção
destruindo um roteiro que tanto prometia. Tudo cai diante da relação
morna entre pai e filho. Não há sentimento, tudo é
frio e condensado demais com final totalmente incompreensível.
Quanto
à parte da curiosidade instigada pela presença do ator
mexicano indicado ao Oscar, é saciada por uma provável
certeza. De que Hollywood tem uma cisma ainda suspeita com Di Caprio.
Nem uma grande atuação de Bichir poderia tirar a
indicação do astro de olhos azuis da lista do Oscar
deste ano. O ator mexicano, talvez prejudicado por um roteiro chato,
esteve longe de ter uma atuação no mínimo
convincente, deixando transparecer o equívoco cometido pela
Academia neste ano. Equívoco este que só ajuda a
abastecer seu vasto estoque de caminhões de erros.
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