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quinta-feira, 22 de março de 2012

John Carter (2011)


John Carter, 2011. Dirigido por Andrew Stanton. Com Taylor Kitsch, Lynn Collins, Mark Strong e Willem Dafoe.
Cotação:7.3

Os estúdios Disney resolveram investir pesado em superproduções em CGI, e para começar, colocaram nas mãos de Andrew Stanton, diretor das premiadas animações Wall-E e Procurando Nemo, a história de um ex-combatente da Guerra Civil americana, que por um passe de mágica vai parar em Marte, ou melhor Barsoom, para se tornar um herói.

A primeira impressão é que se trata de um filme de ação meio duro, com um teor de violência mesclado a um humor rasteiro. Porém quando o personagem título John Carter, é levado a um mundo onde tem a capacidade de saltar distâncias incríveis e porta uma força inimaginável, conhecemos a verdadeira essência do longa. Aos poucos a influência das animações da Pixar, permeiam cenas de efeitos visuais deslumbrantes e nauseantes sob o efeito do 3D.

A trama gira em torno de uma guerra entre duas cidades marcianas, na qual uma delas é governada pelo tirano Sab Than (Dominique West), que recebe a ajuda de um grupo de entidades, lideradas pelo ator Mark Strong, com interesse tão obscuro quanto sua própria origem. Quando o rei da cidade resistente decide casar sua filha, a princesa Dejah (Lynn Collins) com o inimigo para conquistar uma trégua, ela foge e cruza o caminho de Carter, que está sob o domínio de estranhas criaturas verdes, os Tharks. Nesse momento seu destino estará diretamente ligado à sorte de todo o planeta.

O roteiro, adaptado do livro de Edgar Rice Burroughs A Princesa de Marte, mostra uma infinidade de referências aos clássicos Star Wars e o contemporâneo Avatar. Apesar de a obra ser anterior aos filmes citados, o mote estilístico puxa para uma inevitável comparação. Entretanto, o que poucos perceberam é que a maior referência de toda a história é com certeza o épico dirigido com esmero por Stanley Kubrick em 1960, Spartacus. A epopéia vivida por Carter é moldada nos mesmos trilhos do gladiador romano, e tem seu auge quando o cabeludo, banhado por um sangue azul em uma arena, grita aos ventos “I am John Carter”, cópia idêntica da frase dita por Kirk Douglas.

Talvez seja este o problema do filme. Essa infinidade de referências diretas provocam certa insatisfação no público e o empobrecimento do texto. Além é claro do exagero melodramático, entremeado por um humor infantil de personagens esteriotipados (como o cãozinho bizarro e engraçadinho), outra herança das animações. Sendo assim, o filme passa a não ter vida própria, e fica à mercê do aparato visual de qualidade inquestionável, e no capricho da produção dos estúdios Disney.

Taylor Kitsch estréia como protagonista e mostra que ainda precisa se soltar mais e se sai melhor quando é o humano rebelde e meio paranóico. Entre os demais atores destaque para Mark Strong, que se sobressai como o vilão careca Matai Shang, e Willem Dafoe, irreconhecível por trás dos efeitos de captação de movimentos, interpretando o lider dos Tharks, Tars Tharkas.

Um blockbuster que pegará o público pelo seu poder hipnotizante, amplificado pelo 3D, mas que ficou abaixo do esperado, ainda mais quando se sabe o que os roteiristas da Disney são capazes de fazer, principalmente em suas animações.

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