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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O Espião que Sabia Demais (2011)


Tinker, Tailor, Soldier, Spy, 2011. Dirigido por Tomas Alfredson. Com Gary Oldman, Colin Firth, John Hurt, Tom Hardy, Toby Jones, Bennedict Cumberbatch.

Nota: 9.1

Quando se fala em espionagem sempre vem à cabeça da maioria das pessoas o nome de James Bond. O personagem ficou imortalizado na história do cinema pelos seus inúmeros filmes, em que desfilava charme e se envolvia com lindas mulheres. Depois dele, nomes como Ethan Hunt (Missão Impossível) e Jason Bourne (Trilogia Bourne) ganharam também fama seguindo os mesmo passos do agente 007. Porém, nenhum deles carrega uma das principais características de um espião de verdade, que é a capacidade de ser invisível e agir no silêncio.

Nessa linha é que O Espião que Sabia Demais, adaptado da obra de John Le Carré, se torna um filme genial nas mãos de Tomas Alfredson. As poucas palavras do roteiro previlegia o ponto de vista do agente George Smiley, e permite ao espectador também montar o quebra-cabeça sem ser interrompido por explosões escalafobéticas ou cenas de sexo tórridas e que nada acrescentam à trama. Tudo é conduzido pela competente trilha sonora de Alberto Iglesias, e o tom ansiolítico surge devido à qualidade da fotografia de Hoyte Von Hoytema.

Alfredson opta por deixar todo o filme em ordem não linear, usando por vezes o flashback para dar sentido a algumas situações que envolvem os personagens. Apesar disso, o rumo é um só, e todas as tramas em paralelo conduzem a apenas um fim, que pode até não ser surpreendente, mas o modo chega nele é formidável.

Gary Oldman personifica o Smiley de Le Carré sem modismo ou trejeitos. Cria um anti-007 de poucas palavras e ações premeditadas e estudadas. Procura pelo traidor no alto comando do Circus sem exageros ou situações limite. Coloca em evidência a capacidade de unir fatos, descobrir falhas sem utilizar sequer uma bala, só mesmo na base da inteligência, como deve ser um verdadeiro agente secreto.

Um genuíno suspense de espionagem conduzido com zelo por um novato que parece ter captado o teor do brilhantismo de Le Carré. Com certeza seu agente não irá desbancar os pops de obras mais pipoca, vai ficar apenas na surdina, como tem que ser um espião de verdade.

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