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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

TOM HANKS

Ele vale o quanto pesa

“Um astro que vale o que recebe”. A frase atribuída a Antony J. Hanks, ou simplesmente, Tom Hanks é de uma reciprocidade tão grande quanto o talento deste ator californiano que se tornou rapidamente um dos mais dignos modelos de astros cinematográficos.

Nascido em Oakland (Califórnia, EUA), ele passou a infância entre mudanças e separações. Após o divórcio dos pais, aos 5 anos de idade foi morar com o progenitor em Nova Iorque. Enquanto seus outros dois irmãos ficariam com a mãe por certo tempo. Anos mais tarde, a união definitiva da família Hanks mudou radicalmente sua vida. Na época de colegial, notava-se que não teria muita aptidão para os estudos acadêmicos. Assim sendo, dedicou seu tempo, entre a inadimplência nas aulas e as colas, à sua maior paixão: o teatro. Depois de diplomado, foi convidado pelo diretor Vincent Dowling para estagiar no Teatro Shakespeare de Great Lakes, em Cleveland. Bastou apenas um único verão para impressioná-lo e faturar seu primeiro prêmio como ator pela peça The Two Gentleman of Verona. No entanto, nem mesmo com este inicio arrasador na carreira, não o impediu de passar por problemas financeiros. As dificuldades se estenderam de forma pessoal e profissional até encontrar um agente e participar de peças off- Broadway. Neste tempo teve de implorar por um papel de 90 dólares em Ele sabe que você está só. Neste mesmo ano (1980), estreou na TV com uma variação do clássico Quanto mais quente melhor, o seriado Bosom Buddies, que durou duas temporadas. O talento de Hanks ao se travestir de mulher no papel de Jack Lemon no cinema, chamou a atenção de Ron Howard e em 1984, estrelava ao lado de Daryl Hannah, a comédia romântica Splash – uma sereia em minha vida. O filme foi o boom que precisava para sua ascensão. Depois vieram Voluntários da fuzarca (1985) e um dos filmes que ele mais apreciou em fazer, Nada em Comum (1986).

Quero ser grande se encaixou perfeitamente como o lema de sua carreira. A aspiração de um ator de talento notório em busca de reconhecimento. E foi exatamente neste filme de Penny Marshall que ele veio. Hanks recebeu sua primeira indicação ao Oscar no papel de garoto no corpo de um adulto. E não foi para menos, afinal, teve de substituir ninguém menos que Robert De Niro no papel. Para isso, Hanks se dedicou inteiramente ao personagem, interagindo com crianças para estudar seus comportamentos e gestos. Algo parecido ele usou nos palcos em sua fase de comediante nos clubes de Nova Iorque no Palco das Ilusões. Uma experiência que se tornou uma grande lição de vida. “Só depois de esgotar seu repertório em dois minutos e ter de passar o resto do tempo sem saber como entreter o público é que se descobre como o fracasso é deprimente”.

Fracasso é uma palavra que deveria ser banida do dicionário de um ator que aspira competência e exala um carisma inebriante. Porém nem mesmo estes valiosos atributos o impediram de errar feio na escolha de alguns trabalhos. Dragnet - desafiando o perigo (1987); Meus vizinhos são em terror; Uma dupla quase perfeita (1989), onde dá uma de Dr. Doolitle contracenando com um cão horroroso e Joe vs. The Volcano (1990).

No entanto o início dos anos 90 marcou definitivamente o início de uma nova era em sua carreira. Os fracassos ficariam para trás, e o nome Tom Hanks se tornaria sinônimo de reconhecimento. A grande virada ocorreu mais precisamente em 1990 como protagonista de A fogueira das vaidades de Brian de Palma. O sucesso o levou até Filadélfia (1992). Sua soberba interpretação de um advogado aidético que tenta limpar seu nome maculado pelos patrões da firma onde trabalhava, comoveu o público e impressionou a crítica, que não teve dúvidas em lhe dar seu primeiro Oscar. E para reafirmar seu enorme talento, no ano seguinte repetiu a dose em Forrest Gump, O Contador de Histórias, tornando-se o único ator a ganhar consecutivamente o prêmio. Dali em diante, seu nome foi parar no anfiteatro chinês de Los Angeles, bem como na calçada da fama em Hollywood. Já era um astro consagrado quando aceitou embarcar outro empreendimento. Em 1995 ele emprestou sua voz a um dos personagens mais amados do cinema atual. O cowboy Woody da franquia Toy Story. Para ele, um trabalho tão prazeroso quanto os que interpreta fisicamente nas telas.

Tom Hanks seria indicado mais duas vezes ao Oscar. O Resgate do Soldado Ryan (1998) de Steven Spielberg foi muito mais que um filme para ele, uma vez que decidiu militar ativamente na preservação da memória de homens e mulheres na Segunda Guerra. Em Náufrago (2000), ele novamente reencontraria o diretor Robert Zemeckis (o mesmo de Forrest Gump), numa das melhores e mais curiosas interpretações da história onde tabela com uma bola de vôlei (coisas de Hanks!). Neste trabalho ele une com uma perfeição ímpar, seu inestimável humor com o talento dramático. À Espera de Um Milagre (1999), Estrada Para a Perdição (2002), também de Zemeckis e a comédia romântica Mensagem para você foram outros bons trabalhos. Em 2004, Matadores de Velhinhas, O Expresso Polar e O terminal seria o ponto de contraposto entre o fracasso e o sucesso.

Sucesso é a palavra que mais resume sua carreira apesar dos equívocos. Foi assim que levou para as telas um dos maiores heróis da literatura moderna. Robert Langdon é uma espécie de Sherlock Holmes do best-seller O Código Da Vinci do polêmico Dan Brown e pelas mãos de Hanks foi sucesso instantâneo também nas telas. As bilheterias estouraram em 2006, fazendo com que voltasse a interpretá-lo em 2007 na sequencia Anjos e Demônios. No mesmo ano viu seu filho Colin Hanks estrear no cinema em A Mente que Mente; co-produziu Jogos do Poder, onde atuou ao lado de Julia Roberts, que se transformou em uma de suas maiores fãs e amigas. Em Larry Crowe – O Amor está de volta (2011) a parceria se repetiu com Hanks na direção. “Trabalhar ao lado dele não pode ser considerado como trabalho. É pura diversão”, declarou a estrela. Como se vê, o talento de Hanks não se resume apenas à frente das câmeras. Uma nova parceria com o genial Spielberg renderia outros bons frutos pela premiada minissérie The Pacific.

Do anonimato ao estrelato, podemos definir em uma palavra o que representa o cinema pela visão de um dos mais amados e aclamados astros de Hollywood. Paixão. A mesma que desperta em todos os cinéfilos a cada papel que representa com segurança e autoridade. Uma carreira consagrada pelo talento, reconhecimento e valorização, sendo um dos astros mais bem pagos atualmente. Valor que nenhum dos estúdios titubeia em arcar, pois sabem que o astro vale ouro como figura humana e profissional. Sabem que ele vale o quanto pesa.

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