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domingo, 8 de fevereiro de 2015

Perfil: Julianne Moore – Pra sempre uma estrela

Mãe, mulher fatal, esposa traída, política, homossexual, heroína.....são tantas as definições dentro de uma jornada espetacular que é difícil apontar seu melhor papel no cinema. 

Nascida em 3 de dezembro, de 1960, na cidade de Fayetteville, Carolina do Norte, Julie Anne Smith formou-se em Arte dramática pela Universidade de Boston. De lá foi para a Broadway, local sagrado dos grandes artistas e plateias. Em 1985 mostrou seu rosto para a TV na série As the World Turns, onde foi premiada por sua atuação. No cinema, em 1990, estreou com o terror trash Tales from the Darkside e depois de emendar outros trabalhos questionáveis, enfim ganhou seu primeiro grande papel no clássico de suspense A mão que balança o berço

Um traço que define a grande versatilidade da atriz são os chamados filmes independentes como Roommates e Safe em 1995, onde teve seu primeiro reconhecimento como atriz sendo indicada ao Independent Spirit Awards. No mesmo ano teria alcançado também a popularidade junto ao público pela comédia Nove meses, mas Hugh Grant, o astro do filme, arranhou a imagem da obra ao se envolver em um escândalo com uma garota de programa, deixando a atriz e o filme em segundo plano. Este boom de popularidade viria em 1997 com Jurassic Park 2 - O Mundo Perdido. Ano do cult Boogie Nights, em que foi indicada a quase todos os prêmios mais importantes da indústria do cinema. Pela personagem, Moore já dava o seu recado acerca do talento e da coragem que sempre definiu seus papéis. A mesma coragem que teve para estrelar o complexado Magnólia, que se tornou o queridinho dos críticos do ano de 1999. Em 2001, repetiu o mítico papel de Jodie Foster em Silêncio dos Inocentes, no péssimo Hannibal. Ainda assim, Moore deixou aflorar toda a sua beleza e talento contracenando com um Anthony Hopkins gordo e preguiçoso. 

Mas se fôssemos definir um ano no mapa astral de Moore, este ano seria 2002 quando foi indicada em duas categorias do Oscar. Como melhor atriz em Far from Heaven, onde ganhou vários prêmios e como coadjuvante no estelar As horas de Stephen Daldry. No filme que deu o Oscar a Nicole Kidman e ainda contava com a já lendária Meryl Streep, foi de Moore a melhor atuação das 3 personagens inspirada em Senhora Dalloway. Ao dar a uma dona-de-casa dos anos 50 presa a pragmatismos da sociedade, ela deixou aflorar apenas pelos gestos e olhares a batalha íntima de sua personagem. Uma das melhores de todos os tempos, que infelizmente não foi premiada, aumentando consideravelmente a parcela de injustiças das premiações do Oscar.

Moore em As horas: atuação extraordinária sem grandes exageros
 
De lá pra cá foram apenas papéis, que mesmo sendo discretos, consolidou a atriz de expressão confiável como uma das melhores do cinema. Com seus atributos característicos, ela foi ganhando todos os públicos das telonas e da TV no premiado Game chance de 2010, em que interpretou nada mais, nada menos que Sarah Palin, a dama de ferro da política americana. Aliás, engajamento político também faz parte de sua vitoriosa trajetória na vida real. Ela é Embaixadora na União Europeia da Organização Save the Children, que lida com os pequenos com o foco de alfabetizá-los nas zonas rurais. Também do Reach Out and Read, essa dedicada aos pais a incentivar a leitura para com os filhos. 

Envolvida em projetos grandiosos nos últimos tempos como a franquia Jogos Vorazes e dois filmes do circuito de premiação (Mapa das estrelas e Still Alice), é quase que inevitável continuar sua carreira brilhante de forma discreta. Todos os holofotes estão voltados para Morre e na possibilidade de levar para casa pela primeira vez a tão desejada (e já merecida) estatueta dourada. Mesmo para aqueles que acharem que ela não mereça dessa vez, fica o “consolo” de que enfim, o Oscar faria Justiça a uma de suas mais regulares atrizes e mais reluzentes estrelas em sua imortal Calçada da Fama. 

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