Iroman 3. Dirigido por Shane Black. Com Robert Downey Jr, Gwyneth Paltrow, Don Chedle, Guy Pearce, Rebbeca Hall e Ben Kingsley.
Nota: 8,4
A Marvel encontrou um pote de
ouro no fim do arco-íris quando resolveu colocar suas criações em ação nos
cinemas. Começou com os protótipos de X-Men e Homem-Aranha, que apesar
de serem bem-sucedidos no que diz respeito ao retorno financeiro não
conseguiram ser uma unanimidade entre os fãs e sofreram com algumas críticas
mordazes (em especial o terceiro filme de ambas as trilogias). Porém, em 2008
colocou um ambicioso projeto em pauta e Homem
de Ferro ganhou os cinemas com efeitos arrebatadores e com um Robert Downey
Jr inspiradíssimo em sua ressurreição como o protagonista Tony Stark. Depois de
outras glórias das demais “crias” de Stan Lee e Cia., o terceiro capítulo de
sua incursão solo, Stark enfrenta seus próprios temores, paranóias e um
megavilão estereotipado, tudo sem perder o humor que o faz peculiar.
Depois dos adventos que arrasaram
Nova Iorque em Os Vingadores (2012),
Tony Stark (Downey Jr, ótimo) está obcecado com a criação de armaduras cada vez
mais perfeitas e eficazes. Esta situação causa preocupação em sua namorada e
administradora Pepper Potts (Gwyneth Paltrow) e em seu amigo James Rhodes (Don
Cheadle). Mas suas criações se tornam essenciais quando um terrorista conhecido
como Mandarim (Bem Kingsley) começa a espalhar o caos pelo mundo com explosões
e muitas mortes. Porém, o Homem de Ferro é surpreendido por um ataque surpresa
e contando apenas com a ajuda de um pequeno amigo, terá de encontrar um modo de
vencer seus medos e dar a volta por cima.
Apesar de o primeiro filme ter
apresentado uma forma mais cuidadosa de tratar a mística do personagem, em
especial depois do mega sucesso de crítica da série Batman de Chris Nolan, faltava aquilo que os fãs ansiavam: ação em
altas doses. Não que isso tenha sido ruim, foi ótimo para as pretensões do
estúdio. Porém, o segundo filme não fez nenhuma coisa nem outra, empacou em um
meio termo que apontava para um esfriamento das aventuras do “enlatado”, mesmo
sob a batuta de um talentoso Jon Fraveu. Contudo, o triunfo da reunião de
heróis sob o comando de Joss Whedon mostrou como teria de ser um bom filme do
gênero.
Neste Homem de Ferro 3, Shane Black, responsável por sucessos da década
de 80/90 como Máquina Mortífera, enxerga
o que a trama tem de melhor: seu protagonista. Investe as fichas em Tony,
colocando o ser humano que se esconde atrás da poderosa armadura, enfrentando
uma espécie de estresse pós-traumático e em crise com Pepper por conta de sua
obsessão. Muito mais que a ameaça truculenta de Mandarim, a personificação do
mal no filme responde por Alrich Killian (Guy Pearce), que assim como Stark é
um gênio, mas o rancor e a vingança coordenam seus movimentos, justificando a autoflagelação
do herói que se sente responsável pelos terríveis acontecimentos.
Talvez o roteiro, também assinado
por Black, tenha se perdido na parte final, onde as motivações reais dos vilões
não ficam muito claras, mas entende-se, pois se endurecesse demais para o lado
do protagonista, seria uma ameaça que necessitaria da ajuda de Capitão América,
Thor, Hulk e Cia. Por outro lado o diretor injetou ação desde os primeiros
minutos de filme, revezando as situações dramáticas e os esquetes de humor
inconfundíveis. Uma sincronia que merece uma salva de palmas para o trabalho de
edição.
Mas não tem como negar que o
maior acerto de todo o universo cinematográfico dos estúdios Marvel responde pelo
nome Robert Downey Jr. Parece que o herói de lata e o excêntrico bilionário se
tornaram alteregos do ator, é como se Stan Lee os tivessem criado inspirados
nele. Cada piada, ação inusitada e citações da contemporaneidade são um
verdadeiro show que já valia o ingresso.
Se não é um filme para ganhar
prêmios ao menos Homem de Ferro 3
cumpre seu papel como entretenimento de primeira qualidade, hipnótico e
imperdível. Mais um arrasa-quarteirão que só aumenta a euforia dos fãs para
mais aventuras do Thor, Capitão América e, principalmente, de Os Vingadores.
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