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sábado, 31 de julho de 2010

Quando um mais um é igual a nada

A Mitologia Grega é de fato a mais fascinante viagem ao mundo do fabuloso de que temos conhecimento. Histórias ricas em detalhes e descrições perfeitas de seres interessantes, tanto quanto bizarros, é um consistente roteiro pronto para transportar toda essa magia dos livros para as telonas. Entretanto, não é tão simples. Toda sua carga de arte pode virar uma grande bomba nas mãos de diretores com pouca experiência. Foi o que infelizmente se viu até hoje nas malfadadas adaptações de histórias como Odisséia, O jovem Hércules, e nos recentes Percy Jackson e o ladrão de raios, e Fúria de Titãs.
Os dois últimos citados são exemplos claros de como não se pode simplesmente “jogar” a mitologia na telona. Percy Jackson segue alinha teen da saga Crepúsculo, onde mito e o universo juvenil se entrelaçam formando algo que beira o estúpido, mas que tem o seu público fiel. Uma concepção como essa, Deuses-Modernidade, era um tanto arriscada, poderia levar o diretor ao Olimpo ou ao Mundo Inferior. Depois de quase duas horas de tiradas que eram para ser engraçadas e de péssimos figurinos e direção de arte (incluindo espadas e armaduras visivelmente de plástico), não tenho dúvidas que o diretor está fazendo companhia ao pobre Hades.
Já a refilmagem do clássico de 1981, Fúria de Titãs tinha tudo para ser formidável. Roteiro puro e simples de uma das mais belas e encantadoras passagens da mitologia, com personagens dentre os mais fantásticos da obra da antiguidade clássica como Perseu, Medusa e o Kraken, era sucesso garantido. Ledo engano. O longa atual só supera o original em efeitos visuais e sonoros, de resto sobra apenas um filme com pressa de chegar ao fim. Tanto que o herói chega à metade de sua saga antes mesmo que o público termine sua pipoca. É a tal falta de roteiro compensada com frenesi e efeitos berrantes que tanto fala José Wilker. Nem Ralph Fiennes na pele de Hades consegue dar um tom diferente ao filme.
Para os fãs de mitologia e de cinema ficou a frustração. Esperavam se deliciar com o mundo fantástico repleto de heróis e monstros, seres fabulosos que valessem o ingresso. Mas infelizmente a única sensação que deve ter ficado é a de que viram dois filmes semelhantes, porém que não acrescentaram absolutamente nada.

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