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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Perfil: Steven Spielberg - O tubarão da indústria cinematográfica

Seu nome é tão imponente dentro do cinema que a impressão que se tem é que este tubarão da indústria cinematográfica tem uma inteligência extraterrestre. A palavra gênio, atribuída a ele pelo vencedor do Oscar Ben Afleck, parece pouco para o diretor que conseguiu durante décadas transformar tudo que tocou usando o mesmo recurso do mitológico Rei Midas. Ambos usam as mãos para tamanho feito. Com sua câmera, aumentou consideravelmente sua fortuna pessoal que vira e mexe estampa os artigos da Revista Forbes. Contudo, a riqueza gerada pela paixão que transmite com seu talento incontestável é incomparável à paixão que desperta nos cinéfilos do mundo todo. Há pessoas que podem nem entender de cinema, e nem mesmo sequer ter visto um filme por completo, mas certamente conhece seu nome.

Steven Allan Spielberg nasceu em Cincinnati, EUA, em 18 de dezembro de 1946 dentro de uma família judia e por conta disso sofria preconceito tendo de ouvir diariamente piadas anti-semitas no colégio. Viveu boa parte de sua vida em Phoenix, e quando seus pais se separaram mudou-se para a Califórnia. Antes disso, fazia de suas três irmãs as estrelas de seis filmes caseiros filmados com uma Super-8. Começava dentro de casa, seus contatos imediatos com a arte. Mas não foi tão fácil assim, pois quando se volta para o passado, percebe-se que seu talento quase foi minado pela reprovação no Curso de cinema, tendo ele que estudar Literatura inglesa em meio a dois curta-metragens ainda na fase adolescente Fuga do Inferno e Firelight. De volta para o futuro, sua determinação alcançou grandes proporções quando em 1969, fez sua estréia profissional com o curta-metragem Amblin, que conta a história de um casal de jovens que se encontra no deserto de Mojave, premiado no Festival de Veneza. Nesta época, tentou entrar na University of Southern California, o que foi um verdadeiro templo da perdição para ele. Não aceito, foi parar na Universidade Estadual da Califórnia, onde fez cinco filmes. 

Amblin o levou a Universal e Encurralado (1972), seu primeiro longa-metragem produzido para a televisão. Diante de tanto sucesso, foi vendido para os cinemas de onde surgiu Louca escapada (1974), disseminando a parceria com o compositor John Williams. A parceria gerou logo de cara uma das maiores bilheterias da história. Com Tubarão, Spielberg criou um modelo rentável de super produção, que seria copiado pelos grandes estúdios,  com elevados custos de marketing e efeitos especiais. Ou seja, o pai de todos os blockbusters. A partir daí sua carreira instaurou-se um enigma da pirâmide crescente de sucessos. Contatos Imediatos de Terceiro Grau (1977), Os Caçadores da Arca Perdida (1981) e E.T, o Extraterrestre (1982), renderam não só reconhecimento na área financeira como também na área artística, tendo sido indicado ao Oscar de melhor diretor pelos três trabalhos. Mesmo que não tenha vindo a estatueta dourada, o ouro do talento de Spielberg reluzia tão forte que seu império do Sol já estava consolidado dentro dos estúdios. Império este aumentado de maneira significativa com as maiores bilheterias do início da década de 90. Jurassic Park voltou a arrasar nas bilheterias de todo o mundo com uma das obras mais bem produzidas da história. Um fenômeno instantâneo que consolidou com uma qualidade visual impressionante seu status de clássico e o nome de Spielberg denotou gênio. A Lista de Schindler, que retratava o martírio dos judeus na Segunda Guerra Mundial, foi um projeto pessoal abraçado com carinho e competência e o resultado não poderia ser outro. Sua primeira estatueta do Oscar como Melhor diretor. Spielberg quis homenagear os judeus, já que sua avó, judia, ficou presa num campo de concentração na Polônia, mas neste processo foi o cinema que saiu homenageado. Sua vitória neste campo se repetiria em 1999 com o fabuloso O Resgate do Soldado Ryan, em que mais uma vez a Guerra serviria como fonte de inspiração, provando o engajamento que o diretor tem para com as vítimas desta triste passagem da história. 

Realizado profissionalmente, Spielberg parte para novos desafios. O primeiro foi fundar um estúdio, a Dream Works SKG da Disney em sociedade com Jeffrey Katzenberg. Amistad foi seu primeiro projeto e fracasso. Uma palavra que raramente encontramos por sua trajetória, mas com o sucesso arrasador de Titanic naquele mesmo ano, afundou suas perspectivas. Depois de alternar entre o sucesso (Prenda-me se For Capaz) e o insucesso (O Terminal), deu um tempo nos blockbusters e partiu para filmes de temática mais séria como Munique (2005), sobre a caçada aos assassinos de onze atletas da delegação israelense durante os Jogos Olímpicos de 1972. Por este filme, foi novamente indicado ao Oscar. O mesmo trabalho havia feito anos atrás em A cor púrpura (1985) em que mostrou para a mídia sua versatilidade. E pensar que Spielberg poderia ter se tornado um mito maior (e mais rico) dentro da indústria se tivesse aceitado dirigir a saga de Harry Potter. Divergências contratuais com K. Howling tiraram a possibilidade dos fãs de ver uma obra muito mais relevante em termos cinematográficos. 

Em 2006 Spielberg aumentou sua fortuna pessoal vendendo seu estúdio para a Paramount, mas permanecendo como produtor executivo. E em 2008, ele moveu um verdadeiro cavalo de guerra pela Dream Works  Seu estúdio junto com a Viacom Inc e a Universal Pictures foram acusadas de infringir os direitos autorais e quebrar um contrato por produzirem Paranóia sem a permissão dos detentores dos direitos da trama, segundo o processo. O filme obteve cerca de 80 milhões de dólares nas bilheterias, porém levou o diretor à cadeira dos réus por conta da adaptação da história, que teria sido anexada a Hitchcock e o ator James Stewart em 1953. 

As últimas cruzadas de Spielberg podem até não ser condizente ao seu talento indiscutível e há quem diga que o cineasta perdeu seu lendário toque de Midas. Entretanto, como o lendário Rei, o diretor, produtor, empresário e roteirista já tem seu nome gravado a ouro na calçada da Fama e seu estilo visionário é inconfundível. Seu nome é um dos mais  lembrados dentro do cenário e sua natureza de paixões, competência e popularidade, vão além da eternidade. 

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