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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Na Natureza Selvagem

Into to West, 2007. Dirigido por Sean Penn. Com Emile Hirsch, Hal Holbrook, Marcia Gay-Harden e Willian Hurt.

Nota: 9.2

Quando em “A Promessa” (2001), Sean Penn decidiu se enveredar nas questões de comportamento humano, o fez bem. Apesar de não ter se tornado um grande sucesso, o filme foi bom. Porém, o ator∕diretor não desistiria de fazer seu estudo. Em seu Na Natureza Selvagem (2007), dirige um road movie que narra a magnifica saga de Christopher Mccandless, um jovem que procurou a felicidade na solidão de uma vida dedicada a liberdade da natureza.

O jovem Mccandless é um refém da sociedade americana do eixo 80 ∕ 90, onde as principais aspirações são formalidades cotidianas, que valorizam futilidades, e também uma casa devidamente mobiliada, uma carreira bem definida, e filhos compondo o arcabouço da família supostamente feliz. Tudo isso, bem representado pela excelente atuação de Emile Hirsch.

Instigado por uma sede intensa de liberdade, Chris bota o pé na estrada e como um beatnik da época de Jack Keruoc se embrenha na vida e no autoconhecimento. Uma viagem que tem o ritmo conduzido pela excelente trilha sonora sensível e emotiva composta pelo ex-vocalista do Pearl Jam, Eddie Vedder e na ótima fotografia de Eric Gautier, que fazem uma aliança quase felinnistica de som e imagem.

O que toca na história de Chris, é o grito oculto de uma insatisfação visível em todos os personagens do longa. Desde a irmã até o amigo septuagenário (ótimo Hal Holbrook), todos são vítimas de um sistema aprisionador de almas. É um relato de uma revolução de um homem só.

Entretanto, quando as coisas ficam ruins para o protagonista, percebemos que o modo de vida escolhido por McCandless e admirado por muita gente, acaba tendo um contraponto importante. Não há felicidade na solidão. Sempre será incompleta a conquista de uma montanha ou o fundo de um abismo se não haver quem compartilhe dessa euforia. Talvez ele tenha percebido tarde demais que para encontrar a sua alegria de viver, teve de provocar a tristeza de outras pessoas que o amava.

Com isso, Sean Penn conseguiu uma análise, ou nos permitiu uma, perfeita que não havia conseguido em A Promessa. A avaliação intrínseca de um ser humano sobre o maniqueísmo que o cerca. E com isso, mostra que seu talento atrás das câmeras pode ficar tão bom quanto aquele que o fez reconhecido frente elas.

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