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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A Rede Social (2010)

The social network, 2010. Dirigido por David Fincher. Com Jesse Einsenberg, Andrew Garfield, Justin Timberlake e Rooney Mara.

Nota: 9.4

No auge da Cibercultura, David Fincher explora a incoerência da geração Y, e reflete sobre até onde a tecnologia afastam as pessoas, tendo como personagem central o maior símbolo da sociedade informatizada. O criador de uma ferramenta incrivelmente capaz de unir pessoas pelos quatro cantos do planeta, porém deixa transparecer a fragilidade com que somos consumidos pela necessidade de nos conectar, mesmo que isso necessariamente não corresponda a "ser amigo".

Não é difícil de entender A Rede Social, é um filme sobre o universo jovem, repleto de festas, consumo de drogas e sexo casual. Só que diferentemente da maioria dos longas com esta premissa, o roteirista Alan Sorkin insere um contexto moderno explorando a mais célebre ferramenta da era globalizada, a rede social. A partir da conturbada concepção da mais famosa delas, o Facebook, o roteiro coloca lado à lado a "amizade" virtual e a real, mostrando sem pudores como Mark Zuckerberg, um dos criadores e dono do site de relacionamentos, conseguiu 500 milhões ( em 2008, hoje são números ainda mais impressionantes) de amigos virtuais e perdeu os poucos amigos de verdade em julgamentos milionários.

A direção segura de Fincher o permite condensar o filme de forma que não se torne cansativo e muito menos preso ao universo do site. A intenção, muito bem explícita, é mostrar a dualidade da nova geração, sedenta por interagir com o mundo inteiro, porém cada vez mais individualista e excêntrica.  Mark ignorou tudo e a todos apenas para fazer o que acha que é certo, evidenciando a leviandade de seu caráter, que muitos podem desaprovar, mas que o mais corriqueiro comportamento do mundo atual. Apesar de chegarmos a um veredicto desfavorável ao Sr. Zuckerberg, Fincher não faz papel de juiz, e sua montagem dinâmica permite que acompanhemos uma linha do tempo (sem trocadilhos) dos acontecimentos, para assim tirarmos conclusões.

Os diálogos ágeis, como é de costume desta nova geração, e as interpretações formidáveis dos jovens atores Jesse Eisenberg (merecidamente indicado ao Oscar) e Andrew Garfield (injustamente fora dele) dão uma incrível veracidade ao longa. É uma nova forma de pensar cinema, um modo provocativo, que determina tempo e espaço, delimita uma era. Em um grupo de cineastas contemporâneos, que podemos incluir ainda Darren Aronofsky (Cisne Negro, 2010), Christopher Nolan (O Cavaleiro das Trevas 08; A Origem 2010) e David O. Russel (O Vencedor, 2010), David Fincher encabeça a lista e, com certeza, daqui alguns anos veremos o resultado deste ainda modesto movimento.

Um retrato absolutamente fiel ao atual momento, e o filme mais importante do cinema americano desde Matrix (99). Um julgamento sem juízes ou júri, apenas uma história real, contada através de uma trilha sonora pesada e montagem brilhante. 

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