Titanic, 1997. Dirigido por James Cameron. Com Kate Winslet, Leonardo DiCaprio, Kathy Bates, Gloria Stewart e Billy Zane.Nota: Nota: 9.1
Era uma noite
gelada do dia 14 de Abril de 1912 em que o destino de mais de 2000 pessoas a
bordo do maior transatlântico da história foi selado. A viagem inaugural do Titanic encerrou-se após colidir com um
iceberg em pleno Oceano Atlântico. Para muitos uma fatalidade, para outros uma
tragédia anunciada.
A avaliação da
quantidade de botes a bordo do navio naquela noite, traça um perfeito perfil da
falsa segurança que os responsáveis pelo navio apresentavam. Sessenta e quatro
era a capacidade total e embarcaram apenas 20 deste total. Segundo os cálculos,
se tivessem embarcado todos estes 64, dariam para ter salvado quase o dobro da
tripulação. A mesma falsa segurança originou a desatenção na condução do navio
e a colisão com o impiedoso iceberg foi o estopim para o desastre. E não
devemos esquecer também da famosa frase “nem
Deus afunda o Titanic”, que agora ecoa como uma clara demonstração de
soberba do homem. Homem que afundou e ainda afunda de forma titânica quando o
assunto é o respeito por seus próprios semelhantes.
A construção
do chamado “o navio dos sonhos” teve como ponto primordial a linha divisória
entre ricos e pobres, ou seja, entre primeira e terceira classe. Embora este
fosse o padrão para a construção dos navios da época, é impossível não se
revoltar com a falta de humanidade com que tratavam os menos favorecidos.
Diante deste valioso argumento, o diretor James Cameron trouxe seu Titanic
para as telas em 1997. Rapidamente o filme tornou-se um sucesso de bilheteria,
um fenômeno Cult e um dos melhores de
todos os tempos. A minúcia com que o diretor retratou os episódios capitais da
história do naufrágio, aliada aos efeitos especiais espetaculares para a época
e à fantástica história de romance intersocial, arrancou mais que uma simples
emoção do espectador. Foi um puro deleite para quem gosta de acompanhar uma
bela obra de arte do cinema.
James fez de
seu Titanic algo indestrutível, inabalável, inundável. Era quase certo que seu
projeto não teria o mesmo destino que o transatlântico homônimo. O trabalho
perfeccionista incorporou a preocupação em se fazer cinema de verdade, tornando
sua obra algo muito mais grandiosa que o próprio navio de 1912.
Com Cameron, todos
nós, independentes da classe social, viajamos pelos corredores do navio, jantamos
em suas luxuosas porcelanas, dormimos em seus macios lençóis, amamos Jacks e
Roses, sentimos na pele o sofrimento de seus tripulantes e, no final, gritamos
em alto e bom som: ”somos os Reis do mundo!”
No Titanic de
James Cameron embarcamos numa aventura que só o cinema nos proporciona. Este
navio de sonhos onde nunca houve dissociação entre a tripulação e muito menos
um iceberg inócuo à frente deles.
Que o sucesso
do Titanic de Cameron perdure por mais de cem anos, como uma bela e emocionante
homenagem a todos os incautos que embarcaram numa viagem insólita naquele
gelado 14 de Abril.
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