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quinta-feira, 11 de março de 2010

Injusto? Será?

E mais uma premiação do Oscar se foi, e como é de praxe, as insatisfações e dúvidas sobre a honestidade da Academia ficam em destaque. Mas quem acompanha o cinema, a premiação e sua história, sabe que diversas surpresas já causaram ojeriza muito maior a público e crítica desde seu início em 1929.
Podemos começar pelo ano passado, onde o azarão Quem Quer Ser Um Milionário? venceu oito prêmios e desbancou o então favorito O Curioso Caso De Benjamin Button, que colecionara 13 indicações, perdendo apenas para Titanic (1997) e A Malvada (1950) em numero de nomeações, porém venceu apenas três. Injustiça? Para muitos sim. O filme de David Fincher é superior ao de Danny Boyle em muitos aspectos, principalmente técnicos. Entretanto a fabulosa história do jovem indiano Jammal, da miséria absoluta ao prêmio de 10 milhões de dólares ( ou libras), comove e diverte, o que deve ter sido crucial para a sua vitória. Não que o filme fosse ruim, mas é inferior a utópica biografia de Benjamin Button, adaptada do conto de F. Scott Fitzgerald.
Outro caso mais recente ocorreu em 2006, que tinha o romance gay de excelente e ousada direção de Ang Lee, O Segredo de Brokback Mountain, favoritíssimo e com as duas mãos na estatueta, mas foi surpreendido pelo tenso e paranóico desenho da sociedade americana pós 11 de setembro, de Crash - no Limite de Paul Haggis. Com exceção dos homofóbicos, todos odiaram a escolha da Academia.

Ainda pode-se destacar alguns casos mais notáveis de "injustiças". Em 1976, Rede de Intrigas e Todos os Homens do Presidente, faziam uma disputa acirrada pelo prêmio, sendo que ainda eram assombrados pelo drama Taxi Driver, de Scorcesse. Mas quem riu por último foi Sylvester Stallone com o seu modesto, independente e de roteiro escrito em inacreditáveis três dias, Rocky, Um Lutador. O resultado estarreceu, pois mesmo com a excelente crítica que recebeu, o prêmio de melhor filme era inimaginável. E para terminar, o mais azarão de todos talvez tenha sido A Volta ao Mundo Em 80 Dias. Apesar de ser um bom filme, com bons público e crítica, nem de longe se comparava aos outros concorrentes, entre eles o drama Assim Caminha a Humanidade, o bíblico Os Dez Mandamentos e o romance O Rei e Eu, três dos mais famosos filmes da história do cinema. O fato de ser uma adaptação do mundialmente conhecido livro de Julio Verne, pode ter encantado os votantes da Academia e pesado na hora da decisão.

Essa viajem na história do prêmio serviu para provar o quanto a premiação por vezes foi injusta e incoerente, isso só ressaltando a premiação principal. Mas vale lembrar que os membros votantes da academia são seres humanos e por mais que sejam profissionais, as suas preferências pessoais acabam interferindo na hora do voto. Porém não cabe a nós julgá-los, se a eleição fosse popular teríamos Lua Nova como melhor filme e Kristen Stewart como melhor atriz (com todo respeito aos fãs da franquia) gerando mais e mais insatisfações. A premiação desse ano foi em alguns pontos justa e em outros absurdo, mas o cinema é assim mesmo, depende muito do ponto de vista.

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