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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Uma vida melhor (2011)

A better Life, 2011. Dirigido por Cris Weitz. Com Demián Bichir, José Julián e Dolores Heredia.
Nota: 5.2
 
O filme que revelou o ator Demián Bichir para o mundo tinha como objetivo expor as agruras dos imigrantes ilegais na terra das oportunidades, mas não foi além de um bom, digo, nem tão bom assim, dramalhão mexicano

Uma vida melhor foi uma daquelas obras que nos chamou atenção. Seja pela sinopse adulada pelo tema de imigração ilegal nos EUA, relevante em qualquer tempo, ou pela simples curiosidade de conferir a atuação do protagonista, um ator mexicano que tirou de Leonardo Di Caprio sua indicação ao Oscar.

Movidos por estes tópicos acompanhamos em pouco menos de duas horas as tentativas quase que desesperadas do jardineiro mexicano Carlos Galindo (Demián Bichir) de se manter anônimo em Los Angeles enquanto tenta sobreviver na cidade. Carlos é um daqueles heróis de todos os dias, que levantam com o cantar do galo, e sai rumo às incertezas de um trabalho sem um emprego fixo. Assim, ele acaba aceitando todo tipo de trampo para poder sustentar seu filho adolescente, o rebelde e incrédulo Luís (José Julián). Tudo dentro de um só lema. Dar ao filho as oportunidades que ele não teve na vida. Mas sua sorte que já era limitada, piora de vez quando um colega na mesma situação rouba o único veículo de trabalho e sustento da casa. O jardineiro então inicia sua saga “ladrões de bicicletas” para reaver sua caminhonete. No mercado negro de desmanche de uma poderosa gangue, Carlos consegue recuperar o veículo de forma espetacular. O incidente faz com que se aproxime do filho, porém nas curvas que a vida dá, e neste caso, não muito longe, ambos são interpelados por uma viatura policial. O honesto jardineiro vai parar na prisão, sendo deportado a seu país de origem. Fim do sonho e do filme.

Para quem esperava, por qualquer razão que fosse assistir algo interessante no filme de Cris Weitz, deve ter se decepcionado em todos os âmbitos. Pela sinopse, que poderia ter destrinchado com mais veracidade a dura vida dos imigrantes ilegais nos EUA. Tudo indicava para isso, mas ao se deparar com cenas pobres, levando ao puro melodrama barato, fica evidente o paradigma traçado pela direção. Ao tratar de personagens típicos, transformaram tudo numa novela melodramática. E o que é pior. Ao menos as novelas mexicanas sabem como arrancar lágrimas. Seguem-se cenas descabidas, incoerentes e sem nenhuma emoção destruindo um roteiro que tanto prometia. Tudo cai diante da relação morna entre pai e filho. Não há sentimento, tudo é frio e condensado demais com final totalmente incompreensível.

Quanto à parte da curiosidade instigada pela presença do ator mexicano indicado ao Oscar, é saciada por uma provável certeza. De que Hollywood tem uma cisma ainda suspeita com Di Caprio. Nem uma grande atuação de Bichir poderia tirar a indicação do astro de olhos azuis da lista do Oscar deste ano. O ator mexicano, talvez prejudicado por um roteiro chato, esteve longe de ter uma atuação no mínimo convincente, deixando transparecer o equívoco cometido pela Academia neste ano. Equívoco este que só ajuda a abastecer seu vasto estoque de caminhões de erros.

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