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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Reconhecimento merecido

Com A Origem, Christopher Nolan consegue inserir na cabeça dos críticos seu talento

É admirável a capacidade de Chris Nolan trabalhar com temas complicados, ou supostamente complicados. Entretanto em A Origem, sua intenção não é testar o nível intelectual de ninguém, mas mergulhar mais uma vez no quebra cabeça paradoxal do intelecto humano. A exploração do sonhos é uma trama tão inteligente e desafiadora quanto um enigma inscrito na pele de um homem portador de uma rara falta de memória.
A comparação com Matrix chegou a ser cogitada, e é válida para quem não acompanha o trabalho do diretor. Ele não quis revolucionar o áudio-visual, e sim, apenas transformar sonhos em realidade. Quem viu suas duas franquias do "Homem Morcego", atestou que o foco principal não foi a parafernália hi-tec que o herói carrega, nas cenas de ação espetaculares (e muito bem feitas) e muito menos na fantástica atuação do falecido Heath Ledger como o caótico Coringa. O interesse de Nolan sempre foi o estudo do lado humano do Morcego, o quanto ele pode ser poderoso e ao mesmo tempo vulnerável como qualquer ser humano. O ladrão de segredos Cobb é um "Cavaleiro das Trevas” sem o uniforme, um homem forte, cheio de astúcia, mas inteiramente falível perante os fantasmas que o assombram.
Assistindo mais de uma vez espectador terá a certeza de que não se trata de um mero sinônimo de Matrix auxiliado pelo talento de seu diretor, e sim uma obra de arte dos tempos modernos, uma convergência de ação, sci-fi, e drama. É um representante do restrito grupo de filmes amados pelo público e elogiados pela crítica que o considerou como melhor filme do ano. Basta saber se os "profissionais" da Academia reconheçam seu belo trabalho e desta vez lhe dê o reconhecimento que merece pagando a dívida moral que ficou pendente depois da vexaminosa indiferença ao seu O Cavaleiro das Trevas.

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