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terça-feira, 6 de março de 2012

Sete dias com Marilyn (2011)

My week with Marilyn, 2011. De Simon curtis. Com Michelle Williams, Kenneth Branagh, Eddie Redmayne e Judi Dench


Nota: 7.7

Quando se fala em Marilyn Monroe, logo um frenesi imediato toma conta de todos ligados ao mundo do cinema. A expectativa é algo que não conseguimos conter por conta do que representa a maior deusa da sétima arte. No entanto, toda expectativa vem sempre acompanhada de uma “faca de dois gumes”, que faz com que entremos num caminho perigoso de avaliações precipitadas e desacertos.

O filme de Simon Curtis baseia-se nas anotações de um diário do aspirante a diretor Colin Clark, que teve o invejável privilégio de trabalhar lado a lado com astros de primeira grandeza como Laurence Olivier e presenciar um encontro cataclísmico entre Vivien Leigh e Marilyn Monroe em um dos sets de filmagem. Um dos poucos que tem história pra contar. E esta história é o carro-chefe de Sete dias com Marilyn, onde o jovem narra sua aventura pessoal e romântica com a estrela nos dias em que esta esteve em Londres.

Vivido pelo fraquinho Eddie Redmayne, Colin Clark consegue realizar seu sonho ao ser contratado como o terceiro assistente de diretor no novo filme de Olivier O príncipe encantado, o qual Marilyn é protagonista. Sendo um rapaz de grande sensibilidade, Colin se aproxima do mito e descobre a mulher. Neste processo, toda sua frustação em não ser uma boa atriz, as desilusões com o casamento, a insegurança e o medo da solidão desnuda Marilyn aos olhos de Colin. Ao mesmo tempo em que sua beleza esfuziante e sua sensualidade ímpar o fascinam.

Noventa e nove minutos foram o suficiente para contar uma história. Não a história de Marilyn Monroe, que induziu erroneamente alguns fãs às salas de projeção. Nem os tumultuados bastidores do filme de Olivier. Aqui nem a estrela e muito menos o astro foram os protagonistas. Ao tratar de um momento específico na vida da atriz sob a ótica de um jovem e apaixonado fã, o filme cumpriu de maneira excelente o que foi proposto. Desde o figurino, a reconstituição da época, os belos cenários de Londres e a sempre segura interpretação do brilhante shakespeariano Kenneth Branagh (Olivier). Um papel sob medida para ele.

Já Michelle Williams merece uma avaliação à parte. A atriz incorporou de forma cintilante - em meio a um bombardeio de flashes - a voz, os trejeitos, as caras e bocas e a sensualidade induzida de Marilyn. Do céu ao inferno, Wilhams reviveu o turbilhão de emoções que povoavam o coração de uma estrela tão complexa. Uma ótima interpretação por fora, e excelente por dentro. O resultado foi um Globo de Ouro e uma justíssima indicação ao Oscar de melhor atriz.

Sete dias com Marilyn é um filme pequeno em sua duração, e grande em sua execução. Uma rara obra em que a beleza e o talento se fundem em personagem e atriz.

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