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quarta-feira, 3 de abril de 2013

Toy Story 3


Toy Story 3, 2010. Dirigido por Lee Unkrich. Vozes de Tom Hanks, Tim Allen, Joan Cusack, Wallace Shaw e Michael Keaton.

Nota: 9,6

Em 1995, um grupo de animadores da Pixar, sob a batuta de John Lasseter mudou totalmente visão do mundo a respeito dos desenhos animados. Já estávamos nos primórdios da era digital, e cinema, TV, rádio ou qualquer veículo de comunicação teria que procurar formas de se adaptar. O discurso parece de Pierre Levy, mas serve para ilustrar o impacto que filme teve no mundo cinematográfico. Na terceira parte da aventura, os brinquedos mais amados do mundo mostram que, assim como sua tecnologia, estão em ótima forma e são capazes de levarem adultos e crianças dos risos às lágrimas.

O grande desafio de Toy Story 3 foi na concepção do roteiro, pois os roteiristas queriam que a história tivesse um segmento temporal fiel, simplesmente não quiseram continuar na linha do não envelhecer nunca de alguns desenhos animados (Tal como Os Simpsons). Sim, seria um desafio. Andy, o menino dono dos brinquedos, que agora estava transitando entre o mundo juvenil e o adulto, está prestes a ir para a faculdade e não tinha o que fazer com seus antigos brinquedos. O que parece uma premissa de um drama se tornou a grande sacada do filme.

O roteiro se tornou dessa forma o mais maduro dos três, já que nos remete a um período de nossa vida onde o que é importante acaba sempre ficando de lado. São os princípios, o valor da família, e o envelhecimento precoce das emoções, disfarçados em simpáticos brinquedos. Não que o Andy tenha se tornado um jovem cético, mas é subjetivo o entendimento de cada um. No íntimo, todos sabem onde lhe faltou algo. Na lembrança vêem aqueles bonequinhos de exército, a boneca de pano que não falava, a bola amarelada e surrada, e até mesmo latinhas e ossinhos que para os desfavorecidos eram os melhores brinquedos do mundo. E depois da lembrança fica o questionamento de onde o mundo insensível lhe pegou. 

Lee Unkrich encontra o espaço necessário para que aquele ar nostálgico sobrevoe durante toda a exibição, mas a diversão, a determinação que conduz os passos de Woody e a coragem que faz o herói Buzz enfretar tudo sem qualquer arma especial ainda dita o ritmo. Além disso, faz questão que todo o restante da turma deixe sua marca e se torne tão especiais quanto os protagonistas, por isso nos lembramos sempre do Rex, do Cabeça de Batata, a Jessie, O bala na Agulha, e por aí vai.

Mesmo sabendo da importância do primeiro filme para o cinema de animação, o brilhante roteiro, uma constante da Disney/Pixar, faz de Toy Story 3 o melhor filme da trilogia, e mais, uma obra-prima do gênero. Da comédia hilariante à emoção da despedida, fica fácil ver adultos e jovens que se acham adultos saírem da sessão com lágrimas nos olhos. Mas será que desta vez teve um fim a saga de Woody e Buzz? Bom isso é difícil saber, mas se depender da criatividade do pessoal da Pixar, a qualquer momento pinta o quatro.

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