Battleship, 2012. Dirigido por Peter Berg. Com Taylor Kitsch, Alexander Skargaard, Liam Neeson, Brooklyn Decker e Rihanna.
Nota: 5,8
Atualmente, Hollywood está cada vez mais necessitada de encontrar
qualquer coisa que inspire um roteiro, ou pelo menos que direcione uma
produção. De quadrinhos a músicas, tudo é explorado ao máximo pela
indústria cinematográfica, com seu potencial gigantesco para a
comercialização, principalmente com o avanço inevitável de tecnologias
que maquilam qualquer falta de criatividade. Com Battleship – A Batalha dos Mares,
baseado no brinquedo batalha naval, o roteiro superficial tentar se
esconder sob efeitos visuais exagerados, mas, com o passar do tempo, o
público vai perceber que a história é tão repetida quanto à escolha de
seus vilões.
O filme centra-se em Alex Hopper (Taylor Kitsch), um jovem folgado
que leva uma bronca atrás da outra de seu irmão (Alexander Skarsgaard),
oficial da Marinha que apaixona-se por Sam (Brooklyn Decker), filha do
almirante Shane (Liam Neeson). Depois de um salto no tempo, Hopper se
torna também um oficial da marinha, só que faz uma trapalhada atrás da
outra. Mas terá de provar seu valor ao comandar a reação humana contra
invasores de outro mundo, que, respondendo a uma mensagem enviada pelos
humanos ao planeta deles, pretendem conquistar a terra.
Certamente o longa tem muito pouco a ver com o brinquedo, já que
trataram de criar um cenário favorável a uma invasão alienígena para que
o mote principal fosse mais interessante (ou rentável). A falta de um
sentido começa no blá blá blá inicial de que o sinal de um satélite
poderoso se comunicaria com um planeta distante e idêntico à Terra,
dispensa qualquer tentativa de aprofundamento em questões de pura
lógica. E como seria pior se entrassem de uma vez na ação, a primeira
parte de Battleship se resume a um humor barato e forçado, construído por situações estúpidas e sem graça.
Quando de fato a ação começa, o diretor Peter Berg tem apenas o
trabalho de selecionar as melhores tomadas para que as investidas das
estranhas máquinas, que ora voam, ora navegam, vão ser inseridas. Seu
trabalho é semelhante ao de Jonathan Liebesman em Invasão do Mundo – A batalha de Los Angeles,
porém, as naves têm um efeito visual nauseante e é tão exagerado em
luzes e sons que chega a ser desagradável. Mas os alienígenas
humanóides, com estilo meio punk, são, de longe, os mais sem-noção.
A atuação de Kitsch só deixa de ser constrangedora quando para de
tentar fazer comédia e parte para a briga nos momentos de batalha. Ele e
o restante do elenco ficaram deslocados na indecisão do roteiro em
seguir no humor ou se enfadar em meio a batalha. A cantora Rihanna está
com um visual másculo, porém sua personagem é um estereotipo da mulher
negra e valentona, com o adicional de só abrir a boca para declamar
frases feitas.
Se esta crise de criatividade que se passa em Hollywood continuar,
ainda veremos outras produções com um forte apelo visual e sem
compromisso com o texto. Filmes que se não deixar o espectador com uma
forte dor de cabeça, ao menos cumprirá o destino de sua existência, ou
seja, ser o acompanhamento de um passeio ao shopping. Se for para
apreciar este tipo de historinha batida e cheia de clichês hi-tech, é melhor alugar Independence Day e assistir em casa. Ao menos fica mais barato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário