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quarta-feira, 28 de março de 2012

O Poderoso Chefão, parte I (1972) ANIVERSÁRIO DE 40 ANOS

The Godfather, part I, 1972. Dirigido por Francis Ford Coppola. Com Marlon Brando, Al Pacino, Diane Keaton, James Caan, Robert Duvall, Tália Shire e John Cazale.
Cotação: 10.0

Há quatro décadas um diretor franco-americano mudava os rumos do cinema ao conceber uma das melhores, senão a melhor, adaptação cinematográfica de todos os tempos, Poderoso Chefão (The Godfather). Com o auxílio do autor do imponente livro, Mario Puzzo, Francis Ford Coppola alcançou o estrelato ao mostrar de forma crua a epopéia dos Corleone, que comandavam o submundo do crime na Nova Iorque da década de 50.

Não tem quem desconheça a saga de Vito Corleone. É um dos mais famosos e parodiados filmes que se tem notícia, e não era para menos. Com uma trama intrincada e violenta, não poupa os mecanismos que movimentam a psique humana e colocam em cheque o maniqueísmo que está presente em todo ser pensante. O Texto de Puzzo e Coppola é denso e às vezes perturbador. Sem meios termos, expõe o público à faceta cruel da vida bandida e com planos abertos exibe uma violência poética.

O contexto do filme se contrapõe ao auge da ideologia do “the american way of life” seguida à risca pela classe burguesa americana no pós-guerra. Ainda exala polêmica ao subjetivar que todo o equilíbrio social da nação estadunidense estava sendo corrompido pelos imigrantes. A propaganda negativa, porém, não evitou que o longa atingisse uma aceitação gigantesca de público e crítica, faturando o três Oscar, incluindo filme e ator (Marlon Brando, que polemizou ao mandar uma índia feakie rejeitar seu prêmio).

A sincronia cronológica com que Coppola conduz a trama é demarcada pela sua sensibilidade e disposição em construir uma espécie de interlúdio, que mostra o exílio de Michael na terra natal de seu pai e principalmente a reviravolta que o levará a se tornar o novo Don. Tudo isso auxiliado pela brilhante trilha do experiente Nino Rota, veterano companheiro de Federico Fellini, juntamente com o pai do diretor, Carmine Coppola.

Marlon Brando exibe a melhor atuação masculina do cinema americano, depois de enfrentar o processo seletivo como qualquer um. Seu Vito Corleone é impiedoso ao mesmo tempo que passa uma sensibilidade fraterna que caracteriza o “padrinho” do título original. O ainda novato Al Pacino já demonstrava a segurança que o caracterizou para os mais diversos papéis. O restante do elenco é tão convincente quantos os protagonistas. Um entrosamento poucas vezes visto na sétima arte.

Uma produção magnífica que estará (e deve estar) sempre no top 5 de qualquer lista de cinéfilo que se preze. Uma jóia rara do cinema americano, e um dos pontos essenciais que ajudaram a salvar Hollywood em sua década mais importante. Trabalho minucioso de um diretor perfeccionista. Por fim, uma obra de arte obrigatória do início ao fim.

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