Clash of the Titans 2, 2012. Dirigido por Jonathan Liebesman. Com Sam Worthington, Liam Neeson, Ralph Fiennes e Toby Kebbell.
Nota: 6,8
Ao assistir o trailer é até possível que o público chegue a acreditar
que iria ver um filme que fizesse justiça ao grande universo místico e
fantástico da mitologia grega. Porém, Fúria de Titãs 2 se
mostra tão pobre em roteiro quanto o primeiro, de 2007, além de
apresentar uma visão exageradamente deteriorada do contexto literário,
procurando valorizar a ação frenética e os clichês hollywoodianos.
Depois de cortar a cabeça da Medusa e derrotar o monstruoso Kraken no
primeiro longa, agora o herói Perseu (Sam Worthington) tem de ir até o
mundo inferior e salvar seu pai, Zeus (Liam Neeson), aprisionado por
Ares (Edgar Ramirez) e Hades (Ralph Fiennes), para que pudessem libertar
o grande titã Cronos. Mas, que para que sua missão tenha sucesso, irá
contar com a ajuda de um outro semi-deus, Agenor (Toby Kebbell) filho de
Poseidon, e da rainha Andrômeda (Rosamund Pike), pela qual sente uma
atração.
Todo o filme é construído sobre a mesma plataforma que foi feito na
primeira aventura. Do início, em que o protagonista recusa seu papel
para com a humanidade, o envolvimento emocional com um familiar, que, no
caso, é o filho, e o pulo de cabeça na ação quase ininterrupta, assim
como em Fúria 1. Os roteiristas abusam do direito à liberdade
de adaptação e criam uma visão que causará grande desconforto para os
fãs da obra milenar.
Os clichês básicos do cinemão americano exalam a cada sequência em
que as piadas prontas do totem cômico representado pelo semideus Agenor,
aliado ao clima meloso, meio forçação de barra, da relação pai e filho,
aqui dividido em duas gerações. Para completar a paçoca, a trama não
resiste a uma tensão romântica e joga Perseu para cima da rainha da
Grécia.
O diretor Jonathan Liebesman mostra que adora trabalhar com efeitos visuais megalomaníacos e, assim como fez em A Batalha de Los Angeles,
consegue criar sequências com um excessivo uso de explosões,
monstruosidades e pancadarias. Não consegue apresentar algo mais
atrativo ao público, que, dificilmente, não sairá do cinema com a
sensação de ter visto a mesma coisa em alguns outros filmes.
É provável que padeça no esquecimento, tendo em vista que tem a concorrência de John Carter e Jogos Vorazes, que são melhores, e Os Vingadores,
que está para estrear. Com um clímax sem graça, que evidencia a falta
de criatividade do roteiro, o longa tem tudo para desacelerar as
adaptações da mitologia, que tem sido constante nos últimos anos, e cá
entre nós, ninguém irá reclamar.
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