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sábado, 26 de fevereiro de 2011

E o Oscar não vai para...



Rubens Ewald Filho: O Discurso do Bobo da corte


No último dia 30 de Janeiro aconteceu a entrega do prêmio Sag’s, onde os próprios atores elegem os melhores da TV e do cinema. Nenhuma surpresa dentre as premiações que por fim acabou sendo uma extensão do Globo de Ouro.

No entanto quem roubou a cena não foi nem Cristian Bale, muito menos Melissa Leo, melhores coadjuvantes da noite,e sim um palhaço que se acha a estrela principal desta corte glamurosa. Trata-se do crítico de cinema Rubens Ewald Filho que comentava o evento com tamanha soberba que dava a impressão de que se encontrava em seu trono particular olhando por baixo os pobres plebeus em sua vasta ignorância. A cada categoria apresentada o comentarista destrinchava seus voluposos comentários com uma minúcia irritante. E isso quando não destilava seu veneno, digno daqueles programas vespertinos de fofocas, pra cima das celebridades quando estas eram focalidas pelas lentes das câmeras.

Um Rei discursando para uma plebe, que ao seu entendimento, se via totalmente desprovida de qualquer tipo de cultura cinematográfica. Um Rei absolutista detentor da única opinião válida da noite, independente das infinidades de bobagens que possa saltar de seus lábios. A gota d’água ou o fim da picada (chamem como preferir) foi criticar, emanado com alto teor de deboche, a atriz Winona Ryder, uma das concorrentes ao prêmio de melhor atriz da TV. Ao dizer que ela é uma péssima atriz ele não só se equivocou como também deixou transparecer sua fragilidade de grande conhecedor do cinema. Como pode uma atriz com formação no teatro, vencedora do Globo de Ouro, com duas indicações ao Oscar e com o privilégio de ter trabalhado com os todos os maiores diretores do cinema atual ser considerada uma péssima atriz? Será que nosso “Rei” não parou para analisar o vasto currículo de sucessos de Winona? Ou ele desconhece a trajetória de uma das mais comprovadamente talentosas atrizes do cinema e agora da TV?

E para completar seu pequeno número, coloca a introspectiva Claire Danes como o seu grande exemplo de boa atriz. Ora, uma coisa é você ESTAR uma boa atriz outra bem diferente é você SER uma boa atriz. Esta é a diferença de Claire para Winona. A segunda já provou por diversas vezes que merece estar no hall das melhores do cinema enquanto a primeira ainda engatinha atrás de seus passos.
Depois deste lamentável equívoco fica evidente que o crítico não sabe discernir entre sua opinião pessoal da profissional e que precisa rever seus conceitos ao tecer qualquer tipo de comentário daqui pra frente. Que ele não goste de Winona ou desaprove seu comportamento na vida pessoal é até aceitável, afinal, existe uma lista de atores e atrizes dos quais não me simpatizo. Contudo para uma pessoa formadora de opinião a responsabilidade com a veracidade dos fatos tende a ser desproporcional em relação a qualquer outro. Ir de encontro a isso por pura arrogância ou questão pessoal é como deixar que um iceberg surja de repente à sua frente sem que se aja tempo de virar o timão. Assim sendo não restará para ele nem Reis, Rainhas ou Princesas neste grande Reino da Sétima Arte. Apenas um papel de coadjuvante que lhe cai feito uma luva e talvez lhe renderia até um Oscar. ”The Oscar go is to…O Bobo da Corte!

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