Visitantes

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Melhores filmes ignorados pelo Oscar

Sempre tem alguém falando que ser um vencedor do Oscar não dá garantias de que o filme seja bom, o que em alguns casos é a mais pura verdade. Em algumas situações, filmes míticos e de qualidade inquestionável já foram deixados de lado, seja recebendo apenas indicações técnicas, ou sendo totalmente esquecidos. O Cineposforrest listou algumas obras cultuadas e aclamadas tanto pelo público quanto pela crítica e que a Academia deixou de lado nas categorias principais (Filme, diretor, ator, atriz e roteiro), dando sugestões de indicações que lhes seriam justas. lembrando que qualquer questionamento pode ser manifestado no espaço de comentários, e que filmes de produção não americana ou inglesa não foram incluídos por questões de regulamento para filmes estrangeiros.

10- Clube da Luta (1999)

"Um soco na mente", assim a premissa do hipnótico e arrebatador filme de David Fincher já dá mostras do que realmente causaria no público: situações que colocariam em xeque valores éticos e morais, além de apresentar uma violência extrema e complexa. Com brilhantes atuações de Edward Norton e Brad Pitt que imortalizaram a figura de Tyler Durden, o filme recebeu apenas a consolação de ser nomeado na categoria de edição de som. Porém, tanto público quanto a crítica sabiam que o longa merecia muito mais.


Sugestões do Cineposforrest: Melhor Filme, Diretor (Fincher), Ator (Norton), Ator Coadjuvante (Pitt), Atriz coadjuvante (Helena Bonhan-Carter), Roteiro adaptado (Jim Uhls), Montagem e edição de som.


9- Papillon (1973)

A história magnífica de Henri Charriere, conhecido como Papillon, por sí só já mereceria todos prêmios. Porém as atuações de Steve McQueen e Dustin Hoffman, além da direção segura de Franklin J. Schaffner elevaram a obra à cult movie obrigatório, tanto pelo lirismo do protagonista em busca de sua liberdade quanto de pelo visual ora melancólico, ora paradisíaco que inunda a tela. Só foi lembrado no Oscar pela trilha sensível de Jerry Goldsmith, mas a exclusão de McQueen foi só uma das injustiças que o filme recebeu.


Sugestões do Cineposforrest: Melhor Roteiro, Ator (McQueen), Ator coadjuvante (Hoffman), Fotografia, Direção de arte, Figurino, Maquiagem e Trilha Sonora.

8- O Iluminado (1980)

O claustrofóbico terror psicológico de Stanley Kubrick é um dos filmes que mais aparecem em listas de preferência de críticos e cinéfilos mundo afora. E não era para menos. Baseado no livro do mestre Stephen King, o filme causa mal-estar, porém a genialidade da dupla Kubrick-Nicholson, aliado à fotografia agoniante de John Alcott, o tornaram uma obra de arte obrigatória. Tudo bem que as caras e bocas exageradas de Shelley Duvall mereceram a indicação ao Framboesa, mas a Academia não indicá-lo a nenhum prêmio, foi um grande absurdo.

Sugestões do Cineposforrest: Melhor Filme, Diretor, Ator (Nicholson), Roteiro Adaptado (Stanley Kubrick e Diane Johnson), Fotografia (John Alcott).

7- Drugstore Cowboy (1989)

Neste fantástico filme independente do até então iniciante Gus Van Sant, acompanhamos a história baseada no livro autobiográfico de James Fogle, onde com bom humor, mas sem qualquer glamour, passeia pelo mundo das drogas. Um grupo de jovens viciados passam os dias roubando farmácias para sustentar a dependência e conseguir dinheiro. Com atuações convincentes, principalmente de Matt Dillon, Sant cria uma obra simples, contudo excepcional, como um prelúdio sobre tudo de mau que as drogas representam. Nem a participação do beatnik William Burroughs chamou a atenção da Academia. Passou em branco. 

Sugestões do Cineposforrest: Melhor diretor, Roteiro adaptado (Sant e Daniel Yost), Ator (Matt Dillon), Ator Coadjuvante (Max Perlich), Atriz Coadjuvante (Heather Graham).

6- A Marca da Maldade (1958)

Considerado o último exemplar do cinema noir, o subestimado filme de Orson Welles passou por maus bocados em período de produção, em que Welles iria somente atuar, mas teve de dirigir para agradar o medalhão Charlton Heston. E o fez bem. O longa se tornou um monumento cinematográfico com sequências de perseguição e tensão de primeira linha. A figura do policial corrupto interpretado por Welles se torna um monstro obscuro com o auxílio da fotografia preto e branco de Russel Metty. Talvez por carregar o estigma de construir algo à altura de Cidadão Kane, a Academia acabou por ignorar este maravilhoso libelo.

Sugestões do Cineposforrest: Melhor Filme, Diretor (Welles), Ator (Heston), Roteiro adaptado (Welles), Fotografia (Metty), Direção de Arte, Montagem.

5- Era uma Vez no Oeste (1968)

Tudo bem que o filme é um exemplar do gênero conhecido com western spaghetti, porém este extraordinário filme dirigido por Sergio Leone é americano, em produção e história. Com diálogos pensados e com um nível de "bang-bang" inferior à maioria, foi considerado lento pelo público e crítica. Porém, quando os modernos anos 70 redescobriram a obra, o elevaram ao Olimpo do gênero. A trama gira em torno de traições e vinganças, mas em um contexto politizado, originando um final arrebatador. Talvez pelas críticas nada animadoras, foi deixado de lado no Oscar, que também parecia estar com "preconceito" do gênero.

Sugestões do Cineposforrest: Melhor filme, Diretor (Leone), Ator (Henry Fonda), Atriz (Claudia Cardinale), Roteiro original (Leone, Sergio Donati, Bernardo Bertolucci e Dario Argento), Fotografia (Tonino Dell Colli), Montagem, Direção de arte, Trilha Sonora (Ennio Morricone).

4- Blade Runner - O Caçador de Androides (1982)

Tudo bem que só depois de lançar sua versão sem cortes e sem o final feliz imposto pela produtora é que o brilhante filme de Ridley Scott ganhou a notoriedade merecida. Se tornou assunto de debates, pesquisas e até hoje desperta uma necessidade incomparável de se pensar mesmo após o fim. O roteiro baseado em um livro de Philip K. Dick, traz seres inanimados com divagações a respeito de contradições e medos de seres humanos. Seria uma alusão a Deus e como só ele pode controlar, vigiar e punir todos? A única certeza é que mesmo sem a versão de Scott, as duas indicações que recebeu (Direção de arte e efeitos visuais) foram muito aquém do que merecia. 

Sugestões do Cineposforrest: Melhor Filme, Diretor (Scott), Roteiro adaptado (Hampton Fancher, David Webb e Roland Kibbee), Montagem, Fotografia (Jordan Cronenweth), Direção de arte, Maquiagem, Figurino, Efeitos Visuais, Som, Trilha Sonora (Vangelis).

3- Rastros de Ódio (1956)

Só pelo visual estonteante de Monument Valley já merecia todos prêmios. Entretanto não é só isso que faz que este western com ódio pungente e polêmico do protagonista Ethan Edwards (John Wayne) contra os índios um marco cinematográfico. O trabalho de Ford parecia sua despedida em grande estilo dos grandes filmes (apesar de ter dirigido mais de 10 depois) e sua mão sensível em meio à aridez e brutalidade do velho oeste tornou este filme o melhor entre todos no gênero. Uma obra que tem a comédia, a melancolia, o ódio e o amor. Talvez por já estar com cinco prêmios como diretor no bolso, seu monumento mais relevante foi deixado de lado.

Sugestões do Cineposforrest: Melhor Filme, Diretor, Ator (Wayne), Roteiro adaptado (Frank Nugent), Montagem, Fotografia (Winton C. Hoch), Direção de arte, Trilha Sonora (Max Steiner e Stan Jones), Som.

2- Um Corpo que Cai (1958)

A trama é complexa, às vezes lenta, outras intensas, mas talvez por isso seja o maior triunfo cinematográfico de Alfred Hitchcock. O diretor não se mantém fiel às tradições que o fizeram famoso em Psicose, cria uma história fragmentada, fantasmagórica, que parece um drama, mas é um suspense. Parece policial, de causa e efeito, mas é um estudo de comportamento. A obra foi recebida sem estardalhaço, provavelmente pela dificuldade de se compreender o que seria a tal vertigem do personagem de James Stewart, e isso fez com que apenas fosse indicado para efeitos sonoros e direção de arte. Quando realmente foi compreendido como um gigante, já era tarde. Azar o da Academia.

Sugestões do Cineposforrest: Melhor Filme, Diretor (Hitchcock), Ator (Stewart), Roteiro original (Samuel Taylor e Alec Coppel), Montagem, Fotografia (Robert Burks), Direção de Arte, Som, Trilha sonora (Bernard Herrmann).

1- Cantando na Chuva (1952)

Este animado, contagiante e extraordinário filme de Stanley Donen e Gene Kelly é o maior absurdo cometido pela Academia por motivos óbvios: é excelente; e foi recebido muito bem pelo público, ao contrário de alguns que passaram despercebidos pelo "povo". Do início ao fim, a trama metalinguística prende o olhar, hipnotiza, diverte. Além de tudo, uma sequência de mais de quatorze minutos de dois gênios da dança, Kelly e Cyd Charisse, e do famoso número que da nome ao longa, são um deleite à parte. Recebeu apenas duas indicações ao prêmio para Jane Hagen (atriz coadjuvante) e Lennie Hayton (Trilha sonora). Mas até mesmo os membros da Academia sabiam que haviam cometido um erro impossível de ser reparado. 

Sugestões do Cineposforrest: Melhor Filme, Diretor (Donen e Kelly), Ator (Kelly), Atriz (Debbie Reynolds), Ator Coadjuvante (Donald O'Connor), Atriz Coadjuvante (Jane Hagen), Roteiro original (Betty Comden e Adolph Green), Montagem, Direção de arte, Maquiagem, Som, Trilha Sonora, Canção.


Nenhum comentário:

Postar um comentário