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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Um Homem de família (2000)

The Family Man , 2000. 
Direção: Brett Rattner. Com: Nicolas Cage, Téa Leoni e Don Cheadle
Nota: 8.5
Chega a época das festas de fim de ano e sempre nos vimos numa situação similar a de todos os anos. De escolhas e resoluções. Como escapar deste tópico se a TV é inundada por filmes natalinos em que uma overdose de Papai Noel nem sempre pode significar algo de bom neste propósito? Com esta temática raríssimas obras são relevantes, outras meramente descartáveis, confundindo comédia e diversão com papagaia idiota por demais.
Felizmente este não é o caso de Um homem de família. O filme de Brett Rattner é uma excelente escolha para esta época, pois consegue um raro êxito de agradar aos dois lados da moeda. Nicolas Cage está fabuloso como Jack Campbell, um poderoso executivo que trocou um futuro familiar ao lado de seu amor de faculdade por um estágio na bolsa de valores em Londres. Nem mesmo o apelo emocionado de sua namorada Kate (Téa Leoni) o faz mudar seus planos. A ambição do corretor falou mais alto e treze anos depois, ele se viu na carreira dos sonhos e seguro o suficiente para um pungente “Não” à tentativa de aproximação da ex na véspera de Natal. Para Jack a data só tem um significado: doação. Assim ele doa todo seu tempo a trazer mais riqueza a sua polpuda conta bancária.
Nesta mesma noite, Jack vai sozinho a uma loja de conveniência e impede um assalto. O bandido em questão é Cash (Don Cheadle), uma espécie de fada madrinha com quem faz amizade de um modo bem sincero e arrogante. Num passe de mágica, Cash mostra ao frio Jack como seria sua vida se tivesse atendido ao apelo de Kate no aeroporto. Quando vai dormir sozinho em seu luxuoso apartamento em Nova Iorque ele nem imagina acordar pela manhã ao som da euforia gritante de filhos, beijos da esposa e de sua cadela de estimação. Nesta realidade, o empresário calculista se tornara um marido romântico, um pai amoroso e um amigo solidário. A fabulosa carreira foi pro espaço e agora a mediocridade como vendedor de pneus bate a porta de sua casa suburbana de Nova Jersey. Perdido, ele demora assimilar que esta será sua vida até que ele encontre a resposta para a pergunta: “Será que ele conseguiu mesmo tudo que quis?”
O roteiro não é algo novo e nos remete claramente ao clássico A felicidade não se compra de Frank Capra. Mas então o que há de tão especial nesta obra de sonhos, arrependimentos e revelação? Primeiro a escolha do elenco. Este com certeza é um dos melhores e mais prazerosos papéis em que vimos Cage. Ele consegue passar uma veracidade sustentável a suas duas personas, e sua química com Téa é perfeita. Bons tempos em que vimos o ator em plena forma profissional e física. O roteiro repito, não é algo original, mas com certeza é bem melhor trabalhado que outros que vemos aos montes seja no cinema ou nos episódios especiais de séries de TV. A história cômica, o romantismo e alguns momentos de drama estão todos bem encaixados e seguem linearmente do início até o final quando se repetem as situações dos dois personagens na perplexidade de uma nova vida e redenção no aeroporto. A dosagem de pieguice, o maior pecado destas obras, fica a cargo do espectador. Mas nem isso tira o prazer desta fábula escrita por David Diamond e David Weissman.
E se você tivesse uma segunda chance? Será que abriria mão de tudo que conquistou para viver uma vida mais afetiva ao lado de quem realmente lhe tem amor? O tema é um chamariz mais que bem-vindo em todas as épocas do ano, e o filme um deleite mais que perfeito nessas ocasiões.
Um Feliz Natal a todos!

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