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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Não é mais um “Favela Movie” brasileiro

“Não é mais um Favela movie”. Assim se resume a crítica do Bonequinho do jornal O Globo sobre o filme “Tropa de Elite 2: O inimigo agora é outro”, seqüência do sufocante thrilher de José Padilha, vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim, e campeão de pirataria de 2008. E ele fala a verdade. O longa ganhou um “plus” especial no roteiro, deixando de lado os traficantes e mostrando quem realmente comanda o crime organizado no Rio de Janeiro.
O alarde causado pelo seu lançamento se condensou em um enorme sucesso de bilheteria. Poucos se decepcionaram com o novo rumo do ex-capitão Nascimento, que agora enfrenta inimigos blindados pela farda e pela gravata. Mesmo assim, o novo super herói brasileiro não se deixa abater e bate na cara de deputado para fazer justiça. Esse tema faz de “Tropa 2” um filme politizado, mas, com a mesma carga de tensão que conduzira o primeiro ao extraordinário sucesso.
Entretanto, tem de se dar a Wagner o que é de Wagner. O ator prova que é um dos grandes ícones do nosso cinema conduzindo um personagem mítico por outros caminhos, sem perder o fino de sua interpretação. Moura não só mantém a forma como a aperfeiçoa. Consegue um incrível equilíbrio entre o brucutu que espanca corruptos e o pai que sofre pelo filho. Claro que não há como esquecer a excelente interpretação de André Matos. O cômico cria uma mescla de Renan Calheiros e José Luiz Datena, dando origem a seqüências impagáveis. Se Padilha fez o melhor filme brasileiro desde Cidade de Deus, só o tempo dirá. Mas com certeza acenou para uma nova ideologia para o nosso cinema: o conteúdo político. Em tempos que o cinema nacional nem de longe lembra os áureos tempos de Glauber Rocha e seus companheiros do internacionalmente conhecido Cinema Novo, “Tropa 2” desponta como uma nova opção no cenário nacional, e merece respeito como filme e como arte

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