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sexta-feira, 5 de abril de 2013

Up – Altas Aventuras (09)


Up, 2009. Dirigido por Bob Petersen e Pete Docter.

Nota: 9,6 

Falar da competência do casamento Disney/Pixar, quando se trata em fazer animações acima da média, é falar de coisas que todo mundo que acompanha o mundo do cinema já sabe. Entretanto, não há como segurar a excitação quando se aprecia um de seus longas que ultrapassa a barreira que separa um filme bem feito e uma obra de arte categórica. Depois de conseguir este feito com o excepcional Wall-E (08), a dupla repete a dose com o tocante Up – Altas Aventuras, que engloba não só uma questão específica da vida, mas sim um amontoado de lições, todas demarcadas com as artimanhas que o gênero proporciona.

Carl Frederiksen é um vendedor de balões de 78 anos que acabou de perder a esposa e também está prestes a perder a casa onde teve uma vida plenamente feliz ao lado da amada. Sempre atormentado por um empresário que deseja comprá-la para construir um edifício, ele segue irredutível em deixar o local. Porém, quando agride um funcionário da empresa de construção, é obrigado a ir para um asilo e vender a casa. Mas Carl, com a ajuda de milhares de balões, faz sua casa flutuar e partir rumo ao “Paraíso das Cachoeiras”, onde sempre sonhou ir com a esposa. Contudo, Russel, um pequeno escoteiro de 8 anos acaba embarcando na viagem, e isso mudará suas vidas para sempre.

Pode até parecer simplório: o velho não gosta do menino, mas os dois tem carências a superar e um encontra no outro o afeto que necessitam, mas com os roteiros da Disney nada é tão simples. O texto de Bob Peterson e Pete Docter constrói vários conflitos de uma vez só, ao invés de focar em uma só, como Ratatoulle (06) que subjetivava a busca dos sonhos. É sobre amizade, que não tem idade, sobre o afeto, o amor, e principalmente sobre a condição do idoso, pois nunca é tarde para realizar seus objetivos de vida. Ser idoso não é doença.

Os diretores impõem um conteúdo mais maduro e dramático no início do filme. Era impensável em uma animação para família temas como envelhecimento, infertilidade e a morte assim tão presentes. Aliás, a introdução de Up é os 10 minutos mais incríveis e bem elaborados que se tem notícia, são 70 anos resumidos em imagens cruciais e trilha sonora excepcional de Michael Giacchino (merecidamente premiada com o Oscar). Quase impossível que uma lágrima não surpreenda o espectador assim que o recorte temporal termine.

Quando entra em cena, o menino determinado a provar seu potencial como escoteiro, também carrega suas aspirações, quer se provar um bom aventureiro para ser reconhecido pelo pai que se distancia com a rotina de trabalho. A interação do pequeno com Carl e a união pelo bem da estranha ave Kevin, além da “adoção” do abobalhado e carinhoso cão Doug, é sublimemente divertido e paternal.

Um sucesso ululante, Up – Altas Aventuras foi o segundo da sequência de três obras de arte que o casamento Disney/Pixar lançou em sequência (entre Wall-E e Toy Story 3). Uma história de vida, de aventuras, de amor, de viagens de balão, de sonhos, de cachorros que falam, e de tudo isso junto.

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