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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Planeta dos macacos – o confronto (2014)

Planeta dos macacos – o confronto 
(Dawn of the Planet of the Apes, 2014)
Direção: Matt Reeves
Com Andy Serkins, Jason Clarke e Keri Russel

Nota: 6,5

Sinceramente muito me irrita a insistência de Hollywood em arrasar com clássicos. Carrie – A Estranha é um ótimo exemplo com o fiasco protagonizado por Chloe Moretz e Julianne Moore. Ben-Hur ganhou um seriado dispensável e vira e mexe trazem à tona Indiana Jones, Rambo e Rocky Balboa. Agora a ideia é uma nova aventura da saga Stars Wars e Jurassic Park. Salvem-se quem puder! Crise de criatividade? Ou o objetivo seria mesmo conquistar através de uma nova roupagem um público mais jovem? Só acho que se o público jovem tivesse realmente interesse em clássicos, iriam procurar pelos originais e não pelas tentativas fracassadas de novas produções. 

É o que acontece justamente com Planeta com macacos, que em 2011 até ganhou um ótimo teaser contando como começou se propagar o vírus que extinguiu a humanidade. A ideia foi aceitável pra quem assistiu (ou não) ao clássico de 1968 protagonizado por Charlton Heston. Ir até a raiz da grande história. Nele, conhecemos o primata Cesar que construiu um laço bem sólido com o cientista Will Rodman, interpretado pelo carismático James Franco. O segundo da franquia se inicia praticamente da maneira que terminou o primeiro. Mostrando como o vírus se propagou e toda a mobilização de mídia, Exércitos, e etc...personagens que estão sempre presentes em roteiros apocalípticos. Um ótimo gancho certo? Pra quem gosta de ver tudo e não enxergar nada, talvez. Tudo o que vimos neste filme de Matt Reeves foi uma sucessão exagerada de encontros e desencontros que levou a uma guerra inevitável entre humanos e macacos. 

Dez anos depois e sem ter tido nenhum contato com humanos, Cesar (Andy Serkis) lidera o grupo de macacos em rondas pela cidade devastada até que uma equipe de cientistas lideradas pelo Doutor Malcolm (Jason Clarke) invade seu território atrás de suplemento de energia por uma represa. O problema é que a represa está no território dividido aleatoriamente pelos macacos e Malcolm tem que convencer Cesar a deixar que eles usem o reservatório para sobrevivência. A princípio relutante, o líder dos macacos só deixa que eles fiquem por um dia depois que a Doutora Elmira (Keri Russel) ajuda sua esposa que está à beira da morte após de dar à luz a seu segundo filho. O clima parece de recomeço, mas um mal entendido proporcionado por um dos homens de Malcolm e Koba (Tobby Kebell) o braço direito de Cesar, reinicia uma guerra com um desfecho que já sabemos.

Malcolm e Cesar: uma imagem forte que correu
o mundo para alavancar o filme
Planeta dos macacos - A origem nos trouxe uma trama bem amarrada e com ótimo desfecho. Assim sendo, a meu ver, não havia necessidade de se criar mais duas sequências. Se o filme anterior mostrou o que queríamos saber, e terminou de forma que entendemos o que aconteceu com o mundo, é desnecessário (com exceção para os grandes estúdios) mostrar todo um confronto entre humanos e macacos em Planeta dos macacos – O confronto, o segundo da franquia. Quando um filme se torna previsível, consequentemente se faz como um grande desperdício de tempo e dinheiro. É claro que nele estão contidas mensagens importantes como "o Mal, a malícia, existe em todo o Ser, seja ele humano ou macaco", e algumas cenas marcantes de imagens fortes como o abraço entre Cesar e o Doutor Malcolm, mas é muito pouco diante de uma história totalmente dispensável, que daqui a 46 anos ninguém não vai nem citar em roda de conversas amadoras sobre cinema. 

Em termos de elenco, James Franco faz uma tremenda falta no filme e no roteiro, pois nem foi mencionado o que realmente aconteceu com o seu Doutor Rodman. Jason Clarke perde feio pra Serkis como macaco e Russel, Felicity forever. Nada mais a comentar. Pelo menos ela teve bem mais importância que Gary Oldman, que praticamente aceitou fazer figuração em quase 3 horas de fita. Depois perguntam o porquê dele nunca ter ganhado um Oscar.....

O que salva em O confronto é justamente o que tem de excesso em Planeta dos macacos – A origem. Este ficou um pouco tendencioso a apontar humanos como vilões e macacos como mocinhos, a evolução foi que aqui houve uma inversão de valores interessante. O vilão é o macaco braço direito do Líder, mas que não chega nem a assustar devido a trama fraca. Se elevaram a inteligência de macacos como ele no primeiro, aqui simplesmente os reduziram a meras vilãs de novela das oito com planos bobos para conseguir o que quer. Ou seja, a evolução dos macacos vista em poucos anos no primeiro parece ter se estagnado em mais de 10 anos..... 

Confesso que já esperava me desapontar, afinal, com uma história tão conhecida, é impossível ainda surpreender. Porém acho que serve de alerta para Hollywood, que a meu ver, anda sofrendo e muito com falta de criatividade com tentativas de manchar a boa memória de grandes clássicos. 

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