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terça-feira, 15 de maio de 2012

HARRISON FORD

O herói aventureiro

“Terei enorme satisfação em trabalhar num filme de ação e aventura, se achar um roteiro que seja ambicioso que me proporcione algum prazer como ator. Mas, atualmente não tenho achado nenhum deste tipo que me dê vontade de investir meu tempo e energia. Eles simplesmente são violentos demais, são vulgares e têm baixarias demais. Por isso não os faço mais.”
Harrison Ford em entrevista a SET (Edição 40)

Os fãs de cinema podem até não conhecer o nome de batismo de um dos mais famosos atores da fábrica de sonhos e emoções. Mas certamente devem conhecer e muito Indiana Jones e Han Solo. Dois heróis das telas separados pelo tempo e espaço. Enquanto um mantém os pés firmes no chão, livre para se aventurar pelos quatro cantos do Globo terrestre, o outro voa pelo espaço travando uma incrível guerra nas estrelas por liberdade. Contudo, ambos dividem uma empatia estarrecedora perante o público. Embora não façam o tipo Brad Pitt ou Leo Di Caprio, é inegável que esses, dois maiores galãs de Hollywood, não tem um charme tão latente quanto nossos veteranos heróis e o homem por detrás deles.

O que se pode afirmar com certeza sobre ele é que não veio do espaço e sim de uma família de classe média na exótica Chicago em 13 de Julho de 1942. Sonhava na infância, ser alguém que tivesse raízes humanas comuns, sedentária ou coisa parecida. O plano era ser um simples fazendeiro ou um imponente guarda-florestal. Por hora isto o satisfazia, até que a ideia de aventurar-se pelos caminhos do cinema jogou sobre ele um poderoso laço. As inúmeras possibilidades de trabalhar com pessoas diferentes, a exigência de uma carreira excitante e o quão prazeroso isso seria, o motivaram a tomar rumos diferentes do que pensara. Então, se mudou para Los Angeles e começou sua aventura pessoal.

Como em guerra nas estrelas, nada foi tão fácil assim. Em 1964 a Columbia Pictures por meio do Programa Novos Talentos, esperou três anos para demiti-lo por achar que não possuía as características para um astro. Neste curto período, participou de filmes sem importância, e seu maior desafio foi de não perder sua essência pessoal e profissional. É difícil se manter firme e forte diante de um poderoso estúdio, mas nosso herói não é herói somente na ficção. Depois do conturbado episódio, apareceu na TV em pequenas participações. Foi nesta época que decidiu não participar de qualquer trabalho. Assim, se afastou temporariamente dos holofotes e se dedicou a marcenaria para se sustentar e a família. Uma esposa e o filho.

Não era apenas uma forma de sobreviver, e sim algo prazeroso. Durante sete anos, seu talento de marceneiro coexistiu com atuação. Neste período participou de filmes como A conversação (1974) de Francis Ford Coppola. A atividade extra setorial seria abandonada e mantida como apenas hobby, após a aventura em Hollywood se tornar uma realidade. Foi George Lucas que fez brilhar sobre ele uma luz tão forte quanto de uma estrela em Guerra nas estrelas (1977). Han Solo, o mercenário que se torna herói quase que por acaso, despertou as mais incríveis paixões em todos os fãs da franquia. As sequências astronômicas do filme de Lucas e o arqueólogo Indiana Jones no megassucesso Os caçadores da Arca perdida (1981), consolidariam de vez seu status de herói aventureiro. Personagem que o ator voltaria a encarnar em outras três sequências. A mais recente em 2006 com o retonro do velho Indy em O reino da caveira de cristal. O filme obteve até um relativo sucesso, e foi muito bem nas críticas propostas. No entanto, sua maior preocupação era de ser visto apenas como um herói de quadrinhos. Sendo assim, optou por papéis mais relevantes, em Blade Runner – o caçador de androides (1982) e A testemunha (1985), que lhe valeu uma indicação ao Oscar.

Como se vê, qualquer das opções profissionais que venha a tomar leva este carismático ator de olhos verdes e de feições confiáveis a um caminho estrelado de sucesso. A tranquilidade mantida na carreira tem a origem na tranquilidade e Paz de espírito do convívio familiar. Sua vida privada é sempre colocada de forma reticente por ele em todas as entrevistas procura preservar todo e qualquer detalhe a esse respeito. Discreto, age com naturalidade e sem paetês quando se trata de ajudar ao seu próximo. Mesmo que seja de outra espécie. Seu engajamento em sérias questões ambientais, o fez garoto propaganda de uma campanha global contra o tráfico de animais silvestres da África e outras. “Não creio que haja muitas diferenças entre seus personagens e sua pessoa. Não é obra do acaso que ele interprete tantos heróis. Ele personifica alguém em quem se pode confiar. Alguém que se encarregará de tudo, seja do dedo ferido de um menino, seja de salvar uma galáxia”, afirma Carrie Fischer (a eterna Princesa Lea de Guerra nas estrelas) ao ser questionada sobre o segredo do sucesso do colega.

Não é preciso lutar por quilômetros e quilômetros de galáxias distantes ou saltar de um tanque em movimento para ser equiparado a herói. O heroísmo consiste em desafiar os padrões sistêmicos dos poderosos e preservar o caráter e a dignidade mesmo quando todos esperam o contrário. Viver uma vida simples e pacata sendo apenas você. Preservar as pessoas que ama e em nenhum momento esmorecer diante de tantos obstáculos e ainda se tornar ídolo de toda uma nação cinematográfica. Indiana Jones e Han Solo conhecem exatamente esta indescritível sensação através de um astro de todas as galáxias entre a ficção e a realidade. Um astro de nome Harrison Ford.  

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