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segunda-feira, 12 de março de 2012

A Dama de Ferro (2011)


The Iron Lady, 2011. Dirigido por Phyllida Boyd. Com Meryl Streep, Jim Broadbent, Olivia Colman.Cotação: 7.5

Falar de um grande nome da história mundial como é Margareth Tatcher é por si só um roteiro fabuloso. Entretanto, assim como é rico o argumento, é também de suma importância a decisão do diretor em enganchar em apenas um segmento da trajetória do personagem. E foi justamente neste aspecto é que Phyllida Boyd deixa a desejar ao transpor para as telonas a vida da Dama de Ferro, pois não direciona a câmera para uma nuance específica da ex-Primeira Ministra britânica. Prejudicando a evolução, e desvalorizando alguns episódios da vida íntima e política de Tatcher.


Desde a primeira sequência é possível observar que a diretora, em sua segunda incursão pelo cinema, optaria por um filme não-linear, buscando valorizar ao máximo o brilhantismo do enredo de vida da premier britânica. Ao montar as histórias de vida e política, tentou criar uma ligação metafórica que caracterizasse as duas Margareths, afunilando a história de forma que os fins justificassem os meios. E fica evidente também que sua inspiração, pelo menos a que vem de cara, seria Iris (2001), de Richard Eyre.

Entretanto A Dama de Ferro peca justamente onde cintila o roteiro do próprio Eyre em parceria com Charles Wood, pois não se compromete em direcionar o público para um característica inerente de Tatcher. Tenta englobar toda sua carreira polêmica e ululante, juntamente com a vida familiar e ausente, deixando fatos importantíssimos como o momento crucial da Guerra das Malvinas parecendo um esquete de uma série dramática de TV. Já Iris se apega no espírito de “mulher à frente de seu tempo” da escritora título do longa, através da visão de seu apaixonado marido. Condensando e valorizando os principais episódios da vida da personagem.

Apesar de tudo, Meryl Streep não sente a superficialidade e empresta o seu talento, de reconhecimento tão enorme quanto os feitos de Tatcher, para levar o público a conhecer, ao menos em detalhes físicos e comportamentais, a Dama britânica. Uma atuação antológica (mais uma) que merecidamente lhe deu seu terceiro Oscar. Ao seu lado trouxe um sempre competente Jim Broadbent, que sentiu na falta de uma decisão do roteiro, uma relevância maior para seu personagem.


Depois de ter feito um bom trabalho em Mamma Mia (2009), a diretora tem crédito para seguir no cinema, e com certeza tirou um aprendizado importante no meio cinematográfico: Mesmo dentro de histórias fantásticas, tem de se procurar um ponto de partida.

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