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segunda-feira, 21 de março de 2011

A Guerra segundo Tarantino

Quando rumores davam conta que Quentin Tarantino dirigiria um filme sobre a Segunda Guerra Mundial, com Brad Pitt no papel principal, o mundo dos cinéfilos balançou. Mentirosos e ansiosos fãs do diretor, postavam a todo o momento em blogs e outros sites de relacionamento seus “achismos” e suposições que, felizmente, caíram por terra após o lançamento do longa.
Prever Tarantino é impossível. E com Bastardos Inglórios provou que seu talento para o inusitado é infindável ao mostrar sua visão brutal (de costume), tensa e sarcástica sobre a maior guerra da história e seus principais personagens.


A desconstrução histórica proposta pelo diretor, lhe permitiu uma nova visão, centrada em uma vingança arquitetada por uma jovem judia contra um oficial nazista que assassinara sua família. Entretanto, o roteiro não é tão simples assim.


A todo o momento o diretor dá a entender que o jovem Shoshanna seria toda a humanidade, e o oficial nazista, incorporado de forma brilhante pelo austríco Christhop Waltz, o nazismo em si. E mesmo Tarantino estaria saciando sua própria sede de vendetta, provavelmente na pele de Aldo Reiner, personagem que mais retrata o pensamento justiceiro e excêntrico de seu criador.


A articulação na montagem, característica que o consagrou em Pulp fiction, se faz presente, bem como a crueldade brutal e divertida de Cães de Aluguel. Outra característica “tarantinesca” é o Hans Landa de Waltz, que assim como o intrépido Jules de Samuel Lee Jackson em Pulp Fiction, e o frio e poético Bill, interpretado pelo falecido David Carradine na franquia Kill Bill, se tornou um adorável algoz, e um mito.


Mas o que faz do filme tão bom se tem os mesmos elementos que compunham o universo dos anteriores? Fica a dúvida. Pode ser pela sede de vingança da humanidade contra o maldito Nazismo, ou simplesmente pelo poder de inovar e desconstruir, conceitos inerentes ao diretor que o torna irresistível.

Contudo fica apenas a certeza que Tarantino deixou de ser um obelisco do cinema Cult contemporâneo, para também se firmar entre as massas comedoras de pipoca. O que é essencial para evitar que seu fim não seja igual ao de Stanley Kubrick, que fez um cinema inovador e de qualidade, criticado por alguns, aplaudido por outros e desconhecido por muitos.

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