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domingo, 20 de outubro de 2013

Mestres da trilha sonora no cinema

Às vezes, filmes medianos ganham uma enorme notoriedade e até se tornam inesquecíveis, e nem sabemos o porquê. Muitas das vezes eles são os responsáveis. Os compositores garantem no mínimo a emoção das obras e quando conseguem casar perfeitamente com o contexto da narrativa, se tornam imortais. Bom, foi difícil selecionar só estes nomes, ainda haviam vários outros, mas decidimos pelos mais conhecidos. Qualquer elogio, críticas negativas ou positivas, o espaço de comentários está à disposição.

Você pode até não conhecer, mas já ouviu.

Miklos Rosza – (1907 – 1995)

O brilhante compositor que só passava perto de um estúdio de Hollywood se realmente necessário compôs sua primeira trilha completa para o longa O Ladrão de Bagdá (40). Caracterizado por fazer trilhas que jamais se intrometiam na condução das narrativas, foi um dos maiores nomes que ajudaram a alavancar o chamado cinema noir na década de 40. Curiosamente, considera sua trilha de Quando Fala o Coração (45) a melhor de sua carreira, mas ela não agradou ao diretor Alfred Hitchcock.

Oscar: 13 indicações; Venceu por Quando fala o Coração (45); Fatalidade (47); Bem-Hur (60).
Globo de Ouro: 3 indicações; Nenhuma vitória.

Bernard Hermann – (1911 – 1975)

O nome por trás de composições famosas como Cidadão Kane (41), Psicose (60) e Taxi Driver (76), começou sua carreira cedo e aos 13 anos já ganhou um prêmio de compositor. Foi colaborador de grandes gênios como Orson Welles e Alfred Hitchcock, com quem compôs uma das trilhas mais famosas da história. Era conhecido por ser perfeccionista e exigente, talvez por isso tenha tido tanto êxito.

Oscar: 5 indicações; Venceu por O Homem que Vendeu a Alma (41).
Globo de Ouro: 1 indicação. Nenhuma vitória.
BAFTA: 1 indicação e venceu por Taxi Driver (77).

John Williams – (1932 -   )

O mais conhecido e premiado compositor da história do cinema, tem seu nome diretamente ligado ao do diretor Steven Spielberg, para quem compôs em quase toda sua filmografia, é um mestre em variar drasticamente a forma como conduz as emoções de um filme. Já está imortalizado pelas trilhas famosíssimas de Os Caçadores da Arca Perdida (81), Tubarão (75) e Superman (78) e mais dezenas de outras que nem caberiam neste espaço. É a pessoa viva com maior número de indicações ao Oscar: 48.

Oscar: 48 indicações; Venceu por Um Violinista no Telhado (72), Tubarão (76); Star Wars: Episode IV (77); E.T. – O Extraterreste (83); A Lista de Schndler (94).
Globo de Ouro: 24 indicações; Venceu por Tubarão (76); Star Wars: Episode IV (77); E.T. – O Extraterreste (83); Memórias de uma Gueisha (2006).
BAFTA: 13 indicações; Venceu por Tubarão (76); Star Wars: Episode IV (77);Star Wars V: O Império Contra-ataca (81);  E.T. – O Extraterreste (83); O Império do Sol (89); A Lista de Schindler (94); Memórias de uma Gueisah (2006).

Alfred Newman – (1901 – 1970)

Por iniciativa de Irving Berlin, Newman chegou a Hollywood para trabalhar em sua comédia, Reaching for the Moon (30). Antes disso, já era tratado como um prodígio, pois com apenas 17 anos já havia comandado sua primeira orquestra. Detêm a marca extraordinária de ser indicado ao Oscar por 20 (!) anos seguidos. É o patriarca de uma família de pessoas de cinema, dentre seus filho mais famoso, o também compositor Thomas Newman.

Oscar: 45 indicações; Venceu por A Epopéia do Jazz (39); A Vida é uma Canção (41); A Canção de Bernadette (44); E o Anos Passaram (48); Meu Coração Canta (53); Sua Excelência, A Embaixatriz (54); Suplício de uma Saudade (56); O Rei e Eu (57); Camelot (68).
Globo de ouro: 1 indicação. Não venceu.
BAFTA: Não havia o prêmio.

Ennio Morricone – (1928 - )

Curiosamente, Morricone foi colega de classe do diretor Sergio Leone, e foi ele quem justamente lhe deu o primeiro grande trabalho da carreira no filme Por Um Punhado de Dólares (64). Se tornou um mito após revolucionar a forma como compunha usando instrumentos não convencionais, primeiro nos faroestes, depois em todo tipo de gênero. Em toda sua carreira, Morricone assinou mais de 400 trabalhos e influenciou toda uma geração.

Oscar: 5 indicações. Venceu o honorário pelo conjunto da obra em 2007.
Globo de ouro: 8 indicações. Venceu por A Missão (87); A Lenda do Pianista do Mar (2000).
BAFTA: 5 indicações. Venceu todos; Cinzas do Paraíso (80); Era Uma Vez na América (85); A Missão (87); Os Intocáveis (88); Cinema Paradiso (91).

Franz Waxman – (1906 – 1967)

Apesar de se tornado um dos grandes nomes nas décadas de 40 e 50, Waxman enfrentou muita coisa para conseguir um lugar no seleto hall de compositores. Depois de iniciar seus primeiros trabalhos na sua terra natal, Alemanha, teve de fugir para América por ser judeu. Em Hollywood, seu trabalho deslanchou, principalmente em suas parcerias com Alfred Hitchcock. Além disso, mostrou-se bem eclético, compondo em comédias para Warner (Uma Aventura na África) e em dramas intensos para Paramount (Crepúsculo dos Deuses).

Oscar: 12 indicações. Venceu por Crepúsculo dos Deuses (51); Um Lugar ao Sol (52);
Globo de ouro: 2 indicações. Venceu por Crepúsculo dos Deuses (51).
BAFTA:  ---

Max Steiner – (1888 – 1971)

Um dos nomes mais consagrados da história do cinema ganhou notoriedade por ser responsável por compor para grandes clássicos hollywoodianos como E O Vento Levou... (39) e Casablanca (43). Ainda jovem se tornou um cobiçado maestro na Broadway, junto com seu amigo Erich W. Korngold, e rapidamente chamou a atenção dos estúdios de cinema. Foi um dos pioneiros em integrar a trilha junto com a imagem, e depois de seu trabalho em King Kong (33), estabeleceu um padrão que até hoje influencia o meio cinematográfico.

Oscar: 24 indicações. Venceu por O Delator (36); A Estranha Passageira (43); Desde que Partiste (45);
Globo de ouro: -----
BAFTA: ------


Victor Young – (1899 – 1956)

Dono de uma história fantástica (quando jovem, passou meses preso na Rússia durante a 1ª Guerra Mundial, mas escapou) Young chegou aos Estados Unidos e trabalhou no rádio e no teatro. Sua carreira no cinema ganhou notoriedade quando começou a desenvolver composições que apresentavam um impressionante grau de sutileza para dramas como Vendaval de Paixões (42) e Depois do Vendaval (52). Conseguiu o impressionante recorde de 5 indicações ao Oscar em uma mesma edição. Compôs mais de 300 trabalhos e tem seu nome no hall dos maiores compositores da história.

Oscar: 22 indicações. Venceu por A Volta ao Mundo em 80 Dias (57).
Globo de ouro: 2 indicações. Venceu por Paraíso Proibido (52).
BAFTA:


Nino Rota – (1911 – 1979)

Um dos mais completos compositores da história das artes, Rota estudou no Conservatório Santa Cecília, em Roma, e antes de chegar ao cinema compôs diversas óperas e balés. Sua carreira cinematográfica está diretamente ligada a Federico Fellini, já que é responsável pela trilha sonora de toda sua carreira. Também trabalhou com outros notáveis como Franco Zefirelli, King Vidor, Luchino Visconti e Francis Ford Coppola, com trabalhos que lhe rendeu um Oscar (Havia ganho em O Poderoso Chefão, 72, mas se tornou inelegível por usar algumas composições de Fortunella).

Oscar: 2 indicações. Venceu por O Poderoso Chefão parte II (75).
Globo de ouro: 3 indicações. Venceu por O Poderoso Chefão (73).
BAFTA: 3 indicações. Venceu por O Poderoso Chefão (73).

Dimitri Tiomkin – (1894 – 1979)

Um dos mais amados compositores de todos os tempos, Tiomkin começou a ganhar notoriedade com suas óperas em Berlim, na década de 20. Quando chegou a Hollywood na década seguinte, conseguiu se destacar e aos poucos se tornou um dos profissionais mais bem pagos do ramo. Seu espírito independente fez com que não firmasse acordos longos com nenhum estúdio, o que fez com que tivesse a oportunidade de trabalhar com os mais diversos diretores, atores e gêneros. Isso não o impediu de ser aclamado por público e crítica por seus inúmeros e inesquecíveis trabalho, como em Matar ou Morrer (52) e Assim Caminha a Humanidade (55).

Oscar: 22 indicações. Venceu por Matar ou Morrer (53, Trilha e Canção); Um Fio de Esperança (55); O Velho e o Mar (59);
Globo de ouro: 7 indicações. Venceu por Matar ou Morrer (53); O Álamo (61); Os Canhões de Navarone (62); Cidade sem Compaixão (62, Canção); A Queda do Império Romano (65); O Mundo do Circo (64, Canção). Além de dois prêmios especiais em 55 e 57.
BAFTA: -------

Elmer Bernstein – (1922 – 2004)

Depois de integrar o exército americano, Bernstein começou a carreira no cinema em 53, com filmes B, de baixo orçamento e enredos bizarros. Porém, mostrou talento mesmo em meio à precariedade e três anos depois já trabalhava com o mítico Cecil B. DeMille em Os 10 Mandamentos (56). Prosperou em Hollywood devido à habilidade de compor para variados estilos, como comédias musicais (Positivamente Millie, 67) e westerns (Sete Homens e um Destino, 60). Apesar de trabalhos memoráveis indicados ao Oscar, ganhou apenas um, pelo seu trabalho mais modesto.

Oscar: 14 indicações. Venceu por Positivamente Millie (67).
Globo de Ouro: 7 indicações. Venceu por O Sol é Para Todos (63); Havaí (67).
BAFTA: -----------

Jerry Goldsmith – (1929 – 2004)

Foi aluno de composição cinematográfica do aclamado Miklos Rosza na Universidade do Sul da Califórnia, logo depois foi contratado como datilógrafo pela CBS. Entretanto, sua escalada no cinema está ligado a outro grande nome das trilhas sonoras, Alfred Newman, que o contratou para trabalhar no filme Sua Última Façanha (62). Sua carreira foi marcada pela ousadia de sempre incluir novos instrumentos e sons eletrônicos em suas composições. Seus mais inesquecíveis trabalhos são em O Planeta dos Macacos (68) e Chinatown (74), considerados por especialistas duas das melhores da história.

Oscar: 17 indicações. Venceu por A Profecia (76).
Globo de Ouro: 9 indicações. Nenhuma vitória.
BAFTA: 4 indicações. Nenhuma vitória.

Hans Zimmer – (1957 - )

Nascido na Alemanha, Zimmer é um dos mais inovadores da música, pelo pioneirismo em videoclipes e pelos brilhantes trabalhos no cinema. Foi um grande inovador, pois conseguiu combinar marcações eletrônicas de novos instrumentos com arranjos orquestrais tradicionais. Em 2000, a brilhante trilha de Gladiador vendeu mais de 3 milhões de cópias, o que o induziu a lançar outro álbum para o filme. Além disso, alguns de seus outros trabalhos são tão incríveis (O Rei Leão; Missão Impossível 2, Rain Man) que foram gravadas em orquestra e lançadas em um álbum, no ano passado.

Oscar: 9 indicações. Venceu por O Rei Leão (95)
Globo de Ouro: 10 indicações. Venceu por O Rei Leão (95); Gladiador (2000)

BAFTA: 5 indicações. Nenhuma vitória.


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