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sexta-feira, 17 de maio de 2013

Seven- os 7 crimes capitais (1995)


"O mundo é um bom lugar. Vale a pena lutar por ele. Eu concordo com a última parte."
Seven
Direção: David Fincher. 
Com: Morgan Freeman, Brad Pitt, Kevin Spacey e Gwyneth Paltrow
Nota: 9

Com este clássico do gênero, o diretor David Fincher foi além dos clichês. O policial prestes a se aposentar tem em seu último caso a oportunidade de toda uma vida. Fechar com chave de ouro sua brilhante carreira. O veterano em questão não poderia ser vivido por outro ator a não ser Morgan Freeman, um talento especialista em dar a seus personagens este tipo de chance. Ele vive William Somerset, homem honesto e incorruptível que dedicou sua vida a caçar os mais ardilosos bandidos e agora prestes a se aposentar ele tem que conviver temporariamente com um parceiro que é sua antítese.  O bonitão David Mills interpretado pelo charmoso (e todos os "osos" mais qualificáveis possíveis da época) Brad Pitt, traz a carga de toda uma nova geração de tiras. Aqueles despreocupados com o perigo na maneira Superman de agir e com a coragem inabalável (lê-se arrogância) de quem está iniciando este jogo. 

Ambos recorrem à velha máxima de que os opostos se atraem e juntos terão de deter um serial killer, que de acordo com suas "façanhas" perdeu a fé nas pessoas. Jhon (Kevin Spacey) é um tipo diferente de psicopata. Paradoxal, tenta fazer refletir acerca da existência humana, seus afins e confins dentro de cada ser, ao invés de apenas promover o horror e a violência. O bandido utiliza sua forma perfeita de "punição" àqueles que segundo ele, degradam a existência. Os pecados capitais, ou seja, cada vítima prova de seu próprio veneno antes do suspiro final.  

É nessa figura bem construída pelo sempre talentoso Spacey que Fincher ostenta seu filme. Mesmo que o personagem só apareça em poucos quadros, ele dá seu recado de forma original e relevante. Seven-os crimes capitais parte de um gênero conhecido, muito apreciado pelos fãs de ação e suspense, mas não se deixa levar apenas por isso. Disso se constitui a magia da obra. O espectador sabe que está diante de algo muito além de tiros e perseguições infames. É um jogo psicológico de primeira tratado de modo inteligente, gradativo, sem pressa, dizimando assim explicações absurdas no final de tudo.

Um diretor que  começou a despontar no cenário (pode dizer que com o pé, ou melhor, as mãos direitas), uma dupla de atores afinadíssimos com o texto, suspense bom pra dar e vender. Se há realmente 7 pecados dentro da mitologia humana, aqui, na cinematográfica, talvez aponte um. Depois de quase toda exibição perfeita do Thriller  damos de encontro com as sequencias finais. O impacto da ação derrapa um pouco com o ainda esforçado Pitt, que deixa um pouco a desejar na cena mais dramática, o ápice de toda a obra. No entanto, pode-se dizer que pecado maior seria não apreciar com todos os olhos, ouvidos, e instintos possíveis cada sequencia desta obra de alcance além das telas. 




"O ser humano é cego para os próprios defeitos. Jamais um vilão do cinema mudo proclamou-se vilão. Nem o idiota se diz idiota. Os defeitos existem dentro de nós, ativos e militantes, mas inconfessos. Nunca vi um sujeito vir à boca de cena e anunciar, de testa erguida: - Senhoras e senhores, eu sou um canalha " NELSON RODRIGUES



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