The Rum Diary, 2011. Dirigido
por Bruce Robinson. Com Johnny Deep, Amber Heard, Michael Rispoli,
Giovanni Ribisi, Richard Jenkins e Aaron Eckhart.
Nota: 7,2
Quando Johnny Depp está envolvido em algum filme, seja como produtor, ou como ator, a expectativa no mundo cinematográfico em torno do resultado é sempre a melhor possível. Em Diário de um jornalista bêbado, adaptado da obra de um pioneiro do jornalismo gonzo, e amigo de Depp, Hunter S. Thompson, morto em 2005, o ator mostra toda sua capacidade de incorporar personagens excêntricos e diferenciados, porém o longa deixa a desejar com uma trama confusa e que envolve o público apenas em seus minutos finais.
O filme narra as aventuras de um dos alter egos de Thompson, Paul
Kemp (Johnny Depp), no início de sua carreira em Porto Rico, onde se
envolve com a linda Chenault (Amber Heard), mulher de um empresário, é
coagido a forjar notícias favoráveis a um projeto obscuro, e, claro, se
envolve com os mais bizarros tipos de bebuns.
O roteiro de Bruce Robinson, que também dirigiu o filme, não
conseguiu transformar a bela matéria-prima que possuía do livro de
Thompson em algo sedutor. Por quase noventa minutos privilegia os
clichês básicos que compõem o cinema de Hollywood, dando importância ao
insosso affair de Paul com Chenault, e a oposição ao seu noivo
malvado. Exagera nas cenas escatológicas de seu companheiro Bob Sala
(Michael Rispoli), na mais excessiva delas, Depp dirige um carro caindo
aos pedaços, sentado no colo de seu cômico amigo. Além disso, a forma
como mudou a posição do protagonista em relação aos planos ambiciosos
dos empresários foi superficial.
A direção é frágil, sendo que Robinson não soube aproveitar o bom
cenário que tinha à disposição. Apesar da boa descrição de tempo e lugar
de sua direção de arte, a falta de direcionamento do gênero em que
estabeleceria a narrativa provoca grande confusão ao público. Ao mesmo
tempo em que se arrasta nas sequências de romance, introduz um ritmo
acelerado da comédia pastelão, além de tentar dar um certo ar de
suspense quando os jornalistas resolvem enfrentar os corruptos. Tudo
isso provoca confusão e falta de coesão entre as pequenas tramas.
Por ter sido amigo do jornalista, Depp se propôs a interpretá-lo
neste longa, antes mesmo do material virar livro em 1998. O resultado
foi uma excelente atuação, no mesmo nível que em Medo e delírio,
no qual interpretou outra personalidade do escritor, porém mais
afundado nas drogas pesadas e na loucura. Um bom filme para quem deseja
alguns momentos de puro entretenimento, mais muito pouco para honrar a
memória de Thompson.
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