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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O Espetacular Homem-Aranha (2012)

The Amazing Spiderman, 2012. Dirigido por Marc Webb. Com Andrew Garfield, Emma Stone, Sally Field, Martin Sheen, Rhys Ifans e Denis Leary.

Nota: 7.8

Quando uma saga ou história consagrada passa por uma reformulação, às vezes necessárias devido aos novos tempos que predominam, tem no mínimo duas opções para com a aceitação: Será amado ou odiado. No cinema, Sam Raimi dirigiu uma trilogia arrasa quarteirão, que levou centenas de milhões às salas de exibição e faturou dois Oscar com a segunda parte. Com o fracasso de HA3, Marc Webb aceitou o desafio de conduzir O Espetacular Homem-Aranha e conseguiu dar mais humanidade a Peter Parker e, no mínimo, garantir a continuidade desta nova franquia.

A história é bem diferente daquela vista nos três filmes anteriores. Peter Parker (Andrew Garfield) perdeu seus pais quando era criança, porém entes de partirem deixaram o menino aos cuidados de Ben (Martin Sheen) e May (Sally Field). Peter cresceu e se tornou um jovem inteligente e tímido. Quando descobre documentos de seu pai que o levam ao Dr. Curtis Connor (Rhys Ifans) e aos laboratórios da Oscorp, ele é mordido por uma aranha geneticamente modificada e ganha poderes espetaculares. Entretanto, uma tragédia passa novamente pelo seu caminho e o conduzem para se tornar um herói, perseguido pelo Capitão Stacy (Denis Leary), mas amado por sua filha Gwen (Emma Stone).

Obviamente quem não conhece os novos quadrinhos do super-herói vão levar um choque com as ausências de Mary Jane e Harry Osborne, sempre presentes nos outros filmes, mas o mérito do roteiro de James Vanderbilt, Alvin Sargent e Steve Kloves é manter a base forte na transformação de Parker no herói mascarado, o que no filme de Raimi acontecia de forma superficial e apressada. A interação com sua paixão, Gwen, também é cadenciada e não faz rodeios quando chega a hora de revelar a ela seu segredo. A importância de seus tios não é reduzida a apenas uma frase, que nesta nem se faz menção, e os problemas juvenis predominam no jovem herói.

A direção de Webb às vezes parece insegura ou resguardada demais e as cenas de ação modestas. Porém, como se trata de uma introdução a um novo universo, e pelo excelente efeito visual que concebeu o vilão Lagarto isso pode ser perdoado. A concepção proposta é mais pop e os tons mais claros que norteiam o aprendizado de Peter vão se dissipando quanto mais sua responsabilidade toma forma. Menos carregado de humor que toda a trilogia de Sam Raimi, O Espetacular Homem-Aranha e mais melancólico e enfático na dualidade de Parker e do Dr. Connor (que devido às tentativas de inventar algo que reverta deficiência, acaba por se transformar em um descontrolado lagarto gigante).

Com mais acertos do que erros, com destaque para os promissores Garfield e Stone que já fizeram bons trabalhos em dramas, Webb conseguiu agradar o novo público que se criou em torno deste reboot, e ainda deixou satisfeitos os mais ortodoxos. Se não foi melhor que os filmes anteriores, isso é de pessoa para pessoa, mas uma coisa é certa, este conseguiu no mínimo o aval para mostrar que tem muito mais a oferecer, e se seguir o caminho do Batman de Nolan, será muito bem vindo.

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