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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Totalmente inocentes (2012)


Idem, 2012. Dirigido por Rodrigo Bittencourt. Com Fábio Porchat, Fabio Assunção, Mariana Rios, Ingrid Guimarães, Kiko Mascarenhas, Fabio Lago, Leandro Firmino e Lucas D’Jesus.

Nota: 2,0

Falar de todos os problemas que cercam as produções nacionais no cinema é chover no molhado. Sendo assim, fazer uma crítica consciente de um filme que tenta ser uma versão brazuca do já péssimo e de mau gosto Todo mundo em pânico é no mínimo um exercício mental extraordinário. Como não há saída, o longa de Rodrigo Bittencourt tenta a todo custo buscar algo que seja divertido nos favela-movies, que dominaram nossos cinemas na última década, e traça um show de palhaçadas mal sucedidas, acompanhado de referências toscas e que não serviriam nem como um mero sitcom global.

Da Fé (Lucas D’Jesus) é apaixonado por Gildinha (Mariana Rios), que é cortejada pelo bandido em ascensão Do Morro (Fábio Porchat), que só chegou ao posto passando para trás seu antigo (ou antiga) chefe, o travesti Diaba Loira (Kiko Mascarenhas). Acreditando que só conquistará a amada se tornando o dono do morro, Da Fé contará com a ajuda de seu irmão Torrada (....), de seu amigo Bracinho (...) e do atrapalhado jornalista Vanderlei (Fabio Assunção) para triunfar. Mas como sempre, problemas surgem e as coisas ficam cada vez mais difíceis.

O primeiro grande defeito do roteiro de Bittencourt é que se preserva da imoralidade e não consegue ser politicamente incorreto como se propõe a ser este tipo de paródia. As referências são esdrúxulas e é até difícil saber quem é que eles estão fazendo chacota. Outro fator é o texto bobo. Ora, não é só por que a idéia é fazer esculhambação com nossos melhores filmes é que as falas não precisam ter conteúdo. A falácia e a trama fraca deixariam qualquer um com vergonha de mostrá-la para os produtores do pastiche americano.

Não há elo que conecte de forma aceitável o universo dos meninos ao mundo de “maldades” do imbecíl chefe Do Morro. Estudam, tem uma casa bem montada e vestem roupas da moda, e com todo o respeito a quem mora nas comunidades, tudo está muito longe da realidade. O que é gravíssimo, já que o subgênero que estavam dispostos a ridicularizar é bem enfático neste aspecto.

Do elenco global, o exagerado Porchat consegue ter alguma graça. Ingrid Guimarães e Fábio Assunção, figurões da emissora carioca, são totalmente dispensáveis em seus esquetes sem graça. A bela Mariana Rios (não tão jovem assim) até tenta fazer sua parte, mas o trio de garotinhos foram escolhidos a dedo, não por suas qualidades. Uma pena que Kiko Mascarenhas tenha tido tão pouco tempo de cena, é o único com um humor genuíno. Há ainda Fábio Lago e Leandro Firmino, grandes vilões que fazem papel de ridículo como dois policiais que nada acrescentam.

A diferença de Totalmente Inocentes para outras bobagens de comédia nacionais é que não serviria nem como esquete humorístico de sábado à noite. É mal escrito, atuado e conduzido, uma perda de tempo e dinheiro do público, que parece não ligar muito para a condição de acéfalo do filme. Depois deste longa é até difícil pensar em algo pior, mas como se trata de nosso calejado cinema, só esperando para ver (ou não ver).

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