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quarta-feira, 20 de abril de 2011

A LISTA DE TODAS AS RAÇAS

"O dia de hoje é histórico .O dia de hoje será lembrado. Anos mais tarde todos os jovens perguntarão sobre este dia. O dia é histórico e vocês são parte dele. Há 600 anos quando em outro lugar procuravam de quem a culpa pela peste bulbônica, Casemiro, conhecido como o Grande, disse aos judeus que eles podiam vir para a Cracóvia. Eles vieram com seus pertences para a cidade. Se estabeleceram, tomaram conta, prosperaram nos negócios, na ciência ,na educação, nas artes. E eles prosperaram e por seis séculos existiu a Cracóvia Judia. Pensem nisto, e esta noite estes seis séculos não passam de um boato, nunca aconteceu. Este dia é histórico.”
Amon Goeth ,general da SS, antes da extinção do Gueto judeu na Polônia em 16 de Agosto de 1942


A disputa pelo poder das super potências econômicas teve como característica primordial os elementos do Imperialismo, ou seja, o processo de dominar as outras nações pela força de tomar dos outros o que originalmente não lhe pertence. Países e continentes foram tomados pela ânsia de poder de uns sobre os outros. Este processo desencadeou a Segunda Guerra Mundial, deixando uma herança de ódio e preconceito para a humanidade.

A Segunda Guerra Mundial foi o capítulo mais triste de nossa história. Foram seis anos de vergonha que nos levou a beira do abismo ético, moral e social. Os alicerces que a sustentavam tiveram como base a tentativa de dominação de uma nação sobre as outras. Uma faxão de poder militar e econômico ganha força ao tentar resgatar o orgulho de sua nação. Eles representavam a chamada Raça Ariana e a intitulava como a mais pura, a superior, a que mais se aproximava do ser humano. Aqueles que não seguiam seus padrões físicos eram tachados de seres inferiores e, portanto, não eram classificados como seres humanos.

Negros, asiáticos e indígenas sofreram discriminadamente ao longo da história e durante alguns muitos tempos mais foram deixados à margem. Os negros viram seu continente ser dividido como fatias de pizza pelos europeus e depois transformados em escravos. Os asiáticos tiveram seus templos violados e sua cultura esmagada pelo exército britânico que lá se estabeleceu durante anos. Os índios massacrados física e ideologicamente pelos colonizadores e hoje veem pouco a pouco sua cultura sendo jogada ao esquecimento. Todos tiveram que se submeter pela força a uma outra cultura. Tudo em razão de uma idéia totalmente deturpada de um grupo ao conceituar a raça humana como um todo.

O que nos parece mais grave e digno de uma reflexão mais aprofundada é a convicção que uma raça tinha de negar compartilhar com as outras características de humanidade. Julgar os outros por sua concepção política, religiosa, crença ou opção sexual é algo inadmissível, porém ainda digno de discussões pautadas. Mas não reconhecê-los como seres humanos em toda sua concepção é algo inconcebível até mesmo diante dessas discussões. Este princípio se tornou a bandeira do Holocausto. A disseminação do ódio da raça ariana pelos judeus durante a Guerra. Segundo este princípio, os judeus eram os responsáveis pela crise que a Alemanha enfrentava naquela época. Os judeus passaram a ser vítimas de uma campanha anti-semita do Nazismo.

Meios de comunicação em massa foram usados bem como discursos inflamados por todos os líderes do Partido frente à população. Até as crianças foram atingidas, uma vez que nas escolas o que se pregava nas cartilhas era ódio e discriminação aos judeus. Para sustentar suas afirmações, os Nazistas recorreram a argumentos científicos, que segundo eles, eram inquestionáveis para o resto da população. O judeu não era um ser humano. Eram como ratos, piolhos, insetos nocivos à humanidade e como tais mereciam ser extintos. Eram tratados como animais no sentido literal da palavra.

Tiveram suas vidas arrancadas e sua dignidade despida sob todos os aspectos. Foram proibidos de frequentar qualquer local ou estabelecimento público. Depois que tiveram suas lojas e patrimônios destruídos, foram expulsos de suas casas, forçados a viver amontoados numa área restrita que chamaram de Gueto. Este, por sua vez, não era como um cortiço. As condições de vida eram tão subhumanas que nem de longe poderia se perceber que se tratava de uma moradia humana. Mais lembrava um cercado, um curral . Sua extinção em Agosto de 42, levou os judeus aos campos de concentração. Um lugar que mais parecia uma prisão, mas uma prisão para animais. Dormiam numa espécie de estábulo e eram marcados como gado antes de trabalharem como escravos até a morte eminente. Homens e mulheres saudáveis ganhavam uma sobrevida nos campos. Já as crianças e os idosos eram assassinados em câmaras de gás sem nenhum tipo de consciência ou remorso.

O homem mostra sua mais assustadora face como único animal que mata o da mesma espécie. Um a um, 6 milhões de judeus foram exterminados pelas forças alemãs da SS. E este número poderia ter sido maior se não fosse a coragem e compaixão de um homem que arriscou sua vida e fortuna para salvar 1.100 judeus.
O theco Oskar Schindler migrou para a Polônia a fim de enriquecer com a Guerra e fez de sua fábrica de armamentos um refúgio para seus 1.100 operários. Á princípio a idéia era lucrar com a mão-de-obra judia,muito mais rentável do que a polonesa. Porém quando se deparou com o massacre do Gueto começou a se sensibilizar com o sofrimento do povo que o estava ajudando a enriquecer. Nem o fato de ser membro do Partido Nazista o inibiu, pelo contrário, sua influência perante os poderosos o ajudou a cumprir sua missão. Ele tinha a consciênciade que o poder não vinha da força e sim do respeito e compaixão pelos menos favorecidos.

Abriu sua mente e o coração com o devido respeito à cultura judia e assim pôde aprender a valorizar o que nós, seres humanos, temos de melhor. A diversidade cultural. Foi o que serviu como base para a Declaração Universal dos direitos Humanos feita pela ONU (Organização das nações unidas) após a Guerra. Ela que nos faz enriquecer através da troca de experiências com outras culturas. Mas para isso devemos abrir nossas mentes e nossos corações. Ver nos outros nossa imagem e semelhança, como parte de uma única classe, uma única espécie, uma única raça. Entender que o que nos separa é justamente o que nos dá mais força e equilíbrio. Divergências culturais são saudáveis para todos nós. Contudo, é preciso saber separar estas divergências de qualquer tipo de preconceito. Não é preciso discriminar esta ou aquela raça e sua cultura. Quando nos tornemos ditadores de princípios que julgamos serem os melhores, os mais adequados à humanidade, cometemos um erro que nos torna tão irracionais quanto animais. Quando chamamos um negro de macaco, um gordinho de elefante, as loiras de burras e os homossexuais de “bichas”, estamos renegando a todos o direito de pertencerem a nossa raça. São formas graves e inaceitáveis de preconceito de quem se considera parte da mesma raça. Somos únicos e cada qual contribuiu da sua forma para uma lista universal da Paz. A lista de todas as raças sublinhada com amor, fraternidade e respeito a todas as formas de diversidade.


A Lista de Schindler (Schindler’s List , 1993)
Com Liam Neeson e Ben Kingsley

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O pianista – a história real de Wladislaw Spilzmam, um pianista de sucessoque foi testemunha ocular do massacre do Gueto

Olga – mulher , alemã, judia e comunista que lutou contra o poder ditatorial da Era Vargas durante a Segunda Guerra.

A vida é bela – uma visão romântica criada por Roberto Beningni de como um pai de família protegeu suaesposa e filho dos horrores.

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